Você estava vindo em minha direção, passos lentos e firmes, sorriso tímido, olhos verdes brilhantes. E nesse momento, pensei em nós, nos beijos calorosos, nas mensagens apaixonadas, nos encontros cheios de paixão. De emoção. Pensei nos planos que fazíamos, nas risadas sem sentido, nos abraços demorado. Na cumplicidade desmedida. Nas mãos que seduziam lentamente, nos corpos excitados que se entrelaçavam num amor fugaz. Pensei no desespero que foi te amar. Na ânsia que foi te esperar. E na dor que foi te esquecer...

Eu te olhava e pensava...

E quando você chegou perto, um sorriso culpado nos lábios, meu coração estava doendo, em pedaços. Eu estava chorando silenciosamente, escondendo as lágrimas disfarçadamente em um sorriso triste. Trocamos olhares rápidos. E apenas uma palavra foi dita, em uma só respiração. Silenciosa. Doída.  Desconhecida.

"Oi".

E você passou por mim, caminhando rapidamente, como um estranho qualquer. Como alguém que tocou meu corpo com sofreguidão, beijou meus lábios com lentidão, se tornou apenas alguém perdido na multidão?

Ainda ouço o eco da nossa despedida, apesar de você nunca ter dito adeus. Um dia éramos apaixonados, no outro, dois estranhos com lembranças.

E ali, respirando pesadamente, quase sofridamente, percebi que alguns amores nunca serão nossos.