Todos estavam na festa dançando e comendo muito. Hermione nunca tinha visto tanta comida em sua vida! Gina era uma exagerada.

— Tem mais comida do que gente...

— Mas é assim que tem que ser. Nunca se sabe o quanto cada um come – dá de ombros.

— Gina tem comida aqui para sustentar um estádio inteiro!

— Não exagera né!

— Tá – responde contra vontade.

— Vamos dançar! Cadê seu marido?

— Não sei.

— Mais já perdeu de vista?

— Então... Vamos dançar? – pergunta querendo cortar a conversa e sai puxando a ruiva pelo lugar.

As duas começam a dançar a música que tocava no momento. Em pouco tempo Pansy se juntou a elas.

— Eu vi você de mãos dadas com o Isaque na igreja...

Pansy desvia o olhar.

— Oh céus! Ele é um gato!

— Gina! - Hermione repreende.

— Mas é mesmo.

— Vocês estão juntos?

— Estamos nos conhecendo...

— Fico feliz por você – diz sorrindo.

— Obrigada, agora vamos mudar de assunto, por favor.

Gina e Hermione riem.

Passou um tempo de festa e Draco não apareceu. Hermione achou estranho isso, mas continuou conversando com seus amigos. Um tempo depois ele apareceu. A menina seguiu até ele para perguntar.

— Onde você estava?

— Precisei resolver uma coisa.

— Na hora da festa?

— Desculpe... Mas era importante.

— Coisa do trabalho?

— Sim.

Hermione desvia o olhar. Sério? Resolvendo coisa de trabalho em pleno casamento? A menina se afasta dele e vai beber um refrigerante.

— Está chateada comigo? – pergunta já perto dela.

— Você ficou uma boa parte da festa fora, Draco. Isso me faz pensar, será que você vai sempre “resolver coisas importantes” nas horas mais importantes pra gente?

— É claro que não!

— Mas você fez isso hoje. No nosso casamento...

Draco suspira.

— Vou ao banheiro – sai de perto dele.

Quando ela sai do banheiro dá de cara com ele a esperando na porta.

— Vem comigo...

— Pra onde?

— Confia em mim.

— Ok.

Draco segura a mão dela e a leva do salão. Os dois dão a volta pelo lugar e param em frente a um elevador.

— Vai me levar aonde?

— Surpresa...

Hermione franze a testa. O elevador chega e os dois entram. Em silêncio esperam chegar ao andar. Quando chega Draco segura a mão de Hermione e a leva pelo corredor. Era tudo muito bem arrumado e chique. Hermione estava completamente confusa, mas deixou ver o que era essa surpresa.

Draco para em frente a uma porta e a olha.

— Estava resolvendo essa coisa importante, mas como sempre você é apressada, então tive que te mostrar logo.

A menina o olha confusa.

O loiro abre a porta e dá passagem para ela. Hermione entra no lugar e fica de boca aberta.

Era um quarto enorme e estava todo arrumado para “uma noite de amor”. Tinha várias pétalas de rosa pelo chão e em cima da cama, rosas de cor branca, é claro. O lugar todo a luz de velas dava uma sensação boa e leveza.

A menina caminha pelo local olhando tudo. No banheiro – que também era grande – tinha uma banheira de hidromassagem e já estava cheia. Hermione volta para onde Draco estava. O loiro a olhava quieto e esperava reação. Queria poder ler sua mente.

— Uau... Você ficou fora da festa para providenciar isso?

— O que foi mais difícil de conseguir foram as rosas. Essa cor é um pouco difícil de achar.

Hermione sorri.

— Está incrível.

— Como disse, quero que seja mágico pra você.

A menina se aproxima e o beija.

— Mas e a festa?

— Se você quiser a gente volta lá e depois vem pra cá.

Hermione morde o lábio olhando o quarto.

— E se a gente ficar aqui, o que os convidados vão pensar?

Draco sorri.

— Eu pedi Isaque para avisar que íamos sair um pouco, pois ia te mostrar um lugar especial...

Hermione sente o rosto queimar e Draco sorri mais.

