Passado Sangrento - Ketsueki Kako escrita por Ben Numenjadaí


Capítulo 3
#3 - A Explicação de Hiruzen


Notas iniciais do capítulo

"Mya se aproximou mais e beijou a testa de seu irmão carinhosamente. Michigawa ficou levemente envergonhado."

Terceiro capítulo! Está sendo muito interessante desenvolver a relação de Michigawa e Mya. Se eles não fosse irmãos, com certeza ja teria gente shippando os dois. Calma calma, Michigawa já tem... (SPOILERS)

Boa leitura tebayo!



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Danzou Shimura caminhava nos arredores de Konoha, até chegar ao Monumento dos Hokages. Lá, ele encontra uma figura já conhecida por ele. Era um encontro com o Sandaime Hokage, Sarutobi Hiruzen. Hiruzen usava o traje típico dos Hokages. O chapéu vermelho e branco, assim como as vestes, que eram das mesmas cores.

– Danzou. – Saudou Hiruzen com a voz cansada.

– Velho. – Respondeu de volta Danzou.

Danzou notou que Hiruzen fumava uma espécie de cachimbo.

– Então você descobriu. – Disse Hiruzen.

– Na verdade me foi contado. Mas não lhe direi quem.

Hiruzen fechou os olhos por um momento. Quando os abriu, viu a velha expressão doentia de Danzou, olhando para ele.

– Enviar um esquadrão da ANBU em uma missão suicida, e ainda sem me contatar nada. – Começou a dizer Danzou irritado.

– Os membros da ANBU, servem a todos. São feitos para obedecer às ordens que lhe são transmitidas. – Respondeu Hiruzen com sagacidade.

– Então é assim? Como se sentiria se eu enviasse Jounnins sobre o seu comando em uma missão suicida na Vila da Pedra?

– Eles não foram sozinhos. Parece que você valoriza mais esses seus soldados do que a própria família. De qualquer maneira, todos devem estar bem. O Clã Homatsu está encarregado da missão, junto com a sua preciosa elite.

Danzou ficou calado. Hiruzen tinha razão. O Clã Homatsu é antigo e muito poderoso, e foi um dos primeiros a se estabelecer em Konoha, junto com os Senju, os Uchiha e posteriormente os Sarutobi. Danzou invejava e ao mesmo tempo admirava os poderes do Clã Homatsu. Havia a muito tempo que tentara convencer um dos filhos de Hozaku para se juntar a ANBU. Mas todos recusaram com furor. “Um desperdício de talento” pensou Danzou na época.

– Ainda sim, quero uma explicação. – Disse Danzou relutante.

– Tudo bem. Como membro do conselho você deve saber. Dez dias atrás chegou uma mensagem para nós. Ela continha uma informação.

Hiruzen baforou seu cachimbo e continuou:

– A informação era que Hozuki Kyoto, o Assassino da Névoa fora capturado pelos ninjas da Vila da Pedra. E estava sendo escoltado para uma prisão de segurança máxima. Não tão distante de Konoha.

– Capturado? O Kyoto? Impossível. Além do fato de que escoltar o ninja mais perigoso da Vila da Névoa para um esconderijo qualquer é arriscado. A Vila da Pedra sabe que temos vigiado a fronteira. – Duvidou Danzou.

– Hozaku Homatsu teve essa mesma dúvida. Então eu decidi enviar Michigawa para averiguar. Ver se realmente se tratava de Kyoto. Se fosse confirmado, Michigawa tinha ordens para captura-lo e trazer para cá.

– Aposto que Hozaku não deixou seu precioso filho ir sozinho. – Adivinhou Danzou.

– Não mesmo. Hozaku tem toda a paternidade que lhe faltou ao seu Pai. A família Homatsu inteira foi junto com Michigawa. Por segurança, enviei o esquadrão da ANBU também.

Danzou grunhiu.

– Era o Kyoto?

– Sim. Michigawa confirmou as nossas suspeitas. Era o Kyoto. Agora vem a parte estranha: Kyoto estava sendo escoltado apenas por dois Jounnins.

– Dois Jounnins? Onooki enlouqueceu de vez? – Gritou Danzou.

– Talvez não. Ele deve ter feito aliança com alguém.

– Quem se atreveria de estar naquela fronteira sangrenta?

– Isso é algo que requer investigação. Logo que Hozaku chegar, eu irei convocar o conselho para podermos debater o assunto. Mas, ignorando esse fato, parece que a captura de Kyoto foi bem sucedida. Hozaku já está retornando para a Vila.

– Hiruzen. A captura de Kyoto é um grande feito. Mas o fato de ele estar apenas sendo escoltado por dois Jounnins é intrigante. Temos que ter certeza de que é Kyoto antes de convocar o conselho. Entregue-o para mim.

Hiruzen baforou novamente.

– Tudo bem. Certifique-se de que realmente é Kyoto e me contate imediatamente.

