O Senhor dos Anéis - O Abismo dos Magos escrita por Nina


Capítulo 5
Fangorn


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sinto muito pela demora. Mas sem mais delongas aí está mais um capítulo da jornada de Callya



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" Não podemos escapar. Uma sombra se move no escuro."

Callya nunca tinha visto orcs em sua vida, mas ainda assim não foi difícil para ela deduzir a natureza daquelas criaturas. Nada, em toda Terra-média exalava um odor tão pungente de morte e crueldade como aqueles seres disformes que avançavam com uma fúria terrível para o pequeno grupo.

—Estamos sendo atacados! — ela gritou, enquanto saltava sobre os pés e tentava alcançar suas armas.

Os três soldados levantaram-se rapidamente embora um pouco atordoados. Como mantinham suas armas sempre por perto ao ficarem de pé já estavam prontos para o combate e se lançaram furiosamente no grupo de atacantes que não pareceu intimidado diante da bravura dos homens. Foi, ao que Callya logo pôde perceber, um grande erro, pois apesar da notável desvantagem numérica de pelo menos três para um , aqueles soldados não eram comuns, mas guerreiros de Gondor treinados na arte da guerra desde a mais tenra idade e manejavam suas espadas como se estas fossem uma extensão do braço.

O mago branco também mostrou sua habilidade, erguendo seu cajado e sua espada avançando com uma velocidade impressionante para os seus atacantes.

Logo teve início um combate feroz. O som das espadas tinindo se misturava com os urros e rosnados dos cães enormes que tentavam encurralar o grupo. Um deles, montado pelo maior dos orcs saltou para frente tentando alcançar Calllya que, num gesto instintivo, saltou pata trás. No entanto, a fera continuou a avançar exibindo seus dentes afiados como facas.

Naquele momento Callya desejou ter uma arma maior. Suas adagas podiam ser úteis contra inimigos humanos que estivessem próximos, mas contra aquelas bestas selvagens, ela não tinha chance. Seus únicos movimentos possíveis consistiam em esquivas desajeitadas. Ela deu uma rápida olhada ao redor tentando localizar Gandalf, mas não viu nada, apenas ouviu o comando.

—Para a floresta!

Os guerreiros, que ainda continuavam lutando hesitaram brevemente, mas logo um deles, o mais jovem guardou sua espada e puxou um arco, usando-o para cobrir a retaguarda do grupo enquanto os outros dois se dirigiam para a floresta.

Callya olhou para o lugar onde os cavalos estavam no início da batalha, mas não encontrou Haldir. Parecia que todos os animais haviam se dispersado durante a batalha.

—Callya! Rápido!

Sem pensar duas vezes, jovem se lançou a toda velocidade para a floresta, bem a tempo de escapar de uma flecha lançada pelo inimigo. Além do grupo que fizera o ataque, vinham ainda mais orcs da planície numa carreira desenfreada e se eles não fossem muito rápidos, logo seriam alcançados.

Porém eles não correram por muito tempo, pois assim que viu um arbusto de formato incomum o mago parou.

—Porque paramos? — o guerreiro com o arco perguntou— eles ainda podem nos alcançar!

—Acalme-se arqueiro — disse Gandalf — estamos seguros nessa floresta. Nem mesmo os orcs entram em Fangorn. Não desde a última guerra.

Eynar olhou em volta, seu rosto expressando uma clara preocupação.

—Estamos seguros dos orc, mas será que estamos seguros das próprias criaturas que habitam este lugar? Ouvi histórias sobre monstros devoradores nestas florestas.

Callya engoliu seco enquanto seu olhar pousava sobre as sombras assustadoras das árvores gigantescas.

—Não se preocupem — afirmou Gandalf de forma tranquilizadora — se não fizerem nenhum mal a floresta, ela não fará nenhum mal a vocês. Venham, vamos seguir por essa trilha até o rio e descansar um pouco.

—E depois? — indagou Callya — não temos provisões e os cavalos fugiram. Como faremos para chegar em Gondor?

—Uma coisa de cada vez minha jovem — disse o mago antes de começar a andar.

