Hurricane escrita por Moriah


Capítulo 21
17. Lego House – Bônus (Carter)


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei, sim? Mas não prometo postar em dia ainda.
Terminei o capítulo ontem de madrugada, por isso relevem todos e quaisquer erros, porque eu estava meio que dormindo.
Apesar de ter terminado o capítulo ontem, eu comecei ele algum dia que eu não lembro qual, por esse motivo me perdoem se ao longo do capítulo o foco mudar.
Postando agora na correria, por isso a preguiçosa aqui não irá corrigir os erros.
Espero que gostem sz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617639/chapter/21

.

Lego House – Bônus

Casa de Lego - Carter

.

And it's dark in the cold December

E está escuro no frio de dezembro

But I've got you to keep me warm

Mas eu tenho você pra me manter aquecido

If you're broke then I will mend ya

Se você estiver quebrada, eu vou te consertar

And keep you sheltered from the storm that's raging on now

E te manterei protegida da tempestade que está soprando agora

 

I'm out of touch, I'm out of love

Estou sem saber de você, estou sem amor

I'll pick you up when you're getting down

Eu vou te levantar quando você estiver ficando pra baixo

And out of all these things I've done

E apesar de todas as coisas que tenho feito

I think I love you better now

Acho que amo mais você agora.

— Ed Sheeran, Lego House.

.

.

Não conseguiu se controlar, olhou para o lado de fora do escritório outra vez, não importava o quanto aquilo só aumentava sua raiva, tinha necessidade de saber até quando os jornalistas ficariam trancando a entrada da empresa. Ouviu batidas na porta e estranhou pela pessoa não entrar, não era Sandy, sua secretária, ela sempre batia duas vezes e entrava, não era Carla porque a mesma já se achava dona do prédio e nem bateria, mas se não era nenhuma das duas, quem conseguiria passar sem ser anunciado? Respirou fundo e se sentou na sua cadeira de couro, murmurou um entre que por algum milagre foi escutado.

O cabelo loiro estava desarrumado, a roupa toda amassada e com toda a certeza aqueles óculos escuros escondiam olheiras. A figura pálida como um fantasma fechou a porta vagarosamente.

— Pensei que não te veria tão cedo — Carter fala, revirando os olhos.

— Sabia que ficaria com saudades, então aqui estou — Maxon comenta, indo até a parede de vidro e olhando para a multidão lá em baixo.

— Eu ficar com saudades de você? — Carter ri e ergue uma sobrancelha, por mais que tentasse, não conseguia se irritar com Maxon.

— Eu que não seria, convivo comigo todos os dias, mas te entendo, sou um ser humano incrível.

Carter respirou fundo, bem fundo. Quando pessoas normais se sentem culpadas, elas se isolam, pois estão tristes e então procuram formas de se redimir, mas quando Maxon é essa pessoa, ele vai até você e começa a se elogiar. Começa a tentar levantar o próprio ego, pelo simples fato de que está se sentindo um lixo e não sabe como explicar isso. Levou anos para Carter entender que Maxon não era como as outras pessoas.

— Achei que você teria a decência de não aparecer na minha frente hoje.

— Só hoje? — pergunta e Carter bufa cerrando os olhos.  — Você espera muito de mim — o loiro se senta na cadeira de frente para Carter.

— Não me venha com seu falso desdém Schreave.

— Então não dê uma de Clarkson para cima de mim, Carter.

O silêncio reinou por longos minutos.

— Eu liguei para ela.

Maxon quebra a parede fria que parecia estar separando ele do amigo, se ajeitando na cadeira e tirando os óculos escuros. Carter estava certo, as olheiras estavam horríveis.

— E ela atendeu! — O loiro parecia confuso. — Eu esperava ouvir ódio e rancor, eu respirei fundo e me preparei para ouvir sermões enormes e adjetivos ruins sobre a minha pessoa, mas ela perguntou como eu estava.

— Ela é America Singer. E é isso que mais me deixa irritado com você — Carter fala. — Você simplesmente não pode brincar com ela, Maxon. Há milhares de mulheres lá fora para você machucar, mas você envolveu logo ela nessa droga que é a sua vida.

— Obrigado — Maxon exclama amargurado. — Sua sinceridade me comove. Agora me diga algo que eu não sei. Porque que ela não merecia estar estampada em milhares de revistas de fofocas ao meu lado não é novidade.

— O que ela te disse?

— Depois de perguntar se eu estava bem? Disse que não sabia que tinha uma pintinha de nascença e que foi graças a uma das revistas que descobriu. Eu não sei dizer se ela estava fazendo piada com a minha cara ou se realmente achou interessante.

— Ela está tentando levar tudo na maior naturalidade. Hoje de manhã quando eu sai ela estava olhando um filme da Disney e havia tirado o telefone da tomada. Também desligou o próprio telefone e fechou todas as janelas.

