– Brittany S. Pierce, você aceita Santana Lopez como sua esposa?

– Sim - a loira respondeu firme.

– Você, Santana Lopez, aceita Brittany S. Pierce como sua esposa?

Santana respirou fundo, olhou de um lado para o outro enquanto esperavam por sua resposta, mas esta parecia não vir. Não sabia o que dizer, em parte queria muito aquilo, mas algo em seu peito a fazia duvidar. Brittany já estava impaciente, sua respiração acelerada e quando abriu a boca para falar, um som alto a interrompeu, a fazendo despertar.

– Dios Mío. - Santana gritou se sentando na cama.

Passou as mãos no rosto suado, olhou para o aparelho ao lado e o desligou. Se levantou e foi até o banheiro fazer a higiene. Ao sair do banho ficou se encarando no espelho por alguns segundos aquilo ainda parecia surreal, mas até que estava gostando da ideia de ser uma adolescente novamente.

– Wow, como eu tô gostosa. - se gabou antes de ir para o quarto se trocar.

Vestiu uma calça preta bem apertada, uma blusa branca e por cima uma jaqueta de couro preta, deixou o cabelo soltou caindo pelos ombros, e passou uma maquiagem leve, exceto pelo batom que destacava os lábios carnudos em um vermelho intenso.

Depois de se vestir arrumou as coisas dentro da mochila - iria para a escola, seu primeiro dia de aula-, aquilo soava tão estranho em sua cabeça. Antes de descer, seu celular tocou, o novo iphone presente de sua melhor amiga. O pegou e ao olhar quem ligava e deixou a ligação cair. Era Brittany, provavelmente a ex queria discutir sobre alguma coisa, mas não estava cabeça pra isso, então resolveu ignorar.

Xx

– Meninas será que dá pra vocês tomarem café como pessoas normais. - Brittany advertiu as filhas que brincavam com a comida jogando uma na outra.

– Foi mal mãe. - Marley falou parando com a brincadeira e voltando a tomar seu café.

– Droga! - Brittany falou ao tirar o celular do ouvido e pousar na mesa - Vocês não me ouviram falar isso. - ela apontou para as filhas que riram em resposta.

Apesar da situação complicada em que se encontravam, Brittany agradecia pela boa convivência que mantinha com as filhas. Muitos casais que se separavam não tinha a mesma sorte. A loira sabia como separação afetava as filhas e como isso podia ser ruim, pois as duas quem sofreriam pelos erros das mães, mas para sua sorte elas foram um tanto compreensivas com a decisão. A convivência continuara a mesma, pelo menos por parte de Brittany, pois que, as filhas se distanciaram um pouco de Santana após esta sair de casa, Brittany se sentia culpada as vezes, não queria separa-las da morena, contudo sabia que era melhor assim, do contrário, aquela casa viraria uma zona de guerra, e isso ela definitivamente não queria para suas garotas.

– Mãe, a gente tem que ir. - Sugar falou se levantando e pegando a mochila, Marley a imitou.

– Ok garotas. Ah, me façam um favor. Se por acaso encontrarem com sua mãe, peça pra que me ligue, é importante. - Brittany pediu e as garotas assentiram.

Ela se levantou e se aproximou das duas. Deu um beijo no rosto de Sugar, que limpou por onde ela havia beijado logo após. Iria fazer o mesmo com Marley, mas esta saiu correndo.

– Beijo não, Ew! - falou ao passar pela porta, Brittany bufou - Sugar vamos!

– Tchau mamãe. - Sugar se despediu e saiu acompanhada da irmã.

– Tenham um bom dia na escola, amo vocês. - Brittany gritou as observando, saírem.

Xx

– Bom dia, Rach. - Santana disse animada ao entrar na cozinha, o que causou estranheza na morena, pois geralmente a latina acordava pra baixo e mal trocava duas palavras com a mesma.

– Bom dia. Alguém acordou de bom humor hoje!

– Mas é claro, hoje é o meu primeiro dia. O primeiro dia de volta, Rachel.

Santana se serviu com café e sentou ao lado da amiga, deu um tapinha no ombro de Rachel que riu.

– Ok, e por isso essa felicidade toda?

– Sim, isso e o meu corpo incrível. - levou a xícara a boca.

– Sabia que você iria ficar toda metida por causa disso. - Rachel debochou dando uma colherada em seu cereal.

– Você só tá com inveja por que não tem abs como os meus. - Santana pegou uma torrada e deu uma mordida.

