Um mês de desespero escrita por Leon Yorunaki


Capítulo 30
XXIX: Eruption


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente peço desculpas para quem esperava por um capítulo maior depois de três semanas. Um dos motivos foi uma tendinite na mão direita que me travou por quatro dias nos quais não consegui sequer ir trabalhar, sem poder segurar uma caneta ou usar um teclado de computador.

Questões de saúde resolvidas, tinha preparado bem mais do que isso. No meu caderno eu tinha feito bem mais do que isso. Mas na hora de digitar achei melhor por refazer toda a segunda metade. E considerando a dificuldade que estou tendo com essa parte, achei por bem dividir o que seria um capítulo para ser postado separadamente; considero isso melhor do que atrasar mais uma semana pra dar a vocês um capítulo.

O lado bom? Não devo demorar a concluí-lo, e irei colocá-lo no ar já na semana que vem.

Problemas logísticos a parte, vamos para a parte que interessa!



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Himiko hesitou, a pequena fresta que abrira da porta como que lhe encarando. Não esperava ouvir aquela voz novamente; não quando nunca chegou a confiar na professora que Norman supostamente contratara. E a presença de Ravena na sala privativa do chefe era suspeita, para não dizer preocupante. Por conta disso, a jovem não se atreveu a espiar o que ocorria do lado de dentro da sala.

O tom de voz da outra ao pronunciar a pergunta fez com que a jovem suspeitasse de uma discussão no local, motivo pelo qual ela decidiu por não entrar no cômodo em um primeiro momento. O silêncio que se fez nos segundos posteriores, contudo, deu a entender que se tratava apenas de uma ligação telefônica.

— Você se esquece de que eu a conheci. — continuou Ravena, persistindo em um tom agressivo. — Ela é uma despreparada, completamente influenciável. Posso contornar isso sem ter que sujar minhas mãos.

Assustou-se, dando um pulo para trás, percebendo finalmente o teor nada agradável da conversa. As suspeitas apenas aumentavam; junto com elas, a preocupação de que algo tivesse ocorrido com Norman. Ela podia ter ódio do pai que tinha, uma revolta contida toda vez que se lembrava dele, mas reconhecia que precisava dele em boas condições para que tivesse informações sobre April.

O que deixou a treinadora mais receosa, no entanto, foi perceber que a descrição que acabara de ouvir se encaixava tranquilamente no perfil de sua irmã. Não queria acreditar na possibilidade, contudo; quem quer fosse a pessoa citada, não estaria em uma situação agradável.

Com a curiosidade mais aflorada que nunca, tornou a prestar atenção no diálogo.

— Ela não passa de uma idiota inocente! Coitada, deve pensar que o Norman ainda está por aqui… Aliás, eu no seu lugar estaria preocupada era com ele!

Um calafrio passava pela espinha da jovem. Seu medo se concretizava, tomando uma forma solidificada pelas palavra de Ravena. Naquele momento que se seguiu, teve a certeza de que a conversa não se referia a April, mas a ela própria, finalmente elucidando seu receio de que tentavam lhe matar, dando-lhe a certeza de que corria um enorme risco, de que deveria sair dali e fugir, procurar algum lugar aonde não pudessem encontrá-la.

Somente percebeu isso, contudo, após tomar a atitude mais impulsiva que jamais poderia pensar, uma ação da qual era certo que se arrependeria; atirou a pokébola de Gérson pelo pequeno espaço aberto na porta, em resposta a ter sido chamada de idiota e incompetente.

Pois depois de tantas coisas que passara para chegar até ali, depois do dia horrível que tivera, tudo o que queria era descontar as frustrações em alguém. E ela havia encontrado a oportunidade e o alvo perfeitos para tal.

A pokébola atingiu o chão, liberando o Pokémon antes que a treinadora conseguisse abrir completamente a porta. Não fossem as mãos machucadas, teria o feito com mais destreza, em tempo de ver a expressão de surpresa de Ravena ao dar de cara com a serpente marinha que surgia na grande sala, espaçosa o suficiente para que pudesse nela realizar-se uma batalha.

A primeira coisa que Himiko viu, contudo, foi o telefone atirado ao chão, como efeito do susto. Apenas então encarou Ravena, da mesma forma que já fazia o confuso Gyarados. Ela se encontrava não tão distante da entrada, menos de dez metros a separavam da mulher, definitivamente surpresa; a palidez em seu rosto era visível mesmo através da espessa maquiagem que usava.

— Pra cima dela, Gérson! — a jovem ordenou. — Mas não a machuque por ora, quero arrancar umas respostas dessa vagabunda!

— Sonhou! — respondeu a outra, gargalhando mesmo quando o corpo da serpente marinha se fechava sobre ela. — Pode me matar, mas essa minha boca não vai abrir!