— Bem, então está tudo bem, não está? — Maxon forçou um sorriso esperançoso.

— Você por acaso leu o que estão falando sobre ela?

— As pessoas falam muito do que não sabem.

— As pessoas falam muito do que veem. As vezes elas nem sabem o que realmente viram, mas viram e isso já é o suficiente para que saiam falando. Não é o bastante, mas elas viram.

Maxon suspira.

— Só não quero que você comece algo sem ter resolvido seus outros problemas.

— Isso foi uma insinuação de que eu só faço problemas?

— Não disse isso.

— Eu acho que você está exagerando, conheço a Singer a pouco tempo e você também, devia parar de agir como se fosse pai dela e como se eu fosse o tipo que se apaixona rápido.

— Você tem um tipo? — Carter finge espanto. — America me lembra Ruth.

Ruth era a meia irmã de Carter, morreu com leucemia, quando tinha 27 anos. Aquilo machucava bastante ele, pois eram muito ligados, mas Carter acaba sempre sorrindo quando se lembra dela, pois apesar da doença, era uma garota feliz e disposta a fazer todos se sentirem bem perto dela.

— Só não a machuque, resolva as coisas com Kriss.

— O que eu devo fazer para convencer você que eu não tenho nenhum sentimento amoroso pela babá dos meus filhos?

— Em nenhum momento eu disse o jeito que você não deveria machucar ela. Amigos também machucam uns aos outros. Eu acho que você está com a consciência pesada, mas por que estaria se, afinal, não sente nada?

Maxon cerrou os olhos para o amigo, levantando da cadeira e começando a andar pelo escritório.

— Não seja babaca, esse papel é meu.

— O que eu estou dizendo é que você é assim — Carter faz um sinal com as mãos apontando para Maxon —, você se aproxima como um jogo e acaba se enrolando demais para finalizar a ultima jogada, quando vê se apegou, mesmo que não admita. Você ignora seus problemas e fica os acumulando até que precise muito resolvê-los. Porque você tem medo.

— Carter...

— É seu jeito de se defender e eu entendo isso, mas você transforma as pessoas em problemas, arrasta elas para dentro da sua vida como o mar que as leva até a areia quando estão se afogando, apenas para puxar com mais força para o fundo. É o que você faz e eu não vejo problema nenhum em você se defender da sua maneira, só que nem todo mundo que te cerca sabe nadar. Nem todo mundo gosta do mar.

— Vamos mudar de assunto. Já que você sabe tanto sobre ela, o que acha se eu mandar uma sexta de café da manhã, como desculpas para ter a envolvido em um pequeno escândalo?

— Não seria melhor se você a convidasse para jantar?

— É, seria. Mas acho que ela riria e faria alguma piada. Ou talvez se irritasse achando que eu estou confundido trabalho com vida pessoal. — Maxon responde e então completa: — Aquela mulher é bipolar, tem fases e eu nunca sei o que esperar. Não quero ser chutado por telefone.

— Você é o quê? Maxon Schreave ou um rato? — Carter estava se divertindo, qualquer requisito de raiva havia sumido.

— Nesse caso eu sou um rato chamado Maxon Schreave — o loiro responde sério, encostando-se à porta.

Carter se levanta, suspirando.

— Eu preciso ir, marquei de almoçar com Marlee hoje, vou levá-la no restaurante favorito dela.

Maxon concorda enquanto vê o amigo pegar suas coisas e ajeitar o paletó.

— Kriss me ligou. Quer falar comigo — Maxon comenta enquanto saem da sala.

— E você vai?

— Vou.

— Esqueça o que te esqueceu Schreave — aconselha o amigo.

— Ela que me chamou, então eu ainda não fui esquecido. Me deseje sorte.

— Toda para você. — Carter fala.

Ambos entram em um elevador e começam a conversar sobre alguns problemas que estavam tendo com os patrocinadores da nova propaganda da empresa. Despedem-se no estacionamento, seguindo cada um para um lado.

***

Ali estava a mulher por quem se apaixonara. Ela falava bastante, quase sempre sobre outras pessoas e os problemas dessas outras pessoas, não era fofoca, era compaixão, parecia sempre estar a procura de ajudar alguém. Carter sorriu para ela enquanto a mesma falava sobre o problema em que America havia se metido. A loira já havia comentado com o namorado sobre como se sentia no dever de ajudar os outros e isso se dava, provavelmente, ao fato de que nunca faltou a ela as pequenas e essenciais coisas, não dinheiro, mas amor, carinho e educação. Valores. É claro que ela nunca passou fome, mas nunca teve o suficiente para poder comprar o que quisesse.

— Passou a tarde trancada no quarto! Não fala mais do que três frases a cada duas horas. — Marlee suspira, ajeitando o cabelo loiro e bufando em seguida — estou preocupada.

