Following to the Darkness escrita por Leh Linhares


Capítulo 15
Capítulo Quinze: Apologize


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo tenho que me desculpar, acho que nem todo mundo viu, mas eu ontem genial e cansada fui terminar de agendar os capítulos e acabei ao invés de agendar postando o último :( EU SEI GENTE EU SOU UM DESASTRE KKK
Desculpa mesmo, gente!! Vou tomar mais cuidado na próxima vez.



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Pov. Clarke Griffin

Já estamos há duas semanas de volta no Acampamento. Ainda tem dias que quero fugir de todos e voltar para English Town, mas na maior parte do tempo, confesso, que a presença dos meus amigos, Bellamy e minha mãe são suficientes para me fazerem querer ficar por mais tempo.

Jasper, tenta fingir que está tudo bem, porém percebo que o mesmo ainda não me perdoou. Por algum motivo a opinião dele de todos os do Acampamento nesse assunto é a que mais me importa, seria impossível por exemplo contar todas vezes que Raven ou Abby me disseram que não há nada com que me sentir culpada, contudo o sentimento não se vai. Aquelas crianças mortas ainda perturbam meu sono toda vez que tento dormir.

Bellamy se sente da mesma maneira. Coincidentemente ou não, tanto ele quanto eu ganhamos de presente pesadelos frequentes, os meus recheados com todas as mortes que minha decisão infligiu e as dele com as torturas que Lexa o fez passar. Na nossa segunda noite no Acampamento eu pedi que ele dormisse comigo, não no sentido sexual da coisa, eu só queria alguém do meu lado. Ter esses pesadelos e acordar completamente só era a pior das partes.

No dia seguinte eu não precisei pedir ele veio por livre espontânea vontade, e no outro, e no outro, e no outro… Temos dormido juntos todos dias, algumas vezes na tenda dele, algumas vezes na minha. Não contamos a ninguém ainda, não que algumas pessoas já não saibam, Octavia nos viu alguns dias atrás e Raven também, porém com exceção dela estamos tentando manter em segredo. Ainda é muito difícil explicar o que está acontecendo.

Bellamy tem reagido melhor ao meu toque. Com o tempo vem sendo mais fácil pra me tocar e ser tocado, ainda não faço a menor ideia do que o fez ficar assim. Alguma tortura de Lexa ao certo, mas não sei o quê. Aparentemente falar seria doloroso demais, o lembraria demais e eu respeito sua vontade. Posso lidar com isso.

Quanto a guerra, ainda não temos nenhuma novidade, grande parte do povo foi evacuado. Ninguém quer correr o risco de dizimar os poucos de nós que ainda vivem. Os poucos que ficaram fazem parte do exército, do ambulatório ou querem fazer parte de um dos dois. Em parte me lembra do início de tudo, dos 100 ou 101 contando com Bellamy, ou até mesmo 102 contando com Raven. Alguns de nós nem tiveram a experiência de viver na Terra, outros como Wells e Charlotte viveram tão pouco conosco que parecem frutos de um sonho do passado. Queria poder tê-los salvo, ainda quero na verdade.

Será que Wells me apoiaria em tudo isso? Ou me veria como uma assassina, como Charlotte?

Bell me desperta de volta a vida, nossa obrigação de hoje é caçar para alimentar a população remanescente. Exatamente como antigamente. A única diferença somos nós, não sou mais aquela garota da Arca, nem a reconheço mais. E imagino que o Bellamy pense o mesmo de si.

Mudamos tanto e sinceramente não sei dizer se isso é bom ou ruim. Talvez se tivéssemos morrido no espaço, todas aquelas crianças estariam vivas, talvez elas merecessem viver mais do que nós.

– Posso saber no que está pensando? - Diz Bell me despertando mais uma vez.

– Só lembrando dos nossos primeiros dias. È tudo tão diferente… Você acha que nós dois teria acontecido se não tivesse dado tudo tão errado?

– Algumas pessoas diriam que deu tudo certo, que tudo aconteceu como deveria.

– Quanto mais eu penso, mas eu acho que a Arca cometeu um erro em nós mandar pra cá.

– Preferia ter morrido no espaço?

– Às vezes… Aquelas crianças ainda estariam vivas.

– Você não sabe disso. -Ele segura meus braços com força e me olha nos olhos.

– Mas…- Eu digo tentando lutar com o moreno.

