Livro 1 - Um Espírito em Minha Vida escrita por P P Gonçalves


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



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Augusto Reatory

Já faz um mês. Um maldito mês.

Não sei ainda como não percebi antes. Estava tão na cara e eu devo ter sido muito burro ou muito cego. Nenhum dos dois é muito agradável de nominar.

Como pude me deixar enganar tão facilmente pela Lindsay que dizia me amar, e pelo hipócrita do Bryan que se dizia meu melhor amigo.

Eu descobri o "caso/romance/sacanagem" dos dois a um mês e fui na ocasião me aconselhar com meu primo, o Lucas, e ele me contou que já sabia disso a bastante tempo, e parece que os dois já estava juntos desde que eu comecei a namorar com a Lindsay.

Me senti muito traído pelo meu primo, mas como ele mesmo me explicou, eu jamais acreditaria nele sem provas, mesmo ele sendo de confiança. Porém relevei o ocorrido, deixei passar e junto dele resolvi que me vingaria dela e do Bryan e já até tinha o plano perfeito!

Lindsay tem uma irmã dois anos mais velha que ela e que dentro de um mês daria uma festa para comemorar seu aniversário de 19 anos. Seria uma super festa onde ela convidaria amigos, família e deixaria Lindsay convidar todos da Major Alberthbeen Müller.

Eu, no começo iria como o corno manso e já na festa eu iria pegar geral e só depois de todos me verem com outra e fofocar pra ela o que eu estava fazendo é que eu iria terminar com ela, e de quebra ela sairia como corna da história e não eu.

A festa da irmã dela, assim como em todos os anos, seria na cidade vizinha - Malbone - em um dos salões de festas mais badalados de lá.

Quando chegamos ela foi cumprimentar toda sua família - que não é pequena, diga-se de passagem - e logo em seguida alguns de nossos amigos, incluindo o Bryan, que já haviam chego à festa.

Quando vi os dois se abraçando me irritei muito e decidi dar uma circulada para ver quem seria a primeira garota a me ajudar em minha vingança. Logo avistei uma garota loira e bem bonita, logo percebi que não a conhecia e constatei tratar-se de uma das amigas da Lauren - irmã da Lindsay - e decidi que iria começar com ela.

Cheguei nela e começamos a conversar o máximo que conseguimos, gritando bastante devido à música extremamente alta. Estávamos nos dando super bem, mas do nada a Lindsay surgiu ao nosso lado com uma cara de poucos amigos e me puxa pra longe da garota, levando-me em direção a saída.

Logo que saímos de lá ela virou-se para mim e me deu um tapa na cara e em seguida começou a gritar.

"O que você pensou que estava fazendo? Ficou maluco? Iria realmente me trair? E na frente da minha família? Se a Lauren não me avisasse eu não quero nem imaginar o que estariam falando de mim. E você não vai falar nada?" Quando ela finalmente terminou de falar percebi que seu tão belo e liso cabelo loiro estava bagunçado, e não era um simples bagunçado, era um bagunçado de quem acabou de levar uns amassos, sua boca estava sem o batom rosa que ela havia passado antes de sairmos de sua casa, seus lábios estavam levemente inchados como ficam logo após longos beijos e sua blusa estava amarrotada, como fica quando se está agarrando outra pessoa.

"Você não pode falar nada." Eu disse. "Ainda mais estando nas condições em que você se encontra." Continuei. "Cabelo bagunçado, lábios sem batom e inchados e blusa amarrotada, não cheguei nem perto de fazer o que você fez." Continuei e percebi que ela estava boquiaberta. "Vou pra casa, você pega seu carro lá amanhã." Informei já indo em direção ao estacionamento. Como meu carro está na manutenção eu vim dirigindo o carro dela.

Quando estava abrindo a porta do motorista ela coloca sua mão espalmada no vidro da porta, assim me impedindo de continuar a abrir a porta.

