Thorns escrita por Kamereon


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oláá!
Bem, a fic é um pouco diferente. Por se tratar de uma adaptação, alguns personagens não serão fielmente retratados. Mas analisei e achei q ficou bem legal! Espero de coração q vcs gostem e q me deem a recepção q eu imagino (pra eu ficar felizinha, hahaha *-*)

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/613986/chapter/1

Não foi tão fácil assim deixar a cidade onde eu morava e ir para a capital. Às vezes eu acho que eu fugi, como uma covarde. Meus sonhos não deram certo lá, e eu quis ir pra outro lugar ver se esquecia as decepções. Cheguei à capital sem nada, só com um dinheiro que havia juntado e a certeza de que meus pais me mandariam uma “mesada” para sobreviver, mesmo que eles não estivessem muito a vontade com essa minha ideia maluca de ir embora pra um lugar onde eu não conhecia ninguém e nunca havia botado os pés antes.

"Pode consertar sua vida aqui mesmo!" eles diziam. Mas eu não aguentava mais, me sentia sufocada naquele lugar e então resolvi ir embora. Eu tinha 19 anos, e julgava ser muito adulta, experiente, mas só eu sei o quanto doeu ir embora, esquecer certas coisas e tentar construir uma vida nova.

Contudo, acabou dando certo! Seis anos se passaram, eu me formei em administração e arrumei um emprego ótimo na área de empreendedorismo de uma multinacional. E sabe o que mais? Eu estou noiva! Isso mesmo, conheci um homem incrível na faculdade, e ele foi essencial para que as coisas começassem a dar certo pra mim. Imagino o que teria sido de mim sem Sasori.

---x---

Estávamos no apartamento de Sasori, assistindo um filminho água com açúcar debaixo do edredom. Apesar de que, ele não estava nem um pouco interessado no filme, então não seria errado dizer que eu estava assistindo o filme sozinha. Sasori estava ocupado demais beijando meu pescoço e acariciando minha cintura por debaixo da minha blusa.

- Sakura, vamos pausar esse filme – Ele disse, ainda tentando me persuadir – Temos coisas mais interessantes pra fazer, não acha? Eu estava com saudade de você.

- Ai amor, me deixa ver o filme, tá bom? Eu prometo que depois que acabar eu faço questão de matar a sua saudade. – eu disse com um sorriso travesso nos lábios, aquele sorriso que eu uso para convencê-lo sobre qualquer coisa.

Ele suspirou, derrotado.

- Tudo bem... Você não me ama mais, não é? – Ele disse, fazendo de conta que estava muito magoado.

- Que drama é esse hein, mocinho? Eu já te disse que você deveria ser ator em vez de administrador. – respondi, dando risada do bico que ele fez.

- Se eu fosse ator, ia querer contracenar com você. – Ele disse, erguendo ainda mais a minha blusa e ficando por cima de mim. – E nós faríamos um par romântico daqueles bem quentes, o que você acha?

- Acho que eu já não estou entendendo mais nada desse filme. – E finalmente cedi aos encantos do meu noivo. Ele já havia se livrado da minha blusa incômoda e eu também me livrei da camisa de botão que ele usava, abrindo um botão por vez bem devagarzinho do jeito que eu sabia que ele gostava. As coisas começavam a esquentar, e tudo ia perfeitamente como de costume...

Até que o meu celular tocou.

- Deixa tocar vai. – Ele disse já ofegante, começando a cuidar de abrir minha calça. Mas aquele barulho chato havia cortado todo o clima.

Tenho que lembrar que mudar esse toque mais tarde” pensei. Sasori protestou muito, porém acabei atendendo o celular. Que estranho, era um numero desconhecido...

- Alô?

- Sakura, é você?

- Quem está falando?

- É a Ino...

- Ino! Ai que saudade! – Era minha irmã mais nova. A última vez que a vi foi no casamento dela, há cinco anos. Eu tinha 20 anos na época, fazia um ano que estava fora e voltei apenas para vê-la se casando. Ela tinha 18 anos, estava casando-se com Sai, o rapaz da oficina mecânica. Eu de certo modo senti um pouco de inveja dela. Não que eu quisesse o que era dela, mas o fato era que eu via que ela era mais nova que eu e já havia alcançado a felicidade, enquanto eu tive que fugir para tentar alcançar a minha felicidade e os meus objetivos, que na ocasião eu nem sabia ainda quais eram.

- Pois é, né? Você sumiu...

- Haha, pare com isso – Ri com intenção de desviar do assunto – Mas então, me conta! Como vocês estão? Como está o meu sobrinho fofo?

- Estão todos bem... Menos o vovô. Eu liguei pra avisar que ele finalmente partiu. – Nosso avô havia entrado em estado vegetativo devido uma doença, e permaneceu nesse estado durante aproximadamente um ano e meio.

- Ah... Nossa. Eu não sei o que dizer. Eu sinto muito, quer dizer... Eu também estou triste por isso. E a mamãe, como ficou com essa notícia?