– Xiiii… Você não sabe disso. Nunca vai saber. E qual foi nossa promessa?

– Não falar mais do passado.

– Nem de passados alternativos, ok? Não se culpe por algo que não é sua culpa. A decisão de nos mandar pra cá foi da Arca, não sua. Mesmo se você viajasse no tempo não poderia fazer nada pra mudar.

– Acho que você tem razão.

– Eu sempre tenho razão. - Bellamy beija minha testa e me abraça. Eu deixo me levar por seu carinho até ouvir o que vinhamos esperando: os passos de um animal. Atenta ao veado bem a minha frente preparo minha lança, mas antes que eu tenha a chance de dispará-la algo me puxa. Procuro por Bellamy e o vejo no chão desacordado. O que fizeram com ele?

Meu rosto é coberto por algum tipo de pano e tudo fica escuro. Tento gritar, mas é inútil. Tudo o que eu falo é abafado pelo tecido. Sou arrastada pelo o que parecem ser horas, não é difícil deduzir que Lexa deve estar envolvida com isso de algum modo.

Quando retiram o pano de meus olhos. Estou num lugar escuro, algum tipo de cabana, procuro por Bellamy, porém ele não está ali.

– Onde está Bellamy? O que fez com ele?- Pergunta ao guarda moreno que me observa distante. Provavelmente o mesmo que me sequestrou.

– Não vai me responder? Por que estou aqui? Cadê Lexa? Mande a vir aqui e lutar de maneira justa comigo… Onde… está… Bellamy?

– CALA A BOCA!

– Só quando você me disser onde ele está.

– Bellamy está bem. Garrett você pode ir.- Não sei de onde Lexa surge, contudo não confundiria essa voz com nenhuma outra.

– Tem certeza? Da última vez…- Fala o guarda receoso.

– Da última vez ela tinha ajuda de três traidores… Pode ir. Voltando a você: Clarke, Bellamy está bem. Só desacordado.

– Por que eu acreditaria em você?- Grito, sentindo mais medo do que gostaria de admitir. E se Bell já estivesse morto?

– Por que eu mentiria pra você?

– Por que você falaria a verdade pra mim? Já mentiu uma vez, o que a impede de fazer de novo?

– Gosto de você, Clarke. Quero que nossos povos se unam de novo.- Fala Lexa bem a minha frente.

– Pra quê? Nos trair de novo? Nunca, Lexa. Procure outra idiota que ainda confie em você.

– Clarke…- A morena se aproxima de meu rosto e eu cuspo. A raiva que sinto de Lexa é latente: a traição, eu podia até compreender, mas o que ela fez a Bellamy é simplesmente imperdoável. Eu tenho nojo dela. Lexa limpa seu rosto e ri, o que me assusta.

– Sabe quem você me lembra? Seu namoradinho: Blake fez a mesma coisa. No início quando ainda pensava que tinha algum poder.

– Não sei porquê me sequestrou, se foi para tentar uma união de seu povo com o meu, se foi para conhecer nosso arsenal bélico, realmente não sei e nem quero saber. Você não terá nada de mim.NADA.

– Tem certeza? Bellamy está em outra cabana pronto pra ser torturado de novo. - Fico calada, talvez me arrependa disso mais tarde, mas se minha intuição estiver certa Lexa está apenas blefando. Se ela quer que eu faça ou diga algo para ajudá-la seu plano vai ter que ser melhor aplicado.

– Vai mesmo ficar em silêncio? Despreza Bellamy tanto assim?

– Quando vocês pretendem nos atacar? Quantos vocês são?- Pergunta ela calma, o que me intriga. Não pode ser só isso.

– Sabe, o Bellamy também era assim. O torturei tantas vezes que você não tem ideia, no início foram as surras, depois o afogamento, as queimaduras… Ás vezes, quase sempre, tudo isso no mesmo dia. Ele tentava fingir que não doía, sabe? Que não sentia fome, nem sede. E só pra que você saiba de uma coisa, tudo teria sido muito mais fácil se ele não tivesse se feito de difícil por tanto tempo quando Bellamy se deixou levar, a estadia dele foi bem prazerosa.

– Do que você está falando?

– Bell, não te disse? Não acho que seja da minha conta…

– Você não vai me manipular dessa maneira.

– Quem disse que eu estou tentando te manipular? Eu só preciso saber o quanto devo estar preparada ao atacar seu Acampamento.

– E você acha mesmo que eu vou te dar essa informação?