— Sério? — Carter solta ironicamente, sem perceber. O olhar que a loira o lançou fez ele rapidamente coçar a cabeça. — Brincadeira. Acho que devemos dar espaço a ela, America já está sendo sufocada pelos jornalistas, acho que devemos cuidar para não sufocá-la dentro do apartamento também.

— Eu só quero ajudar — se defende.

O garçom se aproxima deixando os pedidos e desejando um bom almoço.

— Eu sei que quer, mas talvez ela não entenda. Talvez só queira ficar sozinha. É por isso que as pessoas se isolam dentro das próprias casas. Mesmo com as melhores das intenções em momentos como esse  cercá-la demais  só atrapalha.

— Sinto que está me julgando Carter — comenta antes de dar a primeira garfada.

— Não estou, apenas quero que a entenda. Deixe America sozinha e quando ela quiser companhia, virá te procurar. Não tem como sentir falta de um ombro amigo quando ele está o tempo todo sendo oferecido.

Marlee pensa um pouco.

— Tem razão. Desculpe. Só falei dela o dia inteiro — revira os olhos como se percebesse quão estúpida estava sendo. — Como estão as coisas na empresa?

— Clarkson me ofereceu um mês de férias. O que acha?

— Isso é ótimo! Vai aceitar?

— Vou, infelizmente estamos tendo uns problemas com patrocinadores, por isso só poderá ser mês que vem. Tudo bem?

— Claro! E para onde vamos? — Marlee parecia realmente animada.

— Estava pensando em te levar para conhecer meus pais.

— Sério? — os olhos verdes da loira brilhavam e Carter não segurou a risada. — Está falando sério Woodwork?

Ouvir seu sobrenome sendo pronunciado pela loira a sua frente fez que, por um momento, ficasse desnorteado. Ali estava a garota a qual quase desistiu, a garota que quase pertenceu a outro homem, a garota que, por muito pouco, pode finalmente parar de chamar de Tames e chamar de vida.

— Estou falando sério Tames, mas se você não quiser enfrentar os sogros, vou entender.

— Eu quero — ela concordou sorrindo. — Muito.

Depois disso a conversa foi dada a planos para a viagem e Carter contando como era sua cidade natal, logo começando a contar historia de quando era pequeno. Satisfeito por ter lutado pela mulher na sua frente. Decidido a nunca mais sequer pensar em perdê-la.

***

Eu sei que provavelmente deveria te deixar ir embora agora. Seguir em frente, encontrar outra pessoa, constituir uma família e ser feliz. Também sei que é possível amar outra pessoa como te amo, ou até mais. Mas me conheço bem o suficiente para saber que não agüentaria uma noite sequer sabendo que você foi embora sem que eu tentasse uma ultima vez. Então se eu tiver chance, uma mínima e pequena chance, me de mais do que sinais, porque sou idiota e jamais os entendo. Fique. Esqueça os medos, apenas fique e eu vou saber que há uma pequena chance de ser feliz ao seu lado. Se você ficar, vou lutar para merecer estar ao seu lado. Porém se você for, provavelmente vai me magoar bastante, mas prometo seguir em frente e espero que faça o mesmo. Espero que encontre alguém que te mereça e espero que você mereça essa pessoa também e que sejam extremamente feliz, porque eu serei, seja com quem for. Só que, de verdade, eu realmente gostaria que fosse com você.

.

.

“I'm gonna paint you by numbers, and colour you in

Eu vou te pintar por números, e te colorir

 

If things go right we can frame it, and put you on a wall

Se as coisas derem certo nós podemos te emoldurar e colocar numa parede

And it's so hard to say it, but I've been here before

É tão difícil dizer, mas eu já estive aqui antes

Now I'll surrender up my heart, and swap it for yours

Agora vou entregar meu coração e trocá-lo pelo seu

I'm out of touch, I'm out of love

Estou sem saber de você, estou sem amor

I'll pick you up when you're getting down

Eu vou te levantar quando você estiver ficando pra baixo

And out of all these things I've done

E apesar de todas as coisas que tenho feito

I think I love you better now

Acho que amo mais você agora.

— Ed Sheeran, Lego House.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu também estou postando essa historia no Spirit, quem quiser fazer uma continha lá pra gente conversar pela timeline, fique à vontade.
E quem quiser recomendar mesmo depois dessa demora monstro, isso me ajuda a ter inspiração, porque me deixa feliz.

Twitter: https://twitter.com/Fubies

Ask: https://ask.fm/Fubies

Spirit: https://spiritfanfics.com/perfil/mr-bean

P.S: A pessoa mais pedida para ter o bônus foi a Eadlyn, mas ela já vai ter um destaque na fanfic, então fiz da segunda mais pedida, no caso o Carter. Inicialmente eu ia pegar uma situação e escrevê-la pelo olhar dele, mas gente, não resisti, altas pistas de como Marlee e Carter se conheceram porque, sim, eu queria deixar vocês curiosos ijasijasjs u.u



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hurricane" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.