Quase por água abaixo escrita por J rebornEustrauss


Capítulo 1
Prólogo dos casais


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira fic de Pokémon. Espero que gostem!



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Não estava sendo nada fácil para ela.

Misty estava a mil no ginásio, e corria contra o tempo para terminar as toneladas de tarefas que ocupavam todo o tempo livre e não livre.

O motivo?

Um convite para cair de cabeça em uma região que não conhecia, juntamente com seus velhos amigos Ash e Brock, mais outros que ela não tinha certeza.

Misty só ouvia bons rumores a respeito desta competição.

Na verdade, más rumores também. Claro que no sentido de apenas os melhores lutarem e isso significa que de nenhuma maneira seria fácil ganhar. Lá não existiria nenhum ‘mais ou menos’, só gente boa participaria.

Ia ser um desafio e tanto para Ash, mas ela confiava em suas habilidades. Para ela, se tem uma coisa que Ash sabe, é ser bom no que faz.

Não importa se os outros participantes eram quase como lendas, ele também era e ia conseguir.

Contudo foi justamente por ele ser tão bom que se surpreendeu:

Se você não sabe, Ash é o atual campeão da liga de Hoenn e chegou às oitavas de Sinnoh ano passado, tendo Paul como vencedor – ele fez um melodrama danado por isso, mas ainda assim é uma grande conquista!

Por que ele iria querer a ajuda dela?

‘Tá, Misty era uma excelente treinadora e podia dar com certeza de dez a zero em qualquer um por aí, mas isso não tem muito sentido.

Ash é bom o suficiente sozinho.

E melhor que ela.

Segundo ele, precisaria de auxílio com pokemons aquáticos, chamando a ruivinha com esse argumento aparentemente furado.

Misty estava confusa de verdade. Fez uma nota mental de perguntar a Ash o porquê daquilo e de bater nele se não respondesse direito.

Isso não é nenhuma novidade, não?

Não conseguia pensar em nenhuma justificativa plausível, porém..

Ainda tem Brock, que também não vê a tempos, além de May e Max que suspeita que irão junto devido à proximidade de Slateport city a Petalburg, fora eles serem de Hoenn.

Além disso, ela ficou um pouco ressentida por não dizer diretamente à suas irmãs que estava de partida, mas não tinha como mesmo.

E olhe, não a chame de irresponsável, hein! A coitada sabia que o dever de uma líder de ginásio era permanecer no ginásio, claro, e enfrentar todos os treinadores.

PORÉM.

Tudo o que é demais não faz bem, INCLUINDO ‘trabalhar’ demasiadamente. Não é por nada não, mas vida de líder de ginásio não é o que você chamaria de fácil.

Chega de lutas e mais lutas e mais lutas e mais... mais.... e mais......Enjoante demais, gente!

Sentou-se para conversar com Tracey.

As outras três irmãs sensacionais podiam assumir o posto de líder de ginásio temporariamente, segundo ele. Ainda disse que deveria ter feito isso a muito tempo, que ela foi burra e que se fosse ele já teria “dado no pé” a muito tempo.

Não precisa nem dizer o que aconteceu, não é?

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–Anda logo, May! – gritou Max do pé da escada.

Os caras esperavam por “dona May”, indecisa sobre o que colocar na mala que ela reservou apenas para colocar suas roupas de festa. A sua preferida, aliás: vermelha de bolinhas brancas dada por sua avó.

– Será que levo esse ou esse? – perguntou-se.

Segurou o cabide de um e pôs na frente do corpo. Fez o mesmo com o outro.

Os dois remetiam a pontos diferentes de sua personalidade.

Franziu o cenho para os dois vestidos na sua frente.

O primeiro é de um vermelho elegante - nada muito ‘cheguei’ - que deixa o colo à mostra, embora sustentado por alças médias localizadas na extremidade dos ombros. Sua fenda longa nas pernas e a região brilhante ao redor da cintura davam o toque sexy sem ser vulgar.

