No dia seguinte, por volta das cinco horas da tarde, Bella jurava que nunca mais na vida queria experimentar outro vestido. Tinha saído com a Sra. Cullen de manha e usara o vestido e casacos novos.

Quando, as costureiras, então souberam que as roupas escolhidas seriam pagas por Edward Cullen, se esmeraram ainda mais no tratamento que davam a fregueses tão importantes.

Bella experimentou vestidos para noite, vestidos longos, esporte, calças compridas, malhas, e tantas outras coisas que já nem lembrava mais o que. A cada preço que via marcado na etiqueta, ficava espantada; num ano ela não gastaria em roupas o preço de um só daqueles vestidos.

– Só falta escolhermos roupas para você usar na ilha, minha querida. – Disse Esme.

– Esme, acho que já compramos muito mais do que posso precisar!

– De jeito nenhum, Bella. Já pensou que como esposa de Edward Cullen tem uma posição muito elevada e precisa estar à altura dela?

Ao ouvir essas palavras, Bella ficou sem resposta e deixou-se levar para completar as compras.

Ao voltarem para o apartamento Bella decidiu ir descansar um pouco e depois tratou de se arrumar para o jantar; colocou um dos vestidos novos, azul-turquesa, decotado e de mangas curtas.

– Como esta charmosa com esse vestido, chérie! Esse tom turquesa me fez lembrar o mar da Grécia. – Esme comentou e por alguns minutos ficou falando de suas recordações na Grécia.

Nesse momento, Edward entrou na sala, muito bem vestido, parecendo ainda mais alto e forte. Primeiro ele cumprimentou a tia, beijando-lhe o rosto, depois se virou para Bella.

Ela tinha levantado, mas não sabia como agir; estava tremula e insegura. Edward, porem, dominou a situação.

– Boa noite, Isabella. – Ele disse e levou a mão dela aos lábios, mal lhe tocando os dedos frios. – Teve um dia agradável?

Ela não precisou responder, pois no mesmo momento Esme começou a fazer um relatório completo das atividades do dia. Edward se virou para ouvir o que a tia dizia, mas na realidade não prestava muita atenção; Bella, olhando-o com o rabo dos olhos, percebeu que ele tinha os olhos cravados nela.

Interrompendo a tia, Edward propos.

– Desculpe tante Esme, mas vamos jantar? Há tantas coisas que ainda tenho que fazer se quiser ter uns dias de folga no casamento!

Durante o jantar Edward contou que já tinha marcado a cerimônia, seria realizada no gabinete do prefeito de uma cidadezinha próxima de Paris.

– Pedi a ele que fosse discreto e espero que não avise a imprensa; não gostaria de ser importunado com fotógrafos ou repórteres. A cerimônia será na próxima sexta-feira, de manhã.

Sexta-feira! Mas isso era depois de amanha! Bella quase engasgou ao pensar nisso. Era muito pouco tempo! Ela não podia simplesmente abandonar um tipo de vida e começar um novo, assim, de um dia para outro! Olhou para Edward, sentado a sua frente; ele tinha o olhar frio, como se pudesse ter lido seus pensamentos. Corajosamente, começou a pensar em Jasper, que também estaria começando uma nova vida, e isso há deixou um pouco mais animada.

Ao terminarem a refeição, Esme de retirou, pera deixa-los conversarem a vontade.

– O que disse para sua tia? – Bella começou a conversar. – Contou a ela que vamos fazer um casamento por conveniência?

Edward se aproximou da lareira e acabou sentando numa das poltronas, as pernas longas esticadas a frente.

– Apenas disse que tinha decidido casar com você e que queria que ela a recebesse. Não achei necessário dar detalhes sobre minha vida pessoal a uma pessoa de fora.

– De fora? – Bella estava surpresa. – Não acho que sua tia possa ser considerada de fora!

– Não? Isso é porque você não é grega.