– Grande coisa, se eu quiser eu posso comprar um.

– Ah, vai jogar na cara é? - Santana atirou um pedaço da torrada em Rachel.

– Cachorra! - Rachel gritou.

– Cachorra gostosa. - Santana falou se levantando, colocou os óculos escuros - Como eu estou?

– Horrível - Rachel zombou entre as risadas - Sério pra que os óculos?

– Estilo querida. Estilo.

– Continua horrível. - Santana mostrou a língua pra ela que riu com a infantilidade da amiga. - Tô brincando.

– Tá bem, eu tô indo. - a latina foi até a porta, mas antes de abrir se virou para amiga novamente - Ah, eu tô pegando seu carro emprestado, falô! - ao falar saiu correndo esperando a reação da amiga;

– O meu bebê não! - Rachel correu até a porta e viu Santana dando partida no veículo - Eu juro se arranhar o meu carro eu te mato. SANTANA! - a latina jogou um beijo pra ela e saiu cantando pneu.

Xx

Santana chegou no colégio chamando atenção. Com o carro esportivo que dirigia, deu algumas voltas no estacionamento antes de finalmente estacionar. Todos olhavam curiosos, ela saiu do carro e vestiu a jaqueta, algumas cheerios que estavam próximas, a analisavam da cabeça aos pés, – inveja ou admiração? - Talvez.

– Isso vai ser interessante! - uma das cheerios sussurrou, mas Santana pode ouvir. Ela deu uma piscada na direção das garotas que começaram a cochichar.

Pegou os livros e caminhou em direção ao prédio. Andava como se estivesse desfilando, arrancando olhares por onde passava, exibia um sorriso sedutor no rosto. Estava tudo indo bem, voltara ao lugar onde já fora uma grande estrela.

Ao pisar na escola pode sentir o aroma da juventude a embriagar, estava se sentindo energética, afinal era assim que os adolescentes se sentiam. Retirou os óculos e o posou na blusa. Olhou de um lado para o outro no corredor e estranhou ao não ver nenhum movimento, foi quando o sinal tocou e os alunos sairão das classes, de repente o corredor virou uma bagunça. Santana tentava andar, mas sempre que se mexia acabar esbarrando em alguém, estava um caos, não se lembrava de a escola ser assim tão agitada. Com muita dificuldade, algumas ofensas e palavrões ditos em meio à multidão de pessoas, conseguiu chegar a sala.

Ficou surpresa por estar na mesma que Marley. Se sentou em uma das carteiras, e acenou para ela, que desviou o rosto, pois achou esquisito o fato de uma estranha estar lhe acenado.

– Quem é? - Bree, uma das garotas da torcida perguntou.

– Não faço a menor ideia. - Marley deu de ombros.

– É uma gata. - Bree falou com seu jeito bem bitch.

– Tá olhando pra você. - Quinn, outra cheerleader falou.

– Credo, garota estranha. - Marley fez uma careta e as duas riram

– Ela podia ser uma maçã, poderia morder ela todinha.

– Credo Bree, como você é gay. - Quinn disse e a morena apenas assentiu.

O celular da latina tocou e novamente era Brittany, viu que ela não tinha escapatória e resolveu atender.

– Alô.

– Aonde você está?– Brittany gritou do outro lado.

– É.. Eu tô fora, viajando.

– Não acredito! Se esqueceu da audiência?

– Ah, meu Deus. A audiência! - Santana pôs as mãos na cabeça.

– Santana isso é importante. Por acaso quer ficar sem a guarda das suas filhas?

– Não, você não vai fazer isso. Não pode tirar minhas filhas de mim! - a latina falou um pouco mais alto, e alguns alunos que sentavam ao seu lado estranharam a conversa - Me desculpa por isso. É sério eu tô muito... Ocupada.

A professora entrou na sala e mandou todos se sentarem. Bree aproveitou a oportunidade, e ao passar pela latina a cumprimentou.

– Olá!– Brittany ouviu alguém falar. – Quem é essa?

– São só algumas cheerios.

– Cheerios! Tem cheerios aí com você?

– Olha eu tenho que desligar, tá ok. Mas não faça nada até eu voltar. Remarque a audiência.

– Tá bem. Mas que fique claro. Só estou fazendo isso pelas garotas.

– Olha, eu estou mais perto delas do que você imagina. - Santana falou enquanto observava Marley - Tenho que ir. Tchau - desligou.