– Acredito que se você ainda tiver um pouco de sanidade vai fazer.

– Quer me torturar, me torture. Faça igual você fez com Bellamy. Eu posso suportar.

– Talvez não seja uma má ideia. GARRETT!

– LEVE- A PRA SALA DE TORTURA.- O guarda me puxa e me leva pra onde Lexa quer que eu vá.

– E lembre-se, dear Clarke, tudo que eu fizer a você. Garrett fará ao dobro com Bellamy.

– Você, não está com ele.

– O quê?

– Se Bellamy estivesse aqui você já teria o trazido pra cá.

– Perceptiva. Realmente não o trouxe, se tivesse feito teria que matá-lo e não achei que você fosse ser muito receptiva em nos ajudar assim.

– Não sei se é surda ou se tem algum tipo de déficit de aprendizagem, mas já disse e não vou mais repetir: não vou colaborar. Espero que todos os seus “guardas”/”soldados” morram tentando invadir nosso território.

– Pra que tanto ódio, Clarke? Nem comecei a tortura ainda, vamos ver se sua opinião continua a mesma.- Eu fecho meus olhos, sei que a dor vai ser forte, quase insuportável, mas tenho que suportá-la. Isso não é uma opção.

Sinto chutes no estômago, no meu braço e rosto. Sinto o sangue se espalhar por minhas roupas, porém os ignoro. Lexa se mantem gritando: fazendo as mesmas perguntas, contudo me recuso a responder.

– É mais forte do que imaginei. Vamos ver se resisti ao teste do afogamento.- Ela segura meus cabelos com força e os imerge na água. Tento respirar, mas é inútil, quanto mais eu tento mais água entra no meu sistema e mais asfixiada eu me sinto.- Sabe, Clarke realmente quero saber sobre suas tropas, mas tem outro motivo pra eu ter te capturado. - Diz Lexa, enquanto me recupero. Só meneio minha cabeça, do que ela está falando?

– Então, além dessas informações, eu quero outra coisa de você. É bem mais simples na verdade, e talvez mais importante: um favor. Se você o fizer prometo não atacar Jaha.

– Diga. Se estiver ao meu alcance.

– Preciso que você mande um recado a Bellamy. - O que diabos Lexa quer dizer a ele?

– Diga a ele que eu estou grávida.

– Por que diabos ele teria que saber disso? - Pergunto com mais medo do que quero admitir. É impossível ela e Bellamy não podem ter… Bell teria contado.

– Bellamy não te contou, não é? Eu e ele bem… tivemos um lance nos últimos meses de hospedagem dele.

– É mentira.

– Pergunte a qualquer um da Aldeia. Nunca foi segredo. Posso te dar detalhes também. De como ele beijava, meu pescoço e ombro. Das suas duas marcas de nascença uma próximo ao seu cóccix e a outra no seu ombro esquerdo.

– Por que está me dizendo tudo isso? Quer me fazer odiá-lo? Se você pensa que isso de algum modo vai me fazer te perdoar ou querer ficar com você de novo...

– Não é sobre você, Clarke. Não dessa vez. Bellamy pode fugir de mim se quiser, mas não acho justo ele não saber que vai ter um filho.

– Como se você se importasse…

– Está certa não me importa, mas talvez ele se importe. Faça com que ele pergunte a Lincoln, o que acontece com os filhos de traidores.

– Eu não acredito em você. Existem mil formas de você saber das marcas de nascença do Bell. Isso não prova nada.

– Eu poderia detalhar cada noite que tive com ele pra você, mas não vou fazer isso. Diga a ele o que pedi, Bellamy vai confirmar tudo.- Não digo mais nada, não acredito em Lexa. Bell nunca faria isso comigo ou com seu povo. Não pode ser verdade. Ela faz sinal ao mesmo guarda de antes, o moreno segura meu braço com força e tampa meu rosto mais uma vez. Imagino que estejam me levando de volta pra Jaha e eu permito me pensar em Bellamy: será que ele está mesmo em segurança? Será que tudo que Lexa disse é verdade?

Não sei se devo entregar a mensagem que ela me pediu. Talvez Bellamy se sinta traído por eu ter crido por pelo menos um segundo nas mentiras sujas da Grounder. Quando finalmente os puxões param eu não faço nada, me mantenho imóvel tentando me concentrar nas feridas físicas que são nitidamente muitas, é difícil ignorar a dor que sinto cada vez que respiro ou me movo: tenho no mínimo uma costela fraturada.

