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Capítulo 20
Capítulo 19 — Galeno Aparece em Pessoa


Notas iniciais do capítulo

Olá sz



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— Mudanças de planos?! — Alice resmungou, gesticulando em frente à delegada. — Você está louca?!

Elizabeth suspirou e fechou o notebook. Passou rápido pela garota que a afrontava e seguiu até a porta de madeira torta daquele galpão mofado, abriu-a e observou a rua. O trânsito de pessoas e cachorros abandonados parecia tranquilo, assim como o de carros e motos. As lojas estavam todas acesas iluminando as esquinas e as praças.

— Ficaremos aqui até às sete horas. — Disse Elizabeth, após fechar a porta.

— Está louca? Nossos pais vão enlouquecer se não voltarmos logo, já é seis horas da noite e...

Lydia foi interrompida pelo som alto de seu celular tocando. Ela pegou-o e no visor dizia: Tia Cat.

— É a minha tia. — Lydia chacoalhou o celular em sua mão. — O que vou dizer à ela?!

Alice agarrou o celular das mãos da prima e o atendeu.

— Mãe? — disse Alice, atendendo no terceiro toque.

— Já estamos indo buscar vocês. Ninguém por aqui sabe de nada, a delegada achou algo? Alguma notícia? — A voz de Catarina estava abafada e ofegante, podia se ouvir murmúrios de Henri ao fundo.

— Na verdade, eu, Lydia, a delegada e um policial, estamos indo até Soul. Fiquem em casa nos esperando, chegaremos em breve. — A voz de Alice afinou e sua garganta secou de imediato.

Mesmo sendo uma excelente mentirosa, a garota odiava mentir para seus pais.

— Eu vou dar uma bronca naquele garoto, castigo eterno! Mas que susto. Vocês já sabem a localização exata? — Catarina esfregava as mãos suadas na parede, nervosa.

Houve um silêncio na linha.

— Alice? — Catarina chamou.

— Sim, mãe. Nós temos a localização, acho que é um pouco longe. Vamos demorar algumas horinhas, mas pode ficar tranquila. — Alice suspirou e fechou os olhos. — Temos tudo sobre controle.

— Por favor, não demorem. Eu e seu pai estamos surtando. Eu amo você, querida. — Disse Catarina, com uma expressão aliviada.

—Eu também te amo, mãe. — Alice desligou o telefone.

O entregou para Lydia, que a olhava furiosa.

—Nós não temos controle de nada, Alice! Que dirá uma localização exata do Soul! Meu Deus! — Lydia berrou.

— Parem. Teremos tudo sobre controle logo, logo. Só precisamos esperar o tal presente. — Buckerman disse pensativo, sentado no fundo do local. — Afinal, temos alguma pista do que é?

— Não! Não temos! Por que você estendeu a conversa até esse ponto?! — Alice virou-se para Elizabeth. — Por que o seu plano não deu certo?!

— Ele pareceu não saber quem era Soul ou quem era Alice. Ele negou ter uma irmã. Preciso saber que presente é esse, deve ser isso que ele enviou para todos os outros que morreram. — Disse a delegada, sentando-se em frente ao notebook. — Eu preciso descobrir a causa disso tudo.

Lydia balançou a cabeça negativamente.

—Você quer receber a tal coisa que talvez tenha sido a causa da morte de mais de duzentas pessoas?! Está arriscando nossas vidas! — A morena gritou.

—Eu sei. Mas nós precisamos disso, vocês precisam disso. Conseguiremos chegar ao Soul mais rápido. Afinal, esse presente deve chegar logo, nós marcamos de nos encontrar no site às sete horas, “usando” o que eu receber. — Disse Marsh, fazendo sinal de aspas com as mãos. — Já são mais de seis horas, não deve demorar muito.

Lydia e Alice discordaram em silêncio. Ambas se recolheram ao canto da parede, e sentaram-se no chão. Buckerman estava no fundo do galpão, apoiado em uma lixeira grande e verde, fitando a porta de entrada. Elizabeth andava em círculos e de vez em quando checava o notebook. Não demorou muito para as primeiras gotas de chuva caírem e fazerem um barulho baixo no telhado revestido por metal.

