A Filha do Mar escrita por A OLD ME


Capítulo 53
Capitulo 42




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Depois de Perséfone me preparar uma mochila de viagem e me emprestar algumas roupas que obviamente ficaram muito grandes pois ela era bem mais alta e encorpada do que eu, Tanâto me levou até a entrada do Labirinto onde pulei sozinha.

Ao pular no labirinto perdi totalmente meus sentidos. A entrada era escura e apertada, esticando os braços eu conseguia tocar as duas paredes. Dei um passo para trás e bati na parede, ou seja, naquele momento eu só tinha um caminho a seguir e eu o segui.

Caminhei pelo labirinto escuro tocando as paredes por um bom tempo, quanto tempo exatamente eu não conseguia saber, no labirinto o tempo corria diferente.

– Ai que nojo! – não pude evitar de falar quando pisei em algo gosmento.

Olhei para o chão e pude ver um liquido gelatinoso no chão, parecia baba. E baba significava que havia alguma criatura por ali. Caminhei mais a frente com o maior cuidado possível, tentando enxergar ao máximo, mas mesmo enxergando melhor no escuro ainda assim o labirinto se ofuscava para mim. Aquela parte era mais larga, eu estava perdendo as paredes e ali haviam muitas pedras nas quais eu estava tropeçando.

– NÃO!!! – Um garoto gritou.

Não parecia estar muito longe de mim, mas eu não conseguia saber, minhas pernas e pés já estavam doendo de caminhar em pedras e meus olhos pesavam de sono afinal eu já não dormia a um dia mais ou menos.

– Se afasta de mim. – o garoto falou.

E alguma coisa rugiu. Eu tive que arriscar.

– Nico? – gritei para ele.

– Quem é você? Manda essa coisa se afastar de mim.

– Eu não sei o que é isso Nico... Eu não consigo enxergar direito. – falei tateando o nada.

– Não... você está fazendo isso... se afasta!

Eu não queria dizer quem eu era, realmente não devia, não naquele lugar, mas eu tive que tentar.

– Nico, você sabe quem eu sou, escute minha voz, você me conhece, você sentiu desde o inicio que éramos parecidos.

– Não, você... Você está na minha cabeça, esse monstro, esse monstro é você...

– Não Nico, nós somos parentes, estávamos ficando amigos, você sabe disso. – e então eu o achei.

Senti o peso de uma nevoa no ar e imediatamente tranquei a respiração.

– Nico, preciso que você tranque a respiração e corra comigo. AGORA! – e por algum motivo ele soube que podia confiar em mim assim que segurei sua mão, pois ele correu comigo.

A medida que corríamos o corredor ia ficando mais claro, até que eu consegui enxergar as paredes de pedras cobertas por musgo verde. Continuamos correndo até que não conseguíssemos mais segurar o folego. Quando paramos escorramos em uma pedra grande e oval ofegantes.

– Achei... que você, não... precisasse respirar. – ele comentou.

– haha... Na verdade, água pra mim funciona como oxigênio. Funciono com água também, mas seja no fundo do mar ou em terra eu preciso respirar como todo mundo.

– Há... legal.

– Então você confia em mim?

– Eu sonhei com você... – Ele diz um aparentemente envergonhado – sonhei com... Meu pai e ele me falou para confiar em você.

– Então você vai seguir as dicas de Hades?

– Por que você? Achei que seu pai e o meu não se dessem bem!

– Na verdade nossos pais se dão bem, mas brigas de irmãos existem entre todos irmãos a questão é que quando eles brigam, por serem deuses, é um estrago bem maior.

– Eu e Bianca brigávamos o tempo todo.

– Eu e Percy não brigamos muito, ainda estamos nos conhecendo, mas brigamos as vezes.

– Eu não quero falar sobre ele!

– Então não falaremos, mas é melhor irmos andando, temos que dar o fora desse labirinto.

– Eu conheço uma saída, mas temos que encontrar uma grande pedra... – ele para a frase pela metade.

