Eu me vesti correndo e catei a minha bolsa. Escrevi num Post-It um "Eu precisei resolver uma coisa. Sim, eu sei que você está furiosa. Não se preocupe" catei minha bolsa e desci, tentando não fazer barulho. Logo, pela janela, eu vi os faróis do carro preto. Porra.
Peguei a chave e o celular e enfiei no bolso. Abri e porta e levei um susto quando vi o homem gigante parado em frente á ela.
- Oi - eu disse, arregalando os olhos.
- Vamos? Meus patrões estão aguardando ansiosos - ele disse se virando e começando a andar em direção ao carro. Corri para fechar a porta e entrei no carro.
O cara dirigia que nem louco, tenho que admitir, mas fazer o que?
- Chegamos - ele disse, saindo do carro e indo abrir a porta pra mim. Desci, timidamente.
Entramos no hotel e ele me acompanhou até o corredor do quarto dos meninos. Dei um sorriso e fui até a porta, enquanto o segurança entrava no elevador de novo.
- Ah, Demi - Bill me cumprimentou, seguido de Tom - Você tá legal? - ele disse, encarando os arranhões no meu rosto.
- Teoricamente, não - suspirei, entrando no quarto e me jogando no sofá. Bill foi até o minibar pegar uma Coca-Cola.
- Quer? - ele ofereceu. Neguei com a cabeça.
Ele voltou e sentou do meu lado, Tom sentou-se do outro lado. Não parece um sonho, um Kaulitz de cada lado? AVE.
- Quem entrou no meu quarto? - perguntei, rouca.
Bill e Tom se entreolharam. Odeio suspense, porra.
- Qual o nome da sua mãe? - Tom perguntou.
Antes que eu pudesse responder, levei as mãos á cabeça, que começava a doer.
- Minha...cabeça... - estava ficando tudo escuro. Bill me apoiou com as mãos.
- Você está bem?
- Eu... - eu tentava falar, mas estava tudo rodando - Tem alguém ali? - perguntei, apontando para uma sombra no canto do quarto.
Tom tentava falar comigo de qualquer jeito. Mano, eu tô passando mal...
- Escuta, quem está ali? - ele perguntava. Eu sentia que ia apagar.
- Não dá...pra ver...não dá...- olhei mais uma vez - Espera...mamãe?
Eu olhei para a minha mãe, que tinha um sorriso diabólico no rosto.
- O que a minha mãe está fazendo aqui? - olhei para Bill, que mordeu o lábio, com os olhos vidrados nela.
- Escuta - ele disse, enquanto tudo ia ficando escuro, eu ia vendo o meu quarto e não mais o quarto do hotel - Vamos te tirar daqui, tá?
Assenti com a cabeça antes de tudo ficar preto.

Acordei com uma sensação incrível de ressaca. Eu estava...no meu quarto? Me sentei na cama. Bill estava sentado na beirada da cama e Tom estava bebericando um refrigerante numa poltrona mais atrás.
- Cara, o que vocês tão fazendo aqui? - eu disse, levando ás mãos á cabeça - E o que aconteceu ontem.
- Olha - Bill começou, enquanto Tom ia se sentar na beirada da cama também - Não temos muito tempo, ok? Sua mãe é tipo...do mal. Ela deixa você desse jeito. Ela está enlouquecendo você e nós precisamos tirar você daqui antes que ela exploda seu cérebro.
OK, aquilo era muita piração pra mim. Era a minha mãe, qual o problema?
- Não precisava ser tão direto - suspirei - E a minha mãe não vai explodir meu cérebro.
- Escuta, Demi - Tom começou - Sua mãe entra na sua cabeça e muda tudo sobre a consciência dos outros. Por exemplo, ela faz você sonhar que tal pessoa está matando outra, mas na verdade nada disso aconteceu. Ela te faz mal.
Enterrei as mãos no rosto.
- E porque?
- Porque - Bill respondeu, dessa vez - Porque você é filha dela, e tem a mesma doença que ela, a mesma doença que eu e Tom temos. Sabe, ver a consciência dos outros. E digamos que ela tenha ciúmes disso. Pense, Demi. Talvez você possa fazer o mesmo que ela faz, entrar na cabeça dos outros.
- Isso é tãããão Harry Potter - suspirei, ainda com o rosto escondido - Mas e o meu pai?
- Me desculpe a grosseria - Tom começou, semicerrando os olhos - Seu pai é um otário. Ele é um perfeito ignorante, não faz a menor idéia de nada e nem sequer acredita no seu dom.
Arqueei uma sombrancelha.
- Tá, mas o que eu faço?
- Temos que tirar você daqui - Tom respondeu.
- E como? - perguntei, franzindo o cenho.
- Fugindo com você - Bill abriu um sorriso satisfatório.
- Mas vocês são famosos - revirei os olhos.
- Mas podemos esconder você - Tom sorriu. Mano, eles tão se divertindo com isso!
- E quem disse que eu quero ser escondida? - perguntei, lançando um sorrisinho cínico.
- E quem disse que você tem escolha? - Bill disse, com um sorriso safado no rosto. Ah, céus.