Durante todo o tempo que Niels e eu ficamos afastados, foi tudo uma chuva de novidades. Daniel e eu estávamos cada vez mais próximos, e pouco depois já estávamos namorando, Miranda e Britt já haviam se acostumado que volta e meia ele estivesse no nosso quarto, e eu estava de novo nas nuvens. Eu via Niels todo dia e ele parecia na fossa, mas eu sabia que era por causa do debut, minha consciência começou a pesar, lembrava de seu segredo e o via todo dia insistindo em algo que não o fazia feliz... lembrava que no tempo que éramos amigos, ele parecia diferente, livre...

Mas isso não podia me afetar mais, havíamos brigado, e eu estava tentando ignorar ele.

Isso até ele me mandar um vídeo. Eu fiquei irritada, a ponto de chorar, eu só queria socar a cara dele naquele momento, mas Dan não deixou, insistiu que eu assistisse, eu não pude negar depois de ele ter sido tão compreensivo todo esse tempo.

Ele estava cantando pra mim, não precisei ver o vídeo inteiro só pra saber o quão mal ele estava se sentindo, em duas semanas, o sofrimento dele era o que complementava o meu por mais que eu negasse. Eu precisava falar com ele.

Daniel me beijou na testa e depois disso eu sai correndo, de salto mesmo, sim, eu tava de salto. O que? Estávamos num encontro! Na escola, mas era um encontro. Não sabia onde ele estava, estava anoitecendo e eu correndo feito uma louca pela escola, até esbarrar nele da melhor maneira possível.

–Shay! – Ele falou surpreso, me ajudando a levantar. Chutei os sapatos pra parede e o abracei.

–Eu vou te matar por ter me feito correr a escola inteira de salto durante um encontro, mas isso não importa! – Falei ofegante. – Você está bem? – Ele mordeu o lábio.

–Eu...

–Foda-se! Eu fui intrometida, todos sabemos, eu levei um soco e quase fiz o Daniel e você se ferrarem, mas foda-se! Já passou e se ainda quiser me aguentar, ótimo, vamos ser amigos de novo! Você está puto com isso do debut? Esquece isso! Os garotos vão ser ótimos em tomar a frente disso, você precisa descansar seu lesado! E isso não significa sexo selvagem com a Karmen, por mais que eu não tenha mais nada a ver com isso...

–Eu dei um fora nela. – Bati palmas.

–Esse é o meu garoto! – Gritei, fazendo-o rir. – E por mais que não parecesse, sim, eu fiquei mal nesse tempo que a gente se afastou, se não fosse o Athos, o Dan e as meninas, eu teria ido embora. – Confessei. – Acho que mereci aquele soco.

–Quem te socou? – Perguntou.

–A vadia da Karmen. – Ele riu.

–Os argumentos dela não são bons o suficiente pra que ela possa dispensar agressões. – Ri. – Estamos bem então? – Assenti com a cabeça. – Eu realmente estraguei seu encontro?

–Daniel que mandou eu ver o vídeo, tudo o que eu quis quando recebi foi quebrar a sua cara. – Virei o rosto. – Mas você me fez tão bem quanto eu a você, ele não conseguiu evitar.

Niels sorriu e me abraçou, depois pegou meus sapatos e me acompanhou até o dormitório.

–Confia em mim? – Sussurrou me pressionando contra a parede de novo, aproximando o rosto do meu.

–Sim. – Sussurrei de volta. Por um momento achei que ele ia me beijar, e talvez fosse, mas se afastou.

–Coloque uma roupa confortável, vamos fugir um pouco hoje. – Falou me entregando os sapatos e saiu. – Nos vemos logo.

Tomei um banho bem rápido e vesti uma skinny preta com uma blusa de alcinhas vermelha que não passava do meu umbigo.

–Não tava com o Dan agora a pouco? – Miranda perguntou me encarando.

–Vou sair com o Niels.

–Que bom que fizeram as pazes! – Britt falou sorridente. – Mas se aparecer aqui com uma marca de soco de novo eu vou matar ele! – Revirei os olhos.

–Não se preocupe, ele já tomou juízo. – Alguém bateu na porta. Dan estava lá e Niels ao seu lado. – To indo seus lindos. – Beijei Dan e mandei beijinhos pras meninas, puxando Niels dali.

Dan ficou me olhando e eu só ri, piscando pra ele. Eu não fazia ideia de onde estávamos indo, mas parecia ser bem legal. Não demorou muito pra chegarmos num bar que eu estava impressionada demais pra prestar atenção no nome. Ele me apresentou o dono, Rick.

–Esse lugar é incrível! – Falei sem perceber. Niels sorriu.

–Sabia que ia gostar! – Revirei os olhos e o abracei.

–É claro que sabia! Agora vem! – O puxei assim que a música começou a tocar e começamos a dançar.

Várias músicas depois, algumas pessoas começaram a ir pro palco. Niels foi o primeiro a ir.

Eu esperava que ele cantasse algum rock, mas não, ele cantou “You raise me up”, a mesma música que mamãe cantava pra mim pra que eu dormisse, mas com certeza ele não sabia disso.

When I am down and, oh, my soul, so weary

When troubles come and my heart burdened be

Then, I am still and wait here in the silence

Until you come and sit awhile with me

You raise me up, so I can stand on mountains

You raise me up, to walk on stormy seas

I am strong, when I am on your shoulders

You raise me up: To more than I can be

You raise me up, so I can stand on mountains

You raise me up, to walk on stormy seas

I am strong, when I am on your shoulders

You raise me up to more than I can be

There is no life - no life without its hunger

Each restless heart beats so imperfectly

But when you come and I am filled with wonder

Sometimes, I think I glimpse eternity

You raise me up, so I can stand on mountains

You raise me up, to walk on stormy seas

I am strong, when I am on your shoulders

You raise me up to more than I can be

You raise me up, so I can stand on mountains

You raise me up, to walk on stormy seas

I am strong, when I am on your shoulders

You raise me up to more than I can be

Sim, eu chorei, e mesmo assim ele me fez subir no palco! Me abraçou e falou na frente de todo mundo o quanto eu o fazia bem, que podia ser ele mesmo comigo e que adorava isso, todo mundo aplaudiu, ou melhor me aplaudiu. Eu deveria estar mais vermelha que minha blusa, mas isso não importava, eu tinha meu amigo de volta.