Thorns escrita por Kamereon


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou de volta. Desculpem a demora, mas eu havia avisado que ia viajar, né? To postando um novo capítulo agora, mas não betei ele. Qualquer erro me avisem, por favor. Esse capítulo é todinho narrado pela Sakura. Boa leitura!



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Sakura's P.O.V

Acordei com um barulho incômodo adentrando o quarto. Na verdade vinha da rua, mas era alto o suficiente para atrapalhar o meu sono. Eu consegui ouvir o som de um caminhão chegando, depois, de coisas sendo jogadas dentro dele, e alguns homens falando alto.

– Mas que droga de barulho infernal é esse? - Eu disse, depois de descer as escadas e me deparar com Sasuke devorando um pote de cereais com leite. Eu devia estar "linda". Saí da cama e fui direto pra cozinha, por isso eu deveria estar com o cabelo bagunçado, e marcas de costura de lençol no meu rosto. Aquela típica "cara de travesseiro".

– O vizinho da frente está se mudando. - Ele me respondeu de boca cheia.

– E ele tinha que se mudar a essa hora? Existem pessoas que gostam de dormir! - Reclamei, me sentando à mesa também.

– Você e o seu mau humor matinal...

– Meu mau humor matinal tem sido menos frequente, tá? Você sabe muito bem que eu não gosto de ser acordada desse jeito. - Retruquei ao Sasuke, explicando o meu lado da situação. Eu provavelmente passaria a manhã inteira irritada porque fui acordada com aquele barulho. Sou mulher! Meu humor é inconstante em certas épocas do mês. Não sou anormal por causa disso.

– Eu sei, eu sei. - Ele disse, todo sorridente. Eu não sabia o motivo daquele bom humor todo, logo de manhã. - Bonita a sua camisola nova.

Eu comprei uma nova, dessa vez em um estilo totalmente diferente da que eu havia levado na mala. Era uma camisola no estilo camisetão, era cinza e tinha um Bob esponja estampado. Eu gostava do Bob esponja, ele era fofo e engraçado. Eu assistia às vezes, quando eu era adolescente. Não ligava mesmo quando meus pais diziam que aquilo era desenho de criança. Mas ainda sobre a camisola, eu nem precisei usar o hobby para descer dessa vez. Ela era bem comportada.

– Você não gostava da outra? - Perguntei inocentemente.

– Gostava, mas essa é mais a sua cara. Tem o desenho e tudo mais...

– Está me chamando de criança, Uchiha Sasuke? Você não está ajudando a melhorar o meu humor. - Eu disse, me levantando para pegar o suco de laranja na geladeira.

– Pra mim não é problema nenhum ver você usando aquele baby doll sexy. - Sem eu me dar conta, ele se levantou também e me abraçou por trás. Falou perto do meu pescoço, o que me fez arrepiar - Mas você fica mais "Sakura" com essa do Bob.

Ele finalizou com um beijo em meu rosto. Rapidamente passou pela minha cabeça o motivo pelo qual eu usava baby dolls. Sasori... Ele que gostava. Eu não gostava muito no inicio, mas ele reclamava. Dizia que eu usava "pijamas de criança". Era o modo como eu me sentia mais confortável! Mas eu passei a usar o que ele gostava mais. Acabei me acostumando com o tempo. Como eu fui idiota! Tudo bem que foi algo banal, mas eu não deveria mudar por causa dele.

Sasuke nunca exigiu que eu mudasse. Ele gostava de mim exatamente do jeito que eu era. E eu só me senti cada vez mais burra a cada lembrança que tive nesse momento.

– Hey, Sakura? - Sasuke me chamava e passava a mão na frente dos meus olhos.

– Ah, desculpa, eu só estava pensando.

– Em que? - Garoto curioso...

– Em nada! A curiosidade matou o gato, sabia?

– Devo encarar o "gato" como um elogio? - Ele perguntou, sorrindo e estreitando o olhar.

– Mas você não perde a oportunidade de fazer gracinha, não é? Menino besta! - Dessa vez eu dei meu primeiro sorriso da manhã, o que, creio eu, deixou Sasuke satisfeito. Era domingo, mas ele precisou sair e ir ao mercado, comprar alguns itens que a sra. Uchiha pediu. Antes de sair, me deu mais um beijo e me disse pra prestar mais atenção no meu quarto. Achei aquilo um tanto estranho. O que havia no meu quarto? Isso me fez lembrar de uma vez na sexta série em que fomos acampar com uns coleguinhas e ele colocou um sapo na minha barraca. Por causa dessa lembrança, fui com muito cuidado até o quarto...