— As pessoas vão entender!

— E daí? Somos casados agora. Isso é normal.

— Vão achar que somos tarados e não podemos nem esperar a festa acabar!

Draco ri alto. 

— É só a gente voltar agora para lá...

— Mas eu não quero voltar agora.

O loiro sorri.

— Então não vamos voltar... – se aproxima lentamente e a beija.

*********

— Onde os noivos estão? – Gina pergunta a Isaque.

— Tiveram que sair uns minutos, mas daqui a pouco estão de volta.

— Nunca vi os noivos largarem os convidados na festa.

— Eles não largaram ninguém, só precisaram sair um pouco – dá de ombros.

— E foram aonde?

— Eu não sei. Não me disseram.

A ruiva suspira em derrota. Os convidados continuaram comendo e dançando e não se importaram tanto com a ausência dos noivos. Uns desconfiavam do que estavam fazendo e outros nem imaginavam.

— Não acredito no que a Hermione está fazendo.

— Harry ela é casada agora.

— Mas eles poderiam ter esperado a festa acabar!

— Às vezes eles nem estão fazendo isso. O Draco pode ter comprado alguma coisa para ela e a levou para entregar – dá de ombros.

— E você é inocente agora, Sirius? – pergunta com as sobrancelhas levantadas.

— Isso não importa, Harry, o que importa é ela estar feliz. Eu vejo ela agora mais feliz do que sempre foi. Esse garoto está fazendo muito bem a ela e eu fico realmente contente com isso.

— Tem razão.

*********

Draco e Hermione estavam deitados na cama. A menina estava com a cabeça apoiada no peito dele.

— Você está bem?

— Estou ótima – o olha sorrindo.

Draco sorri e beija a testa dela.

— Eu não te machuquei, não é?

— Você foi incrível – beija de leve os lábios dele.

— Que bom.

— Agora sim estamos unidos para sempre.

O loiro sorri.

— Essa é a minha felicidade.

— Ficar junto assim?

— Ter você para sempre.

Hermione sorri.

— Eu te amo!

— Também te amo! – a puxa e a beija. – Eu nunca vou colocar trabalho ou qualquer coisa fútil na sua frente. Ouviu?

— Desculpa, mas como eu não sabia, achei que tinha feito isso...

— Eu sei, mas eu nunca farei isso. Você vem em primeiro lugar sempre.

— Você também.

O loiro dá um selinho nela.

— Agora melhor voltarmos para a festa.

Hermione faz careta.

— Está tão bom aqui com você.

— Se quiser podemos voltar depois...

A menina o olha com os olhos cerrados enquanto ele mordia o lábio inferior esperando resposta.

— Sabe... Aquela banheira deve estar uma delícia...

— Vou pensar no seu caso...

O loiro ri.

*********

Dois meses se passaram depois do casamento dos dois. A vida com Draco era boa, ele realmente nunca deixava que seu trabalho ou qualquer outra coisa ficasse na frente dela. Fazia de tudo para agradá-la e de vez em quando lhe trazia flores. Eram sempre as mesmas, mas Hermione amava, pois elas lembravam de tudo que eles passaram.

As rosas brancas.

Hermione estava sentada em uma poltrona. Estava ansiosa esperando sua vez chegar. Depois de um tempo seu nome finalmente foi chamado.

Entrou na pequena sala e se sentou na cadeira em frente à mesa do homem.

— Bom dia, senhora Malfoy. Em que posso te ajudar?

— Bem... Eu estou com alguns sintomas e queria que você me examinasse.

— Que sintomas?

— Enjoos, tonturas, vômitos...

— Hum... Como anda seu ciclo?

— Atrasado – diz nervosa.

— Já pensou em gravidez?

— Sim, mas queria ver com você para ter certeza.

— Certo, vou te examinar.

Alguns minutos depois se sentaram um de frente para o outro de novo.

— Então...?

— Está confirmado. Você vai ser mamãe.

Hermione engole em seco.

— Meus parabéns!

— Obrigada.

— Vou te passar uns cuidados que deve tomar.

