Depois de May ficar 1 mês no hospital ela se recuperou um pouco e pode voltar para casa, mesmo assim teria que fazer vários exames no final dos meses para assegurar sua saúde, além do mais se ela passasse mal deveria ser levada imediatamente de volta ao hospital.

Ao irmos para casa sua mãe insistiu que iria ficar, mas May discordou e insistiu que eu poderia cuidar dela.

May: Mãe eu vou ficar bem!O Drew vai cuidar de mim!

Norman: E quem vai cuidar dele?

May: O que? Pai!Drew pode muito bem cuidar de mim!

Norman: Do mesmo jeito que ele cuidou de você naquela ilha?Eu fiquei sabendo, suas amigas me contaram!

May: Aquilo foi um acidente!

Norman: Do mesmo jeito que ele ter deixado você sozinha foi um acidente que quase levou sua vida!

May: Não foi culpa dele!Não ponha culpa nele!

Eu nada falava, no fundo tudo o que Norman dizia era verdade, todas as vezes que eu prometi cuidar de May eu falhei, coloquei a sua vida em risco e fui o culpado pela perda de nosso filho.

Caroline: Calma vocês ai!

Norman: May você vai para casa!

May: Sim!Para minha casa aqui!Em Larousse!E o senhor vai voltar para casa com a mamãe!

Caroline: Filha calma, eu acho que deveria ao menos ficar aqui um tempo com você...

Norman: Você vai para casa mocinha!

May: Não eu não vou!Eu já sou crescida!E tudo isso não é culpa do Drew!Pelo o contrario, ele sempre foi atencioso e cuidou muito bem de mim!O que aconteceu foram acidentes!Por isso não culpe ele!

Norman: Ao menos fale!Ou não tem a coragem o bastante para falar e tem que ser defendida pela minha filha!

Drew: Eu não quero brigar, não quero gritar, só quero o melhor para a mulher que eu amo, e se o melhor para ela for voltar para casa e eu precisar me afastar durante um tempo tudo bem!

May: Mas Drew...

Drew: May, seu pai tem razão, eu não lhe protegi o quanto necessitava e tudo isso teve altas consequências, eu não dei o máximo de mim, e você quase morreu por minha culpa.Seu pai tem razão em querer que você volte...eu respeito a opinião dele...

May: Mas eu não!Eu vou ficar, vocês querendo ou não!

Norman: Pare de falar isso...

May: Se vocês todos querem o meu bem então me deixem aqui, garanto que vou me recuperar muito mais rápido aqui na minha casa do que se eu for com vocês...

Norman: Nem pensar...

Caroline interrompeu Norman, ela se aproximou de May e a olhou nos olhos, pegou suas mãos e sorriu.

Caroline: Se é isso que você quer filha...por mim tudo bem...

Norman: O que?

Caroline: Norman, nossa filha já é uma mulher, já é adulta, ela sabe o que fazer e tenho certeza que Drew vai cuidar muito bem dela não é mesmo?

Drew: Sim!

Caroline: Então não há mais o que discutir!

Depois de Caroline conversar muito com Norman ele pediu desculpas para mim e ele aceitou a decisão de sua filha ficar.Ele e Caroline nos deram uma lista do que fazer e do que não fazer e de muitas outras coisas e mais uma vez jurei proteger a vida de May a qualquer custo.Eles embarcaram de volta para casa e eu levei May para o nosso cantinho.

Chegando em casa pude ver que May parou em frente ao portão, provavelmente ela estava lembrando do que tinha acontecido, eu a abracei e ela respirou fundo.Nós entramos e tudo estava igual, eu levei ela para o quarto, a diferença era que todas as nossas coisas que estavam no apartamento agora estavam lá.

Drew: Você deve estar cansada...Quer dormir?

May: Não, estou bem...

May parecia deprimida e com razão, ela não tinha lembranças boas.

Drew: Eu estive pensando se...você gostaria de mudar de casa?

Ela me olhou confusa.

May: Porque?

Drew: Você sabe...sempre vamos lembrar do que aconteceu quando entrarmos e sei que isso te incomoda..

May: Em qualquer lugar que formos vou guardar essa terrível lembrança...

Drew: Mas se trocássemos de casa talvez...

May: Está tudo bem Drew, sério.

Ela tentou mostrar um sorriso, mas ela não me enganou.

Drew: Eu vou fazer alguma coisa rápida para comermos, você deve estar com fome né?

