Em busca de uma nova vida escrita por Kaah


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Taí o segundo!

Comentem!!! :*



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Acordei quando estava amanhecendo, olhei meu celular, eram 06:00 e Tobias ainda estava dormindo ao meu lado. Me levantei, me vesti sem fazer barulho e voltei ao meu quarto. Tomei um banho, vesti uma caça jeans, uma blusinha e um casaco de moletom, terminei de arrumar minhas malas e chamei as meninas no grupo e dessa vez elas responderam, já estavam prontas pra sair.

Cheguei no salão 09:00 e comecei meu café, Matthew passou por mim com os amigos. Christina, Shauna e Marlene chegaram logo atrás dele.


–Bom dia – Eu disse e as três responderam quase ao mesmo tempo.


–Prontas para voltar a realidade? – Perguntou Marlene aborrecida.


–Não temos escolha né? – Respondi.

Decidi não perguntar o que elas fizeram ontem, eu não sou das mais bem humoradas de manhã e me parece que nem elas estavam a fim de conversa hoje.

Voltamos pro quarto, eu não vi Tobias no café. Terminei de me arrumar e seguimos para pegar o nosso ônibus rumo ao aeroporto. No ônibus nós encontramos com os rapazes, Tobias estava sentado ao lado de Uriah e me mandou um beijo de longe. Eu sorri e mandei um beijo de volta, eu já estava com saudades dele.

Me sentei ao lado do Tobias no avião, mas não falamos muito sobre como seria dali pra frente, só combinamos de nos ver assim que possível.

**

Chegamos em Chicago. Parece que se passou muito tempo desde que viajamos, mas faz só uma semana. Me despedi dos rapazes no aeroporto, Marlene quase chorou e eu devo admitir que foi difícil me despedir do Tobias.

Não fui pra casa, não estava a fim de ver meu pai e acho até bom manter um pouco de distância por enquanto. Eu iria pra Califórnia amanhã a tarde, os pais de Christina fizeram questão de nos levar ao aeroporto. Com muito custo Christina os convenceu que seria melhor irmos de avião, já que seriam apenas 3 horas de voo e de carro seriam 35 horas de estrada, seria no mínimo muito cansativo. Eles queriam muito conhecer a universidade e saber onde ela ficaria pelos próximos anos, eles são super protetores com ela, é até fofo.


–E aí Tris, empolgada? – Perguntou Christina ao sair do banho.


–Estou... Eu sempre sonhei com esse momento, sair de casa, ir pra faculdade, um lugar novo com pessoas novas – Eu disse.


–Mas?... – Chris disse levantando a sobrancelha esperando uma resposta que ela mesma acabou dando – Mas você não esperava que essa viagem fosse te trazer uma paixão que agora você esta triste em deixar para trás, certo?


–Adiantaria negar? – Eu disse sorrindo.


–Não! – Ela disse rindo – Tris, na faculdade conheceremos muitas pessoas, você vai se distrair bastante e quando der vocês se encontram, se tiver que ser será, não tem muito que fazer agora.


–Psicologia barata Chris? Agora não né – Eu disse revirando os olhos.


–Ei – Christina me jogou um travesseiro – O que seria de você sem meus conselhos?


–Tá bom vai – Eu disse jogando o travesseiro de volta – Vamos dormir um pouco – Eu disse me despedindo dela e indo em direção ao quarto de hóspedes.

No dia seguinte eu ajudei Chris a arrumar as coisas dela e no fim da tarde os pais dela nos levou até o aeroporto, nosso voo seria as 16:00.

Chegando na Califórnia e pegamos um táxi até a Universidade de Stanford, me perdi só de olhar a entrada do lugar, é enorme e aquela seria a minha nova casa.

Cheguei no meu quarto e na porta eu vi meu nome escrito e o de uma outra garota. Entrei e as meninas seguiram até seus quartos. Poucas pessoas haviam se mudado mais cedo, por isso tive tempo de arrumar minhas coisas e ficar um pouco sozinha, cheguemos na quinta e as aulas começariam na segunda.

Depois de arrumar tudo fui até o quarto de Marlene, conheci Lynn, a colega de quarto de Marlene, parece ser legal, bem quieta, mas não pareceu se importar com a nossa presença no quarto, uma presença nada silenciosa. Voltei para o meu quarto, fiquei na internet, vendo meu Facebook, a Chris já tinha postado todas as fotos da viagem, tinha uma sequência de fotos que tentamos tirar de todos juntos pulando, uma tentativa fracassada de sair na foto com os pés no ar, não deu certo nenhuma vez, cada hora era alguém que demorava pra pular. Tinha uma minha com Tobias me carregando nos ombros. Fiquei olhando todas as fotos e pensando em como ele estaria agora. “Se nada mais houver eu guardarei a melhor lembrança”. Foi muito bom, mas agora que estou longe da tentação que ele é, acho que será melhor assim, eu não sei se confiaria nele com a distância e tal, se com o namorado do lado eu fui traída inúmeras vezes, imagina longe.