- Ela está triste também, mas Sakura... O velório começará amanhã de dia, e ele será enterrado no fim da tarde. Não tem jeito de você vir? Mamãe queria muito ter você por perto nesse momento.

Ai, não. Agora ela tocou no meu ponto fraco. Voltar à cidade onde eu nasci... Eu não gostava de ir lá. Havia uma pessoa que eu sabia que veria sempre que fosse lá, e eu não queria vê-lo. Sasuke. Ele sempre foi meu amigo no colégio, me defendia de tudo e de todos, tínhamos apelidos estranhos um para o outro e éramos como carne e unha. Mas eu sempre gostei dele de verdade, e infelizmente, ele não ligava pra mim, nunca ligou. Sempre me colocava na "friendzone", me tratava como uma irmã mais nova. Foi dele que eu quis me afastar quando fui embora.

Espere. Não posso ser assim. Um membro importante da minha família faleceu! E seis anos já se passaram. Eu não posso deixar que Sasuke influencie minha vida dessa maneira, não mesmo. Isso é passado, certo?

- Eu vou então. – Respondi minha irmã.

- Sério? Achei que seria mais difícil convencê-la. – A ouvi dando uma risada leve.

- Vai ser bom revê-los. Me esperem, amanhã de manhã estarei aí.

- Ok então. Até amanhã!

---x---

Conversei com Sasori, e no fim das contas nem conseguimos "matar a saudade", se é que me entendem. Ele ficou chateado, mas compreendeu que eu deveria ir. Liguei para o meu chefe para conseguir uns dois dias de folga, e ele acabou me dando duas semanas! Fiquei surpresa quando ele me disse que eu tinha férias acumuladas e que seria uma boa hora para tirá-las. Ainda conversei com ele dizendo que não precisava de tantos dias, que precisaria de férias quando estivesse na época do casamento, mas ele me falou que eu tinha tantas férias acumuladas que poderia até tirar o mês inteiro do casamento de férias. Eu nem reparei que trabalhava tanto.

No dia seguinte, lá estava eu 5hrs da manhã pegando a estrada. Seriam 4 horas de viagem, e eu queria chegar cedo, na medida do possível. Peguei meu carrinho não tão novo assim e rumei para o interior. A viagem foi tranquila... Até chegar perto do meu destino, e meu carro decidir dar algum problema.

Parei no acostamento, mas por que isso tinha que acontecer? Apenas uns 15 km e eu chegaria na cidade, por que meu carro teve que quebrar justo agora? Pensei um pouco e lembrei que Ino havia casado com um mecânico. "Ah irmãzinha, você vai me salvar!" eu pensava enquanto ligava para ela.

- Alô Ino?

- Sakura? Já está chegando?

- Então, eu estou aqui perto na estrada, mas meu carro quebrou, eu não sei o que aconteceu. Será que você não pode pedir pro seu marido vir ver? Eu quero chegar aí a tempo, ele ainda trabalha como mecânico não é?

- Ah... Sai está de folga hoje por conta do velório. Não tem como vir mesmo?

- Não, o carro nem liga mais. Ai droga, o que eu faço?

- Espera um pouco que eu vou falar com ele, vamos ver o que fazer.

Desliguei o telefone e esperei por aproximadamente meia hora, quando avistei no sentido contrário da estrada um caminhão de guincho bem velho.

"Deve ser o marido da Ino, aquela garota é um anjo, conseguiu resolver o meu problema." eu pensava, enquanto sorria feito uma boba. Até que meus olhos viram algo que eu não queria acreditar. Não era o meu cunhado que estava dirigindo aquele caminhão velho. Era Sasuke.

- Ai minha nossa. O que eu faço? Ok Sakura, foco. Você já tem 25 anos, é uma mulher forte, decidida, linda e noiva de um deus grego. Não se deixe abalar por um amor platônico da época do colegial. – Eu falava sozinha olhando em meus próprios olhos no espelho retrovisor. - Isso é passado, tudo passado. Eu estou completamente segura de tudo.

Segura de tudo, claro... Foi ele se aproximar do carro pra eu colocar meus óculos escuros imediatamente, na esperança de que ele não me reconhecesse. Atitude muito madura e segura, obviamente.

"Se passaram seis anos, ele não vai me reconhecer, eu mudei muito!" Mas é claro que não foi isso que aconteceu.

- Oi, Sakura. – Ele disse, e eu senti como se me faltasse fôlego. Quem ele pensava que era afinal? Como ele podia me dar "oi" usando aquele macacão jeans extremamente másculo, sujo com aquela graxa máscula, e com aquele olhar mega másculo!

"Sasuke, você é lindo demais pra me dar oi, pare com isso", foi exatamente isso que eu tive vontade de dizer. Mas foi só vontade, passou.

- Ah, oi. – Tentei parecer naturalmente calma, mas acho que ele reconheceu o meu sorriso nervoso. Ah, isso nunca mudou. Ficamos nos encarando por uns momentos, até que ele resolveu falar.

- Então, você não vai sair?