Já o segundo é mais romântico: rosinha cor de pele, com leve transparência e renda floral. O busto tapado, mas as costas livres impediam o corpo de ficar completamente coberto. Deixa as curvas bem visíveis, assim como o outro.

Quer saber? Vou levar é os dois!

Mesmo que a mala já estivesse cheia e coubesse somente mais uma peça daquele tamanho.

Ela levou os dois, de qualquer jeito.

May queria estar deslumbrante na festa do comandante, que sempre ocorre nos cruzeiros. ‘Tá aí o motivo do ‘esforço’.

Outro ponto a destacar: ter um teto à noite é ótimo, ainda mais um de luxo! Fazer o quê? Ela não gosta muito do típico visual estrelado dos campistas. Só por conta disso, 50% da viagem melhoraria!

– Eu juro que eu mando meu Poochyena te trazer pelos cabelos se não descer daí agora! - Max segurou a pokebola de seu pokemon na cintura.

Brock olhou para o relógio no pulso. Estavam até adiantados.

– Por que a pressa? Nem estamos tão atrasados assim – bebeu um gole de café – Relaxa, eu sei que é importante pra você – sabe-se lá o porquê -, mas não precisa descontar nos outros.

Max suspirou, murmurou um “desculpe”e desabou no sofá de couro preto ali perto.

Estranhamente estava ansioso.

Talvez a emoção das batalhas.

Talvez a viagem de cruzeiro em si.

Talvez alguém...

Tudo era possível, cabível e uma possibilidade. A opção correta, entretanto, era ele que conhecia.

Finalmente May desceu, carregando trocentas de milhares de malas. Devia ter todo o guarda-roupa dela ali; não tinha realmente necessidade para tanta roupa.

Na verdade, eram quatro malas, mas ainda assim era demais para uma viagem daquela duração: quatro dias mais os dias da competição.

Nem se tomasse uns cinco banhos por dia e trocasse a cada vez de roupa, chegaria a usar tudo aquilo.

– Você grita muito, sabe? – carregava o vestido rosa nos braços.

May disse que levaria esses vestidos e ela vai levar, mesmo que tivesse que carregar um deles no braço!

– Eu não vou nem perguntar – Brock riu ao terminar sua bebida quente.

May arrastou sua mala de rodinhas até a porta e pareceu ignorar as sobrancelhas levantadas do irmão e as pequenas risadinhas do de olhos puxados.

Max sentiu falta de alguma coisa:

– Cadê o Ash?

– Aqui – ele apareceu comendo um misto.

Estava sentado na mesa da cozinha conversando com Norman sobre a liga de Hoenn. Ficou muito feliz com todos os elogios que recebeu e sentia-se orgulhoso. Era bom ouvir-los, sabe, fortaleciam o ego.

Além de sentir-se mais confiante.

Pikachu apoiava-se com apenas uma das patas no novo boné de Ash.

– Isso me é familiar – May lembrou-se de beautifly, apesar dela não fazer malabarismos.

Todos concordaram sorrindo.

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– Incrível! - os olhos de Ash brilharam.

O cruzeiro realmente enchia os olhos de qualquer um. Na opinião de Max, experiente em matéria de viagem marítima, era um dos maiores e mais luxuosos que já vira.

Nem sabia de onde tinham arranjado tanto dinheiro para aquilo.

Ah! É mesmo: pai, mãe e Ash!

Voltando ao navio, talvez às distâncias que percorria, ao público que atendia ou a simples extravagância dos criadores. Santa extravagância!

Não importava, só sabia que se encontrava em outro nível.

– Aqui que marcaram com a Misty? – May perguntou a Brock.

Brock estava junto a Ash, quando ele a convidou e viu o quanto a amiga ficou feliz, mas também inexplicavelmente aliviada. Talvez isso tenha vindo em boa hora.

Ele ficou feliz por Misty vir, mas intrigou-se pelo mesmíssimo motivo dela.

Ash podia só ter chamado para assistir, assim com Dawn, May, Max e si próprio.

No começo não entendeu nada, mas depois o problema foi, embora, logo solucionado.

Ele já tinha essa resposta tal plausível.