**

Hoje, nem o barulho do relógio fazia diferença para Enzo Monroe. O autor estava em puro êxtase. Não deveria ser considerado um estado de alegria, mas talvez um estado psicótico. Risos, gargalhadas altas e finas. Sua garganta arranhava e seus olhos ardiam, estavam vermelhos. Suas mãos tremiam e seus pés também, seu corpo inteiro estava inquieto. Ele estava sentado em sua cama fria, roçando os pés no chão.

Após alguns minutos de surto, Enzo passou a mão pelo seu colchão e tateou-o até achar um objeto em baixo dele. Um celular. Enzo deu um sorriso e guardou o celular novamente. A porta foi aberta e Sam, um dos enfermeiros responsáveis por Enzo, entrou no quarto.

— Olá, Sr. Monroe. Como se sente hoje? — Sam sorriu, ficando a frente de Enzo. — Hora dos seus medicamentos.

O escritor rosnou baixinho e aproveitou sua proximidade com o enfermeiro e lhe deu uma joelhada em suas “partes baixas”, o que fez o rapaz desequilibrar cambaleando pra trás e derrubando os comprimidos.

— Sr. Monroe!

— Sem mais remédios, garoto. — Enzo levantou da  cama enfurecido, agarrando o enfermeiro pelo pescoço, o prendendo na parede.

Quem poderia imaginar o quão forte um homem louco poderia ser?

Sam tentou agarrar o pescoço de Enzo, mas ele estava sem forças devido a falta de ar. O escritor estava enforcando-o. Então, ele tentou suspendê-lo segurando-o pelo pescoço, os pés de Sam estavam quase fora do chão. Por fim, o enfermeiro desmaiou. Enzo o jogou o no chão e ficou observando o rapaz desacordado e em seguida os despiu – peça por peça— e as vestiu depois.

Agora — relativamente mais calmo — Enzo inspirou e expirou vinte vezes de olhos fechados, e quando os abriu, deu um sorriso irônico e quase sóbrio. Quase.

E em seguida soltou outra gargalhada abafada, pegando seu celular escondido e saindo tranquilamente da sala, vestido como um enfermeiro da clínica. Enzo atravessou os corredores sem dificuldade e quase todo o saguão, quando estava quase saindo, foi reconhecido. Houve gritos como “peguem-no!”, mas infelizmente ninguém ali contava com a rapidez e determinação do escritor insano. Ele corria, empurrando tudo que estivesse a sua frente e enfim, conseguindo atravessar o portão de saída do Instituto Westin Hills, ele abriu seu melhor sorriso irônico, sussurrando para si mesmo:

— Só me falta uma boa xícara de café, não é mesmo, Soul?

**

Uma buzina soou alta e repetitiva do lado de fora do galpão. Chamando a atenção de Alice, que quase cochilava encostada no ombro da prima, que observava as contínuas mensagens que Catarina e Henri mandavam, mas sem respondê-las. Elizabeth levantou-se rapidamente do chão e correu até a porta, e a abriu rapidamente.

Havia um rapaz em uma moto estacionada, com uma caixa média de papelão na mão direita e um celular levado ao ouvido na mão esquerda. A delegada se aproximou — sutilmente — do motoqueiro.

— Não, aqui só tem lojas. Isso aqui é destinado à uma pessoa com um nome específico e peculiar, e nenhum dos funcionários dessas lojas estava esperando uma encomenda. — O rapaz fez uma pausa. — Sim, eu tenho certeza. Essa é a única avenida com nome de RoodsVille em todo o Condado! — O rapaz fez uma pausa novamente, com uma expressão frustrada. — Ok. Estou voltando, chefe.

Após desligar o celular, o motoqueiro praguejou e ligou a moto.

— Ei, espere. — Elizabeth lhe chamou a atenção e se aproximou do garoto.

— Posso ajudar? — Respondeu o rapaz, desligando a moto.

