E se fosse você? escrita por Raquelzinha


Capítulo 1
Capítulo 1 - Prólogo


Notas iniciais do capítulo

As primeiras impressões...vejo vcs no final do capitulo. Bjs



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Como acontece com toda menina que finalmente atinge a idade de frequentar a sociedade e por consequência arrumar um marido. Aconteceu também com Isabella, a filha do meio do casal Swan. Charlie, o pai, era Barão. Renée, a mãe, era filha de um Lorde. Sendo assim a menina tinha antecedentes para se tornar a esposa de um homem importante. Por isso, tão logo chegou o momento de fazer sua apresentação, a garota, que já estava sendo preparada para esta data há algum tempo, teve sua instrução acentuada. Naquela época, havia na região, vários rapazes solteiros que muito bem serviriam como futuro noivo para a jovem magricela de cabelos castanhos.

Porém Renée, como uma boa e preocupada mãe, não cansou de indicar à filha quais deveriam ser seus alvos, pois alguns estavam muito acima dos atributos físicos da filha. E outros, muito abaixo de seus atributos familiares. E era preciso escolher bem.

Certo e muito claro era, ter consciência de que uma mulher deveria se casar. Mas, casar com alguém que possuía título, nome e bens era mais do que casar, era garantir que seus descendentes seriam respeitados e admirados pela sociedade. Que sua vida seria mais cômoda, segura e sem percalços preocupantes.

Renée achava que Isabella seria capaz de atrair um bom partido, talvez um Lorde como o avô, ou até um Barão como o pai, mas nada muito além disso. Ser mãe não significava ser cega. A menina nunca fora vistosa, atraente ou realmente bela, apesar do apelido carinhoso usado pelo pai. E isso indicava até onde Isabella Swan seria capaz de chegar no quesito matrimônio vantajoso.

Sem tomar conhecimento das preocupações de Renée, os olhos e o coração de Bella, como era chamada no seio familiar, há muito que conheciam a paixão. Uma paixão desenfreada e não correspondida pelo ex colega e amigo de seu irmão mais velho, Jasper, que há mais ou menos um mês resolvera se comprometer com Alice Cullen. Uma garota muito bonita, filha de um Conde e pelo modo como Isabella percebia, uma garota extremamente pedante. O que não facilitara a aproximação das duas.

Mas, voltando ao foco do assunto, o tal amigo de Jasper, e paixão platônica de Isabella, era nada mais, nada menos, do que o filho do meio do Marquês de La’Push, Ephraim Black. Edward, “o galanteador”. Apesar de não herdar o título do pai por ser apenas um segundo filho, o rapaz alto, simpático, bem apessoado e extremamente atraente, atraíra a atenção da garota desde a primeira vez que o viu(e essa atração se intensificara quando ela passara a frequentar a casa da família, depois de conhecer e se tornar grande amiga de Emily a filha mais nova do Marquês).

Mas, por ser quatro anos mais velho, o jovem nunca lhe concedera qualquer tipo de atenção. Ao menos era isso que Isabella acreditava. E também acreditava que, talvez, quando ela crescesse, quando seu corpo tomasse forma e ela parecesse com suas primas e sua mãe, ele finalmente a visse como uma mulher digna de ser admirada e consequentemente cortejada.

E agora, depois do tempo passado, enquanto se olhava no espelho, viu uma garota sorridente, metida em um belo vestido de baile, em luvas que iam até os cotovelos, da mesma cor do vestido. Verdes. Com os cabelos harmoniosamente presos e ornados com pérolas, e se sentiu linda. Aquela seria sua noite especial. Sua apresentação.

Jéssica, a irmã caçula que mal completara treze anos, ingressou no quarto da outra sem pedir permissão, Bella estava habituada a isso.

– Está linda Bells...

A menina falou com gentileza enquanto se sentava numa cadeira e apertava a boneca, que antes repousava na cadeira, nos braços.

Bella virou-se feliz. O sorriso tão grande que quase tomava conta do rosto todo.

– Estou feliz! Finalmente poderei ir aos bailes, dançar e... – de repente o sorriso se foi e o velho medo voltou.

Era um medo que de vez em quando a invadia sem permissão.

E se Edward não se interessasse por ela?

Se ele não a quisesse?