Xx

– Mas que merda é essa? - Santana falou enquanto tentava desgrudar o papel higiênico grudado em seus tênis.

Estava arrumando cabelo em frente ao espelho, e escutou alguém pedir ajuda, achou estar imaginando coisas, mas, então ouviu novamente. Foi até os boxes do banheiro e os abriu um a um até que no último encontrou a pessoa que pedia ajuda.

Para sua total surpresa, era Sugar. Enrolada em fita e colada na privada. Tinha um pedaço colado em sua boca. Santana sacudia a cabeça, com a mão na boca, ainda tentando assimilar aquela imagem.

– Sugar, o que? Mas como? O que isso? - ouviu um grunhido da menina, só então ela se lembrou que ainda estava com a fita na boca. Se aproximou e puxou de uma vez.

– Ah!

– Desculpa.

– Como sabe meu nome? - Sugar perguntou.

– An? Ah.. É que eu sou.... filha da Rachel - Sugar franziu o cenho, pois Rachel nunca havia dito nada sobre uma filha.

– A tia Rachel tem uma filha?

– Sim. É Samantha. - Santana sorriu e estendeu a mão.

– Seria bem mais fácil apertar a sua mão se eu pudesse. - Sugar ainda estava enrolada.

– Ah é mesmo! - Santana pegou a ponta da fita - Pronta? - perguntou e Sugar assentiu - Um, dois, três.

– Aaaaah!

Xx

Santana caminhava junto a Sugar, em direção ao refeitório. Seu celular tocou e ela o pegou para atender. Era Rachel.

– Precise que faça algo. Arrume uma confusão, xingue a professora, qualquer coisa.

– O que?

– Precise de uma desculpa para aparecer aí na escola. Você tem que me ajudar.

– Nem pensar, eu não vou fazer isso.

– Santana, você me deve!

– Argh! - Santana bufou - Tudo bem depois eu penso em algo.

– Obrigada, você é a melhor.– Santana podia ouvir os gritinhos de felicidade da outra.

– Tchau - desligou antes que Rachel resolveu pedir mais alguma coisa.

A morena seguiu Sugar, e se sentaram em uma das mesas. Sugar ainda estranhava o fato da latina dizer que era filha de Rachel, pois não se pareciam em nada e não se lembrava de ver Rachel grávida em nenhum momento. Se bem que a morena era bem esquisita, então ela não duvidava.

– Isso é tão legal - Santana falou e Sugar a olhou confusa - Estar na escola, não acha?

– Não. Não mesmo. - Sugar respondeu nem um pouco animada.

Desviou seu olhar para uma das mesas a frente, onde alguns jogadores conversavam rodeados por algumas cheerios. Sugar suspirava observar um garoto em especial.

– Quem é? - Santana perguntou ao perceber que a filha encarava demais.

– A-Ah. O que? - Sugar desviou sua atenção para a latina novamente, estava corada.

– O garoto que você está secando, quem é?

– Ah, é Artie Abrams.

– Vocês estão namorando? - Santana ergue uma sobrancelha sugestivamente, e Sugar ficou mais vermelha.

– NÃO! Ele está no time de basquete, nunca sairia com uma perdedora como eu. Além do mais, nós nunca nos falamos.

– Olha Sugar, quando eu conheci sua mãe, eu estava tão nervosa... - Santana falou sem pensar e percebeu Sugar franzir a testa.

– Conheceu minha mãe?

– O que? Como? - Santana pareceu despertar de seu devaneio. – Porque eu fui falar isso, deve estar me achando muito estranha.

– Conheceu minha mãe? você disse que estava tão nervosa quando conheceu minha mãe - Sugar perguntou confusa.

– É? - Santana riu - Eu disse é?

– Sim.

– Ela é gostosa? - Santana mais uma vez falou sem pensar. – Agora sim, com certeza ela deve estar me achando estranha.

– Eu n-não sei, eu não fico observando essas coisas. - Sugar já estava estranhando o rumo daquela conversa.

– Vai comer isso. - Santana apontou para o hambúrguer da ruiva, no intuito de mudar de assunto.

– Pode ficar. - ela ofereceu o hambúrguer para a latina.

– Valeu.

Todos no refeitório olhavam quando ela entrou. A loira, baixinha, andando com seu ar de superior, como se fosse melhor que alguém ali. Destilando todo o seu veneno, empurrando os nerds a sua frente, derrubando a comida dos alunos, como uma típica valentona.

– Kitty. - Sugar falou o nome com desgosto - Odeio essa garota.