Potter escrita por Alyssa
Notas iniciais do capítulo
Perdão. Perdão. Perdão. A todos os que continuam, o meu muito obrigada. E aos que foram, só posso lamentar. E à Lily Potter, lindona e querida, muito muito obrigada pela favoritação! :3
— Parece que quem é vivo, sempre aparece mesmo…
Por curtos instantes, as palavras dançaram como fantasmas pela pequena e rústica divisão que ficava esquecida no lado norte do segundo piso do castelo. Ao contrário das usuais amplas salas, esta quase parecia apelar à claustrofobia com um incomum teto baixo e a total ausência de janelas, o que reduzia a luminosidade quase exclusivamente ao lustre de quatro velas.
Era ainda recheada por várias mesas de carvalho negro, distribuídas como peças de xadrez, e as respetivas cadeiras, encardidas e podres. No centro da sala, erguia-se uma figura tão imóvel e de uma palidez tão acentuada que quase poderia ser confundida com uma estátua de mármore, não fosse o leve movimento do peito que denunciava a sua respiração. Sob a fraca luz, os seus olhos pareciam duas pedras ónix incrustadas e o seu cabelo tornava-se tão claro que quase parecia branco.
— Poupa-me o sarcasmo, Malfoy.
Ele apoiou-se contra uma das mesas, que rangeu com o seu peso como se fosse quebrar. Cruzou os tornozelos e coçou levemente o queixo de barba rala enquanto observava a jovem à sua frente. Um sorriso matreiro subitamente cresceu-lhe nos lábios.
— Pergunto-me de que cor é a tua roupa interior hoje… Não queres mostrar? — Indagou Scorpius, o sorriso abrindo-se cada vez mais. — Ainda tenho sonhos com aquela lingerie… O vermelho fica-te tão bem.
Lily deu uma gargalhada, embora não contivesse nenhum resquício de humor.
— Podes continuar sonhando Scorpius, até porque é o único sitio onde a verás novamente — respondeu a Potter, como ácido.
Foi um erro, um erro, um erro. Como todas as outras vezes. Como estar aqui agora. Não passava de um erro, de um tremendo erro. Porque é que insistia em continuar com isto?
— Quem irá ver então, princesinha? O McLaggen?
— Talvez.
— Ouvi uns rumores — comentou Scorpius.
Ela batucou as pontas dos dedos no outro braço, impaciente. O McLaggen saíra-lhe uma grande dor de cabeça. Não que ela estivesse, de modo algum, preocupada com o que as restantes bocas reles diziam de si, mas o garoto, além de ter sido uma grande perda de tempo, continuava atrás de si apesar de dizer justamente o contrário. Ele era dissimulado e detestável. Não muito diferente de Lily, afinal.
— Não te dizem respeito, Malfoy.
— Não me lembro de te envolveres em magia negra — continuou ele, com escárnio.
— Não o fiz — rebateu ela, ferozmente. — Deixo isso para a tua família.
Scorpius levantou as sobrancelhas como se tivesse sido apanhado de surpresa. Mas não estava: afinal era Lily, a mesma Lily que quase era capaz de jurar que tinha um local reservado no corpo destinado à produção de todo aquele veneno.
Acabou apenas abanando a cabeça.
— Porque continuas, Lily?
A Potter fixou-se nos olhos de Scorpius. Porque ela continuava com aquilo? Porque era um erro, um erro, e ela era demasiado boa a errar. E, talvez, as palavras que lhe escapariam agora pela boca também o fossem, porém não era capaz de as evitar.
Ainda com o olhar preso no dele, afirmou:
— Não há nada para continuar. És um passatempo e uma brincadeira da qual ainda não me cansei. Também sou só mais uma com quem te divertes enquanto não te fartas. Não há porque complicar — cerrou a mandíbula assim que terminou de falar.
Um segundo, apenas um segundo de silêncio mórbido, e Scorpius lançou-se contra Lily, firmando cada mão num dos lados da sua cintura, empurrando-a até que ela estivesse pressionada contra a parede de pedra.
A Potter deixou escapar um ofego surpreso ao embater com as costas.
— Mas que…?