– Sim...

Danzou e Hiruzen não era dois velhos estúpidos. Hiruzen sabia que Danzou já estava á quem da missão de Michigawa. Tudo não passava de uma grande mentira. O Hokage tinha muitas suspeitas em relação ao antigo amigo. Rumores de que estava criando uma ramificação secreta na ANBU, chegavam aos ouvidos dele todos os dias. Ele pretendia investigar Danzou. Mas para isso, não precisaria despertar as suspeitas dele. Era um jogo de sagacidade...

A tropa enviada à fronteira retornava para Konoha na maior velocidade possível. Hozaku olhou para a caixa que estava nas costas do Goki e comentou em voz alta:

– Essa missão foi muita arriscada. Tivemos muita sorte.

– Sorte? Devo concordar com você papai. – Disse Karui.

– Eu também. Se o Kyoto estivesse em plena forma, todos nós estaríamos mortos há muito tempo. – Concordou Michigawa.

– Mas de onde vem toda essa negatividade?

Michigawa olhou para trás e viu que era a sua mãe que falava. Hoshino Homatsu era linda. Tinha longos cabelos marrons e sua expressão era doce como uma cereja. Trajava as mesmas roupas que os Jounnins de Konoha usam.

– Às vezes eu acho que vocês esquecem quem vocês são de verdade. Deveriam ter mais confiança em si mesmo. – Continuou ela.

– Tem razão mamãe. Michigawa que é o negativo da família.

Outra voz vinda de longe alcançou os ouvidos de Michigawa. Era Mya, que via de encontro com a Tropa Hozaku. Dos filhos de Hoshino e Hozaku, Mya era a única que era mulher. Seus cabelos eram vermelhos e ela carregava uma linda expressão. Ela também usava o mesmo colete que a mãe usava.

– Não sou negativo. Sou apenas realista. – Respondeu Michigawa um pouco desconfortável com a irmã.

– Estão todos vivos. Isso é bom. Não é? Meu querido irmão. – Disse Mya se aproximando de Karui.

– Sim. Michigawa fez um pouco de barulho e quase atraiu a Vila da Pedra inteira atrás de nós.

– Esse meu irmãozinho tolo. – Disse Mya virando-se para medir Michigawa com seu lindo sorriso.

– Hum... – Bufou Michigawa.

– Mya, foi o Hiruzen que te enviou até nós? – Perguntou Hozaku.

– Sim. Ele tem ordens especificas para cada um de vocês. A primeira ordem é que levem Kyoto imediatamente para as equipes médicas. Ele vai encontrar você lá papai. Karui, você deve se juntar à uma tropa de reconhecimento ao sul de Konoha. Parece-me que houve certa atividade da Vila da Névoa naquela região. A Tropa ANBU deve se encontrar com a múmia velha. Mamãe, você deve ir comigo para se encontrar com a Kushina – San, no lado oeste de Konoha. E por fim, Meu Irmãozinho, você deve ir ao Vale do Fim, encontrar com o seu novo time.

Michigawa não respondeu imediatamente, pois sabia que todos o observavam pelo canto do olho.

– Droga, terei que lembrar tudo que o Sensei me ensinou. Mas afinal, de quem foi essa ideia? – Disse ele fingindo que se importava.

– Não me pergunte. Só estou transmitindo as ordens. – Respondeu Mya.

Michigawa observou a irmã longamente. Ele ainda se lembrava dos tempos de Gennin. Apesar de algumas memórias não serem boas. Comandar um time, não era o estilo de Michigawa. Ele gostava de realizar missões sozinho ou com o seu irmão Karui. Ter um time de crianças o deixava bastante incomodado. Mya devolveu o olhar ao irmão com um sorriso sarcástico. Michigawa notou que ela estava radiante, apesar de não demonstrar. Parecia feliz em ver a todos, mas principalmente o irmão. A discussão que eles tiveram estava bem fresca na memória de Michigawa.

– Capturei o Assassino da Névoa sozinho, Mya. O que tem a dizer sobre isso? – Disse ele em tom provocativo.

– Meus parabéns. Vamos comer Dangos mais tarde? – Respondeu ela se aproximando do irmão.

– Tudo bem...

Mya se aproximou mais e beijou a testa de seu irmão carinhosamente. Michigawa ficou levemente envergonhado.

– Eu não entendo vocês. É sério – Disse Karui.

– Isso é amor, Karui. – Falou Hoshino sorrindo.

– Já que ela não está aqui em Konoha, eu tenho que cumprir esse papel. – Disse Mya.

Todos em volta riram. Michigawa sabia do que eles estavam falando. Encabulado ele apenas disse:

– Pai, me avise quando Kyoto acordar. Tenho que encontrar meus Gennin’s.

Michigawa então desaparecia em frente aos olhos de sua família.

– Hozaku. Isso você não me contou. – Falou Hoshino logo que Michigawa desaparecera.