- Hã?

- Eu preciso que você saia do carro pra eu dar uma olhada.

- Uma olhada no que?

- No carro. – Ele disse, e eu conhecia exatamente aquela expressão que se formou no rosto dele. Uma expressão que ele usava quando eu fazia alguma pergunta óbvia.

- Ah, você é mecânico agora?

- Sim, trabalho na oficina. – Ele contou, apontando o lado esquerdo do peito onde estava escrito "Oficina". Você é um gênio, Sakura. Sério. Você se formou em uma das melhores faculdades da capital e não consegue ler o que está escrito no uniforme do rapaz. Oh sim, ele era mecânico agora... Isso explica o macacão másculo e a graxa máscula.

Ele pegou uma caixa de ferramentas e ficou um tempo olhando debaixo do meu carro e também dentro do capô, e quando saiu de lá não demorou a dizer:

- Você vai ter que voltar no caminhão comigo, não tenho como arrumar o seu carro só com essas ferramentas. Você deu sorte sabia? Podia ter acontecido algum acidente, a bobina está danificada. Vai precisar de uma nova.

Ok, isso era tudo que eu não precisava. Ter que voltar com ele no caminhão, poxa vida! Eu já tive um pequeno surto ao vê-lo chegando, agora vou ter que aguentar 15 km com a pessoa do meu lado. Mas era assim que tinha que ser, então eu subi enquanto ele prendia meu carro ao guincho da parte de trás do caminhão.

Seguimos boa parte do caminho em silêncio. Eu ainda estava de óculos escuros, então olhava pra ele de vez em quando, sabendo que ele não ia reparar. Era impressionante como ele havia mudado. O rosto continuava o mesmo, a não ser pelas espinhas que desapareceram. Mas o corpo dele era outro. Era tão magrinho anos atrás, agora estava mais... Másculo. Eu vou parar de usar essa palavra pra definir tudo que tenha a ver com Sasuke, sim, preciso parar. Mas enfim, olhar pra ele dirigindo aquele caminhão me fazia lembrar da primeira vez em que eu o vi dirigindo um carro. Ele estava todo inseguro, e agora nem parecia o mesmo garoto. Dirigia confiante, com um braço pra fora da janela, o sol iluminando seus olhos, fazendo-os parecerem mais claros e o vento desgrenhando-lhe os cabelos negros. Era de fato uma cena bonita, ele havia se tornado um belo homem, e por mais que eu tenha usado o adjetivo "másculo" várias vezes para descrevê-lo, ao passar mais alguns minutos ao seu lado eu ainda percebi em Sasuke o mesmo rostinho de moleque da época da escola, e o mesmo hábito de roer as unhas e morder os lábios, não do jeito sexy que Sasori fazia pra me seduzir, Sasuke mordia os lábios como um adolescente inocente que não sabia do efeito que isso causava em mim.

- Andou sumida, hein. – Ele novamente cortou o silêncio.

- Ah, eu estava ocupada.

- Ocupada demais para se lembrar dos amigos, entendi...

- Não é assim. – Eu disse, tentando me defender.

"Ocupada tentando esquecer você, seu idiota", era o que eu tinha vontade de dizer, mas mais uma vez fiquei calada.

- Bom, não vou discutir sobre os seus motivos. - Ele sorriu de canto. - E o seu avô, você veio para o velório dele não é?

- Sim.

- Estamos todos tristes pela perda, eu sinto muito.

- É, é triste pensar assim, mas de certo modo esperávamos por isso. De qualquer maneira não é uma situação fácil.

- Sim, você está certa. E está falando diferente também. – Ele riu.

- Bem, é que eu estudei...

- Virou doutora foi?

- Administradora.

E conversamos algumas poucas banalidades até chegarmos à casa da minha mãe.

- Bom, chegamos. – Ele disse, parando o caminhão na porta. – Vou baixar o carro pra você pegar sua mala. Trouxe uma mala, não é?

- Sim, trouxe.

Ele soltou meu carro para que eu conseguisse pegar minhas coisas, e então ele o prendeu no guincho novamente.

- Vou levá-lo pra oficina, quanto tempo você vai ficar?

- Bem, eu trouxe roupa pra hoje e amanhã.

- Sério? Acho que você vai ter que ficar um pouquinho de tempo a mais.

- Como assim?

- Bom, eu vou ter que ir à cidade vizinha comprar a peça do seu carro, e considerando que por hoje nós fechamos a oficina, e ainda temos outros carros pra consertar, seu carro deve ficar pronto daqui uns três dias.

- O que? Mas e agora?

- Vou fazer minha parte, pode confiar. Agora preciso ir, ainda vou ao velório.

E eu fiquei lá, embasbacada, parada na frente da casa da minha mãe. Três dias? Sasori não ia gostar disso. E eu nem tinha roupas o suficiente! Esse Sasuke está atrasando minha vida! O que custa arrumar logo o meu carro?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vcs gostaram? Sinceridade, por favor T_T Não me deixem desanimar! hahaha