Bella não respondeu. Nunca tinha pensado nele como sendo grego; ele parecia tão Frances!

– Tante Esme já lhe disse que vamos para Akasia?

– Akasia? – Bella sentia que cada vez ficava mais surpresa.

– É uma pequena ilha particular, perto da ilha de Mikonos. Meus pais deixaram-a para mim e eu a uso quando estou de ferias. Como a tradição manda que devemos ter uma lua de mel, achei que seria uma boa ideia irmos para lá.

– Sim, claro! – Bella tinha vontade de gritar. Seria mesmo necessário ter uma lua de mel?

Edward olhou o relógio e anunciou:

– Tenho que ir agora. Estarei muito ocupado amanha, por isso só a verei de novo no casamento. Se precisar de alguma coisa, ou se tiver algum problema, basta telefonar a um dos meus secretários no escritório e eles procurarão resolve-lo.

– Esta bem, obrigada.

Ele pegou novamente a mão dela, hesitou por um momento, depois a apertou num gesto de despedida e rapidamente saiu da sala.

No dia seguinte Bella foi até o aeroporto de despedir de seu irmão, não pode deixar de ao menos saber meia verdade de sua atual situação. Jasper ficou de mãos atadas e jurou que iria pagar tudo o que pegou “emprestado” da firma.

Depois de um abraço apertado os dois se despediram e Jasper desapareceu no corredor.

Deixando o aeroporto, Bella foi para o apartamento da Sra. Cullen. Lá ela era esperada por uma equipe de esteticistas que lhe cortaram os cabelos num corte bem moderno, escolhendo a maquiagem que melhor combinava com seu tom de pele, e a ensinaram como se maquiar para tirar os melhores efeitos de sua beleza natural.

Mais tarde uma empregada ajudou-a a arrumar as malas para a viagem, que seria no dia seguinte. Com um gesto de independência, Bella colocou na mala algumas de suas roupas que tinham chegado; pelo menos aqueles jeans e camisetas a fariam lembrar quem ela realmente era.

Na manha seguinte, Bella e Esme saíram da casa e foram levadas para a cidade próxima a Paris aonde o casamento ia se realizar. Bella estava linda em seu traje nupcial. Mas sentia-se nervosa e desamparada.

– Depois da cerimônia vai haver uma pequena recepção num hotel próximo. – Esme estava explicando. – Edward convidou apenas alguns parentes e amigos.

Bella ficou aborrecida. Edward deveria ter conversado com ela e contado seus planos; era muito desagradável ficar sabendo das coisas pela tia! Será que essas pessoas sabiam que o casamento deles era apenas um arranjo?

Edward esperava por ela numa das salas da prefeitura. Ele estava usando um terno cinza escuro, estava impecável, porem suas maneiras eram frias e distantes. Havia outras pessoas na sala; ele, porem, não se deu ao trabalho de apresenta-las.

– O prefeito está a nossa espera. Venha, Isabella. – Edward parecia apressado por ver tudo terminado.

A cerimônia foi toda em Frances e Bella teve que prestar atenção ao que o juiz dizia. Edward estava ao seu lado, olhando para frente, com uma expressão de indiferença no rosto. Foi só dizer o “sim” que ela se deu conta de que estava assinando a sentença que a manteria unida aquele estranho alto e forte, de quem não sabia nada! E iria ter que viver com ele por cinco, longos anos.

Quando Edward colocou-lhe a aliança no dedo, Bella olhou-o diretamente pela primeira vez. Seus olhos se encontraram e havia algo, na profundeza daquele olhar, que ela não conseguiu definir. Em seguida, foi à vez dela de colocar a aliança no dedo do marido, seus dedos tremiam ao pensar que estava selando aquela união com um desconhecido. Por um momento, Edward pousou a mão, quente e forte, sobre a sua. Bella desviou o olhar para encontrar o dele, mas ele continuava olhando para frente, impassível.

Ainda bem, ela pensou, que esse casamento é apenas um acordo!