- Bom dia, meu amor. - eu disse beijando o pescoço da Annabeth.

Annabeth se remexeu, sorriu e se virou pra mim. Meu braço em cintura deixava seu corpo mais perto do meu.

- Como eu senti falta do seu aperto, do seu cheiro. - Ela suspirou e abriu os olhos.

Seus olhos não eram mais tristes e frios. Agora eles eram felizes. Aqueles olhos que sempre foram.

- Eu te amo. - Eu disse.

Ela levantou sua mão e colocou no meu rosto. O seu toque me tranquilizava. Era desse toque, desse carinho que eu estava precisando.

- Como você está ? - eu perguntei.

- Maravilhosamente bem. - Ela respondeu. - E você ?

- Mais do que bem. - Eu respondi.

Colei sua boca na minha. Minha língua dançava com a sua, enquanto meu braço se apertava mais na sua cintura. Havia desejo ali. Suas mãos foram para o meu pescoço enquanto ela gemia contra a minha boca.

- Como eu estava com saudades. - Eu disse.

- Eu também. - Ela respondeu. - O que faremos agora ?

- Eu sei o que eu vou fazer. Vou te amar pro resto da minha vida, e te tirar do Allan. Ele não te mereçe e nunca mais colocará aquelas mão imundas em você novamente.

- Percy, por favor... - Ela começou.

- O quê ? - Perguntei. - Você acha que depois dessa noite eu vou te deixar ir embora ?

- Eu sei que não. Mas eu ainda tenho que terminar com o Allan. Pra todos os efeitos, nós ainda namoramos.

- Equando você vai terminar com ele ? Hoje, não é ? - Eu perguntei, e continuei - Eu quero você aqui de novo.

- Percy, tenho duas coisas pra te dizer. Primeira: eu não vou vir aqui toda noite pra fazer isso. Eu sou uma moça respeitável.

- E quem disse que eu quero fazer sexo toda noite ? Eu só quero dormir agarradinho com você. Algum problema com isso ? - Eu perguntei.

- Eu ainda não terminei. Segunda coisa: eu tenho que fazer ele entender que nós terminamos.

- Tanto faz. Mas eu ainda quero dormir com você.

Tudo estava tão perfeito. Até eu me lembrar da noite passada.

- Annabeth, o que te atacou ?

Ela franziu o cenho e me olhou. Eu conhecia aquele olhar: ela sabia, mas não ia me contar.

- Eu não quero falar sobre isso. - Ela respondeu.

- Por quê? Eu preciso saber o que aconteceu. Eu não posso simplesmente ignorar.

- Olha, se eu te contar, você vai ficar mais que furioso. - ela respondeu.

- Ótimo. Eu quero mesmo quebrar alguém. Vamos, me diga: quem foi?

- O Allan. - Ela sussurrou.

O sorriso, que antes estava no meu rosto, tinha sumido. Pra mim, ele ser filho de Ares ou não, não importava mais. A única coisa que eu processava era que ele iria morrer nas minhas mãos. Ele machucou a Annabeth, e isso não era pouca coisa.

- Percy, calma. Você está tremendo! - Ela gritou.

- Eu estou tremendo de raiva! Como ele ousou levantar a mão pra você ? - Eu perguntei.

Me levantei, coloquei a primeira bermuda que eu achei, e uma blusa do acampamento.

- Percy, não faça nada. E vou terminar com ele e serei só sua, mas por favor, me escute. Não faça nada!

- Ok. Me dê um boa, não, uma ótima razão pra mim não ir lá e acabar com a raça dele.

Eu já estava irado. Eu não conseguia nem pensar direito. A próxima coisa que eu consegui processar foi que o meu sonho era verdadeiro. Aconteceu realmente.

Mas como ninguém sabia ? Quíron ainda não sabia ?

- Percy, por favor; não faça nada.

- Essa não é uma razão.

- Você não precisa de razão alguma! O que você precisa é parar de ser assim. Ele não me atacou. Ele tentou fazer uma coisa comigo que eu não quis. Só isso. - Ela respondeu.

- Uma coisa? Você chama de querer transar com você, de coisa ? Annabeth, em que diabos você estava pensando quando começou a sair com ele? - Eu perguntei.

- Percy, para! Que droga. - Ela respondeu e eu percebi que ela estava chorando. - Você está realmente conseguindo arruinar isso. Eu queria que você parasse com isso. Está me magoando.

- Me desculpe, mas eu não posso evitar. Ele te machucou. - Eu respondi, e percebi que também estava chorando.

- Ele me machucou por que quando eu estava me entregando pra ele, foi o seu nome que eu chamei! Era você que eu queria lá. Não ele.

- Me desculpe. Sério. Eu não vou machucá-lo. - Respondi.

Ainda não.

****

Depois de prometer pra Annabeth que eu não faria nada, eu me deitei com ela e nós dormimos.

Ela ainda estava brava comigo. Ela nem disfarçava. Mas eu achei que o meu braco envolvido na sua cintura e a minha boca no seu percoço, seriam um bom pedido de desculpas.

Eu queria realmente matar o Allan. Mas eu teria que fazer isso escondido. Annabeth não poderia saber. Mas como?

Um bilhete faria tudo.

Eu mandaria um bilhete para ele, dizendo que alguém me viu com a Annabeth lá. Ele sem sombra de dúvida viria. O Allan era do tipo "a namorada é minha, ninguém pode falar com ela". Enquanto ele vinha, eu seduziria a Annabeth. Ele veria e ficaraia doido. Ai, era só esperar o punho dele encontrar o meu rosto, que eu teria um motivo pra acabar com ele.

Afinal, se machucar a minha garota não era motivo suficiente, me ver com a namorada dele, era sim, um motivo digno.

Eu faria isso. E eu precisaria de ajuda. Eu precisaria de Nico.