— A quem está endereçada essa encomenda? — A delegada cruzou os braços.

O rapaz pegou o pacote, ergueu-o até a luz e estreitou os olhos para ler o nome no canto da caixa.

AlliVe. — disse o motoqueiro, fazendo uma careta ao ler o nome estranho. — A senhora conhece?

Elizabeth sorriu.

— Muito obrigada. — Ela sorriu e pegou o pacote. — Sou eu mesma.

A delegada tirou um trocado de seu bolso e entregou para o rapaz, que agradeceu e finalmente partiu.

— Que horas são? — Avisou Marsh, colocando o pacote em cima da mesa, abrindo-o. — O presentinho chegou.

Buckerman, Lydia e Alice se aproximaram. Os três inclinaram a cabeça para a mesa, esperando ansiosamente Elizabeth terminar de desempacotar a caixa. E quando isso ela fez, um pequeno pote plástico estava envolvido em uma fita transparente. A delegada retirou a fita e sacudiu o pequeno pacote. Três comprimidos gordos, brancos e redondos faziam barulho dentro do pacote.

— É droga. — Elizabeth sorriu diante do pacote. — Eu sabia.

— Melhor que isso, é PCP. — Buckerman pegou o pacote das mãos da delegada.

— A droga do Soul? — Lydia perguntou de imediato.

— Precisamos de mais provas de que é ele? — Perguntou Elizabeth, retoricamente.

A delegada seguiu até o notebook, e ligou-o. Logo se conectou à sala de bate-papo como AlliVe. Faltavam dez minutos para as sete horas.

— Ei, o que vai fazer? — Perguntou Alice, aproximando-se e ficando logo atrás da delegada.

—Fingir que usei o presentinho dele. Vamos ver onde isso vai acabar. — Disse a delegada com um sorriso irônico.

Elizabeth gostava de se sentir desafiada, ela se estimulava com o perigo e com a adrenalina.

— Gente, não é só isso. — Disse Lydia, erguendo um papel de dentro do pacote e o lendo. — “Aproveite meu presente, estou ansioso para brincarmos mais tarde. Esteja presente no horário que nós combinamos, AlliVe. — Galeno”.

— É outro bilhete?! — Alice arregalou os olhos e se aproximou da prima, grudando os olhos no bilhete em suas mãos. — Essa com certeza não é a mesma caligrafia dos nossos bilhetes, Lydia.

— Com certeza essa não é a letra do Soul. — concordou Lydia, levando o bilhete até a delegada.

Elizabeth passou um olho rápido nele e o deixou de lado.

— Qualquer criança do jardim de infância sabe mudar a sua letra. — Buckerman resmungou de braços cruzados. — Isso não prova nada.

Elizabeth assentiu.

— Eu vou entrar em contato com ele, agora. — Avisou a delegada, entrando na sala privada.

E o relógio bateu sete horas, finalmente.

Galeno: Olá AlliVe, usou o presentinho? Ah, espero que tenha gostado.

AlliVe: Mas é claro. Muito obrigada, Galeno.

Galeno: Ótimo. Ouça atentamente o que vou lhe enviar.

Elizabeth observou no canto da tela, a seguinte frase: gravando mensagem de áudio...

E logo o áudio foi enviado. Elizabeth o reproduziu e todos ficaram atentos ao que ele dizia.

Galeno, mensagem de voz:

 — Olá, AlliVe. Seja bem vinda ao nosso jogo, à nossa brincadeira. Estamos aqui por um motivo em comum. Eu sou Galeno, e você quer viver a minha história. Ouça as minhas palavras com atenção, reproduza seus sentimentos, AlliVe. Faça tudo o que quiser, você está em uma história. Viva ela intensamente.

O áudio chegou ao fim. A voz dele era embriagada, áspera e desafiadora. Alice sentiu sua espinha se arrepiar por completo.

— Não é o Soul. — Alice sussurrou, afagando os próprios braços.