Não foi difícil para que o Gyarados a imobilizasse; a professora sequer tentou reagir, apenas levantando seus braços enquanto o Pokémon a envolvia; era possível que já soubesse que não teria chance de fugir.

— Aposto que você pensou que eu era burra, não é? — tomada pela raiva, Himiko vociferou. — Uma idiota inocente que caiu no seu joguinho… Eu devia ter suspeitado desde o início que tinha alguma coisa errada…

— Olha só, a filhinha tá preocupada com o papai dela… — Ravena não deixava por menos, provocando-a. — Mas mesmo que eu soubesse não ia te dizer, mon amour, sabe? Ele não quis me enfrentar e fugiu! Não passa de um covarde! Mas confesso que foi muito mais fácil assim…

— Ora, sua…

— O que foi? Vai me matar? Seria até bom, mas sabe de uma coisa? Você não tem coragem! É tão covarde quanto ele!

— Quem é essa aí? — perguntou Gérson, até então sem entender nada do que ocorria.

— Você vai pagar por tudo o que eu passei! Por todas as vezes que eu quase morri por sua causa! — retrucou Himiko, gritando com Ravena ao mesmo tempo em que tentava responder ao questionamento do Gyarados. — Gérson, pode começar a apertar ela de verdade!

Ravena gemeu ao ponto que era pressionada pelo Pokémon, mas não foi o suficiente para que deixasse sua arrogância de lado.

— Você quer ouvir a verdade, não é? Então chega aqui comigo devagarzinho. Tudo que é gostoso a gente faz devagar, não é?

Himiko relutou. Para quem acabava de dizer que não iria falar, Ravena estava se entregando fácil demais. Pensou a princípio que poderia se tratar de uma armadilha, mas logo desconsiderou a possibilidade, estando a professora incapaz de reagir no estado em que se encontrava.

— Sem terror, sem caô. Afrouxa um pouquinho que a gente conversa numa boa.

— Não. Você não tá em posição de barganhar nada!

— Olha na minha cara e vê se eu tou mentindo!

— Pode apertar mais, Gérson!

O desconforto era visível na face de Ravena, transparente como água. A professora não gritava, não que fosse necessário para demonstrar a dor que sentia.

— Quer que eu te solte? — pressionou Himiko. — Então começa a falar!

— Tá bom, tá bom, você venceu…

Himiko aproximou-se mais um pouco, duvidando que tivesse sido tão fácil.

— Ops, eu disse venceu? — Ravena ironizou após a aproximação da jovem, agora parando de fingir dor. — Eu quis dizer que perdeu!

Ravena usou o braço livre para golpear o corpo de Gérson com o punho. O bracelete que usava emitiu um brilho avermelhado, causando incômodo ao Gyarados de modo a fazê-lo urrar.

Mas não foi este o motivo que acabou por fazê-lo libertar a adversária, dado que a outra consequência da armadilha que ela preparara se mostrou muito mais preocupante.

A fonte do brilho avermelhado era provavelmente uma pokébola presa a um compartimento secreto no bracelete da professora; o Pokémon que foi assim revelado fez com que Himiko engolisse em seco, culpando-se por ter sido enganada tão facilmente.

A criatura que surgira tinha tamanho considerável, era alguns centímetros mais alta que a jovem que agora se distanciava dele, mesmo em sua posição quadrúpede. Estava longe de ser sua característica mais intimidadora, contudo; O canídeo apresentava uma pelagem em cor negra que o cobria completamente, à exceção de parte da face e da porção inferior de seu corpo, as quais mostravam a pele alaranjada por baixo dos pelos. Seu dorso era coberto por uma carapaça óssea externa, que se iniciava próxima da cauda e estendia-se até ao redor do pescoço, terminando em uma formação cilíndrica com diversas extremidades pontudas. Possuía também um par de chifres, no mesmo material, que se estendiam talvez uns trinta centímetros acima da cabeça.

O Houndoom era, na visão de Himiko, muito mais assustador do que ela um dia se recordava ter visto. Não apenas seu tamanho era em muito superior, como também a camada óssea em seu corpo deixava de ser mero adorno, transformando-se em uma carapaça protetora. Definitivamente, não era um Houndoom qualquer. Não era normal.

Nem por isso ela deixou de reagir assim que teve oportunidade:

— Gérson, pulso de água!

— Chama explosiva!

A garota sabia que não era por desconhecimento que a mais velha ordenara um golpe do tipo fogo, pouco efetivo contra uma espécie como Gyarados. Mesmo assim, surpreendeu-se com a força do golpe, não apenas capaz de neutralizar completamente o pulso de água como também atingir o Pokémon aquático na face, este recuando após ter sido afetado pelas chamas.

— Precisamos contê-lo! Chuva borrifante!

