Orgulho de Veterano escrita por Yuunyanshi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Caso alguém não saiba, "senpai" é um honorífico japonês utilizado para se referir (no caso da fic) a um veterano.



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"E-ki-senpai, precisamos da sua ajuda."
Um novato do clube de teatro veio encontrá-lo durante o almoço. Sua aparência quase se assemelhava ao de uma criança, não fosse pelo uniforme do ensino médio e do fato de E-ki já o ter visto um par de vezes a andar pela escola com um grupo de estudantes do primeiro ano. Por sua expressão, o mais velho podia notar que, além do constrangimento do jovem, por algum motivo, o pobre rapaz tinha vindo correndo - deveria, portanto, ser algo urgente.
Tentando aliviar o clima, o loiro deu um sorriso despreocupado. "Ei, o que houve?"
"Você conhece a A-no-senpai, não é? Poderia perguntar se ela se importaria de atuar em nossa peça? Precisamos de alguém para o papel de uma menina forte, mas não encontramos ninguém... "
Uma menina forte. E-ki ponderou. A amiga se encaixa totalmente na descrição, então se ela aceitasse o papel daria de fato um aspecto natural... mas eles precisavam conversar primeiro.
"Eu não posso lhe prometer que vou convencê-la, como você disse, A-no é forte - e não só fisicamente. Porém! Vou tentar falar com ela, e amanhã você terá sua resposta! "
O rosto do mais novo se iluminou; seus olhos brilhantes mostravam quanta esperança estava depositando no veterano. E-ki sentiu que ele tinha que corresponder a isso a qualquer custo.
Nesse mesmo dia, depois da escola.
"Eu não vou aceitar isso", uma A-no contrariada disse em resposta aos pedidos do loiro.
"Mas por quê?" E-ki tentou mais uma vez. Talvez se insistisse o bastante, ela iria mudar de ideia.
"Eu já disse que não quero. Além disso, tenho uma reunião para um projeto em grupo no dia de apresentação. "
Era isso. E-ki não tinha mais argumentos para usar. Ele quase podia ver a decepção rosto de garoto mais jovem olhando para ele no dia seguinte, quando fosse lhe dar a resposta de A-no. Seu coração doía pela culpa por dar tanta esperança para o outro, apenas para destruí-la em menos de 24 horas.
Não, isso não poderia acontecer. Ele tinha que fazer alguma coisa, a qualquer custo.
Foi quando uma ideia passou por sua cabeça.
"Ei, A-no..."
"O que foi? Eu já falei que eu não vou aceitar o papel. "
"Então, só me empreste o seu uniforme para o dia!"
"Quê??!! O que você está planejando fazer com o meu uniforme??!! "
"Vou usá-lo para me tornar uma garota por eles!"
Era isso. Se ele não tinha como encontrar uma garota forte para o papel, ele só precisava se transformar em uma.
A-no o encarou, como se o tentando processar a informação que acabara de receber. E, de repente, explodiu em uma crise de risos.
"V-você pretende usar meu uniforme para se t-travestir? Pfft-! "
"N-não ria!"
"Tudo bem, você ganhou. Eu vou te dar o meu uniforme reserva para a apresentação. Apenas tenha o cuidado de não arruiná-lo ou você vai pagar caro por isso. "
Embora ela ainda estivesse rindo, o corpo de E-ki congelou por um momento pela ameaça. Pelo jeito, ele iria ter que cuidar do uniforme da garota como se sua vida estivesse em perigo - na verdade, era exatamente essa a situação, mas ei, ele deveria estar feliz que ela, pelo menos, aceitou ajudá-lo em algo.
"Vai precisar de ajuda com maquiagem também?" A garota perguntou.
"Não, tudo bem. O clube de teatro deve ser capaz de fazer isso." E-ki respondeu, sem certeza se ela estava falando sério ou apenas brincando.
"Tudo bem, já que não precisa de mais nada, estou indo. Até amanhã! " A-no estava prestes a sair da sala, quando sentiu E-ki segurar sua mão por trás.
"...O que é isso?"
"Uh, nada, só queria agradecer por tudo."
"... Não me importo."
Ela soltou a mão e foi para casa apressada.
O que exatamente tinha acontecido agora...?
"Ok, é hora de ir para casa também", o loiro disse para ninguém em particular, e acrescentou: "... ou é isso o que eu gostaria de dizer, mas eu vou ter de comprar algumas coisas antes disso", dirigindo-se a um shopping lotado.
No dia seguinte, E-ki deixou um bilhete para o menino do clube de teatro que havia pedido sua ajuda antes, dizendo-lhe para encontrá-lo em uma sala vazia depois das aulas.
Quando o mais novo chegou, não conseguia ver nada; as cortinas estavam fechadas, as luzes estavam apagadas. Como se com medo de algo, ele começou a voltar lentamente, mas uma voz vinda da escuridão - que era provavelmente o canto da sala - o impediu de fazê-lo.
"O que você está fazendo? Eu estava esperando. Vamos, acenda as luzes. "
Fazendo conforme ordenado, o garoto precisou de alguns segundos para se acostumar com a luz novamente. Foi quando ele viu.
Seu veterado não podia ser encontrado em lugar nenhum. Tudo o que ele podia ver era uma garota sentada em uma das classes, virada para o outro lado.
"Sinto muito! Eu deveria me encontrar com alguém aqui agora e pensei que a voz do E-ki-senpai que escutei vinha desta sala e- " Quando o garoto finalmente reuniu a coragem de dizer alguma coisa, soou como uma criança ao tentar se explicar para um casal que acabara de confundir como seus pais.
A "garota" virou-se para encará-lo.
"Ei, pelo que você está pedindo desculpas? Sou eu! "
O mais jovem olhou novamente para a "garota" de antes. Não era garota nenhuma - era seu veterano.
Antes de esperar o choque do outro para passar, E-ki começou a explicar os acontecimentos do dia anterior.
"A-no disse que estaria ocupada no dia de apresentação, mas não se preocupe, ela me emprestou esse uniforme reserva e eu tenho essa peruca feminina para usar com ele. Eu até mesmo depilei minhas pernas para que poder usar saia e meias! Então, o que você acha disso? "
O mais novo parecia estar a ponto de chorar. Quem diria que seu veterano chegaria ao ponto de se travestir para ajudá-los?
"Você está ótimo, E-ki-senpai! Obrigado! Você é o melhor! "
-
Um mês depois, durante a apresentação.
Era finalmente a vez de E-ki subir no palco. Havia praticado muito com os outros, mas agora que a hora havia chegado, ele tinha que admitir que estava nervoso. Não pela atuação em si; mas ele estaria se travestindo na frente de praticamente toda a escola.
Porém, chegado a esse ponto, ele não poderia voltar mais. Assim, apenas aceitou seu destino e caminhou o mais confiante possível para a vista do público.
Foi quando ele notou quatro rostos familiares entre as pessoas ali reunidas.
Um deles, a A-no que não deveria ser capaz de estar presente no dia da apresentação, apenas ria quando olhava para um E-ki frustrado.
"Bom trabalho, 'E-ki-chan-senpai'."


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