Os cinco viajantes seguiram em silêncio ruma a parte mais sombria da floresta onde, segundo Gandalf, havia um rio. Callya mantinha seus olhos atentos, percorrendo todo o espaço. A floresta era muito sombria e a noite sem lua tampouco oferecia alguma ajuda na identificação do caminho.

—Estamos muito longe? — perguntou Callya depois de alguns minutos.

—Não — respondeu o mago — veem aquela clareira logo adiante? Logo depois encontraremos uma afluente.

Assim como dissera o mago, o grupo chegou a uma clareira e em seguida um rio de água cristalina onde beberam com a avidez de alguém que deixa o deserto depois de muito tempo sem esse precioso líquido.

Callya, depois de saciar sua sede sentou-se num tronco de árvore para descansar um pouco.

—Mais cuidado aí — alguém resmungou fazendo com que Callya desse um salto assustada — seu cabelo está no meu nariz!

—Quem disse isso? — Eynar murmurou, sua mão descendo para o cabo da espada.

—Eynar, solte a espada — falou Gandalf — não há necessidade de tal coisa.

O guerreiro hesitou um pouco, mas por fim afastou a mão de sua arma.

—Saudações ser da floresta — prosseguiu o mago de maneira cordial.

Logo a árvore onde Callya estava sentada agitou-se fazendo com que seus galhos estalassem. No enorme e grosso tronco, um par de olhos se abriu de forma preguiçosa e mais abaixo um bocejar revelou uma boca.

—Quem são vocês? – a árvore com voz grossa indagou — o que fazem neste lugar sagrado?

Callya, assim como os três guerreiros tinha seus olhos arregalados no mais puro espanto. A árvore falava e se mexia como qualquer um deles. Agora ela entendia o porquê das pessoas temerem Fangorn. Ser nenhum que respirasse nessa terra iria querer atrair para si a ira de criaturas tão grandes.

—Somos viajantes. Estávamos a caminho de Gondor, mas fomos atacados por orcs e nos refugiamos aqui — explicou Gandalf — perdemos nossas provisões.

A árvore se agitou inteira, e Callya teve a sensação que o chão tremeu diante da ira da criatura.

—Orcs! Malditas criaturas fedorentas! Onde eles estão! Onde! — dizia o ser enorme olhando de um lado para o outro buscando seu inimigo.

—Acalme-se! — disse Gandalf erguendo as mãos num gesto brando —eles não estão por perto. Um orc não entraria neste lugar.

Apertando seus galhos como um punho a criatura falou.

—Acho muito bom! Malditos assassinos de árvores! Que não ousem entrar na morada de Ddig, o Ent furioso ou sofreram as consequências!

Então era isso que aquele enorme criatura era, pensou Callya observando-o mais atentamente. Ela já tinha ouvido falar desses seres uma vez quando ainda era criança e seu pai lhe falara que o Ents marcharam para a fortaleza do antigo mago branco Saruman, em Isengard destruindo-a completamente.

Mas agora, ela tinha que admitir que tal criatura era muito diferente daquilo que ele imaginara. Era muito maior, embora seu rosto ficasse relativamente baixo em relação ao resto do corpo. Suas folhas eram de um verde escuro, quase musgo com algumas folhas mais acastanhadas nas extremidades. Seu tronco, firme e vigoroso era coberto por uma pele escura que, a depender da luz mudava para um tom acinzentado.

—Tenho certeza que sim — murmurou Gandalf — agora diga-nos senhor da floresta, pode nos ajudar?

—Claro! Qualquer inimigo dos orcs, é meu amigo. Venham comigo viajantes.

Com um movimento lento o Ent ergueu-se removendo suas raízes/pés do chão e esticando-os. Logo começou a marchar para uma parte ainda mais profunda da floresta, sendo seguido de perto por Callya e seus companheiros.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Bom, sei que algun de vcs irão estranhar o meu Ent, pq ele não é exatamente como os do livro mas a ideia era essa mesmo.
Se acharem algum erro avisem, por favor.
Aguardo seus comentários



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