Abri a porta cuidadosamente, observando cada canto do cômodo. Quando me convenci de que sapo nenhum pularia em mim, acabei por reparar em um pacote em cima da cômoda. Era uma caixa de presente branca, com um laço vermelho. Simples, porém bonita. Tinha um papelzinho escrito o meu nome em cima. "O que é isso?" pensei. Se era endereçado a mim, eu poderia abrir, não é? Então foi o que eu fiz.

Dentro, havia um vestido lindo. Simples como a caixa, mas de um bom gosto excepcional, eu adorei assim que desdobrei-o e o vi por inteiro. No fundo da caixa, havia um envelope, e dentro do envelope um papel.

"Sakura irritante,

Acho que esse bilhete vai ser muito mais legal de guardar do que aquela carta malfeita que eu fiz há alguns anos.

Comprei esse vestido pra você enquanto você estava experimentando suas roupas. Achei que você ficaria ainda mais bonita se o usasse. Olhando pra ele, eu me lembrei do jeito que você se vestia antigamente. Sinto falta daquela época. Me peguei pensando que eu daria tudo pra voltar atrás e ter coragem de dizer tudo o que eu deveria ter dito.

Mas já que não podemos fazer isso, eu me contento em dizer que eu te amo e não vou deixar você escapar dessa vez.

Beijos,

Do seu idiota preferido."

Achei extremamente fofo, se antes eu estava de mau humor, agora eu sorria feito uma boba. Sim! Eu poderia até mudar para vários adjetivos diferentes, ele continuaria sendo o meu preferido. Sempre foi. Não poderíamos mesmo mudar o passado, mas poderíamos construir um futuro diferente.

Só mesmo o Sasuke pra acabar com a minha mistura de mau humor matinal com TPM.

–--x---

O dia seguinte já seria segunda feira. Os dias de folga que meu chefe havia me dado acabavam exatamente nessa segunda. Passei o dia inteiro pensando em como telefonar para ele e dizer o quanto eu não queria voltar. Eu sei, ele era meu chefe... Eu não deveria desabafar e dizer a ele que "eu estou ocupada demais revivendo meu amor de colégio". Na verdade, eu deveria falar da situação em que eu me encontrava de um modo mais crítico. Eu tinha certeza que ele entenderia, porém, mesmo assim, só de pensar em ligar para falar sobre isso já me dava um inexplicável frio na barriga.

No domingo mesmo, pela manhã eu fui até a casa da minha família e acabei almoçando por lá. Fiquei um tempo com meus pais, coloquei a conversa em dia com a Ino e brinquei um pouco com o Inojin. Mas na parte da tarde eu resolvi aparecer na confeitaria da sra. Uchiha para ver se ela realmente precisava de ajuda, como havia comentado no sábado. Ela havia ido para lá para adiantar serviço... E no caminho até a confeitaria fiquei um tanto pensativa. Ela andava adiantando serviço demais. Quase todo dia ela falava algo como "tenho uma encomenda grande para terminar", ou então "preciso adiantar o serviço senão não darei conta da demanda pela semana". Eu me lembro que desde novinha, eu comia doces na confeitaria da Sra. Uchiha. Pensei um pouco e conclui que, devido ao grande tempo de funcionamento e à qualidade dos doces que ela fazia (o que sinceramente, eu posso aprovar que eram extremamente deliciosos), a clientela pode ter aumentado exponencialmente, ainda mais do que todos nós pensávamos. Além de manter a confeitaria aberta ela ainda aceitava encomendas para fora, porque no inicio do negócio, só manter a confeitaria não rendia o suficiente para sustentar a casa. Sasuke era apenas uma criança na época e não podia ajudar, e o irmão mais velho dele ainda era um jovenzinho e não trabalhava.

Sasuke comentou comigo um dia desses que estava preocupado com a saúde da mãe. Ela não era idosa mas já era uma senhora, já havia batalhado muito na vida. Não deveria trabalhar tanto assim ou poderia acabar ficando doente. Eu queria, de verdade, arrumar um modo de ajudá-la. Mas eu não sabia exatamente como; no momento eu poderia apenas oferecer minhas mãos para ajudá-la na confecção dos doces.

