Death Note: Resurgence escrita por NanaKiryuu


Capítulo 4
Death Note - Assombração


Notas iniciais do capítulo

Talvez eu tenha exagerado no tamanho do capítulo, mas foi REALMENTE necessário ;x



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"Se a causa da morte não for especificada, a vítima morrerá de ataque cardíaco"

  (Death Note - How to Use It. - Rule 4)

 

 

 

 

O som do telefone tocando. Apenas parou quando foi atendido.

- Alô?

- Amor?

- Matsu! Ain, que saudades...!

- Já estou voltando, Sayu. Avise sua mãe que vou chegar logo.

- Sim. Você vai trazer mais alguém?

- Bom, não que eu saiba, he.

- Ok, então! Até daqui a pouco!

Sayu Yagami desligou o telefone. Apertou-o contra o peito, suspirando. Ele estava chegando, enfim. Finalmente algo para acalantar sua tristeza.

- Sayu? Quem era?

- Era o Matsu! Ele vai vir dormir aqui hoje, tudo bem?

A mãe de Sayu apareceu na porta da cozinha. Seus olhos estavam inchados, isso era notável. Ela mostrou um sorrisinho tímido, contudo nada enganava o verdadeiro coração de uma filha. Sayu mostrou um sorrisinho igual ao da mãe, porém com menos intensidade ainda.

- Está tudo bem sim, filha. - a mãe disse, como se respondesse às duas perguntas que Sayu fizera. Uma delas ficara oculta em seu próprio olhar, perguntando-se se a mãe estava chorando outra vez.

- Então vou me arrumar, mãe. - Sayu aproximou-se da mulher e desferiu-lhe um beijinho carinhoso na testa, sorrindo e transmitindo conforto.

A garota subiu as escadas. Foi andando vagarosamente pelo corredor que levava ao seu quarto. Porém, antes que o alcançasse, parou de súbito em frente à porta do antigo quarto do único irmão mais velho, agora morto. Aquela porta ainda não havia sido aberta por ninguém desde as últimas semanas. Sayu aproximou-se engolindo seco. Pôs a mão na maçaneta. Seu irmão era mais do que um gênio para deixar à mercê sua porta aberta para que qualquer um pudesse entrar naquele recinto. A menina teve medo. Sua mão moveu-se para o lado devagarzinho, como se temesse que a casa explodisse por aquela porta estar sendo destrancada...

Ela sugou o ar de brusco. Nada aconteceu. A maçaneta virou-se por completo, fazendo um ‘click’ que indicava a porta aberta. Ela engoliu a saliva que se acumulou em sua boca, passando a língua nos lábios ressecados e aliviada por nada acontecer. Enfim, ela pisou para dentro do quarto silencioso. De certa forma estava escuro. As cortinas fechadas, a cama arrumada e o chão limpo; tudo como o irmão deixara, impecável. Raito sempre fora alguém bem zeloso.

Avançou a passos lentos. Chegou mais perto da escrevaninha, passando a mão de leve por cima de sua superfície. Um abajur profissional estava apagado ao seu lado. Ela apertou o botãozinho e a luz encheu o quarto. Dirigiu seu olhar por aquele lugar. Ela mesma não sabia muito sobre o quarto do próprio irmão. Raito nunca a deixava entrar, a não ser para estudar junto com ele, e quando isso acontecia Sayu nem prestava a atenção na decoração.

- SAYU!

A garota virou o rosto para a porta, ouvindo uma buzina abafada. Ela correu para a janela do quarto e afastou uma brecha da cortina, vendo que Matsuda acabara de chegar. Abriu um largo sorriso e então foi andando para a porta do quarto. Neste momento, ela parou mais uma vez. Algo lhe chamara a atenção ao lado de seu pé. Sayu abaixou-se para pegar uma maçã completamente comida. Como poderia ter algo do tipo num quarto de alguém tão cuidadoso?

- SAYU! VENHA RECEBÊ-LO!

- Já estou descendo, mãe!

Sayu jogou a maçã na lixeira ao lado da escrevaninha, saindo do quarto com o olhar mais sério. Desceu as escadas apressada. Passou as mãos nos cabelos e jogou-os mais para cima dos ombros. Pigarreou e então abriu a porta da casa. De trás dela, Matsuda virou os olhos para fitar. Na face dele pôde-se ver um sorriso ainda mais iluminado.

- Ah, Sayu... senti muitas saudades...

Sem que ele tivesse tempo para outras coisas, Sayu aproximou-se dele rapidamente, pegando em suas faces e desferindo nos lábios dele um longo e gostoso beijo. Até mesmo Matsuda ficou surpreso, mas não deixou de aceitar o afeto. Após eles separem o beijo, Sayu finalmente falou:

- Eu também.

A mãe chegou mais perto do casal, limpando as mãos no avental que carregava no peito. Sorriu igualmente.

- Seja bem-vindo de volta.

- Obrigada, senhora Yagami.

- Odeio cerimônias muito longas de recepção! Vamos, Matsu...

Senhora Yagami deu uma risada ao ver Sayu puxar o namorado para dentro tão rapidamente. Matsuda, por sua vez, apenas mostrou um sorrisinho amarelo para a mãe de Sayu e acompanhou a garota. Sayu e ele subiram para os quartos. Ambos foram andando de mãos dadas para o pequeno quarto da filha única dos Yagami.