— Onda noturna!

— Prossiga com o poder oculto, Gérson!

A jovem esperava que as poucas vezes na qual teve a oportunidade de estudar a Pokédex durante a noite pudessem lhe ajudar a formular uma estratégia adequada, visto estar ela incapaz de consultá-la durante a batalha como de costume. Era um momento pouco adequado para lutar, pelo que tinha plena consciência, mas seu impulso no momento anterior não lhe dava opção a não ser tomar parte no combate mais difícil que realizaria até então.

Pois mesmo a vantagem de tipo não lhe era o suficiente para equilibrar o duelo. Nem mesmo a água que pingava do teto como efeito da chuva borrifante drenando o poder de fogo do Houndoom o continha; este era capaz de desferir seus golpes com uma fúria nunca vista. Até mesmo Himiko sentiu os efeitos da onda noturna liberada pelo adversário, a vários metros de distância do impacto com o Gyarados. A serpente marinha, mesmo sentindo a dor do golpe, atacou com uma série de esferas de cor lilás que se desprendiam de seu corpo, causando um efeito que surpreendeu positivamente à sua treinadora, que jamais havia utilizado este ataque. Ela sabia apenas que os efeitos do golpe eram únicos para cada Pokémon que o utilizasse, de modo que era impossível para o oponente prever o resultado.

E, mesmo que o golpe de Gérson tenha sido desferido com o máximo de poder possível, não foi o suficiente para causar danos consideráveis, de modo que ela não mais acreditava que poderia vencer. As esferas de energia atingiram em cheio o canídeo em sua face, porém este continuava de pé, como que ignorando que acabara de receber o golpe.

Só então Himiko teve certeza de que não era apenas na questão estética que o Houndoom se diferenciava dos outros de sua espécie. O pouco que ela conhecia deles era a respeito de sua determinação e força em combate apesar de sua resistência não ser das melhores. O fato de ele receber um golpe poderoso em cheio sem sequer demonstrar dor mostrava que aquele Houndoom era, de fato, muito mais poderoso do que seria esperado.

— Brasa hélio-fugaz! — ordenou Ravena, para a preocupação de Himiko.

Mais do que apenas reverter os efeitos da chuva borrifante, o ataque executado pelo Pokémon quadrúpede produzia o efeito imediatamente oposto; o poder dos golpes de fogo era potencializado e o dos golpes de água reduzido, cortesia das chamas expelidas por ele para cima. Uma fumaça branco-acinzentada tomou conta do ambiente, resultado da colisão entre o fogo e os resquícios da água produzida pela chuva borrifante, entretanto logo se dissipando. Por outro lado, a umidade do ar estava em muito aumentada, dificultando a respiração de todos no recinto.

Não era apenas isso que preocupava a garota durante a luta, como também a seriedade que a adversária apresentava. Não passou despercebido o fato de que Ravena abandonara todo o seu sarcasmo e sua grosseria no exato instante em que a luta começou; as ordens para seu Pokémon atacar quase mecanizadas eram a única coisa que pronunciava. Ela sequer gesticulou ou sinalizou qualquer coisa para seu Pokémon até então, limitando-se a ordenar o nome dos ataques a serem usados, como se fosse o Houndoom a definir a estratégia, não a treinadora. Himiko chegou a pensar que o Pokémon pudesse ser tão poderoso que ele, por conta própria, estivesse definindo o rumo da batalha, com a outra fazendo mera figuração. Provavelmente não era o caso, mas a possibilidade a assustou do mesmo modo.

E foi essa frieza de Ravena o fator que desconcentrou a jovem, definindo o resultado da batalha.

— Fúria do tritão! — ordenou ela, assim que percebeu que estava se distraindo.

— Presas voltaicas! — Ravena respondeu, pela primeira vez sorrindo desde o início do embate.

Pois ela sabia que seria o último golpe.

Era como se a outra estivesse aguardando por aquele momento desde o início da batalha, esperando pelo primeiro movimento em que o Gyarados se utilizasse do contato físico.

— Abortar ataque!

Pois no momento em que o Gyarados golpeava o outro usando a cauda com um movimento em chicote, já tarde demais para evitar a investida, o Houndoom fincou suas presas nas barbatanas da serpente.

Tal fato não impediu que o canídeo fosse atirado contra a parede, abrindo um buraco de tamanho considerável e atravessando-a, mas foi Gérson quem mais sofreu com os efeitos do golpe.

Uma marca grotesca seria visível na cauda do Pokémon aquático: dois buracos maiores, negros, se situavam aonde o Houndoom o havia perfurado, bem como diversas ramificações descoordenadas que partiam destes em todas as direções. Os vestígios do golpe não podiam ser discernidos exceto pelo brilho intermitente em tons de amarelo que irradiavam conforme a eletricidade se espalhava, já que o Gyarados se debatia incessantemente ao mesmo tempo em que urrava de dor, destruindo o chão do ginásio até o momento no qual sua treinadora o chamou de volta para a pokébola, sua luz de alerta brilhando incessantemente, seu Pokémon necessitando de cuidados imediatos.