Um grito ecoou pelo ar, atraiu a atenção das pessoas e encheu o coração de felicidade de uma certa pessoa.

– ASH! – os olhos ficaram levemente marejados. Ficou tão emocionada, não via Ash há quase um ano.

Claro que lágrimas de emoção também derramaram por seu amigo, Brock. Mas aí já são outros quinhentos.....

– MISTY!

– ASH!

Os dois correm ao encontro um do outro sem perceber que idealizam no momento uma típica cena clichê de novela mexicana.

Talvez não só as mexicanas. É, não só as mexicanas, qualquer outra novela clichê também.

Pessoas paravam e admiravam o ‘suposto’ amor do jovem casal.

Os cabelos voam e dão suaves chicotadas nos rostos de ambos, os sorrisos cada vez mais amplos e os corações batendo rápido no peito como milhões de britadeiras em contato com o chão.

Quando frente a frente, rostos um pouco suados e encontro de orbes de cores diferentes esbanjando felicidade.

Matou-se, assim, a maldita e insistente saudade que teimava em atormentar o coração de ambos.

Pikachu se encarregou de tirar togepi dos braços de Misty, para que ela pudesse abraçar seu treinador. Levantou o pokemon menor no alto e o bebê batia os bracinhos alegres em resposta ao amiguinho que não via há um bom tempo.

Ash a girou nos ares e ela apertava fortes seus ombros enquanto não controlava a risada.

E não queria mesmo!

Misty já havia deixado as lágrimas voarem junto ao seu corpo e não dava a mínima aos olhares que via estarem recebendo.

Ash a pôs para baixo sem solta-la, envolvida a um grande abraço de urso. Manteve as mãos na cintura de Misty e ela mudou para ao redor de seu peitoral, apoiando a cabeça.

Max olhou de soslaio para May e Brock, que corresponderam com sorrisos.

– Que saudade, hein? – sua voz saiu maliciosa.

May e Brock deram uma pequena risadinha e os dois se separaram cada um em um estado. Misty ficou um bocado corada, já Ash parecia não ter entendido o ‘subliminar’ da questão.

– Eu sei! Senti tanta saudade dessa ruiva! – abraçou-a novamente de lado e beijou-a na bochecha empolgado.

– Eu também, Ash... – Misty sorriu envergonhada.

Os três entreolharam-se e riram da ingenuidade do amigo.

.................................

– Você pegou tanto no meu pé e acabamos chegando adiantados – May fez biquinho contrariada.

Todo mundo estava embarcado e esperavam na fila da recepção para pegar as chaves dos quartos.

Uma das recepcionistas não estava trabalhando por algum motivo, ocasionando o amontanhado de pessoas insatisfeitas no balcão.

– Por isso mesmo que não nos atrasamos – Deu um sorriso de canto, ajeitando os óculos no rosto.

May calou-se, bufou em descontentamento e virou a cabeça para o lado. Na fila vizinha, um grupinho de meninas cercava alguém, provavelmente um garoto.

Não lhe interessava, porém.

Qual a graça?

May, pelo menos, não via nenhuma. Um bando de garotas fanáticas correndo atrás de um cara.

Fangirls... Palavra familiar no vocabulário de um certo alguém....

...............

...............

...............

– May?

Foi cortada de seus pensamentos justamente pela pessoa que estava neles.

Iai! Força do pensamento funciona, afinal!

– Drew!?

Falando no diabo..., ops! Falando no menino extremamente lindo de cabelo verde, e olhos verdes, e o resto que você encontra no corpo de um garoto bonito...

– Agradeceria se fosse menos escandalosa – pôs o dedo sobre um dos ouvidos. Uma clara mensagem de: "cale a boca", sua escandalosa!

– De onde você surgiu?

Drew revirou os olhos.

– É sério? Que pergunta besta foi essa?

May cora e cruza os braços.

– O que está fazendo aqui?

Drew sorri para seu rosto vermelho.

Ele nunca disse, nem nunca diria, nem nunca dirá a ninguém que se derrete com uma situação daquelas:

Seja ela envergonhada, enraivecida, ou simplesmente o rosto pimentão de May.

