E se tivesse uma garota no Instituto Imperial? escrita por Hissa Odair


Capítulo 19
Sou um imã que atrai problemas.




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Fui para a escola no dia seguinte, e chegando a hora do intervalo, voltei a sede do clube, não podia me esconder como uma ratinha num buraco de parede. Ontem fui ao médico, e meu nariz não estava quebrado, ele só sangrava muito e doía muito mais

Chegando lá, (voltei a tirar o laço e puxei a porta) só vi os três idiotas que quebraram meu nariz, mas diferente de mim, eles realmente estavam com os narizes quebrados.

–Olha só o que essa maluca fez! – disse um deles apontando para o próprio nariz.

–Foram vocês que começaram! – tentei me defender.

–Mas nós não quebramos seu nariz! – disse outro com o nariz quebrado.

–Vocês eram três, eu era uma! – respondi – E isso eu chamo de covardia! Se queriam me dar uma surra porque não conseguira? São fracos o suficiente para levarem uma surra de uma menininha?! – agora estava gritando

–Não, vocês são fracos por levarem uma surra, são fracos porque já surraram uma menina, Sayo, o nome é familiar para vocês?! – continuei.

Eles ficaram se olhando como se tivessem escolhendo quem vai arrancar minha cabeça, quem vai enterrá-la, e assim por diante.

–Você não tem provas, tem? – disse um loiro, se levantando e se aproximando de mim.

–Não tenho mas e daí? Tenho provas que vocês tentaram me bater seus covardes! E pode apostar que vou denunciar vocês! – disse enquanto caminhava até a porta.

–Não, você não vai! –disse o loiro me segurando pelo pulso, me impedindo de sair.

–Me larga! – avisei, tentando dar um tapa nele.

–Você vai me obrigar?! – disse ele segurando meu outro pulso.

Um do grupinho me deu um soco no rosto (agora sim eles quebraram meu nariz!). Dei um chute na perna do loiro que segurava meus pulsos, mais isso só resultou em outro soco, dessa vez no meu estomago, me fazendo perder o ar.

–Deixem ela em paz!

O loiro me soltou, eu perdi o equilíbrio e cai no chão. Eu me recuperei a pouco tempo, não recuperei completamente minhas forças.

–Quem vocês pensam que são?!

Estou quase chorando.

–Ui, ui, o que você pensa que vai fazer seu ... –dizia o loiro.

Ele parou de falar, ouvi um som de pancada, assustada me levantei e vi Sakuma e o loiro numa espécie de briga.

–Vai embora Odair – disse Sakuma da maneira mais calma que conseguiu.

Sai correndo/mancando em busca de ajuda.

–Socorro! Tem uma briga no clube de futebol! – gritei o mais alto que consegui.

Apareceu umas professoras e eu as levei/puxei até o clube de futebol.

Elas pararam a briga, levando todos nós para a enfermaria e depois para a diretoria. Quando estava na enfermaria, a enfermeira disse que eu tinha conseguido quebrar o nariz, ele havia se deslocado, ou seja, tiveram que des-deslocar meu nariz de volta ao normal. Eles fizeram direitinho, doeu muito, mais meu nariz está exatamente no lugar onde deveria estar.

Saindo da enfermaria, fui direto para a diretoria (que frase estranha). Chegando lá, bati na porta, a diretora disse para entrar, quando entrei, vi o loiro e o Sakuma sentado em duas cadeiras, se olhando de maneira mortal. Me sentei na cadeira que ficava entre os dois, meio que para eles desviarem o olhar um do outro.

A diretora ficou dando uma bronca no loiro. Depois se voltou para mim.

–E você deveria ter denunciado eles desde o início, não devia ter participado desse joguinho.

–Desculpe, não tinha achado certo deixar que me surrassem, então eu surrei eles também.

–Achou errado – ela disse, e agora olhou para o loiro – Você está suspenso por um mês e proibido de entrar em um clube novamente.

O loiro ignorou completamente, como se isso não o incomodasse.

–E vocês dois estão de castigo ... – ela dizia para mim e o Sakuma.

–Desculpe, eu sei que a senhora que é a diretora e eu sou só uma aluna, mas eu lhe dou minha palavra que o Sakuma não teve nada a ver com o que aconteceu, ele só queria me ajudar, e não seria justo que ele também levasse a culpa por uma coisa que EU fiz – eu me levantei, coloquei as mãos na mesa, encarei a diretora e disse isso.

Quem é louca de desafiar a diretora? Só eu mesmo.

–Da maneira que preferir você ficará duas semanas de castigo na biblioteca, de segunda a sexta, uma hora por dia, começando por amanhã, seu amigo está livre. Agora todos saiam daqui.

Saímos da diretoria, e cada um para um canto, foram para a sala de aula, eu também voltei para a minha sala.

No final da aula, fui andando até a saída, não queria voltar ao clube, mas parei. Como eu sou idiota e ingrata. Voltei para o clube correndo. Idiota! Idiota! É o que eu sou!

Cheguei ao clube, só o Sakuma estava lá, o resto do time provavelmente já deviam estavam no campo. Suspirei, boa notícia? Cheguei a tempo, eu queria conversar com o Sakuma, e com mais ninguém. Má noticia? Eu comecei a ter um daqueles ataques de nervosismo.

–Sakuma, posso falar com você? – perguntei já desconfortável.

–Pode, mas você não vai fazer o teste? Afinal, acho que é meio que seu último dia em duas semanas – disse Sakuma.

–Não estou ...Sakuma o seu olho! – não tinha notado, mas ele estava com o olho esquerdo roxo.

–Não foi nada, só um soco – disse ele sorrindo.

–Como assim não foi nada?! – eu falei me aproximando dele para ver o olho.

–Eu disse não foi nada – disse ele meio nervoso – Ele saiu bem pior que eu.

–Eu não estou duvidando da sua capacidade é que eu, bem, quer dizer – pensei que estava ofendendo ele.

–Não está me ofendendo, você disse que queria falar comigo? – ele tentou me acalmar.

–Sim, queria agradecer por ter me defendido daqueles caras – disse com mais calma.

–Não foi nada, não podia ter deixado você levando uma surra daqueles caras – disse ele corando – Obrigado você por ter me salvado da diretora.

–Você não precisaria ser salvo se eu tivesse denunciado eles mais cedo.

–Você não tinha como saber que tudo isso aconteceria – disse ele tentando levantar o meu humor – Mas você está bem?

–Sim, nem quero imaginar como eu estaria se você não tivesse me salvado.

–Já disse que isso não é importante.

–Ei, essa frase é minha! – disse sorrindo.

–Não é mais – disse ele sorrindo – Olha, se seu orgulho é tão importante para você, pense assim, você me fez voltar a realidade quando teve aquele episódio das técnicas proibidas, e eu te ajudei agora, estamos quites.

–Boa maneira de pensar – disse sorrindo.

–Quites? – disse ele estendendo a mão.

–Quites – digo afirmando, e apertando sua mão.

Era só para fechar o acordo, mas eu não queria soltar a mão dele, olhei no fundo de seus olhos, e ambos coramos tanto que soltamos as mãos rapidamente.

–Hã, eu já vou indo, eu acho que ouvi eles me chamando – ele disse ainda corado.

Eu não tinha ouvido ninguém o chamar, mas também queria ir embora.

–Ok, tchau Sakuma – disse também corada.

Ele foi ao campo e eu fui em direção a saída. Peguei o ônibus e fui embora, me arrependendo de ter soltado a mão dele.


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