- Levantem-se todos! – Ouvi, pela primeira vez, a voz de quem me detinha naquela cela. Mas achei estranho. Não sou eu a única prisioneira? Então porque o uso do plural? Não conseguia entender.

“- Estão à espera de quê? Levantem-se e esperem que as portas das vossas celas se abram. – Alguém falou. Era mesmo verdade, eu não estava ali sozinha.

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- Tu aí de cabelo cor-de-rosa – Chamou-me – “Vem até aqui e apresenta-te.

- Olá. Sou a Akiyo e tenho 17 anos. – Comecei – Como podem ver tenho cabelo cor-de-rosa e os meus olhos são vermelhos. Nunca cheguei a conhecer a minha família, logo aí, não sei o meu apelido. Nunca me deram nenhum.

E assim foi o resto da manhã, tarde, noite… Não sei. Estávamos numa sala sem janelas. Tal como eu, outras 4 pessoas apresentaram-se.

- Prazer. Chamo-me Suzuki Akira e tenho 18 anos. – Ele era loiro de olhos verdes. Perdeu a família num acidente de carro, onde ele foi o único sobrevivente.

- Oi, Sayuri Sasaki, 16 anos, se não forem cegos percebem que sou morena e os meus olhos castanhos. – Atitude de criança e arrogante. Odiei.

- Yo, Watanabe Hayato, tenho 20 anos e por baixo deste capuz está um lindo e maravilhoso cabelo azul, e estes olhos não seriam tão perfeitos se não fossem verdes. – Parece um tipo fixe… Mas é convencido demais.

- Takigawa Ryo a falar, 19 anos. – Um rapaz bonito. Adorei-o… Moreno de olhos azuis.

Depois destas apresentações todas, ainda faltava uma: aquela que nos prendeu aqui. Uma mulher, dos seus 22/23 anos, alta, e muito parecida comigo.

- Então, meus amigos, o que acharam desta revelação? Não sabiam vocês que tinham companhia, estou certa? Então vou-me apresentar também, acho que vocês merecem. O meu nome é Yamamoto Aiko, e tenho 24 anos de idade. Para já não vos vou contar qual é o meu objetivo com isto tudo, mas posso apenas dizer-vos que para além de nós os 6, não existe mais nenhum humano neste mundo. Estes dois aqui do meu lado, são humanos androids que eu construí enquanto vos manti sozinhos nas vossas bonitas celas. Quero que respeitem as minhas ordens, se não fizerem exatamente aquilo que eu mandar, acabou-se a vida para vocês, entenderam? Agora voltem para onde estavam, porque amanhã há mais.

E assim nos retiramos, sem poder perguntar nada. Não estou satisfeita com isto. Tenho um mau pressentimento. Consigo perceber que algo de muito mau vem aí, e estou tão assustada que mal me consigo pôr em pé. Mas, chegando à minha cela, oiço-a dirigir-me a palavra.

- Então, Akiyo. – Aiko falou. – Disto é que não estavas à espera.

- Sai daqui, por favor. – Respondi. – Não te quero ver. És cruel.

E ela foi embora. Não pensei que fosse mesmo. Mas foi.