– Pelo mesmo motivo que você. – virou as costas e voltou para seu lugar, guardado por algumas garotas fanáticas que fazem parte de sua trupe.

– Ei! Mas você não me respondeu! – as mãos na cintura indicavam o desgosto de não ser respondida – Drew!

Olhares mortais das fangirlrs esquisitas perfuraram sua carne como lasers vendidos no camelô, ou seja, absolutamente nada aconteceu.

Por isso mesmo que não deu a mínima, de qualquer jeito.

Drew olhou para trás e sorriu internamente com a reação da garota.

May suspirou.

Esforço perdido por pessoa que não valia a pena, era a sua opinião.

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Algumas horas antes...

Dawn saía de Tweinlef town com o objetivo de pegar um avião para Hoenn. Sua mãe perguntou o porquê d’ela não ir para a região de Kanto, primeiramente, e só depois pegar o navio nessa mesma região direto para as ilhas Sevii

Bem, Kanto fica mais perto de Sinnoh portanto uma opção melhor, correto? Errado.

Uma viagem de avião é zilhões de vezes mais rápida que um cruzeiro; o que ele faz em dias, o avião faz em horas. Só a mais pura verdade.

O navio daria uma meia volta no continente! 180°, baby! (Lembre-se que Sinnoh fica ao norte, Kanto no meio, Hoenn ao sul e as ilhas Sevii à leste de Hoenn!)

Todo mundo sabe que o menor caminho entre dois pontos é uma linha reta, mas poucos sabem que entre três é um “L” que você faz com sua mão direita... LoL, nem precisa dizer nada...

Além disso, se fizesse o que sua mãe supôs, não daria para ela ir com o resto de seus amigos. Ela não queria isso, de jeito algum...

Faria do mesmo jeito.

Já quando Dawn pensa nesse torneio, concorda na diferença gritante entre a coordenação. Pode até ser que fossem um pouco parecidos – por causa da segunda fase dos concursos --, mas algo em Dawn dizia que não.

As edições anteriores eram apenas batalhas, porém Ash disse que está rolando um boato de que a estrutura em geral da competição mudará. Ainda era tudo segredo, o jeito era esperar...

Ia ser divertido observar Ash competir, assim como todos os outros treinadores. Ela prefere a coordenação, claro, era a sua vida, mas é sempre bom presenciar batalhas épicas de vez em quando. Isso ela tinha certeza de que ia encontrar lá. Além disso, poderia aprender muitas coisas para suas próprias lutas.

Após ter ficado em quinto lugar no grande festival de Johto no ano passado, Dawn decidiu dar um hiato; fazer uma pausa.

Daqui a pouco ela voltava, queria era curtir...

Caminhou até a plataforma de embarque do avião, passou pelo finger; o pequeno caminho coberto acoplado a porta, e embarcou. Procurou pelo número de sua cadeira, pôs sua bagagem de mão num compartimento na sua frente, na cadeira da frente, e sentou-se do lado da janelinha.

Sentiu alguém sentando-se ao lado e presumiu ser, obviamente, a pessoa da poltrona ao lado. Duh!

Passou-se um tempinho, a azulada olhou para o lado só para ver como seria a pessoa da poltrona vizinha.

Não que fosse curiosa demais mas.....

Mentira!

Até ganhou um apelido de seu primo Tsubasa; Dawn, A curiosa.

Era um menino. Um menino aparentemente da sua idade, cabelos longos arroxeados e fones de ouvido gigantes sobre a cabeça

Ela não conseguia observar claramente as características faciais do garoto, mas a tinha chamado a atenção. Bastante atenção. A opinião de uma garota doida para arranjar um namorado:

1º Cabelos longos: Wow, cabelos longos não são vistos na cabeça de muitos garotos por aí.

2º Cabelos roxos: Ainda na pauta cabelos, esse tipo de cor já é raro ela encontrar em meninas imagina em meninos. Muito difícil dela topar com um!

3º Aparentemente tinham a mesma idade: Não que ter dezesseis anos fosse especial, mas ter a idade perto desta ajuda com a conclusão.