Pior do que isso, e se nenhum homem se interessasse por ela?

Como seria sua vida?

Se transformaria em uma solteirona como a irmã de sua mãe? Uma mulher que vivia quase de favor nas casas dos irmãos, ajudando a cuidar dos sobrinhos?

Fechou os olhos com força dizendo a si mesma que isso nunca aconteceria. Se Edward não a visse, com certeza outro a veria. Afinal, ela não era assim tão destituída de atrativos. Era certo que nem de longe se parecia com a prima Rosalie, e toda a sua beleza loura. Nem com a prima Leah e seu porte altivo, elegante. Porém, alguém, qualquer um poderia sim se interessar por ela.

Com esse pensamento ela se aproximou da caçula observando-a detidamente. Jéssica era bonita, tinha belos olhos, pele alva como a sua e fartos cabelos sedosos. Logo se transformaria numa bela mulher. Para sua irmã com certeza não faltariam pretendentes se ela continuasse a mostrar a mesma beleza. E era bom pensar que ainda faltava muito tempo para que a menina fosse apresentada, pois Isabella duvidava que algum homem a olhasse interessadamente depois de ter visto Jéssica.

Desviando essas preocupações, sorriu, acariciou o rosto da menina que apesar de saber que sua hora ainda não chegara, mostrava em pequenos gestos a vontade de participar do baile de apresentação da irmã. Carinhosa Bella beijou-lhe o topo da cabeça e a conduziu até o quarto, onde a ajudou a se acomodar para dormir.

– Prometo que amanhã conto a você tudo o que aconteceu no baile...

Jéssica a observou desconfiada.

– Promete que me contará tudo mesmo Bells?

– Prometo. Contarei todos os detalhes.

As duas fizeram um sinal indicando que estavam firmando um pacto e após receber um novo beijo, Jéssica finalmente se aconchegou sob as cobertas e fechou os olhos.

*

O baile estava esplêndido. O salão de festas todo ornado com flores da estação. Pessoas variadas, casais jovens, casais velhos. Solteirões inveterados, novos solteirões, libertinos, todos extremamente assediados por mães casamenteiras.

Solteironas e velhas matronas se acomodavam nas partes mais externas do salão ou perto das mesas de doces e salgados. Jovens ainda solteiras, mas com idade para casar se colocavam mais próximas a pista de dança, na expectativa de serem tiradas para dançar e quem sabe, conhecer o homem de suas vidas.

Isabella não parou para aproveitar tudo isso, sua mãe a arrastou de um lado para o outro o tempo todo, e quase não teve um momento para conversar com as primas, que já experientes na arte das festas, poderiam ajuda-la a se sentir mais a vontade. Não, Renée estava ocupada demais indicando bons partidos, maus partidos, aqueles de quem ela deveria se aproximar, ou definitivamente se afastar, para permitir que a filha tivesse algum momento tranquilo.

Tentando ser discreta, Renée remexia o leque nas mãos, escondendo atrás dele seu comentário a respeito das pessoas e dos homens.

O foco da mulher estava fixo em Edward Black, Samuel Ulley e Emmett MacCarty... os três solteirões mais cobiçados da estação.

Entre aqueles que deveriam ser mantidos a distância estava o irmão mais velho de Edward, Jacob, futuro Marquês de La’Push. Conhecido por provocar grandes paixões mas nunca pensar em se casar, esse deveria ser radicalmente evitado. Um libertino jamais dava um bom marido. Mas, um libertino que não pensava em se casar era ainda pior.

Bella lembrava de tê-lo visto algumas vezes nas caminhadas diárias ao final da tarde, geralmente acompanhado de alguma mulher. Sempre sorridente e bem vestido. Ele não atraia a atenção da garota apesar de ser considerado um dos homens mais bonitos e sedutores da região. Pelo contrário era o irmão caçula do libertino que fazia seu coração bater mais rápido. Por isso, mesmo que sua mãe não soubesse, Bella sabia que não corria qualquer perigo de cair nas garras do homem alto, de casaca preta, que animadamente conversava em um grupo composto só por cavalheiros.

Passado o momento das apresentações, Isabella finalmente descobriu como uma noite poderia ser mágica. Dançou um tal número de músicas que sequer lembrava quantas, e com quem, no final da noite. Mal conseguiu se alimentar, o que provocou dor de estômago e certo enjoo. Mas, satisfez todos os sonhos acumulados no correr de três anos. Dançou com seu amor platônico.

