Deixando marcas. escrita por Rosi Rosa


Capítulo 5
Foi num domingo.


Notas iniciais do capítulo

Era domingo...
Ela se iludia. De novo.
Ele se despedia. Sem palavras.
E em silêncio seus sentimentos gritavam.



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Foi num domingo que a gente se encontrou pela última vez, não que eu soubesse, eu não sabia que aquele dia seria a última vez que eu te veria, talvez você soubesse, talvez fosse seus planos me abandonar assim, sem despedidas, não sei.

O que sei é que foi num domingo, fazia frio, o dia estava nublado, o vento cortava silencioso o ar, você me viu, roçou seus lábios quentes nos meus levemente, me abraçou e aprofundou o beijo.

Eu suspirei. Você sorriu.

No sofá da sala da sua casa, sentamos em silêncio, tanta coisa pra ser dita, mas as palavras se perderam na tensão desse último encontro.

A conversa foi banal, você não me deu nem um único sinal de que seria o fim, o beijo foi mais doce, o abraço mais carinhoso, as risadas mais alegres. E eu não percebi nada, pensava que dessa vez daria certo, que dessa vez nós daríamos certo.

Não deu.

E eu quase me declarei, engoli as palavras no momento em que o seu celular tocou, você se levantou sem nem mesmo se desculpar e atendeu, falando baixinho, sorrindo com vontade. Se afastou, me deixando sozinha na sala, eu ouvi pedaços de sua conversa ao telefone, e me perguntei quem seria a pessoa do outro lado da linha, a pessoa que tinha o seu sorriso mais sincero e as suas palavras mais amorosas?

Não era eu...

Eu ainda continuava sentada no sofá da sala, quieta, tentando acalmar meu coração inquieto.

Querendo correr. Querendo gritar. Querendo fugir.

Mas continuei no mesmo lugar, esmagada pela dor e pelo ciúmes.

A ligação terminou e você apareceu na sala com um jeito desconfiado, com as bochechas rosadas, parecia genuinamente feliz e arrependido de me ter ali, com você.

Eu forcei um sorriso, disse que precisava ir embora, estava tarde. Sempre seria tarde em relação a nós dois. Você sorriu de volta, quase aliviado por ser eu a ter pensado nesse subterfúgio.

Eu levantei, agradeci, o quê eu não sei, não se agradece por companhia, ou por beijos e abraços.

Você me abraçou, e eu quase chorei, mordendo os lábios pra conter as lágrimas.

Eu disse "tchau" e você balbuciou um "adeus".

E nunca mais te vi.

E são nesses malditos domingos nublados que eu sempre lembro de você.
Ainda não consegui te esquecer!




*Fim


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Notas finais do capítulo

Deixe eu saber o que você acha.
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;D



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