1º2º3º ( Conclusão )

......

......

......

GAROTO BONITO À VISTA!!!!!!! E um possível namorado

Mas ainda não tinha visto seu rosto.

Ela se inclina um pouco mais, porém é impedida mais uma vez pelo headphone e um monte de cabelo bagunçado tampando a cara do menino bonito.

Mas que droga! A música deve estar ótima...

Tenta chegar perto dele novamente, inclinando-se não mais para o lado e sim para frente, fingindo estar apoiando a cabeça sobre as mãos na poltrona da frente. Se não pudesse vê-lo por aquele ângulo, ela veria por outro. Sem problemas, querido!

Além do mais, com headphones daqueles duvidava que que não estivesse escutando música estourando esses miolos moles e lindos! Se fosse pega não seria por causa do barulho.

Não, não seria pega!

E foi inclinado....

Inclinando....

Inclinando....

Inclinando....

Inclinando.........

– BUUUUUUU!!

– KYAHHHHHH!!

Dawn olhou-o assustada, ele tinha lhe dado um susto! Mas que diabos!? Você não dá um susto numa pessoa que não conhece!

Porém logo esse medo foi substituído pela sua cara de pasma.

Esse é Paul, sem sombra de dúvidas. Mas como é que ele nem tinha passado pela cabeça dela?

Paul tem cabelos longos, roxos, não é da sua idade, mas chega perto. E é... bonito...

Bem, ela ainda era uma adolescente cheia de hormônios, de qualquer jeito.

Encarou-o por um segundo e suas mãos levemente cobriam a boca.

O que?

– D-Do que você está rindo?– o vermelho tomou conta de suas bochechas.

Sinceramente, de todas as pessoas do mundo tinha que ser mesmo o Paul?

Ele riu, não, gargalhou. Ela nunca o tinha visto daquele jeito.

Pensei que fosse tão frio que não risse, mas me enganei.

Que... diferente.

Ela olhou bem seus olhos, hesitante, mas olhou.

Não, não tem nada de mais. Continua o mesmo idiota de sempre.

– Problemática.

A azulada grunhiu e apertou as coxas com força.

Esse apelido estúpido...

Paul revirou os olhos.

– Não sabia que era um growlithe pra latir assim – e virou-se para frente sem ligar.

Estava pouco se lixando para o que ela ia pensar.

O rosto de Dawn ganhou um vermelho profundo, seus olhos se estreitaram perigosamente, cerrou bem forte os punhos e apertou os dentes com força uns nos outros.

A raiva praticamente invadiu sua alma, estava incontrolável.

O silêncio caiu sobre eles.

Armar um barraco não seria proveitoso, não é assim que funciona: ele ignoraria e a deixaria falando como uma doida varrida.

A pressa é inimiga da perfeição... ...................................

Dawn sonolenta olhou no relógio: fazia duas horas e alguns quebrados que partira. Ficou um tempinho desacordada.

Verificou dentro da única bolsa de mão no colo Piplup: ele dormia como um anjinho.

Seus olhos azuis miraram o mundo fora da janela e viram nada além de um emaranhado de nuvens encobrindo tudo. Em algumas delas enxergavam certos padrões.

Via tudo quanto é tipo de coisa, desde flores a pessoas.

Pokémons também entravam nesta lista:

um Pikachu,

um Buizel,

um Roserade,

um Patirisco,

um Squirtle,

um Mamoswine,

um Chimchar,

um Torterra...

Peraí... Um Torterra....?

Um Torterra?!

Um Torterra!!

Paul!

Até tinha esquecido que ele estava ali!

Virou-se levemente, não queria ser chamada de cão novamente.

Sua personalidade se mostrava completamente diferente do seu rosto: calmo e sereno.

Na verdade Paul era muito tranquilo quando estava sozinho, falando assim com ninguém.

Era na dele. Só sua arrogância que destruía as poucas “partes boas e humanas” que existiam.

Seus olhos estavam fechados e sua respiração constante e baixa.

