Corei assim que ouvi a voz de Vic, e sorri para Adam.

– Hum, não sabia que era tão rápida hein.

– Calada Beth.

Atirei uma almofada que estava por ali e ela iria jogar novamente para mim quando Luna se meteu em nossa “guerra” e disse:

– Gente! Vamos descer para jantar, depois vocês podem fazer o que quiser e Kaya pode namorar com Adam em paz, mas eu estou com fome.

– Hey, a Kaya e eu não estamos namorando – ele falou como se estivesse bravo – ainda – acrescentou baixinho.

Eu lhe dei um tapa no braço.

– Não importa, estou morrendo de fome, vamos.

Saímos do salão, Beth e Vic continuaram a me importunar.

– Chega vocês duas – Adam falou calmo – foi um acidente, Kaya foi me dar um beijo no rosto e eu virei sem querer!

Anne riu e falou:

– Sei bem esse sem querer Miller.

– Bem, não que eu não quisesse um beijo dela, mas foi mesmo sem querer hoje. Ai!

Dei um tapa nele e as meninas riram, durante o jantar ele se sentou conosco.

Faltando uma semana para meu teste tive um sonho estranho, sonhei que Snape estava correndo de uma serpente e um homem se aproximou dele quando ele conseguiu despistar a cobra, o homem disse algo para ele, foi quando ele me viu, eu assistia a cena de longe, ele correu em minha direção e tentou me proteger de um ataque da mesma serpente da qual fugira, ela o atacou e ele caiu morto no chão ao meu lado. Acordei tão assustada que não consegui mais dormir, resolvi descer ao salão comunal, aquele lugar era tão frio durante a madrugada, a lareira estava acesa e em cima de uma mesa o Profeta Diário de ontem, um homem havia fugido de Azkaban, era o homem que falara para Snape que eu estava ali durante o sonho.

– Sem sono? – Ouvi uma voz atrás de mim e pulei de susto.

– Adam, não me assuste deste jeito.

– Desculpe – ele sorriu.

– Tudo bem.

– Porque está aqui a essa hora?

Contei sobre o pesadelo depois de sentarmos no sofá e comecei a chorar, ele me abraçou e disse:

– Calma Kay, Snape está bem, garanto que está dormindo e tendo sonhos com algumas sonserinas de sua época.

Rimos com isso, depois daquele dia que nos conhecemos passamos a conversar muito, todos os dias conversávamos no jardim durante o almoço e depois no salão comunal antes de jantar e descíamos juntos para o salão principal. Ele continuava me abraçando e depois de uma longa conversa explicando porque eu achava Snape legal acabei dormindo ali no sofá abraçada a Adam.

Depois daquele dia eu e Adam nos falamos pouco, acabávamos nos encontrando só 5 minutos antes das aulas da tarde, ele não me procurava mais e eu passei a me ocupar demais com deveres e tentando me sair bem nas aulas de voo. Até que chegou o dia do teste, eu estava nervosa e ele veio falar comigo.

– Nervosa?

– Muito, e você?

– Nem tanto, não fique nervosa, se ficar não conseguira se concentrar no teste.

Ele me deu um beijo na testa e foi para o campo, era sua vez. Ele se saiu muito bem, e conseguiu seu lugar entre os titulares.

– Você é a próxima, depois de Gordon – Disse ele quando passou por mim.

– Tudo bem.

Meu teste foi dificil, Rogério Davies soltou o pomo de ouro e mandou que me atirassem goles e balaços e se eu conseguisse desviar e pegar o pomo entraria como titular do time (acho que ele não queria que eu passasse). Fiquei uma média de 20 minutos desviando das bolas, sem perder o pomo de vista, Davies disse que eu tinha mais 5 minutos para pegar o pomo, faltando apenas um minuto consegui agarrar o pomo no segundo exato em que um balaço passou de raspão pela minha cabeça.

– Parabéns Sanchez, é a nova apanhadora do time.

– Obrigada Davies.

– Amanhã fale comigo depois do jantar para pegar seu uniforme.

– Sim.

Eu nem acreditava, eu seria a apanhadora titular do time. Vi Adam vindo para o campo e corri até ele, ele me abraçou me tirando do chão e me deu um beijo no rosto, como eu tinha sentido falta dele nesta última semana, senti tanta falta de ficar junto com ele e da diversão que tínhamos.

Vi que não tinha mais ninguém por perto e não sei o que deu em mim, mas dei um selinho demorado nele e quando me afastei vi que ele estava confuso.

– Adam, me desculpe, eu não sei o que deu em mim, foi a empolgação de ter passado e...

Ele me deu mais um selinho, eu estava gostando daquilo.

– Você fala demais Kay.

Ele sorriu e me beijou, era uma sensação muito boa, ele tinha um beijo calmo, parecia que podia ficar a eternidade ali, e eu tentava acompanha-lo, depois de um incontável tempo nos separamos.

– Se não quiser contar para suas amigas, isso pode ser um segredo nosso.

Ele piscou e me deu um selinho.

– Acho melhor mesmo esperarmos Adam.

Fomos juntos ao salão comunal, chegando lá Rogério Davies veio falar conosco.

– Sanchez, Miller, sei que por ser do segundo ano vocês tem que ter adivinhação, mas 3 vezes por semana a última aula usamos para treino físico, nas segundas, quintas e sextas ok? Começamos semana que vem.

No primeiro dia quando Flitwick entregou os horários podíamos escolher adivinhação ou instruções de voo, era obrigatório ter pelo menos uma aula de adivinhação, e instruções de voo fazia quem quisesse pois já tínhamos no ano anterior a obrigatoriedade desta aula, resolvi pegar duas de cada para conciliar, mas agora nas sextas terei de desistir de adivinhação.

– Ok Davies.

– Ah, Sanchez, eu sou o capi...

– Capitão do time, já sei. Ainda pego o uniforme amanhã?

– Não, está aqui! O seu e o do Miller.

Pegamos e fomos em direção às meninas que estavam ansiosas pelo resultado.

– Kay, Adam, como foi?

– Adam passou, e vai ser artilheiro titular Anne!

– Ah, - ela disse meio que saindo de sua animação – e você Kay?

– Ah, sou a apanhadora titular.

Senti quando as 4 pularam e me abraçaram quase me derrubando.

– Calma gente.

– Kay, isto é tão bom, eu não conseguia deixar Andrea estudar de tão ansiosa que estava, e então ela me mandou para cá e vi que Luna, Beth e Vic estavam tão ansiosas quanto eu.

– Bem, não terei mais tempo livre, terça terei adivinhação e o resto da semana é só treino.

– Bem, e na quarta que não temos o último horário. – Luna disse – Vamos comemorar, tem vários doces no nosso quarto.

– Vamos.

Sorri e percebi que Adam já não estava por perto, as meninas já estavam no fim da escada do dormitório, quando cheguei ao primeiro degrau da escada ele me puxou pelo pulso, já não havia ninguém no salão.

– Vai comemorar sem mim?

– Você não pode entrar no dormitório feminino.

– Me encontre aqui no horário que tínhamos combinado ok?

– Sim.

Ele puxou-me pela cintura e me deu um beijo, aquele beijo calmo e lento dele, é eu posso acabar gostando dele.