–--x---

– Sakura, já está cansada? Pode voltar se quiser, você já me ajudou bastante. - Ela dizia.

– Não sra. Uchiha, pode deixar que eu ajudo mais um pouco. Venho durante a semana também, tudo bem pra senhora?

– Tudo bem, só não quero que venha todos os dias. Se você está aqui depois de tanto tempo também precisa aproveitar cada momento que puder com a sua família! E você ainda está de folga do trabalho, por isso não quero que se sobrecarregue demais. - Engraçado, quem estava se sobrecarregando afinal?

– Sra. Uchiha, com todo respeito, mas quem está se sobrecarregando é a senhora! Eu quero ajudá-la porque eu e Sasuke nos preocupamos com o tanto que a senhora vem trabalhando e...

– Minha querida, - Ela largou o bico de confeiteiro com o qual enfeitava um bolo, tirou o pacote de granulado que eu segurava de minhas mãos, e sorriu para mim de modo acolhedor. - Você é muito jovem. Acredito que com o tempo você vai aprender que as coisas que fazem o seu coração bater depressa não são simples de serem feitas. Elas dão trabalho mesmo.

"O que?" pensei. Estávamos falando do trabalho dela, não é? Será que eu perdi alguma parte da conversa? Acho que ela notou a minha confusão e continuou explicando.

– Quando eu e o pai do Sasuke nos separamos, eu fiquei um tanto perdida. Eu precisava de algo para me dedicar, algo que eu gostasse de verdade; que fizesse meu coração bater mais forte. Isso faria com que eu sofresse menos com a solidão de um amor que havia se acabado, e também me renderia dinheiro para sustentar os meninos, já que o que o pai deles me mandava por mês não era o suficiente. Então eu comecei o meu negócio com os doces... Cozinhar sempre foi algo que eu gostei de fazer, eu sempre colocava todos os meus sentimentos quando cozinhava pra minha família. Achei que seria bom se eu pudesse compartilhar meus sentimentos dessa maneira com as pessoas. - Eu ouvia tudo atentamente, e começava a entender onde ela queria chegar. - Isso é algo que eu gosto de fazer, não me vejo sendo outra pessoa senão a Uchiha Mikoto, confeiteira. Eu concordo que é trabalhoso, e agradeço a sua preocupação... Mas eu me sinto bem fazendo o que gosto. Creio que mesmo que você seja jovem, você já entendeu que o amor é algo trabalhoso mesmo, não é? Saiba que esse "amor" não é só pelas pessoas, mas também é o amor por tudo aquilo que faz com que você seja você mesma.

– Me desculpe... Eu apenas estava tentando ajudá-la. - Pedi desculpas, porque achei que havia feito algo errado.

– Não há pelo que se desculpar, querida! Não estou chateada pelo que você disse, muito pelo contrário. Agradeço muito por se importar. Eu só quis explicar que está tudo bem. Me desculpe se eu falei demais, mas tente ouvir os conselhos da sua velha sogra. Eu sei que você anda passando por uma fase de transição... Talvez você esteja em dúvida sobre o seu futuro. Espero que você entenda que tomar decisões sobre si mesmo não é algo fácil como as pessoas pensam. Mas escolha pelo seu coração. Escolha aquilo que o faça bater mais forte.

Uau! Eu deveria admirar ainda mais a sra. Uchiha depois dessa. Me deu uma lição de moral super importante com um doce sorriso nos lábios. A princípio achei que era uma bronca por me meter nos assuntos dela, mas não, muito pelo contrário. As pessoas costumam ter problemas com as sogras... Mas eu me sinto aliviada por tê-la. Eu vejo que ela, assim como Sasuke, é alguém em quem eu posso confiar. Tudo o que ela disse serviu para me tranquilizar. Ela estava bem, afinal. E também serviu para questões minhas, particulares, internas. Questões relacionadas ao meu trabalho e ao que eu queria fazer da vida dali pra frente. Será que eu devia voltar logo? Ou será que eu devia mudar algumas coisas? E Sasuke, o que será que ele achava que eu deveria fazer?

