Natasha P.O.V.

Todos nós estávamos nervosos.

Quem diabos é Ossos Cruzados?

O quinjet parece tão silencioso, como um filme mudo. O mais estranho é que Steve sentara tão longe de nós, e está quieto, muito quieto.

Eu sempre pensei que o grande Capitão América fosse difícil de derrubar, até quando ele deu sua vida para salvar sua pátria, ele esteve ciente e nunca pareceu querer voltar atrás. A não ser por Peggy. Ele a amava e a devia uma dança, mas isso nunca foi cumprido. Steve dissera que a nós que eram o par perfeito, o parceiro certo. Eu não duvido disso.

– Crianças, - Steve começar a falar. – está tudo bem.

Seus olhos azuis param em mim. Sinto que precisa de uma voz de apoio.

– O que Steve quer dizer é que isso vai funcionar. Afinal, somos Vingadores. – olho pro Capitão. – Sempre fazemos funcionar.

Steve sorri, com olhos tristes. Permito-me a dar um pequeno sorriso torto.

Wanda e Sam estão calados, apenas nos olhando. A feiticeira assente e o Falcão levanta, indo a algum lugar. Sigo-o com os olhos.

– O que foi? Vou pegar água. – Sam faz um olhar cúmplice.

Wanda dá uma risada e Steve e Sam a acompanham. Eu apenas dou um sorriso amarelo.

– Capitão. – o piloto acena para Rogers.

– Chegou a hora. – Steve balança a cabeça.

[...]

O lugar está um caos. Crianças chorando; adultos tentando não chorar; civis feridos; sangue derramado; pessoas mortas e pessoas vivas.

– Ossos Cruzados fez isso? – Wanda pergunta.

– Tenho quase certeza que sim. – Sam responde.

– Steve? – chamo, e vejo o mesmo trazendo uma caixa enorme. – O que é isso?

– Garrafas de água, pra dar as pessoas. – arregalo os olhos.

– Tão altruísta. – digo e sorrio.

– Tento ser. – ele me olha e rapidamente desvia.

Steve começa a caminhar para onde os civis estão, ele chega até um grupo e oferece água, todos aceitam.

– Oi. – uma voz fina soa no ar.

Olho para baixo e vejo uma menina negra com cabelos bem pretos.

– Olá. – me abaixo para ficar na sua altura. – Como você está?

– Estou bem, mas não consigo achar meu Papa. – ela segura seu bichinho de pelúcia.

– Vamos achar. – prometo. – Qual seu nome?

– Kamala.

– Que bonito esse nome.

– Gostei do seu cabelo. – ela ri. – Parece com o da Viúva Negra.

Dou uma risada.

– Será que ela não é eu? – Kamala arregala os olhos e me abraça forte.

– Você é demais! – ela fala. – Você arrebenta! Quando eu crescer, eu quero ser igual a você!

Fico olhando para a menina a minha frente e sinto uma grande tristeza me abater.

– Kamala! – uma voz masculina chega por trás de mim.

– Papa! – a menina larga meus braços e corre para abraçar um homem bem alto.

Vejo os dois unidos e fico saudosa. Ela achou seu lar.

– Muito obrigada, Viúva! – o homem toca em meu ombro.

– Não foi nada. – digo.

– Tchau, Viúva Negra! – Kamala acena pra mim.

– Tchau, Kamala. – sinto as lágrimas escorrerem por meu rosto e as recuo.

– Romanoff? Você está bem? – Steve aparece em minha frente.

– Estou. – dou de ombros. – Onde diabos está esse Ossos Cruzados?

– Não sei, perguntei para os civis e eles disserem que ele desapareceu faz uns 20 minutos.

– E por que Stark não nos avisou? – cruzo os braços.

– Não tenho ideia, mas é melhor checar a aérea. – concordo e seguimos adiante, tentando achar Wanda e Sam.

– Feiticeira! – Steve grita. – Você vem comigo.

Wanda para de brincar com um bebê e corre para o lado de Steve. Quando o mesmo estava prestes a falar, eu interrompo:

– Sam está comigo, já sei. – dou de ombros. – Sam, você vem comigo!

Sam me olha e sorri.

Steve P.O.V.

Wanda parece inquieta, enquanto checamos o local.

– Tudo bem? – pergunto.