Ele não respondeu. Ao invés, colocou um joelho entre as suas pernas, separando-as, e prendendo Lily no lugar. Ainda com uma das mãos presa na sua cintura, percorreu-lhe com a outra o corpo, parando quando tocou o pescoço desnudo e enrolou as pontas dos dedos nos cabelos ruivos.
Ela deixou Scorpius deslizar o nariz pelo seu maxilar, devagar e sedutoramente, sentindo-se dormente demais para pensar em pará-lo. Sentiu o bafo quente acariciar-lhe o ouvido seguido de uma pequena mordida no lóbulo da orelha...
Empurrão. O Malfoy saiu de cima de si com um sorriso desafiador nos lábios. Lily retirou a varinha:
— Dá-me uma boa razão para não te deixar a morrer.
Ele suspirou. As suas reações espontâneas não tinham o costume de ter um desfecho positivo com a ruiva. Na realidade, reações espontâneas eram coisas que não encaixavam com Lily Luna. Mas não o conseguia evitar quando precisava de sentir… qualquer coisa que não desprezo dela.
— Disseste que éramos só uma diversão. Então deixa-me divertir, princesinha.
— Resposta errada — rosnou, os olhos a queimar de raiva, porém, arrumou a varinha novamente nas vestes. Quem ele pensava que era?
— Lily, — chamou calmamente, os olhos cinza suavizados e o rosto manso. — Porque querias ver-me?
Uma onda de choque atravessou-lhe o rosto. O que estava ela a fazer? Porque fora ela ter com o Malfoy? Não, não! James, Albus, só eles a entendiam, era só deles que precisava! Se não era o toque de Scorpius que procurava, então porque viera ter com ele, porquê?
— Eu… Eu… — Engasgou-se nas palavras, quase desorientada, franzindo a testa.
Scorpius percebeu o seu estado.
— Sei que James voltou. Parece que o vosso clube restrito a Potter’s está de novo em funcionamento.
— Nunca… Nunca nos afastámos.
— Tudo bem. Mas James é um professor agora, não é? O mais novo alguma vez admitido em Hogwarts. Mas tu também estás destinada a grandes feitos, não te esqueças disso.
— Eu… — estava, definitivamente, desorientada agora.
— Potter!
Ela mirou-o por segundos. Depois, recompôs-se, endireitou os ombros e sorriu sarcasticamente.
— É o esperado. Que nos equiparemos ao nosso pai, que nos superemos uns aos outros. Querem atirar apostas de quem vai ser o melhor, querem transformar-nos numa obra de ficção. Eu não vou ingressar nesse jogo, Malfoy.
— Vais sair-te bem.
Uma gargalhada gélida saiu-lhe pelos lábios rosados.
— E o que pensas que sabes sobre isso, Scorpius? És só mais um na plateia a dar palpites.
— Não faças isso.
— Bem, isto foi uma ideia estúpida — perante o ar de interrogação do rapaz, Lily acrescentou: — pedir-te para nos vermos foi estúpido.
Virou-lhe as costas, fazendo menção de deixar o lugar que era, indubitavelmente, o seu preferido em todo o castelo. De todos os lugares mágicos e fantásticos que Hogwarts albergava, esta pequena e podre sala de aula era o seu favorito. Pelo seu isolamento, por ser algo inesperado.
— Lily.
Ela interrompeu o seu caminho para indicar que estava a ouvir, mas não se dignou a olhar para Scorpius.
— Quando vamos ver-nos novamente?
— Quem disse que haveria próxima vez? — perguntou ela, voltando a caminhar.
A resposta de Scorpius foi imediata:
— Sempre há.
E Lily sabia que ele tinha razão.
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Então, peço desculpa pela demora. Sei que foi demasiada e perdi imensos leitores desde a última vez. Mas aos que ficarem e aos que vierem, sejam muito bem vindos e espero que tenham gostado!!!! :3 aos que decidirem voltar, sejam muito bem vindos de volta!!! ehehe :p Bem, este capitulo, sinceramente, foi muito dificil de escrever. Eu ultimamente não consigo escrever nada, mas forcei-me, e bem, espero que tenham gostado nem que um pouco dele... Não sei o que pensar sinceramente. Por isso, comentem qualquer coisa sobre ele, por favor! Estou muito insegura mas precisava de trazer-vos algo. Beijinhos grandes a todos e até a próxima :*