—Vocês precisam de aulas sobre a vida, meninas. Conhecem uma coisa chamada modificador de voz? Sintetizador?! — A delegada exclamou, revirou aos olhos e voltou a se concentrar na sala de bate-papo.

Já havia outra mensagem de voz.

Galeno, mensagem de voz:

— Eu vou ler um trecho do meu capítulo preferido de Cinzas da Morte. Como eu lhe disse, viva. Eu sei que você tem essa vontade. Não negue isso a si mesma. Capítulo 9, parágrafo 4: “Vallaric estava morto. Jogado por cima da mesa do bar, com a mão queimada, desfigurada por completo e havia uma poça de sangue ao seu lado. Amanda, sua mulher, entrou no bar naquela noite. Gritou com a cena que encontrou seu marido. Logo pegou o celular para ligar para a polícia ou para os bombeiros. Uma mão tapou sua boca, a deixou sem ar. Logo a agarrou pelos cabelos, bateu sua cabeça sete vezes contra uma parede cheia de pregos mal colocados. Repito: sete contínuas e dolorosas vezes. Seu rosto estava banhado de sangue, e ela estava quase inconsciente. E então, Galeno pegou uma garrafa de álcool no fundo armário e despejou apenas nas pernas de Amanda e enfim ateou fogo. Deixou as pernas da mulher serem queimadas diante dela, que gritava por socorro. Cansado dos gritos ensurdecedores da negra, ele acertou seu olho esquerdo com um martelo pesado. E logo todo o bar pegou fogo, junto com os cadáveres de Amanda e Vallaric lá dentro. Do lado de fora, Galeno disse: “Vejo vocês no inferno”.

Lydia e Alice tremiam. Os relatos que ouviram eram reconhecíveis, elas se lembraram de já terem lido aquele capítulo antes. Mas aquela voz entrava em suas cabeças, aquelas palavras pronunciadas com aquela intensidade hipnotizante, era insano. Era quase como uma ordem. Uma ordem para elas repetirem cada fato ouvido naquele áudio.

— Buckerman, por favor. Liste os efeitos do PCP. — Pediu Elizabeth ao policial.

— Essa droga propõe um sentimento de euforia e invencibilidade ao usuário. Dando-lhes a sensação de êxtase. PCP foi responsável por muitos suicídios nos anos 60. Então, ele provoca automutilação, convulsões...

— Espere. — Elizabeth interrompeu Buckerman. — Então, ela provoca suicídio? Ah, é isso. Nunca houve contato físico entre o assassino e suas vítimas. Inocentemente, achando que iam viver uma aventura, os leitores de Cemitério das Cinzas adentravam nessa sala de bate-papo. Daí eles recebiam a droga, a usavam, ouviam os áudios do Galeno e se matavam. É por isso que nunca houve pistas de uma segunda pessoa junto com a vítima.

— Ok, você descobriu como o Soul mata essas pessoas. Mas precisamos chegar até ele, rápido. — Alice tinha lágrimas nos olhos e tentava contê-las.

A boca da menina amargurava quando ela tratava de seu irmão como um assassino.

— Se ele é exatamente como eu estou pensando, vou fazê-lo chegar aqui em minutos. — A delegada sorriu novamente, voltando a focar na tela de bate-papo.

Havia outra mensagem.

Galeno: E lá se foi mais uma. A morte é deliciosa.

Poucos minutos depois, o nome AlliVe ganhou um risco.

AlliVe: Não comemore tão rápido, querido assassino. Eu estou aqui.

Galeno: Como pode? Isso não pode dar errado. Nunca deu errado! Era pra você estar banhada de sangue e queimando até as tripas no inferno!

AlliVe: Eu não sou burra. Essa história é um lixo. Cemitério das Cinzas é a pior história que já li em toda a minha vida. E a culpa é sua. Que vilãozinho ridículo! Um covarde. Matando suas vítimas pela internet. Está com medo de nos encarar, Galeno?

Galeno: Vadia, não me desafie. Eu teria o prazer de enfiar minha mão em sua garganta e puxar seu estômago por ela!