Com dificuldade tiro o pano do meu rosto: Garrett não está mais do meu lado, está tudo escuro, mas posso ver numa distância considerável Jaha, dez talvez quinze minutos a pé. Por maior a dor que sinto, faço isso, minhas pernas estão muito doloridas, contudo não tanto que me impeçam de andar.

Quando adentro o Acampamento Bellamy me alcança, me abraça e eu tento fingir que nada mudou.

– Nada do que ela disse é verdade- Repito pra mim mesma e o abraço. O moreno me olha por um instante como se soubesse que há algo de estranho.

– O que ela fez com você? - Bell parece irritado, o que só acrescenta a minha tese, ele parece odiá-la. Não seria capaz de transar com ela. Não, não seria capaz…

Antes que eu precise responder minha mãe surge acompanhada por grande parte dos meus amigos. Abby me leva até a enfermaria, ignorando todas os questionamentos vindos deles. No fim das contas minhas feridas não são tão graves um braço torcido e uma costela fraturada. Nada quando pensamos o que poderia muito bem ter acontecido. De qualquer maneira Abby não permite que eu volte para minha tenda, aparentemente preciso ficar de observação por pelo menos essa noite. Bell se oferece para ficar no lugar dela e para o meu azar ela aceita.

Não quero ficar perto dele, me sinto culpada só de cogitar, porém Lexa foi tão firme nas suas palavras e no seu pedido pra dizer a Bellamy. Será?

– Você, tem estado meio áerea hoje. O que foi?

– Nada.

– Lexa te disse algo? Sobre mim? - Bellamy está agindo como se soubesse exatamente do que se trata. Não pode ser.

– Disse, mas não é importante.Eu não acredito nela de qualquer modo. Lexa me pediu pra te entregar um recado, ela disse… que está grávida e que você deveria saber disso. - O que vi em seu rosto nesse momento me corroeu por dentro: aquilo era culpa?

– É verdade, Bell? È seu filho?- O moreno continua em silêncio como se enfrentasse uma verdadeira batalha interna.

– ME RESPONDE, BELL!È VERDADE???

– É, mas…

– MAS O QUÊ? NÂO CONSIGO ENTENDER. PORQUÊ? - Pergunto sem saber como reagir a verdade. Lexa não estava mentindo. È a única frase que consigo pensar em um longo tempo.

– Foram só algumas vezes. Eu não sabia o que estava fazendo, não significou nada. A odeio, Clarke.

– Vezes o suficiente para engravidá-la pelo visto. POR QUÊ, BELLAMY? POR QUÊ?

– Me desculpe, eu não deveria, só aconteceu, ela é bonita e… Eu estava há muito tempo preso.

– Ela é bonita? E você estava há muito tempo preso? Agora tudo faz sentido… O que devo fazer quando estou sendo aprisionado pela mulher que condenou todo meu povo a morte. Se ela for bonita dormir com ela é claro, mais de uma vez.

– Só aconteceu, Clarke. Não é assim.

– Pare de tentar se explicar. O que você fez é simplesmente inexplicável e imperdoável.

– Nós não estávamos juntos.

– Você não entende, Bellamy. Você não me traiu como namorada, mas como pessoa, como uma Sky. E isso eu não posso perdoar. Desculpe.- Não deveria me levantar ou sair daquele “quarto”, mas faço isso assim mesmo. Ver o rosto de Bellamy é doloroso demais depois disso. Assim que passo pela porta vejo os rostos de Octavia e Raven assustados. Será que elas ouviram?

– Oi, meninas… Eu só estou indo tomar um ar.

– Isso que ouvimos … É verdade?- Questiona Octavia.

– Não sou a pessoa certa pra responder essa pergunta. Porque não pergunta ao seu irmão?- Digo com mais lágrimas contidas nos olhos do que gostaria. Preciso ficar sozinha.

– Clarke… - Diz Raven e a ignoro. Simplesmente não posso, não agora.


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Notas finais do capítulo

Bem, gente eu não tenho recebido muitos comentários. E não é que eu fique feliz com isso, mas decidi que isso não interferia no meu processo criativo. Para a felicidade de quem lê já escrevi a fanfic toda e vou postar dois capítulos por semana daqui em diante.
E eu agradeço muito pelas minhas duas leitoras lindas que estão comentando!!



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