– Tudo, só estou um pouco nervosa, é a minha primeira missão de verdade como Vingadora. – ela ri.

– Espero que seja a primeira de muitas. – digo, sorrindo.

Passamos cincos minutos procurando e nada. Só vemos mais pessoas feridas e crianças chorando. Quem quer que seja Ossos Cruzados, ele vai dar trabalho.

– Procurando por mim, Capitão? – uma voz rouca aparece.

Ouço pessoas gritando e Wanda prepara seus poderes.

– Sim, mas foi meio difícil. – me viro.

Ossos Cruzados está a poucos metros diante de mim. Ele usa uma roupa preta com vários detalhes.

– Bem, você já me achou, mas vai ficar mais difícil ainda.

Ele corre até nós dois e dá um murro em meu escudo.

– Wanda! Proteja os civis. – grito e a mesma vai correndo para o outro lado.

– Que lindo o Capitão América protegendo sua cria. Tá com medo de que eu possa mata-la? – ele range os dentes.

Ele dá vários socos, e todos são impedidos pelo escudo. Corro para trás e atiro o escudo em seu rosto. Isso não o faça cair. Com raiva, ele atira balas e consigo desviar.

– Saiam daqui! – ouço Wanda gritar para as pessoas.

– Onde está a Viúva, Capitão? To com saudade. – dou um soco em sua barriga, que o faz tossir. – Que indelicado.

O que parece ser sua mão vai direto ao meu rosto. Ele dá mais quatro socos em meu rosto e mais dois em minha barriga.

O Sol está tão quente e a minha pele fervendo. Sinto o cheiro de sangue em minhas narinas e tento levantar, mas sou impedido por um pé que vai diretamente a meus peitos.

– Sabe, ele se lembrou de você.

Ossos Cruzados tira a máscara e fico assustado com o que vejo.

– Rumlow... – sussurro.

– Seu companheiro, seu amigo, - ela dá uma pausa. – Seu Bucky.

O nome de Bucky me faz saltar como se fosse uma bomba relógio. Pego meu escudo no chão e finco na cara de Ossos Cruzados, mais precisamente, Brock Rumlow.

– Onde ele está? – grito, enquanto Rumlow está caído no chão.

– Como eu vou saber, Rogers? Não sou ninguém. – ele levanta e soca meu rosto novamente.

O cheiro de sangue está cada vez mais forte.

Sem mais delongas e com muita raiva, lanço o escudo e Rumlow cai segurando. Ele se levanta e percebo que ele está flutuando. Olho pro lado e vejo Wanda se encarregando disso. O escudo cai de suas mãos e corro para buscar, sem olhar para o mesmo.

Sinto passos atrás de mim.

– Abaixa! – Natasha grita e o faço.

Ela pula por cima de mim e salta ferrões em Rumlow. Quando chega ao chão, ela é levantada por Sam e quando está na mesma altura de Brock, ela é deixada e faz seu laço com as pernas nele.

Wanda não aguenta mais e Rumlow cai ao chão, junto com Natasha. Ela se levanta e dá um chute no rosto dele.

– Senti saudades, Agente Romanoff. – ele sorri pra ela, e isso só me deixa com mais raiva ainda.

– Desgraçado. – ela o chuta no estômago.

Nat corre para mim e percebo seu olhar preocupado.

– Você está bem? – ela pergunta.

– Estou. – sussurro. – Nat, ele falou sobre Bucky.

– Ei, calma, vamos fazer isso funcionar. – ela sorri.

– Sinto acabar com a cena de Romeu e Julieta, mas - Ossos Cruzados levanta. – tenho que ir agora.

Uma nave aparece, levantando Rumlow rapidamente. Natasha tenta soltar ferrões, mas a nave já partira.

– Quem era esse cara? – Wanda pergunta.

– Ex-agente da S.H.I.E.L.D. – Natasha responde.

– Me lembro desse idiota. – Sam fala e me olha. – Tudo bem, Cap?

– Tudo. – respondo, por fim.

Sam pega meu escudo do chão e percebo uma pequena bola piscando freneticamente.

– O que é isso? – Wanda fica espantada.

Natasha dá um passo pra trás e olha pra mim.

– Cap, o que é isso? – Sam cruza os braços.

Romanoff abre a boca pra falar, mas antes que pudesse, lanço meu escudo e apenas ouço uma explosão e sinto minha pele queimando.