- Você fez algo no seu cabelo? - questionou Matsuda, mais para quebrar o silêncio, enquanto Sayu encostava a porta do quarto.

- Você é muito bobo. Porque não faz uma pergunta melhor?

Sayu sentou-se na própria cama enquanto dizia. Matsuda passou a mão no queixo. Logo ele foi andando felino para mais perto de Sayu. Quando aproximou-se mais, Matsuda abaixou-se ao lado dela e sussurrou no ouvido da garota:

- Qual a cor da sua langerie?

A garota soltou uma gostosa risada.

- Hahaha! Essa foi muito boa, ah sim... Mas creio que você tenha que verificar com seus proprios olhos...

Matsuda fez crescer o sorriso nos lábios, deixando-os tão estendidos que era impossível não ver tamanha satisfação em sua face. Ele passou os braços em volta da cintura da mulher e juntou seu corpo ao ela, unindo-se com Sayu num terno beijo. Sayu, por sua vez, passou a mão por cima do ombro do homem e deitou-se na cama, com este acompanhando seu movimento. Ambos já sentiam o prazer fluindo veloz por suas veias, quando de repente...

- Gh... Gah...!

- Matsuda...? O que...?

- Sayu... S-a... Gh...

- O que houve, Matsu? Você está b-bem?!

O rapaz caiu para trás, no chão. Levava a mão para o peito, enquanto gemia de dor, uma dor que visívelmente era cruciante. Parecia lhe faltar ar nos pulmões. Sayu entrou em pânico, abaixando-se ao lado do namorado e pegando em suas mãos.

- Matsu! Fale comigo, por favor...!!

- S-a... yu... e-ele... ele... est-tá

- MATSU!

- HAHAHAHAHAHA!

A risada. Sayu parou de respirar. Matsu ainda gemia, apertando as mãos da mulher. Sayu dirigiu o olhar para o canto do quarto, vendo um vulto humano encostado na parede. Um silêncio sombrio encheu seus ouvidos - interrompido periódicamente pelos suspiros cada vez mais forçados de Matsuda. Um suor inquieto envolveu seu corpo, agora gélido de medo.

- Que cena linda, irmãzinha. Pena que me desagrada.

Raito deu passos para frente, caminhando devagar até perto dos dois. Matsu havia parado de gemer, porém estava imóvel de olhos abertos e dilatados na direção de Raito. Alguns últimos suspiros escapavam de seus lábios brancos. O homem em pé girou uma caneta entre os dedos, com um sorriso maníaco no rosto.

- Isso é por ter me matado, otário.

O homem que saiu das sombras tirou algo de trás do corpo com a mão oposta, apontando para Matsuda. O ruído do gatilho e dois disparos seguidos. Sayu gritou em pânico, já sentindo seu rosto molhado de lágrimas.

- E isso é por ter dormido com a minha irmã! HAHAHAHAHAHA!!

O estrondo dos disparos, a risada de Raito, o sangue nas mãos de Sayu, o quarto escuro e fúnebre; tudo foi engolido de repente. O berro feminino tomou conta do recinto, enquanto seu corpo erguia-se desesperado para pôr ar de volta aos pulmões. Sua face começou a molhar mais uma vez, mas teve a impressão de que segundos antes ela estava seca. Sayu olhou em volta pelo quarto, exatamente onde ela e Matsuda estavam, além de Raito.

- Sayu...? O que houve?

Sayu olhou para o seu lado, parecendo se assustar ao ver o rosto saudável e preocupado de Matsuda. Ele respirou algumas vezes, despejando tímidas lágrimas dos olhos.

- Matsu... você está bem...

Ela abraçou-o com força, desabando a choramingar. Matsuda não entendeu perfeitamente o que acontecera, mas a hipótese era de que Sayu acabara de ter um pesadelo. O rapaz puxou os lençóis para junto de seus corpos, abraçando a mulher para dar-lhe mais conforto.

- Estou sim, estou bem. Nada de mal vai nos acontecer, não se preocupe.

A garota fungou e limpou o nariz com as costas da mão, voltando a olhar o namorado. Ele passou a mão pela face dela, enxugando suas lágrimas com os dedos, deixando um sorrisinho preso nos lábios.

- Matsu... p-pode me responder uma coisa...?

- Sim... diga Sayu - Matsuda fez uma expressão interrogativa e curiosa.

Sayu hesitou um pouco. Fungou de novo, olhou para baixo e distraiu-se puxando mais o lençól para cima dos seios. Após, voltou a elevar o rosto para ele.

- Quem matou meu irmão?

Matsuda engoliu mais ar do que deveria, sentindo um aperto forte no peito. Pressionou os lábios, desviando levemente o olhar para o lado, mas retornando a fitá-la em seguida.

- Não sei. Eu não estava perto. Eles não revelam essa informação para nós.

O suspiro preso escapou dos lábios de Sayu. Ela aproximou uma das faces do peitoral dele, aconchegando-se. Matsuda abraçou-a.

- Tudo bem, Matsu. Eu confio em você.

 

 


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