Afire Love - Cobrina escrita por Mandy


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei. Estou demorando horrores para postar. Mas eu peço milhões de desculpas e suplico que não me abandonem, rs.
Então, já vou avisar que o próximo capítulo vai demorar (provavelmente) mais duas semanas para sair pois estou em uma maratona de aulas e prova (mesmo sendo férias para muita gente). Depois do dia 19 estarei livre para voar, ops, escrever.
Espero que gostem e nas notas finais eu exponho minhas dúvidas.
Beijos e muito obrigada pelos comentários, sério, vocês não tem ideia de como eles motivam e deixam meus dias mais alegres.
=)



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P.O.V. Cobra

– Karina, seu pai já foi e você pode ir embora também – eu estava cansado, de tudo. Só queria arrumar essa porcaria de loja logo e que o dia acabasse, pra ver se aquela maré de azar passava e eu voltava a viver minha vidinha como tudo era antes. Bem, nem como tudo era antes. Karina já não estaria mais nela quase todos os dias.

Senti que ela havia adentrado no QG e andava calmamente até minha direção, como se eu fosse uma fera que ela não podia acuar senão a atacaria.

– Cobra, me escuta, você precisa entender...

– Eu não preciso entender nada – disse a interrompendo e me virei para encará-la já alterado. Havia perdido o pouco controle que ainda me restava após todo ocorrido do dia, era incrível como a simples presença dela naquele lugar me perturbava. Toda vez era assim, não sei o que acontecia comigo, mas era só ela estar no mesmo lugar que eu para me deixar inquieto.

– Seu pai já foi e você pode vazar daqui também já – acirrei os olhos e sorri irônico para ela – não tem ninguém aqui e o teu guitarrista não gosta quando ficamos sozinhos, lembra? - Pronunciei cada palavra pausadamente e, com o máximo de malícia que minha raiva permitia, atuei naquele momento para tentar acuá-la. Me aproximei dela devagar, até ficar próximo o suficiente para olhá-la de forma superior e sentir sua respiração alterada bater em meu pescoço.

Karina havia levantado a cabeça para que pudesse me encarar nos olhos enquanto eu me aproximava e o que eu vi foi um mar durante uma tormenta. O olhar dela aparentava tristeza, confusão, nervosismo, raiva e pena. E foi esse último sentimento que me desarmou por completo. Ela não sentia medo mesmo eu tentando meu melhor para afastá-la e só permanecia lá por pena. Eu realmente deveria estar “no fim do poço” pra uma menininha achar que precisava ficar perto de mim por dó. Me senti o maior derrotado do universo, nem perder o Warriors para o Duca tinha doído tanto. Então não era carinho por mim que ela sentia, era compaixão? Era só o que me faltava! Bufei e a segurei pelo braço, virando-a e lhe dirigindo para a porta, meu intuito era claramente largá-la na rua e trancá-la para fora. Já dizia o ditado “fora dos olhos, fora do coração”, não vou ficar aceitando "migalhas" de ninguém.

Aparentemente esse não era o plano de Karina, que se livrou facilmente do meu aperto em seu braço e rotacionou o corpo, correndo em seguida para o meu quarto.

Praguejei baixo e respirei algumas vezes tentando adquirir alguma calma divina para lidar com aquela teimosia de menina.

– Ka.ri.na – eu chamei entridentes – eu já perdi minha paciência faz tempo e não tenho mais nada pra falar com você – avisei, torcendo para que um mínimo de sanidade brotasse naquela cabeleira loira e a fizesse partir.

– Eu não vou sair daqui até falar tudo o que eu tenho pra falar com você – gritou a loira, em tom decidido, do meu quarto.

– Argh - soltei o ar irritado – você vai embora de qualquer jeito e vai ser agora– me dirigi até o outro comodo com o objetivo fixo em expulsá-la do QG.

Esperava vê-la sentada na cama ou perto do saco de areia, onde geralmente ela ficava quando vinha me visitar e conversar, o que eu não esperava era que aquela maluca estivesse escondida e se aproveitasse da minha distração para me atacar! Ela me empurrou até a minha cama e quando meus joelhos encontraram a lateral eu obviamente me desequilibrei, fazendo com que eu ficasse deitado ainda atordoado enquanto Karina colocava seu peso sobre mim e me prendia em um “mata-leão”.

– Tá bom, eu desisto! Já é a segunda vez hoje que eu tô quase morrendo asfixiado por alguém da sua família, já deu né?

Aquilo pareceu fazer com que ela se sentisse culpada e ela afrouxou o aperto.

– Me promete que não vai me tirar daqui até eu acabar de falar? – ela perguntou como se eu tivesse qualquer outra alternativa que não aceitar as condições dela.

Eu sorri com apenas um lado dos lábios devido aquele pensamento, Karina ainda conseguia ser ingênua apesar de tudo o que passou. Controlei a vontade que predominava em mim de me livrar do golpe dela, lhe prender embaixo de mim e a abraçar de forma protetora. Eu sentia todas as curvas de seu corpo prensado ao meu e aquilo me remeteu ao sonho mais cedo. Deveriam ensinar ela que o mundo é ruim e que há pessoas como eu nele, ela não devia confiar em ficar sozinha numa loja, em cima de um cara na cama.