Saí desse pensamento e peguei no sono.

No dia seguinte fizemos um tour pelo campus, mas acho que vou poder dizer que conheci o lugar todo só no final do meu curso. Conhecemos a colega de Christina, Cara. E a colega de Shauna, Lauren. Só faltava a minha colega chegar, mas acho que a maioria dos alunos vão chegar só amanhã. Conhecemos uma rua onde fica as fraternidades, um casarão mais lindo que o outro. Chris e Marlene se empolgaram com uma casa de garotas chamada “Delta Nu”. Eu nunca me vi em um clubinho idiota desses então fui logo dizendo que não ia nem a pau, Shauna também não queria, mas Chris e Marlene ainda insistiram bastante para fazermos o teste para iniciação. Eu tentei, inutilmente, explicar que esses grupos são muito rigorosos e depois a gente ficaria a mercê delas, andando igual matilha atrás de uma líder arrogante, sem falar que elas iriam comandar nossas vidas, o que vestir, o que fazer. Eu sempre odiei ser controlada. Por fim elas desistiram, ou pelo menos por enquanto.

Pegamos os horários das nossas aulas, Christina vai estudar Psicologia, é claro, eu vou estudar Publicidade, Shauna vai estudar Moda e Marlene Engenharia Civil. Algumas aulas teremos juntas. Quando voltei ao meu quarto, minha colega já estava lá, arrumando as coisas dela.


–Oi – Eu disse assim que eu entrei.


–Oi – Ela respondeu – Você é a Beatrice né?


–Sim, mas pode me chamar só de Tris.


–Muito prazer Tris, eu sou Susan – Ela disse.


–Precisa de ajuda? – Eu perguntei olhando a quantidade de caixas que ela tinha.


–Ahh, se não for te incomodar eu aceito – Ela disse sorrindo.

Susan ganhou uma bolsa, ela morava na Carolina do Norte, ela é filha única de uma família humilde, parece ser ótima pessoa. Descobri que ela estudaria Publicidade também, achamos ótimo, pois poderíamos estudar juntas. Ela estava bem abatida ainda, me pareceu que deixar os pais foi difícil para ela, mas ela tinha muita esperança de se formar e dar uma vida melhor para eles. Ouvindo ela falar das dificuldades dela me lembrei das coisas que passei, perder minha mãe foi a maior dor que eu já senti, mas graças a Deus eu vim de uma família que não tem dificuldades financeiras, pelo contrário, meu pai é um advogado conceituado e temos uma vida confortável. Susan disse que os pais dela sempre trabalharam muito duro para dar tudo a ela, eles deixavam de comprar coisas pra eles, para poder dar a ela o melhor. E ela estava ali na minha frente, claramente uma menina esforçada que estudou muito para merecer uma bolsa.

Passamos o fim de semana conversando, conhecendo os laboratórios do campus, a área de laser. Quando eu acordei na segunda eu estava muito ansiosa, nossa primeira aula foi mais informativa e para nos conhecermos, recebemos um folheto contendo informações sobre os horários de aulas, atrasos, faltas, saídas de fim de semana e férias. Foi bem tranquilo. A grande maioria dos meus colegas eram mulheres, tinha uma garota bem arrogante, que ficava falando o tempo todo que o pai dela é o vice prefeito, o nome dela era Molly.

Quando deu nosso horário de almoço lá estava Christina saltitando com um folheto da tal fraternidade, a escolha seria feita durante um almoço no próximo fim de semana. Eu não acreditava na animação da Chris. No dia seguinte enquanto eu caminhava com a Susan para o refeitório encontrei com Matthew no corredor.


–Tris, posso falar com você? – Ele perguntou, segurando meu braço quando eu passei por ele.


–Matthew, não acho que temos nada pra conversar – Respondi séria.


–Então você poderia apenas me ouvir? – Ele pediu.


–Ok, pode falar – Eu disse cruzando meus braços.


–Tris, eu... Eu não queria que a gente se odiasse, eu gosto muito de você, eu te amo, sei que eu errei, mas eu nunca quis te magoar – Ele disse – Eu queria muito voltar a ser seu amigo.


–Acho difícil isso acontecer Matthew – Eu disse – Você me ridicularizou com suas traições, eu confiava muito em você.


–Eu sei Tris, mas por favor, tente não me odiar. Eu sinto falta da sua amizade – Ele disse.


