"O que vocês querem me contar?" a pequena Kate perguntou aos pais, estava ansiosa para saber qual era a notícia que eles tinham para dar.

"Você vai ter um irmãozinho..." começou Johanna.

"Ou irmãzinha." completou Jim.

"Eu não quero." a menina disse emburrada e cruzou os braços.

"Katie, por que você não quer um irmãozinho?" Jim perguntou.

"Porque é chato."

"Como você sabe que é chato se você não tem irmãos?" Johanna colocou a pequena em seu colo e perguntou pacientemente.

"Ele vai querer pegar minhas coisas."

"Por que você não quer dividir suas coisas com seu irmãozinho, você divide com seus amigos?" Jim perguntou, Kate não respondeu.

"Olha meu amor, o bebê vai ter as coisas dele e quando ele crescer um pouco vocês vão brincar e se divertir juntos, ok?" a pequena ficou calada, então Johanna continuou. "Eu sei que vai haver vezes que vocês vão brigar, dizer que não gostam um do outro, mas vocês vão se amar e vai dar tudo certo no final. Eu prometo."

"Não vou precisar dividir minhas coisas com ele?"

"No começo não, mas você não pode ser egoísta, Katie. Quando o bebê crescer um pouco, vocês vão precisar dividir algumas coisas."

"Tá bom." Kate disse um pouco conformada com a notícia. "Eu vou poder brincar com ele?"

"Sim, meu amor."

"E ele ou ela vai me amar como vocês me amam e eu amo vocês?"

"Claro que sim, Katie. E vocês vão ser muito felizes."

"Ok."

.

Quando descobriram que iria ser outra menina Kate ficou com ciúmes, mas Johanna conversou com a pequena e a fez entender que não precisava ficar com ciúme da irmã, as duas eram amadas da mesma forma.

Aos poucos Kate foi se acostumando com a ideia e a cada mês que passava ficava mais ansiosa para que a irmã nascesse. Já havia planejado várias coisas que fariam quando a irmã pudesse brincar.

"Katie, conheça sua irmãzinha, Audrey." Jim apresentou a filha mais velha à bebê.

"Ela é tão pequena." Kate estava admirada com a irmã. "E linda, só não é mais linda que eu."

Jim e Johanna riram do comentário da pequena.

"As duas são lindas e vão ser lindas igual a mamãe quando crescerem." Jim disse às três mulheres de sua vida.

...

Pouco a pouco as pessoas foram saindo, restando apenas Kate, Jim e Taylor no cemitério.

Castle ficou ao lado de Kate desde a hora que soube do acidente até agora. E se fosse por ele, não teria saído do lado da parceira, mas Martha achou melhor deixá-la com o pai e a sobrinha.

Já havia começado a escurecer quando os três foram para casa. Kate ficaria na casa do pai por alguns dias, não queria ficar sozinha em seu apartamento e não queria deixar o pai sozinho com Taylor.

Jim não conseguia dormir, virou-se inúmeras vezes e o sono não vinha. Resolveu levantar-se e procurar algo para fazer, encontrou Kate sentada no chão da sala.

"Não consegue dormir?" Jim perguntou à filha, sentou-se ao lado dela e a abraçou.

"Nem fui para a cama."

Ficaram em silêncio por vários minutos.

"Nós já havíamos perdido a mamãe, por que tínhamos que perder a Audrey também?"

"Simplesmente tinha que acontecer, Katie."

"É tão injusto."

"Eu sei."

"O que vai ser da Taylor? Eu e a Audrey já sabíamos nos cuidar sozinhas quando perdemos a mamãe, ela é apenas uma criança."

"Ela não está sozinha, Katie. Vai demorar, mas ficar tudo bem."

"Espero que sim."

Novamente ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas pensando em Audrey.

"Tenho algo para você." Jim falou interrompendo os pensamentos de Kate.

"O que?"

"Só um minuto." Jim respondeu e foi para o escritório. Logo voltou e entregou um envelope à Kate, que o olhou surpresa. "É uma carta da Audrey."

"Sobre o que?"

"Eu não sei. Ela me entregou alguns meses atrás e disse para entregar a você caso algo acontecesse com ela."

Kate suspirou e se esforçou para não deixar as lágrimas caírem.

"Vá descansar, Katie. Amanhã você lê."

"Ok. Boa noite, pai." Kate deu um beijo na bochecha do pai e foi em direção as escadas, virou antes de começar a subir. "O senhor tem que ir descansar também."

"Eu vou. Boa noite, Katie."