— Agora é a vez dela, Helga! — Ravena gritou, já retomando seu tom de voz sarcástico atual, sem esperar o momento no qual o canídeo retornaria pelo rombo na parede.

Himiko sabia ser burrice chamar qualquer outro de seus Pokémon àquela altura, nenhum deles estando em condições de combate. Futa e Rejane estavam completamente esgotados. Ikazuchi, mesmo que não estivesse cansado pela caminhada, não era forte o bastante. E Nagrev, no estado psicológico em que se encontrava, possivelmente sairia de controle, tornando a situação pior do que já estava.

No instante em que o Pokémon de fogo surgiu pela fenda, contudo, ambos os treinadores se surpreenderam, principalmente Ravena. Não se tratava do Houndoom, como seria o óbvio, mas sim de um Growlithe, que encarava ferozmente a professora, rugindo para ela. Chamas atingiam a parede pelo lado de fora, aumentando a fenda, de modo que outros Pokémon adentravam o recinto por ela, o restante da matilha se juntando e avançando contra a professora.

— Puta que pariu! — foi apenas o que ela conseguiu pronunciar, entendendo o que acontecia ao ver a movimentação que acontecia pelas costas de Himiko.

A jovem, no entanto, não compreendia o que estava se passando; seu olhar se fixando no Arcanine que acabava de se juntar aos filhotes, hipnotizada pela pelagem brilhante deles, sem reação por conta do choque. Não percebia que um pequeno exército adentrava o ginásio pela porta que ela deixara destrancada quando entrou; somente o fez quando foi imobilizada por um dos homens.

— Me sol…

Ela sequer teve tempo de gritar por socorro, sendo imediatamente amordaçada com um pedaço de pano úmido no momento em que era carregada para fora, sendo capaz de ver mais de uma dezena de pessoas em vestes negras e cinzentas indo em direção à Ravena, sua visão se distorcendo por efeito do que quer fosse a substância que drenava sua consciência, contendo as frustradas tentativas de se debater.

Himiko continuava sem entender nada quando desmaiou, antes mesmo de passar pela porta que levava ao lado de fora do ginásio.


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Notas finais do capítulo

Não deve ser surpresa pra ninguém o fato de que Norman não estaria no ginásio, mas... céus, até eu que escrevi a cena me surpreendi com a maneira que as coisas se desenrolaram...

Notas do in-game:

Cheguei todo serelepe no ginásio, achando que não poderia ser tão ruim. Os treinadores eram os mesmos da versão normal do game, apenas com os níveis aumentados (coisa que não ocorreu nos outros ginásios, em que eles eram substituídos por conta da nova tipagem), logo pensei que Ravena estava no jogo apenas de enfeite e que eu realmente enfrentaria Norman.

Como eu estava enganado...

Ravena mostrou pra mim o quanto eu estava despreparado, por mais que meus níveis estivessem adequados. O primeiro pokémon lançado por ela foi um Torkoal que tentou fazer toxic-stall contra o Kazu. Foi uma luta difícil em que todo o meu time terminou machucado...
Aí veio o último pokémon, o que geraria uma baita inconsistência no texto. Como devem ter percebido, eu raramente cito alguma coisa que dá a entender a existência de cinco gerações de Pokémon. Mas o jogo é uma hack rom aonde a pokédex só vai até 386, e foi um choque imenso quando ela mandou um Magmortar para a batalha.
Obviamente, pela maneira que eu desenvolvi a história, não teria o mesmo efeito que teve no game, então tomei essa liberdade literária na batalha descrita. E como ela usa um Houndoom no time também, o resultado foi esse.
Mas no jogo, substitua a Fúria do Tritão (=Aqua Tail) por um Hydro Pump. E substitua as Presas Voltaicas (=Thunder Fang) por um Thunder Punch.

Ah, a propósito, o Hidden Power do Gérson é do tipo Flying com 70 de ataque. Pensa na minha cara quando eu descobri fuçando no editor de saves... (http://i.imgur.com/v3tw2ZZ.jpg)

Pokémon: 5
Futakosei (Gardevoir) Lv. 47; Bold, Synchronize.
Ikazuchi (Manectric), Lv.46, Serious, Lightning Rod
Nagrev (Charizard), Lv.47, Naive, Blaze
Gérson (Gyarados), Lv.46, Brave, Intimidate
Rejane (Lombre), Lv.46, Bold, Swift Swim

Mortes: 6 +0 = 6



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