– Essa grande pedra oval? – pergunto com a sobrancelha erguida – Nico se você conhece uma saída... quer dizer que já saiu ou já viu porque ainda está aqui em baixo?

– Não importa! – ele responde carrancudo.

– Importa sim! Nico o que você quer no labirinto?

– Eu não posso falar. – ele grita.

–Tudo bem... Tudo bem... só vamos dar o fora daqui!

Nico desenhou uma parede de pedras e subiu. Eu o acompanhei rapidamente, mas não pareceu não foi com eu esperava. Do lado de cima, já era noite novamente, assim que sai do labirinto meu celular se atualizou e dois dias haviam se passado desde que Tânato brotou em minha porta.

– Deuses, eu to muito ferrada!

– Por que?

– Eu estive um dia e meio inteiro no labirinto, e pareceram somente horas!

– Lá é assim, o rei disse que muito morrem de fome porque...

– Quem disse?

– Ninguém! Nada, esquece!

– Nico, você tem que confiar em mim, ser filho de um dos três grandes é extremamente perigoso. Pessoas iram querer te induzir a fazer coisas ruins, e te fazer mal se você não cooperar.

– Porque?

– Acredite em mim, a uma profecia, pessoas como eu e você estamos em perigo. Nico eu fui sequestrada e quase morri. – eu explico – O mesmo pode acontecer com você se ficar por ai sozinho.

– Eu sei me cuidar. – ele falar virando as costas para mim – Eu agradeço que tenha vindo, mas eu tenho que fazer isso sozinho Marina! Tchau!

– Nico, por favor! – eu tento segui-lo. Ele para de olhos fechado e eu já sei o que ele está pensando. – Nem pense em desaparecer nas sombras Nico ou eu o levarei direto pro olimpo! – eu ameaço.

– Você não conseguirá me impedir! – ele grita.

Então eu me concentro e surjo atrás dele em sua própria sombra.

– Eu sou mais rápida que você, treinei com os deuses, e o vovô me deu muitas dicas de como sumir nas sombras, consigo viajar uma boa distancia agora.

– Mas isso é poder dos filhos de Hades e você...

– Eu sou filha de Poseidon, mas sou neta de Hades. Tenho poderes herdados dos dois. – explico. – Nico, não quero ter que te forçar a nada. Quero entender o que está fazendo, te ajudar como puder, ou até te acobertar dependendo do que pretende fazer, mas não vou te deixar perturbado dessa maneira. Confie em mim, vamos comer alguma coisa e então conversamos com calma. Eu tenho bastante dinheiro.

– Certo.

Nico e eu então caminhamos até um restaurando do MC lanche onde pudemos nos limpar, comer e conversar. Já era raiar do dia quando nos despedimos na mesma entrada do labirinto. Eu ia voltar para o acampamento e Nico para o labirinto. Eu não concordava com o que ele faria, mas não consegui tirar aquilo da cabeça dele, ninguém o faria, Nico era um risco, mas ele teria que errar antes de finalmente aceitar a verdade e escolher seu destino. Eu não tinha forças para viajar pelas sombras até o acampamento, também não queria incomodar Pégasus então decidi pegar um Onibus. Comprei a passagem e sentei bem perto da porta, mas logo na primeira parada cerca de duas horas de viagem depois fui surpreendida por Tânato mais uma vez.

– O que faz aqui?

– Algo no seu jeito me faz pensar que não gosta muito de mim.

– Desculpa, deve ser o cansaço.

– Então? Não consegiu recuperar o menino?

– Não! Nico não sabe o que faz, mas não posso impedi-lo de tentar, eu provavelmente faria o mesmo no lugar dele, pelo menos agora posso cuidar dele, sei que ele pedirá minha ajuda quando precisar.

– E você pedirá a minha.

– Pode deixar.

– Então, deixe-me ajudar, vou leva-lá para o acampamento, você realmente parece horrível.

– Puxa, Obrigada!

– Feche os olhos princesa. – Ele fala pegando minha mão e tudo se apaga.


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