Hermione acena. Depois de sair do médico, caminhou lentamente pela rua. Não sabia a reação de Draco com essa história. Estava realmente assusta com o que ele pensaria disso tudo. Tinham acabado de se casar...

Céus! Se ele ficar irritado? E se achar que ela fez de propósito? Como contaria isso?

Seguiu para a casa de Gina para pedir ajuda. Quando chegou foi direto ao quarto dela. Um de seus irmãos tinha falado que ela e a mãe estavam lá. A menina bateu na porta e esperou. Molly abriu a porta, estava séria e ao ver Hermione sorriu largamente.

— Oi, querida! Como vai? – a abraça apertado.

— Bem. Queria falar com a Gina...

— Entra.

Hermione entra no quarto e vê a ruiva sentada na cama segurando as pernas. Gina evita olhar a menina.

— Está tudo bem?

— Estava conversando com ela – Molly diz séria.

— O que aconteceu?

— É que ela e o namorado foram uns irresponsáveis!

— Como assim?

— Conta pra sua amiga, Gina.

— Estou grávida – fala sem olhar Hermione. A menina abre a boca em surpresa.

— Jura?

A ruiva acena. Hermione vai até ela e senta de frente. Quando faz isso percebe que Gina chorava.

— Engraçado porque vim aqui te contar a mesma coisa.

Fica um grande silêncio no quarto quando ela diz isso. Gina a olhava surpresa e Molly de boca aberta.

— Está grávida?

— Sim.

— Que linda! Parabéns! – Molly abraça Hermione.

— Por que não reagiu assim comigo?

— Porque você não é casada, Ginevra!

— E daí mãe? Eu amo o Harry e ele me ama. Não nos casamos ainda, mas isso com certeza vai acontecer.

— Ainda mais agora, né?

Gina respira fundo.

— Pode ficar despreocupada, Molly. O Harry é o cara mais correto que eu já conheci. Ele vai assumir tudo – Hermione diz calma.

— Tem certeza?

— Absoluta. E ele gosta tanto da Gina. Acredito que vai ficar muito feliz. Ele já sabe?

— Não... – responde Gina.

— Ele vai pirar. Sempre quis ser pai.

— É mesmo? – Gina pergunta mais aliviada.

— Sempre me disse que era louco por uma família grande.

Gina sorri um pouco. Estava desesperada por não saber a reação de Harry e quando sua mãe brigou com ela, ficou mais apreensiva ainda. Que bom que Hermione apareceu e contou isso.

— Mas e o Draco, como reagiu? – Molly pergunta.

— Eu não falei ainda.

— Por quê?

— Descobri agora.

— Entendi, mas ele também deve ficar muito feliz, não é?

— Eu não sei. Nunca falamos sobre esse assunto...

— Está com medo do que ele posso dizer? – Gina pergunta.

— Sim.

— Hermione aquele garoto não te ama... Ele te idolatra. É quase uma deusa pra ele. Aposto que quando disser que está grávida ele vai pirar!

— Será?

— Aposto com você!

— Eu também acho – Molly concorda com a filha. – Sempre que você o visitou na loja o tempo que trabalhou lá, o olhar dele mudava completamente.

— Eu estou com medo...

— Não precisa ficar assim.

— Não sei como contar.

— Compre algo para o bebê e coloque na mesa de trabalho dele... Vai entender.

— É?

— Faça.

— Tá bom.

— Que bom que não vou ficar barriguda sozinha – diz Gina e as duas riem.

Hermione ficou um tempo conversando com as duas e depois foi comprar algo para o bebê. Só não sabia exatamente o que comprar. Nem imaginava se seria menino ou menina... Por fim ela encontrou duas coisas que achou fofas e comprou.

Seguiu para casa e agiu normalmente. Draco trabalhava no escritório em casa mesmo. Hermione inventou uma desculpa qualquer para tirá-lo de lá de dentro, pediu para ele tirar uma cômoda do quarto dizendo que era pesada, claro que não era, mas ela não pensou em coisa melhor.