E falando no mocinho, ele apareceu de surpresa na cozinha da confeitaria. Me lembrei de relance do vestido e do bilhetinho que ele havia deixado pra mim, e sorri.

– Mãe, eu comprei as coisas que a senhora me pediu, e já guardei tudo. - Ele disse.

– Obrigada filho. - Ela sorriu agradecendo, enquanto misturava mais alguns ingredientes para começar outra massa de bolo.

– Não foi nada... Mãe, não está na hora de parar e ir pra casa?

Ele disse, e eu dirigi o olhar a sra. Uchiha. Eu entendi que não haveria jeito, ela trabalharia duro e faria todos os doces, mesmo que nós nos preocupássemos com ela. Isso a deixava feliz! Então, nós praticamente nos comunicamos por olhares; enquanto o meu significava um "deixe comigo", o dela significava um "obrigada".

– Vem aqui fora, Sasuke. - Chamei-o, puxando pelo braço.

– O que? Por quê?

Puxei-o até o balcão da confeitaria fechada. As luzes estavam apagadas, e a única claridade no ambiente era a do sol baixo do fim de tarde, que entrava pelo vidro das janelas.

– Deixe a sua mãe. - Eu disse.

– Mas você não concordava comigo? Ela trabalha demais! - Ele ficou sem entender nada.

– Eu ainda concordo! Mas tivemos uma conversa de meninas agora a pouco, e pode deixar isso comigo. Tá bom?

– O que vocês duas estão aprontando?

– Nada, ué! Ah! Eu vi o presente que você me deixou.

– Viu? E você gostou? - Sasuke perguntou um pouco sem jeito.

Prontamente me coloquei nas pontas dos pés e o ataquei. Distribuí beijos pelos lábios, rosto e pescoço dele, o que o fez dar risada.

– Isso foi um "sim"?

– Isso foi um combo de "sim" com "eu também te amo". - Expliquei seriamente e o abracei, mesmo usando avental.

– Sakura, você está sujando minha roupa com farinha. - Ele disse baixinho, enquanto entrelaçava os braços na minha cintura.

– Como se você se importasse com isso.

Ele me beijaria, se a sra. Uchiha não aparecesse e eu rapidamente o soltasse. Eu ficava envergonhada de agir como uma adolescente apaixonada na frente dela. Afinal, o meu "alvo em questão" era o filho dela! E além disso, nos conhecemos desde que eu era criança. Não dava pra explicar, apenas sentia um pouco de vergonha.

Ela me pediu para ajudar com a cobertura de um bolo, e que depois disso eu deveria voltar para casa. Ela ficaria apenas para terminar um último que faltava.

A noite não teve nada de muito especial. Jantamos, conversamos um pouco na sala, e logo fomos dormir. Afinal, o dia seguinte era segunda feira, dia de trabalho para todos, e dia em que eu finalmente teria que resolver o problema relacionado ao meu trabalho.

–--x---

Esperei que todos saíssem de casa para pegar o celular e ligar para o meu chefe. Selecionei o numero pessoal dele e fiquei no meio da sala, andando de um lado para o outro, enquanto ouvia o barulho da chamada. Eu estava nervosa.

– Sakura? Por que não veio hoje? - Ele atendeu e rapidamente perguntou.

– Bem, eu ainda estou aqui na minha cidade, liguei porque eu deveria avisá-lo sobre algo... Eu terei que ir direto ao ponto.

– Diga!

– Eu não sei quando vou voltar. Por isso, eu queria perguntar se o senhor permite que eu fique aqui por mais um mês... Talvez um mês e quinze dias, que totalizariam dois meses. Era o tempo que eu teria acumulado de férias, não é?

– O que? Mas por que isso? Está acontecendo alguma coisa grave? - Ele perguntou preocupado.

– Na verdade, eu estou resolvendo alguns problemas de ordem pessoal... - "Problemas de ordem pessoal", que jeito rebuscado de se dizer que eu não queria deixar o meu namorado! Na verdade o problema ia mais afundo, mas ok. - Não posso dizer ao certo do que se trata, mas eu precisava muito desse tempo. E o senhor havia dito que eu tinha férias acumuladas, achei que não fosse problema.

– Bem, na verdade você pode ficar... Pela legislação da empresa você pode tirar esses dois meses de férias, é exatamente o tempo que você tem acumulado. Mas e o seu casamento? Não vai precisar de tempo para gastar com ele?