Edward a tirou para dançar quando já havia decorrido boa parte da festa e Bella começava a acreditar que ele nunca se aproximaria. Foi gentil, sorridente, cortês e mostrou toda a desenvoltura que um cavalheiro deve possuir. Deixando-a, como se fosse possível, ainda mais apaixonada.

Porém, como nada é totalmente perfeito, o irmão mais velho de Edward fez o mesmo. O futuro Marquês não era obrigado a isso, mas, pouco depois do caçula a deixar, ele se aproximou, fez uma mesura educada e sorriu. Um sorriso tão perfeito que Isabella pensou que entendia o motivo das mulheres quase caírem aos seus pés. Pediu a honra de dançar com ela e pouco depois eles estavam se movendo pelo salão ao som da orquestra. O engraçado era que Bella não lembrava de ter dito alguma coisa, aceitado ou recusado.

Será que algum som saíra por seus lábios?

Mas, algo definitivamente deve ter sido dito já que eles estavam efetivamente dançando.

De relance ela observou o rosto preocupado da mãe junto a um grupo de mulheres e tentou sorrir, mostrar que estava tudo bem. Era apenas uma dança. Ela não corria perigo algum com aquele homem.

– Como está se sentindo?

Ele perguntou de repente quando se cruzaram, enquanto a olhava fixamente.

– Estou bem.

Bella respondeu na nova aproximação imaginando se ele percebera que corara.

– A festa está linda.

Completou quando ele a segurou para fazer uma volta.

O futuro Marquês sorriu como se não estivesse realmente interessado na resposta. Talvez tivesse feito a pergunta por pura educação.

– Minha irmã é sua amiga não é? – ele mudou de assunto abruptamente surpreendendo-a.

Sim, ela era. Como ele sabia disso? Eles nunca se encontraram na residência do pai dele. Jacob morava sozinho há muitos anos e raramente aparecia na casa quando Isabella estava por lá.

– Sim.

Respondeu sucinta.

– Ela tem poucas amigas – ele falou sério.

Aquilo não era uma pergunta, além de ser um fato que Bella conhecia muito bem. Emily não era dada a grandes amizades. Mas, a amizade das duas era genuína e muito íntima.

– Fico feliz em saber que você e ela se dão bem – ele continuou.

O futuro marquês a encarava enquanto falava. Parecia preocupado e ao mesmo tempo agradecido.

Será que esse era o motivo que o levara a convidá-la para dançar? Falar sobre Emily?

– Ela é uma pessoa especial. Nos damos muito bem.

Ele sorriu novamente. Aquele sorriso era diferente, não tinha nada de sedutor, era simples e direto. Gentil. Bella se surpreendeu novamente ao gostar.

– É bom ouvir isso de alguém. Ela precisa de pessoas que a apoiem.

Sim, Bella achava que começava a entender o que ele pretendia. Emily era tímida, retraída. E seu temperamento naturalmente suave entrava em choque com o da mãe. As insistentes manias autoritárias de Sarah provocavam ainda mais esse lado tímido da filha, acentuando seus medos.

Bella apenas sorriu, não havia tempo para dizer mais nada. A música acabara. Jacob inclinou-se fazendo uma mesura gentil. Ergueu a mão enluvada da garota e a beijou antes de dizer:

– Obrigado.

Afastando-se ele logo se reuniu a um grupo de homens do outro lado da sala. Deixando em Bella a impressão estranha de que havia naquele homem muito mais do que ele aparentava. Mas, logo essa impressão foi totalmente apagada pela figura de Edward cruzando seu campo de visão. Ele vinha da mesa e trazia na mão uma caneca de ponche. Era certamente o homem mais lindo da festa.

Ela suspirou enlevada, imaginando em quantas outras festas teria essa mesma visão.


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Notas finais do capítulo

Jacob e Edward e Emily irmãos...Jasper, Bella e Jéssica também irmãos...Alguém será o vilão ou vilã? Talvez.Teremos confusões? Ah sim, termos MUITAS.heheheh Para quem esperava uma nova fic antes que A HORA CERTA termine... ah, já estou com saudades da outra fic...Bjs