Invisível escrita por Dama do Caos


Capítulo 7
Fire starter


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Chapter 6

Sou uma durona, pulando do trem em movimento

Sou Jane Bond, deixando todos os caras envergonhados

Sou um coringa, e vou roubar o seu jogo

É melhor tomar cuidado

Jace adentrou o ginásio e era como se o centro de gravidade do ambiente tivesse se deslocado para ele. Estava furioso quando avançou pra cima de Raphael, estava insano enquanto destruía o rosto perfeito do moreno, estava incontrolável quando tentaram pará-lo.

— Seu covarde, imundo! – Os berros do dourado fez Santiago recuar confuso e desesperado buscando inutilmente limpar o sangue que escorria em jatos de seu nariz quebrado. Jace se debatia irado tentando se livrar do time que o imobilizava.

— Seu lixo desgraçado! Você vai pagar caro, muito caro por ter machucado ela filho da puta. – A confusão teria tomado proporções irremediáveis não fosse a intervenção dos treinadores.

— Os dois na minha sala. – A voz da diretora soou fria e os dois garotos foram obrigados a seguir atrás dela, com Santiago mantendo uma distância considerável de Jace que se debatia descontrolado. O estrago estava feito.

—----

Clary estava tentando se lembrar de quando exatamente teve coragem de estar onde estava agora. Sorriu mais uma vez aquela tarde das gracinhas de Alec e balançou a cabeça negativamente.

— Mas é sério Clary! Dá um desânimo do cão, chegar na escola e ver que ninguém tem uma bunda decente. – Clary discordou. – Ah não Alec, uma ou outra tem sim. – Alec girou os olhos teatralmente.

— Ah, mas são bem poucas. Dá até vontade de dizer “uau, olhem só essa bunda! Observem essas nádegas!” de tão raro que é. – Ambos riram em uníssono. Alec Lighwood não valia nada. Mas tinha convencido-a a passar à tarde com ele, trocando “conhecimentos escolares”, como ele disse a sua mãe Jocelyn. A ruiva mais velha ficou tão assustada e surpresa, que praticamente arrastou Clary para fora de casa. Ela nem fez esforço para esconder o sorriso que iluminava seu rosto tão belo quanto o de Clary, Alec observou.

E agora eles estavam ali conversando. Clary sentiu seu coração se aquecendo, porque mesmo apesar da falta de jeito para se relacionar, ela se sentia tão bem naquele lugar. Alec se sentou no piano e deu um tapinha ao seu lado convidando-a a se juntar a ele.

Izzy entrou na mansão onde morava arrastando Jace a ponto de explodir de raiva. Por culpa desse delinqüente não pôde procurar a garota que tinha ajudado-a mais cedo. Afinal, ela era uma Lighwood, e Lightwood’s não ficam devendo nada pra ninguém. Mas essa desculpa não estava convencendo nem a si mesma mais. Ela queria vê-la de novo, sentir se era real. Bufou de irritação. Se esperasse até amanhã poderia nunca mais encontrá-la. Fechou os olhos por alguns instantes cogitando a idéia de ter tido uma alucinação ou algo assim, e sentiu-se ficando triste pela possibilidade.

— Izzy. Me desculpe, eu não achei que a velha ia te obrigar a me “acompanhar” até em casa. – Jace começou, mas foi interrompido por um gesto de mão de Izzy pedindo silêncio. Seguiu-a instintivamente em direção ao andar superior de onde podia ouvir o estilo característico de Alec tocar piano. Eles não ouviam esse som há muitos anos. E perceberam que não eram os únicos, colados a porta estavam o Sr e a Sra Lighwood, esta última com os olhos cheios de lágrimas. O antigo e querido Alec, estava voltando.

Ele começou a tocar. E tocou de uma maneira tão intensa, que Clary jurou sentir cada vibração das teclas no mais íntimo de sua mente. Alec estava de olhos fechados como se estivesse em um mundo só seu, onde os problemas não existiam e as pessoas nunca iam embora.

Ele não queria que Clary fosse, queria que ela ficasse ali pra sempre. Mas ele tinha medo. As pessoas sempre iam embora. Abriu os olhos surpreso quando sentiu uma mão delicada se juntar a ele deslizando pelo teclado. Como uma profissional, Clary tocou um conjunto de notas que Alec imediatamente reconheceu e acompanhou com a mão esquerda. (A música é esta aqui queridos leitores. Nessa versão mesmo e com essas vozes: É indispensável que vocês escutem ela..>https://www.youtube.com/watch?v=a2RA0vsZXf8)


Eu estava no alto e parecia que estava no porão

Número um e agora ela encontrou o seu substituto

Eu juro que agora eu não aguento

Sabendo que alguém está com o meu amor

E agora que você não está por perto, não posso pensar

Devia ter pedido, devia ter comprado aliança

Pois eu ainda consigo sentir no ar

E começaram a cantar, cada um perdido com seus próprios pensamentos. Talvez por isso que abriram os olhos tão assustados quando ao término da canção ouviram palmas. Na soleira da porta sua família os encarava estupefatos, e encantados. Allec riu meio desconcertado e virou-se para a garota ao seu lado.”Ele” estava olhando pra ela. Estava tão envergonhada que poderia derreter ali. Alec passou um braço por seus ombros e deu-lhe um beijo estalado na bochecha.

— Pessoal, essa é a Clary. – E dirigindo o olhar a sua mãe – Ela é a boneca humana que lhe falei Mamãe. – A Sra Marise correu ao encontro dos dois.

— Oh querida! Obrigada. Obrigada.. – Ela sussurrava abraçando e enchendo o rosto da menor de beijos, que não estava entendendo nada. Só o Anjo sabia o quanto Marise tinha rezado por esse dia.

O brilho no olhar do seu menino estava de volta..

O bom momento foi interrompido por Izzy que tirou a mãe de cima de Clary e segurou ambas as mãos da ruiva tímida. – Então você se chama Clary. – Esta baixou os olhos para suas mãos seguradas com as de Izzy.

— S-sim. Eu. Me desculpe por hoje mais cedo. – Sua voz não passava de um sussurro. – Eu quem deveria me desculpar, por ter demorado tanto tempo pra descobrir o nome da minha heroína. – Deu-lhe um beijo no topo da cabeça sorrindo e puxou-a para seu quarto falando sobre infinidades de coisas que fariam juntas, aos protestos de Alec. Claro.


Quando estou dirigindo, cara, eu juro

Eu vejo o rosto dela a cada curva

Tento acabar com o meu disfarce, posso deixar queimar

E espero que ela perceba

Que ela é a única que eu desejo

Eu sinto falta dela, quando é que vou aprender?

Jace ficou sem saber o que fazer. Sentia o próprio corpo arrepiado dos pés a cabeça depois de ouvi-la cantar de forma tão angelical, tão.. Clary. Sim, ele passara a atribuir a “clary” tudo que era perfeito ou encantador demais para ser descrito. Mas ela tinha ignorado-o. Fingiu que não o conhecia. Fechou as mãos em punho e deu meia volta da soleira da porta onde se encontrava.

Ninguém ignora Jace Herondale.


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