AlliVe: Estou rindo de você. Um covarde! Não consegue nem chegar até as vítimas, tem que matá-las online. Ghostface, Freddy Krueger, Jason Vorhees, estão todos envergonhados de ter um assassino como você no nome do terror. Seu fraco. Cemitério das Cinzas é um lixo. Você é um assassino de merda. Lide com isso. Boa noite.

Demorou alguns – angustiantes – minutos para Elizabeth receber a resposta de Galeno.

Galeno: Ah, garotinha. Eu tenho a sua localização. Você acha que está escondida. Um galpão sujo em RoodsVille? Já estive aí também. Não sou covarde. Espere-me, eu estou chegando.

AlliVe: Estou esperando por você.

A delegada desconectou-se da sala de bate-papo e fechou o notebook.

— Ele virá. — Lydia quase perdeu o fôlego.

— Não é perigoso? — Alice apertava os próprios dedos. — Ele é um assassino

— Sim, o matador da internet. Um menino de dezesseis anos. Acho que vou lidar bem em prendê-lo. — Buckerman sacou sua arma. — Ou enviá-lo ao Westin Hills.

Lydia e Alice se entreolharam por poucos instantes. Elas estavam assustadas demais pra falar, e ainda persistiam na ideia de que era impossível que Soul, aquele garoto que conviveu com elas quase a vida inteira, pudesse ser um assassino mórbido e impiedoso.

Elizabeth, junto a Buckerman, se preparavam para prender alguém. O policial estava atrás da porta, segurando firme sua arma, a espera que o garoto chegasse totalmente drogado e fora de si. Elizabeth estava ao seu lado, com uma algema de metal em uma mão, e na outra, uma arma empunhada. Carregada,

— Ei, qual é a Rua do Instituto Westin Hills mesmo? — Lydia perguntou, remexendo no pacote rasgado que chegara embalando a droga.

— Stª Heidi, número 36. — Por um segundo Elizabeth parou de olhar para a porta. — Por quê?

— Por que a droga veio de lá então? — Perguntou Lydia, erguendo o pacote meio rasgado, mas que ainda deixava nitidamente a passagem que dizia que o pacote foi remetido da rua Stª Heidi.

Antes que Elizabeth pudesse argumentar confusamente, a porta se abriu em um estrondo. Revelando uma figura alta e magricela, ofegante, de cabelos loiros molhados pela chuva, e um olhar que varria o local desesperadamente.

— Alice! — ele gritava.

Quando ele a viu, abriu um sorriso torto e aliviado. Antes que pudesse correr até a irmã e tirá-la de lá como queria, alguém por trás dele, segurou suas mãos e as algemou.

— Soul Ashter, você está preso por...

— Por acharem que ele sou eu? — uma nova voz invadiu o salão, entrando pela porta já escancarada.

Uma voz grossa, intimidadora e intensa. Um homem alto, de roupa preta, com uma máscara que vendava os olhos, de cabelo comprido e negro que caía quase até os ombros, os seus dentes amarelados formavam um sorriso irônico e triunfante.

— Olá. — disse o homem, retirando um enorme facão de dentro de sua capa negra. — Eu me chamo Galeno e procuro por AlliVe.

Todos no salão arregalaram os olhos, até mesmo Buckerman, que deu dois passos pra trás, mas ainda erguendo sua arma.

— Chega disso. — disse Soul entre os dentes, balançando a cabeça negativamente, ainda com as mãos presas. — Acabou.

Elizabeth corria os olhos de Galeno para Soul.

— Você não é Galeno? — ela perguntou com urgência para Soul.

O garoto abriu a boca para se explicar, mas fora interrompido.

— Não, ele é apenas o Anonimato. — disse Galeno, apontando para Soul e gargalhando. — Eu sou o assassino. Eu sou o pior pesadelo. E eu quero a vagabunda que me desafiou, eu quero AlliVe!

O homem que trajava a roupa negra como ébano berrou tão alto, que poderia se sentir as paredes balançarem.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem vindo até aqui ♥