Ela se aproximou aos poucos, como se esperasse que ele lhe desse um outro susto.

Mas não aconteceu.

Ela sorriu de canto.

O que tem de arrogante, tem de lindo.

Dawn corou com esse pensamento.

Mas em que diabos estava pensando?

Não podia impedir, o "novo" Paul passava longe daquele moleque irritante de alguns anos atrás. Claro que sua personalidade não mudara nem um pouco, ele continuava irritante, mas tinha de admitir que seu rosto se tornora muito lindo, fofo, e, segundo o dicionário da azulada, 'apertável'

Sua expressão se mostrava tênue e as bochechas um pouquinho coradas.

“ Senhores passageiros, uma pequena falha na refrigeração foi detectada. Ventiladores de emergência serão ligados para que haja circulação de ar no ambiente. Estamos trabalhando para que o sistema seja reestabelecido e nos desculpamos pelo incômodo”

A voz ecoou pelo alto falante, provavelmente um dos tripulantes. Droga de avião!

Deve ser por isso que ele está suando... e rosa.

Peraí! O que que estou fazendo? Esse idiota me chamou de cadela!

E o que a poucos segundos parecia adorável, transformou-se em detestável.

Ela ficou com raiva novamente, a fúria entrou em sua casa sem bater na porta primeiro.

Se fosse qualquer um, diriam que essa tal de fúria era uma baita de uma mal educada por não bater na porta primeiro antes de sair invadindo a casa dos outros.

Mas já que já tinha entrado, não queria sair de jeito nenhum e aparentava ser perigosa, era melhor obedece-la e acatar suas ordens, leitor!

Vingança!

Era o momento perfeito para executar seu plano contra essa geleira. Ele não tinha como reagir, estava inconsciente.

Bem, estava inconsciente até que acordasse. Mas dormia e isso que importava!!

Dawn pensou, pensou, pensou e pensou; pensou, pensou, pensou e pensou mais ainda, mas nada. Absolutamente nada deu uma passada na sua cabeça e mostrou um jeito de se vingar, uma luz no fim do túnel.

Ok, talvez seja que os caminhos de luzes não gostem dela... E isso é muito mal.

Ou talvez simplesmente seja um bloqueio criativo. Bolar uma vingança para pessoas não maldosas não era nada fácil! O lado bondoso entra em conflito com o lado querendo fazer o contrário!

Uma comissária de bordo ruiva – muito parecida com Zoey, na opinião dela – chegou trazendo petiscos e bebidas que pareciam aquelas versões alternativas aos originais.

Dawn detestava refrigerante zero, ela achava que estava bebendo o remédio ruim que a mãe dela sempre a obrigava beber quando acontecia qualquer coisa.

A coitada podia estar morrendo, mas sempre tinha que beber essa coisa.

“ Bebe esse tilenol, querida, isso vai sarar sua perna quebrada”

Santa paciência....

A tal mulher aproximou-se e Dawn viu que era refrigerante normal mesmo... Sabe como é, né? Classe econômica.... O refrigerante zero está muito caro....

Isso faz pensar: se ela tivesse ido na primeira classe, teria que beber o zero. Nossa, mas como ela é sortuda!

Bem, dá pra perceber que o Paul é econômico, assim como minha mãe.

A mãe dela a obrigou a ir nessa classe pois acha que gastar dinheiro em primeira classe é desperdício de dinheiro.

Apesar de que ela pegará um navio super lindo e chique: “ De encher os olhos”

Não fazia realmente muito sentido.

Ainda bem que o pai e o Ash convenceram ela... – suspirou.

– Aceita um lanchinho? – a moça foi simpática.

– Sim, obrigada.

– Quer pegar para o seu namorado também? Ele com certeza estará com fome quando acordar.

Dawn piscou confusa.

Eles não eram namorados, obviamente.

Podia ser que fosse uma relação de amor e ódio, para quem observava, então visivelmente eles eram namorados.

Porém para Dawn era só ódio, então visivelmente, melhor, obviamente, eles NÃO eram namorados.

Na verdade, não ódio, pois essa é uma palavra muito forte. Dawn acha que não odeia ninguém, apenas possui desafetos.