"Espera, eu te levo, até mesmo porque, precisamos conversar." Falou já estendendo a outra mão pedindo as chaves. Relutei em entregá-las, mas o carro era dela então entreguei as chaves para ela que esboçou um pequeno sorriso e logo solicitou passagem para entrar no carro. Dei o devido espaço, mas depois desse movimento não me mexi mais.

Ela ligou o carro e baixou o vidro para falar nada comigo.

"Augusto é sério, entra no carro, eu te levo e no caminho conversamos." Como não esbocei nenhuma reação ela continuou. "Por favor." Ela jamais havia pedido algo com educação. Fiquei surpreso e só por isso decidi entrar no carro.

Assim que entrei e coloquei o cinto ela deu a partida e foi em direção a Alberthbeen - nossa cidade.

O silêncio dentro do carro já estava ficando um pouco incômodo. Eu até pensei em ligar o rádio, mas como o intuito da "carona" fosse de que nós precisávamos conversar decidi puxar o assunto.

“O que você queria conversar comigo?” Questionei.

“Olha Augusto, não é nada disso que você esta pensando. Eu não estava de amasso com ninguém. Eu fui surpreendida por um dos amigos da minha irmã, que já disse gostar de mim e que eu já havia rejeitado. Ele me surpreendeu me agarrando e me beijando, eu não tive muita reação. E mesmo que tivesse ele é bem mais forte que eu e só me soltou porque minha irmã chegou e isso fez ele me largar.” Ela terminou de me explicar, mas em nenhum momento olhou para mim enquanto falava.

Eu não consigo entender como ela consegue mentir tão naturalmente. E também não consigo entender como eu pude cair em todas as suas mentiras sem nem mesmo perceber algo de estranho.

Se eu não soubesse de seu caso com Bryan provavelmente nem perceberia que ela estava descabelada ou com a roupa um pouco fora do lugar e teria acreditado em sua historia sem pensar duas vezes.

Lindsay, eu não sou idiota, então, que tal colocarmos tudo em pratos limpos? Eu sei a quase um mês do seu caso com o Bryan. Então não me venha com histórias da carochinha que eu não vou mais engolir suas mentiras. E a partir de hoje, faça-me o favor de não olhar mais na minha cara e passe o recado ao Bryan também.” Falei um pouco alterado, mas quem não estaria no meu lugar?

Não olhei para ela em nenhum momento enquanto falava e quando me virei para olhá-la percebi que de seus olhos saiam lagrimas, mas não eram lagrimas de tristeza, longe disso, era lagrimas de raiva. Ela estava com muita raiva por eu ter descoberto o seu caso e também por eu estar acabando o relacionamento e não ela. Suas mãos estavam agarradas ao volante e tão apertadas que pareciam que a qualquer momento ela iria quebrá-lo.

Olhei novamente para o seu rosto e ela estava com um olhar assassino e logo em seguida deu um sorriso, que combinava perfeitamente com seu olhar. Com as mãos ainda fortemente agarradas ao volante ela o virou para a direita.

Na estrada em que estamos é uma linha reta e tem uma curva à direita somente mais a diante, porém ainda faltava em media 1 km para chegarmos lá.

“Você ficou maluca?” Gritei, imediatamente já colocando minhas mãos no volante tentando colocar o carro novamente em linha reta, mas Lindsay parecia decidida a não soltar o volante então começamos a brigar em que direção deixaríamos o carro e assim o carro começou a andar em zigue-zague pela pista.

Continuamos com esta disputa por mais alguns segundos enquanto ela pisava mais no acelerador e nós já passávamos dos 100 km/h.

Vimos um caminhão na pista contraria fazendo a curva e largamos imediatamente o volante, ambos ao mesmo tempo, pois nos assustamos. Vi que estávamos na contra mão indo de frente para o caminhão e percebi que qualquer movimente que poderia ser feito para desviarmos seria lento demais. Tarde demais.