– Foi ideia da Mya. E também, já está na hora de ele superar esse trauma.

Mya ainda estava rindo com Karui, mas ao escutar a conversa do pai e da mãe, disse com certa altivez:

– Sim já está na hora. Vai fazer bem a ele.

– Mya. Você teve notícias dela?

Mya abriu um sorriso que ia de orelha a orelha.

Michigawa se materializava na estátua de Uchiha Madara. Ele olhou o vale inteiro em busca de seus aprendizes. Até que os encontrou. Os três Gennin’s estavam sentados na cabeça do Hashirama Senju. Michigawa então se materializou na cabeça do Shodaime Hokage. Os Gennin’s se viraram assustados com a repentina aparição. Michigawa olhou para eles e sorriu. Logo ele começou a se apresentar:

– Meu nome é Michigawa Homatsu. E apesar de não estar vestido de acordo, eu sou um Jounnin. É que ocorreram certos problemas na fronteira e eu tive que me disfarçar. Bem, me parece que a partir de agora eu serei o Sensei de vocês três. Vocês terão que obedecer as minhas ordens e prestar atenção nas minhas recomendações. Fui claro?

– Sim. – Responderam os três Gennin’s em coro.

– Muito bem. Agora preciso saber os seus nomes. Começando por você.

Michigawa apontava para a única garota do grupo. Uchiha Taji tinha cabelos negros e longos, mas estavam presos. Sua roupa era azul escura e Michigawa pode ver o tradicional protetor de testa de Konoha, amarrado em seu braço esquerdo. No braço direito na altura do ombro, estava o símbolo do clã Uchiha.

– Meu nome é Uchiha Taji. Prazer em conhecê-lo, Sensei.

Michigawa sorriu para ela e olhou para o menino que estava em seu lado. Este tinha os cabelos negros espetados e olhos cansados como Michigawa pode perceber. Suas vestimentas eram pretas e brancas.

– Meu nome é Joosukke Shimura. Não é um desprazer conhecê-lo.

“Shimura? É o Clã do Danzou. Isto pode ser interessante.” Pensou Michigawa.

– Também não é um desprazer conhecê-lo, Joosukke.

Michigawa se virou para o terceiro e último Gennin. Era praticamente o próprio Hiruzen jovem. A mesma expressão audaciosa e o corte de cabelo idêntico. Usava roupas vermelhas e ostentava com orgulho o protetor de testa.

– Eu sou Jensen. Sarutobi Jensen.

Michigawa observou os três com um leve sorriso. Aquilo lhe trazia lembranças.

– Espero que possamos trabalhar em harmonia. Com certeza será muito divertido. Espero acompanhar o desenvolvimento de vocês até se tornaram Jounnin’s.

Os três assentiram positivamente com a cabeça.

– No momento, nosso objetivo é nos conhecer melhor. Conhecer nossas capacidades e até onde nós poderemos ir. Não vai demorar muito para o Exame Chunnin. Eu quero vocês preparados até lá.

– Michigawa-Sensei. Nós iremos fazer parte da guerra? – Perguntou Taji timidamente.

Michigawa suspirou levemente. Era bem provável que seu time seria enviado em missões para alguma fronteira sangrenta. Ele ainda precisa de tempo para se adequar à nova posição.

– Como dever de todo Shinobi.

Taji baixou os olhos.

– Sensei, não se preocupe comigo. Vou mostrar toda a minha capacidade. Os inimigos de Konoha irão tremer quando souberem que estou no campo de batalha. – Disse Jensen com altivez.

– Idiota. – Chiou Joosukke.

– Shinobi’s não tem orgulho de suas capacidades, Jensen. É algo que pode acabar te matando no campo de batalha.

Jensen ainda tinha o olhar confiante.

“Será que o Tobirama-Sama passou pela mesma coisa com o Velho Hiruzen?”

– É um lugar bem peculiar que a minha irmã escolheu para nosso encontro. Vocês sabem a história desse Vale?

Todos assentiram. A história do Vale do Fim, talvez a mais famosa de todas as histórias. O local onde Hashirama Senju e Uchiha Madara travaram uma batalha até a morte. O lugar antigamente era uma grande floresta e se tornou um Vale após a batalha. Em homenagem aos dois Shinobi’s e relembrar esse momento histórico, o povo de Konoha ergueu duas estátuas colossais.

“Mya está querendo me dizer alguma coisa. Se eu bem a conheço. Depois irei questioná-la...”

– Eu me pergunto, o que o meu Sensei pensou quando viu eu, e meus amigos pela primeira vez. Bem, isso não importa mais agora. O problema é que eu terei que lembrar de tudo que ele me ensinou. - Disse Michigawa rindo.

END OF CHAPTER


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Notas finais do capítulo

“Será que o Tobirama-Sama passou pela mesma coisa com o Velho Hiruzen?”

Já terminou? Não se esqueça de conferir o Capítulo 4 tebane!



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