Será que ela aceitava? Estava com um pouco, não, pouco não! Estava com MUITA fome! Paul não se importaria se ela pegasse um pouco (lê-se "Pegar tudo") de seu lanche, ele nem ia querer mesmo...., não é?

– Bem pensado – sorriu.

Ela a viu ainda servindo o pessoal da fileira do canto, que por sinal estava faminto. Mas que povo reclamão, hein?

A mulher parou por um momento, enfiou os dedos longos no bolso da blusa azul clara e pegou um objeto que parecia um bastão.

Ela passou aquilo na boca pequena, que ficou mais rosa.

............

............

...........

Iai! Mas é claro!

Muahahaha. Vingança!

Deixou a comida de lado por enquanto - mentira, ela continuou comendo! - e pegou o estojo de maquiagem dentro da bolsinha de mão. Claro que não a mesma bolsa que Piplup dormia, é claro que ela não misturaria sua maquiagem no mesmo lugar que ele. Sabia que Dawn pegou ele comendo sua make outro dia desses? Louco, né? Por isso ela tem de manter suas coisas BEM longe dele!

Observou-o por alguns instantes antes de prosseguir.

Idiota.

Começou pelas bochechas passando um blush mais rosa que o vestido da Barbie quando Ken chama ela pra sair. Tocou levemente o grande pincel do produto para que ele não acordasse em um ataque de espirros. Vai que ele era alérgico, era mehor previnir que remediar.

Na sua boca pequena, o batom vermelho mais forte que tinha trazido em sua mala. Aliás, era esse que ela prentedia usar na festa do comandande. Eca, acho que vai ter que desinfetar essa coisa. As bactérias frias e arrogantes dele podem passar para ela, sabe.

Já acima dos lábios – naquele lugar que ninguém sabe o nome - usou lápis preto para fazer bigodes. Saíram um pouco claros, e isso porque Dawn não era a melhor das desenhistas. E se você não sabia, desenhar bigodes no lugar onde ninguém sabe o nome de garotos gatos não é fácil! Mas como tudo ou quase tudo no mundo, isso era só uma questão de prática! Cadê mais garotos gatos para ela treinar, posso saber?

Ela teve que reprimir o riso para não colocar tudo a perder.

Tão ridículo!

Parecia a avó dela quando se maquiava! Agora a sua parte preferida: os olhos!

Procurou pelo azul mais forte e brilhante que encontrasse, pegou o pincelzinho e tingiu pouco a pouco as grandes pálpebras de Paul.

O lápis entrou em cena novamente quando Dawn coloriu rente a raiz dos cílios, formando um traço gatinho.

Ela não percebera que os olhos do cara na sua frente eram gigantes desse jeito, então parou para admirar os cílios espessos por um momento.

Bem que ela podia passar um rímel também, mas pensou que não seria uma boa ideia imaginando que o molhado da máscara pudesse faze-lo despertar. Esse ato tinha a ver com seu ditado: "Se alguém acorda quando jogam água em sua cara, esse alguém também acordará quando lhe passarem máscara de cílios" Bem pensado, não?

Ela se aproximou e tocou levemente seu cabelo roxo sedoso.

É macio...

Sim, é macio, sim, por isso precisa de alguma coisa que combine com essa maciez toda.

Maciez combina com acessórios de cabelo de menina, sabia?

Fica a dica.

Dawn sorria debochada ao pegar uma presilha rosa na bolsa.

Vai ficar perfeito assim. Depois é só tirar uma foto e chantageá-lo com isso...

Pensei que não era má desse jeito. # chocada.

Enfim....

Era um laço grande e rosa que ela comprou ano passado, quando Dawn e sua mãe passavam em frente a uma loja de noventa e nove centavos.

Agora que fez tudo direitinho, só faltava pôr a fita no cabelinho roxo dele.

Segurou a franja, a pôs para trás, cavou um punhado maior de cabelo,

MAS...


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui! Deixe-me saber o que achou deste capítulo nos coments aqui em baixo e até a próxima!



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