Tudo aconteceu muito rápido. Ouvi a buzina do caminhão. Ouvi o barulho da freada que ele deu. Ouvi o grito da Lindsay. Vi a luz dos faróis se aproximando cada vez mais de nós. Senti a batida. Ouvi o barulho do metal se chocando e retorcendo. Senti um dor excruciante na perna direita. Ouvi barulho de metal sendo arrastado e logo em seguida senti meu corpo suspenso no ar. Entendi que estávamos capotando. O carro rodou/girou/capotou por vários segundos, ou talvez tenham sido minutos, eu sinceramente já havia perdido a noção do tempo. Mas enquanto capotávamos senti uma dor insuportável em meu peito, e deduzi que havia quebrado algumas costelas.

Quando o carro parou de capotar a primeira impressão que tive foi de que estávamos de cabeça para baixo. Já a segunda impressão que tive foi de que Lindsay já não gritava mais. Virei-me para olhá-la e percebi que estava desacordada e com um corte em sua cabeça, de onde saia uma quantidade preocupante de sangue.

Mas a pior impressão que tive foi a terceira. O carro havia parado de capotar no barranco, mas parou em uma parte íngreme, e estava somente metade do carro devidamente apoiada ao chão e a outra metade, a parte do motor – da frente – estava suspensa. O carro balançava levemente como se logo fosse despencar novamente e foi ai onde eu comecei a rezar mentalmente para que o carro ficasse parado e que não caísse mais. Entretanto eu não estava com uma reza tão forte, pois o carro começou a inclinar-se mais e então despencou. Nesses segundos a única certeza que eu tinha é de que iria morrer.

~x~

*Um mês depois

Marcus Reatory

Sim. Sim.” Confirmava as informações ao telefone com o Senhor Eaton. “Exatamente. O valor será de R$ 700,00 mensais. Lembrando o senhor que, como já havia dito, o contrato inicial é de três meses e depois podemos ver se renovaremos o contrato ou não.” Relembrava-o dos pequenos detalhes.

O Senhor Eaton e a família iriam mudar-se para a casa em que eu e minha esposa dividíamos com o nosso filho.

Ok. Só me confirme um último detalhe, onde vou poder pegar as chaves da residência?” Perguntou-me o senhor Eaton.

“Deixarei elas com meu irmão. Ele mora na casa em frente a que você estará alugando. E será ele mesmo que ira recebê-los.” Informo. “Ele chama-se Eduardo.”

“Certo, então. Muito obrigada Senhor Reatory. Se necessário entrarei em contato com o senhor novamente. Boa Tarde.” Despediu-se.

“Boa tarde.” Também me despedi e logo encerrei a ligação.

Suspirando coloco meu telefone sobre a escrivaninha do escritório. Iria passar mais tarde em minha casa para pegar as últimas coisas que levaríamos de lá para a casa alugada. Eu e minha esposa decidimos alugar outra casa que fica mais perto do hospital para que o deslocamento até lá fosse mais rápido.

Há um mês nosso filho sofreu um acidente de carro junto com sua namorada, onde ele ficou gravemente ferido. Quebrou a perna direita, fraturou duas costelas, também à direita e sofreu uma concussão. Desde então ele esta internado no hospital, em coma.

Meus dias resumem-se em: na parte da manhã vir à empresa em que sou dono. Na parte da tarde ficar no hospital com meu filho e minha esposa e há noite vir para minha nova casa com minha esposa e tentar descansar um pouco. Mas em todo o momento em que não estou no hospital fico pensando em meu filho.

Não sei por quanto tempo eu e minha esposa vamos aguentar essa situação. Nosso filho tem que acordar logo. Não sei o que será de nós se isso não acontecer.

Rezo todas as noites e todas as manhãs para que meu filho acorde e tenha uma ótima recuperação.

O meu mantra diário é “meu filho tem que acordar”.


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Notas finais do capítulo

E então???



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