– Vai logo Karina, eu não tenho a noite inteira – respondi mau-humorado me livrando daqueles pensamentos impuros.

Finalmente ela me soltou e sentou ao final da cama me encarando, enquanto eu sentava de costas a parede, passando a mão pelo meu pescoço que deveria ter marcas vermelhas pelo golpe aplicado e doía levemente, sem vontade alguma de olhar para a loira ao meu lado.

– Tá, é que eu... eu tava pensando agora a tarde e... sabe é que – eu percebi que ela olhava para baixo e remexia as mãos, tentando elaborar a frase, mas ainda assim eu me recusei a olhá-la e tentei me manter o mais frio possível. Ela podia ser teimosa, mas eu ainda era o rei naquele jogo de birra.

– Ah, quer saber?! Que se dane! – Ela levantou e me encarou – Olha pra mim – ela pediu mas eu não atendi – Olha para mim, Cobreloa! – Dito isso ela segurou meu queixo e o levantou para que eu a olhasse.

´- Você precisa parar de ser tão chato assim, é por isso que ninguém se aproxima de você – ela disse com um meio sorriso nos lábios.

– Falou a rainha da doçura – respondi irônico para ela e levantei mais minha cabeça para que me livrasse do toque da garota.

– E ai Karina, você fez esse drama todo pra me falar que eu preciso melhorar meus modos? – Me levantei, cruzei os braços em frente ao peito e lhe encarei com uma das sobrancelhas levantadas.

Ela foi lentamente perdendo o sorriso que estampava em sua face e abaixou a cabeça.

– Não – disse, por fim – eu pensei essa tarde e, por mais que essa distancia seja necessária agora, eu me preocupo com você e a última coisa que eu quero é que você fique bravo comigo e me odeie - seus olhos estavam marejados e lágrimas ameaçavam cair - Cobra, você é meu melhor amigo! É a pessoa que ficou ao meu lado e me ajudou durante os piores momentos que eu vivi. Eu só queria que você me entendesse! – disse isso já exaltada e voltou a me olhar – E entendesse que eu preciso, como uma última vez, tentar fazer dar certo esse relacionamento com o Pedro para que depois eu não me arrependa de não ter tentado. Para que, se decidir largar dele, eu não pense como seria minha vida com ele, não pense sempre no “e se”.

E por incrível que pareça essa foi a gota d’água para o meu auto controle. Ouvir ela falar que ficava pensando em como seria a vida dela com aquele idiota de namorado foi o meu limite e eu explodi de raiva. Empurrei ela pelos braços até a parede e despejei tudo o que se passava pela minha mente aos berros.

– E se? Eu vou te falar vários “e se” que você deveria estar pensando nesse momento! E se, naquele dia, não fosse eu que estivesse treinando e você tivesse abraçado e se declarado pro Duca? E se, no dia da festa a fantasia, não fosse comigo que você tivesse lutado e desabafado? E se, quando você chorou, o Pedro não tivesse chego e te levado embora da minha companhia no chafariz da praça? E se você não tivesse acreditado e me defendido na frente de todo mundo? E se não fosse você quem me achou e cuidou de mim quando eu resolvi ir pra uma luta ilegal? E se não fosse eu que tivesse te abraçado e segurado quando você fugiu ao acreditar que o Gael não era seu pai? E se eu não tivesse ficado ao seu lado e dado dicas para você vencer as lutas? E se ao invés de pagar aquele babaca a sua irmãzinha tivesse pago pra mim namorar você? – ela me olhava com os olhos arregalados e a boca entreaberta que demonstrava o espanto pela minha atitude.

– Você já pensou no que teria acontecido se não fosse o Pedro o seu namorado, Karina? Já parou pra pensar como a minha vida e a sua teria mudado se todos esses "e se" que eu te falei tivessem ocorrido de outra maneira? - terminei num tom mais calmo.

– Cobra, eu... – ela havia respirado fundo e começado a me responder mas eu não queria ouvir mais nada.

– Não é possível viver pensando no "e se", Karina. Enquanto você vive seu "e se" com o teu guitarrista eu posso já nem estar aqui mais quando você decidir me procurar – lhe disse bem mais calmo e abaixando a cabeça derrotado após liberar tudo aquilo que eu relutava tanto para manter dentro de mim - Chega de papo K, vai embora, eu tô cansado.

– É, chega Karina. Vai embora que eu tenho assuntos a tratar com o meu vagabundo e ele tá cansado, precisando que eu cuide dele.

E para finalizar meu dia com chave de ouro, me aparece a “dama” com cara de poucos amigos.

Soltei os braços de Karina e olhei naqueles olhos azuis uma última vez antes de virar de costas para ela. Demorou um tempo para que eu ouvisse os passos da loira se afastando e Jade dizendo o que pareceu ser “já vai tarde maria macho”.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, primeiramente, queria saber o que vocês estão achando das personalidades de Cobra e Karina. Algo que precisa ser mudado?
Segundo, eu havia escrito a continuação para esse capítulo, que seria basicamente entre o Cobra e a Jade, mas a Jade é desnecessária (pra mim), mesmo assim, queria saber se vocês gostariam de ler ou se pode ser dispensado.
Enfim, espero que gostem e estou ansiosa pela opinião de vocês!



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