Ela balançou a cabeça em forma positiva.

Drew: Eu te amo tá...

May: Eu também...

Sua voz não era igual a de antes, ela tinha uma voz apagada,triste, uma voz sem vida.Eu beijei-lhe a testa e desci para a cozinha, a única coisa que encontrei no armário foi miojo, então fui obrigado e prepara-lo, a sorte que May sempre gostou de tudo quando o  assunto é comida.

Depois de preparar ,eu subi com uma bandeja para o quarto, ela não estava lá, mesmo assim deixei a bandeja em cima da cama.Fui procura-la pelos quartos e encontrei a porta do quarto de bebê aberta.Entrei silenciosamente e lá estava May.

Ela estava sentada na poltrona olhando uma roupinha, ela abraçou a roupinha e começou a chorar silenciosamente.Eu cheguei perto dela e a abracei.

Drew: Sshhhh...

May: Isso não é justo!O que eu fiz de errado para ser castigada assim?

Drew:Ssshhh...Você não fez nada amor...

May chorava como nunca a tinha visto chorar.

Drew: Pode chorar amor, desabafa tudo o que você está sentindo...chora...

Ela me abraçou muito forte e se aninhou ao meu peito, eu sentia minha camisa cada vez mais molhada.

May: Drew...eu queria muito esse filho..muito...

Ela chorava e dizia as palavras entre soluços, eu não sabia o que fazer, afinal eu também estava desconsolado, mas não podia passar essa imagem para ela, eu tinha que ser forte e encoraja-la.

Drew: Eu também queria, você não sabe o quanto..mas ainda somos jovens...eu já te disse...

May: M-m-mas...

Drew: Ainda temos muito tempo para planejarmos e tenho certeza que quando planejarmos vamos ter um filho...tenho certeza meu amor...

May: Mas Drew...

Drew: Eu sei meu amor, mesmo assim dói muito no seu coração não é?

May: Exatamente!

Drew: Então pode desabafar tudo o que você está sentindo, faz bem...

Depois de quase uma hora chorando May se recuperou.

Drew: Agora vamos comer?

May: Sim...

Drew: Já sei....enquanto eu esquento o miojo você toma um banho ok?

May: Ok...

Eu desci para a cozinha e May foi para a nossa suíte tomar um banho.Depois de 5 minutos eu voltei para o quarto com a bandeja mas ela ainda estava tomando banho.

Drew: Tudo bem ai dentro May?

May: Sim, tudo bem.

Eu resolvi descer e limpar toda a bagunça que tinha feito, quando subi May já estava trocada.

Drew: Agora vamos comer...

May: Sim...

Drew: Eu trouxe o café aqui para você não ter o esforço de subir e descer aquela escada.

May: Obrigada amor...

Drew: Agora come tudo...Quer que eu ligue a tevê?

May: Tanto faz...

Eu liguei a TV porque tinha lembrado que May tinha o hábito de assistir noticiários durante as refeições...

Drew: Sabe o que eu comprei?

May: Não...

Como tinha terminado de comer, deixei o prato de lado e fui até o guarda roupa, peguei uma caixa branca.

Drew: Eu pensei que gostaria de pelo menos  ver suas coisas habituais no notebook, por isso comprei esse novo para você.

May: Drew, não precisava amor!

Drew: Sei lá, só um agradinho...

May: Você e seus agradinhos...

Drew: Você viu o que tem no criado-mudo do seu lado?

May olhou e viu a linda caixinha de música.

May: Drew é tão...

Ela pegou a caixinha e a abriu, a melodia tocava belamente enquanto uma bailarina de cristal dançava no centro da caixa.

May: Tão lindo...

Drew: Você gostou?

May: Eu...amei...

Drew: Que bom...

May: Muito obrigada...

Drew: Agora deixa eu levar essas coisas pra cozinha...

Eu desci e coloquei tudo na pia, subi e May estava deitada olhando a televisão.

Drew: Você tem que descansar...

May: Sim, estou meio cansada...

Eu desliguei a enorme TV de plasma que havia em frente a cama e cobri May.

Drew: Eu vou tomar um banho ligeiro e depois vou me deitar.

May: Sim...

Eu tomei um banho rápido, mas o tempo em que fiquei debaixo da água foi o bastante para eu refletir sobre o que iria fazer de agora em diante.Eu me troquei e fui me deitar, May estava dormindo em um sono pesado, eu a abracei e dormi.