O loiro saiu do escritório e foi até o quarto fazer o que ela pediu. Enquanto isso Hermione entrou no escritório dele e colocou o embrulho em cima dos papeis que ele estava mexendo. Ouviu passos e saiu rápido de lá de dentro. No corredor encontrou ele.

— Já tirei para você.

— Obrigada, meu super-herói – o beija nos lábios.

— De nada – responde rindo.

— Não vou mais te atrapalhar.

— Você nunca me atrapalha.

A menina sorri. Os dois trocam mais uns beijos e o loiro finalmente volta para o escritório. Hermione segue para o quarto e senta na cama. Ela começa a roer as unhas enquanto espera.

Draco entra no escritório e senta na cadeira. Ele faz umas anotações no papel ao lado e quando vai pegar os que estava mexendo antes, vê uma caixa em cima deles. O loiro sorri. Claro que tinha que ter alguma coisa, aquela mesinha de cabeceira não era pesada.

O loiro abre a caixa com todo o cuidado para não rasgar o papel. E quando tira a tampa da caixa fica paralisado olhando o que tinha dentro.

Ele pega o pequeno sapatinho de cor branca em sua mão e fica olhando um tempo. Era muito pequeno e delicado. Draco fica um tempo pensativo olhando o sapato. Era todo de lã. Depois de pensar bastante ele levanta da cadeira e segue para o quarto com a caixa nas mãos.

Hermione estava do mesmo jeito, roendo as unhas sentada na cama, ela não tirava os olhos da porta. Quando ela abriu e Draco apareceu ali parou de roer as unhas e ficou o olhando.

Os dois ficaram em silêncio se olhando por um tempo.   

— Isso quer dizer o que acho que quer dizer?

— O que você acha?

— Que você vai me dar um filho...

Hermione acena. Draco sorri largamente e faz ela sorrir junto. Em pouco tempo correu para perto dela e a beijou intensamente. Estava tão feliz que parecia que ia explodir!

— Esse é o segundo dia mais feliz da minha vida!

— Segundo?

— O primeiro foi quando soube que te amava de verdade.

— Achei que não ia ficar feliz...

— Por que não ficaria?

— Não sei. Pensei que acharia que é muito cedo pra isso...

— Eu não ligo se é cedo ou tarde – dá de ombros. – Só de imaginar um filho seu, já me deixa imensamente feliz – fala acariciando a barriga dela.

— Estou com um pouco de medo...

— Não fique, eu vou sempre estar com você. Obrigado por me libertar.

— Quando disse que não estava sozinho e que acreditava que as coisas não acontecem por acaso, nem imaginava esse futuro com você.

— Tudo isso eu não esperava. Quando perdi minha mãe, achei que ia ficar sozinho pra sempre... Ainda bem que fui um idiota com a Pansy e ela me amaldiçoou.

Os dois riem.

— Só assim pude te conhecer melhor e conhecer a mim mesmo.

— Agora concorda que há coisa boa em você?

— Tem sim, mas algumas são minhas mesmo.

— Como ficar sempre cheio de mistérios...

O loiro sorri.

— Exatamente!

Hermione suspira e coloca as mãos na barriga. Draco se aproxima e coloca a mão também.

— Já parou para pensar que ele é fruto de tudo que nós sentimos e tivemos?

— Sim – responde sorrindo. – Sei que vai ser perfeito!

— Com certeza!

*********

Os meses se passaram e no tempo de gravidez Hermione se sentia extremamente feliz, ela e Gina visitaram várias lojas de bebês. A ruiva ficava louca com as coisas que via.

Elas ganharam praticamente juntas, a única diferença foi o quarto do hospital.

Quando pegou seu filho nos braços, Draco entendeu melhor do que nunca o que é amar incondicionalmente. E com certeza não deixaria de passar esse amor ao seu garotinho, ele sempre saberá o que é ser amado.

— Que tal uma menina para fazer companhia?

Hermione tenta responder, mas não consegue, a felicidade estampada no rosto dele era imensa, não queria estragar aquilo.

— No tempo certo meu amor – beija a testa dela.