–Eu não odeio você Matthew, no começo senti muita raiva, mas agora não é ódio, é apenas indiferença – Concluí.


–Eu posso te dar um abraço? – Ele pediu e eu não entendi o que ele estava esperando com isso, mas nunca fui uma pessoa ruim ao ponto de trata-lo mal naquele momento.


–Tudo bem, mas me deixa no meu canto tá? – Eu disse e deixei que ele me abraçasse.

Ele passou os braços pela minha cintura e me puxou para perto dele, um pouco apertado demais. Eu coloquei meus braços no peito dele e torci pra aquele abraço terminar logo.

Quando Matthew me soltou senti um buraco se abrindo diante de mim e me sugando pra dentro dele. Não sabia se sentia felicidade ou medo. Ele estava ali, poucos metros na minha frente, parado, me olhando como se me odiasse. Tobias.

Matthew segurava minhas mãos e quando olhou para o lado e viu Tobias ele sorriu e passou o braço pelo meu ombro. Eu estava tão imóvel, que não consegui fazer nada, só observar enquanto Tobias saia de perto de nós. Depois que eu saí do meu estado de choque eu me afastei de Matthew.


–Me deixe em paz agora tá? – Eu disse irritada.


–Ok, mas acho que muito em breve você é que irá me procurar – Ele disse sorrindo e se afastando.

“Não acredito! O Tobias veio pra cá? Achei que ele fosse estudar em Chicago mesmo”.

Fui até o corredor onde vi Tobias entrar e estava vazio, a maioria das pessoas estavam no refeitório. Corri até o refeitório e vi Christina com as meninas sentadas em uma mesa do canto, corri até ela e a puxei.


–Christina, você não acredita no que eu acabei de ver, aliás, quem eu acabei de ver! – Eu disse


–O Tobias? – Ela respondeu sorrindo e eu a olhei confusa – Eu ia te contar, eu encontrei com eles mais cedo na minha aula de literatura, fiquei muito surpresa, nunca imaginei que eles viriam pra cá também.


–Eles? – Perguntei.


–Sim, o Zeke, o Uriah e o Will vieram também, veio até o primo do Tobias, um tal de Peter – Ela disse – Eu adorei, já até dei uns beijos no Will.


–Chris, o Tobias me viu abraçada com o Matthew, ele me olhou com uma cara horrível, não sei o que ele esta pensando, ele saiu e não deu tempo de eu falar com ele – Eu disse aflita.


–O Matthew? – Ela perguntou – Por que você estava abraçada com o Matthew?


–Ele veio conversar comigo, pedir desculpas e tal, eu acabei desculpando ele. Depois ele me pediu um abraço pra selar a paz ou sei lá... Daí eu deixei ele me abraçar e o Tobias viu – Concluí.


–Nossa Tris que azar hein – Disse ela.


–Jura Chris? – Perguntei ironizando.


–Calma, primeiro que foi só um abraço certo? Segundo que tecnicamente vocês não tem nada, e terceiro, eu vou tentar descobrir um jeito de você encontrar com ele, daí vocês conversam, ok? – Disse ela e eu só assenti com a cabeça.

Voltamos para o refeitório e depois de alguns minutos Tobias entrou, ele estava com Zeke, Uriah , Will e outro rapaz que deve ser o tal primo. Ele passou direto e foi se sentar em outra mesa, mais distante, os rapazes pararam para nos cumprimentar e depois seguiram para a mesa com Tobias. Um tempo depois entrou uma garota magra, alta, cabelos castanhos e olhos castanhos, ela se sentou ao lado de Tobias e deu um beijo no canto da boca dele. Eu fiquei chocada. “Que cretino, eu aqui me sentindo culpada pelo abraço e ele já tá de peguete nova, isso que não faz nem 2 dias inteiros que estamos estudando”.

Virei a cara na mesma hora e cutuquei Christina ela para ver o que eu vi.Ela olhou para a mesa deles e logo voltou o olhar surpreso para mim.


–Esquece o que você ia fazer tá! – Eu disse. Sentia meus músculos se contraindo de tanta raiva.

Me levantei e fui para o meu quarto, ainda confusa com tudo aquilo.

“Eu não deveria estar assim, não temos nada um com o outro”

“Mas a gente prometeu se ver de novo sempre que fosse possível e ele já estava com outra, será que ele estava só dando uma desculpa pra não dizer adeus, ou ele pensava em fazer jogo duplo?”

“Aiin, que raiva de ficar pensando nisso, que raiva!”

“Mas se ele acha que eu vou ficar lamentando, ele realmente não me conhece”


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso... Beijos... :*