– Não vai mais haver casamento. - Eu disse. Houve um pequeno silêncio constrangedor, que eu logo quebrei pigarreando e perguntando. - Estou autorizada, então?

– Por mim, você está... Mas se você quisesse manter seu cargo sem grandes problemas eu sugeriria que a senhorita voltasse logo. – Ele cochichou.

– Por quê? - Perguntei. Droga... Eu achei que ele concordaria facilmente.

– Olha Sakura, isso não é uma implicação minha, quero que fique bem claro. Por mim não há problema, mas os investidores estão de olho na sua ausência.

– Mas eles não podem fazer vista grossa nisso! Podem? Quer dizer, pela lei eu tenho direito a férias!

– Na verdade, como são eles que nos financiam, de certa forma eles podem sim. Eles disseram que sua presença aqui é importante, e você não deveria tirar suas férias todas de uma vez. O que eu achei bastante estranho, afinal, outros funcionários já tiraram férias relativamente longas como a sua. Parece algum tipo de implicância com você.

– Senhor, eu... Posso perder meu emprego?

– Você quer a verdade, ou prefere que eu lhe tranquilize?

– Quero a verdade, por favor. - Eu disse, tentando me preparar psicologicamente para o que vinha a seguir.

– Eu não sei muito sobre isso, mas eu suspeito que eles já tenham algum "preferido" pra por no seu lugar, caso você cometa alguma falha. Eu não sei desde quando isso vem ocorrendo. Você sempre fez um trabalho muito bem feito, e eles gostavam de você... Mas eles estão agindo estranho ultimamente.

– Isso é golpe baixo! - Eu disse. "Baixo"... Isso me lembrava Sasori. Ele que havia se revelado um mestre em golpes baixos ultimamente.

– Eu sei, Sakura... Isso não é nada ético. E eu sou seu chefe, porém não sou o maior superior daqui. O que pude fazer foi tentar te defender nas reuniões, mas não sei quanto efeito pode ter surtido. Por isso me desculpe, mas eu não posso fazer mais nada. - Ele disse, pesaroso.

– Tudo bem senhor... Muito obrigada.

– Você vai voltar?

– Eu... Ainda não sei. Acho que não posso fazer isso. Mas vou pensar no que fazer.

Finalizei a chamada, e finalmente me sentei ao sofá, pensativa. Eu realmente não sabia o que fazer. Quer dizer, trabalhar lá foi o que eu sempre fiz, e não posso dizer que não gostava. Além do gosto, ainda tinha o fato de que me rendia um bom salário e uma boa posição. Será que era melhor eu voltar e garantir meu trabalho?

Sinceramente... Não era isso que eu queria. Quando eu pensava em voltar a viver como antes, a ideia não me deixava nada satisfeita. Não queria deixar Sasuke aqui sem resolver nossa situação, eu prometi que não faria isso. "Ir embora agora não faz meu coração bater mais rápido" , eu pensei, retomando as palavras da sra. Uchiha. Eu tinha uma leve ideia do que eu poderia fazer, mas ainda me faltava coragem.

Olhei rapidamente para a janela. Vi Sasuke atravessando a rua, indo para o trabalho. "Indo para o trabalho? Ele havia saído há meia hora!" Pensei um pouco e observei que ele estava sem a mochila, e carregando o pacote com a marmita. Acho que havia esquecido a marmita novamente e veio buscar. Ele provavelmente entrou pela porta da cozinha, já que não o vi abrindo a porta da sala.

Será que ele ouviu minha conversa? Isso definitivamente não é bom. Não é bom que ele saiba que eu posso perder meu emprego, pois eu sei que ele se culparia, achando que eu ainda estava no interior apenas por causa dele. Era principalmente por causa dele, sim. Mas não dava pra dizer que era só por isso. Eu agora teria que descobrir se ele ouviu algo ou não.


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está o capítulo. Espero q vcs tenham gostado. Eu devo admitir, algumas coisas tem me chateado em relação a recepção dessa história. Mas não vou ficar reclamando aqui, e nem parar de postar (ainda q me dê vontade), pq eu sei que ainda tem gente que acompanha e que gosta. Seria falta de consideração com vcs. Mas enfim, eu espero q até o final da história esse "algo" pare de me incomodar. Obrigada e até a próxima.