P.O.V. Zoé

Estão atacando de novo. Ok, sei que é uma péssima ideia, mas mando Henry buscar Annie (deixando claro que vou atrás para ver no que dá).

Assim que o vê, Annie saca a adaga.

–Annie, calma. Sei que deve estar ansiosa para descer a surra em mim, mas o acampamento está sendo atacado.

Annie bufa.

–Certo, certo. Mas só porque estamos sendo atacados.

–Vamos logo!

Annie e Henry correm até a área que está sendo atacada. Annie e Nicole explodem umas coisas. Henry e eu afogamos uns caras. Isso está legal. Mas algo dá errado.

Octavian agarra Annie por trás e coloca sua adaga no pescoço da garota.

–SOLTE ELA!-Henry grita.

Uns capangas de Octavian tentam segurar o garoto, mas só quando têm seis em cima dele, conseguem parar Henry.

Pense, Zoé, pense. De repente, uma ideia me vem. Dou uma risada cruel.

–Caíram feito patinhos.

–O quê?-Henry pergunta, confuso.

Esse é afilhado de Poseidon mesmo.

–Eu estava enganando vocês. Na verdade, estou do lado de Octavian.

–Está?-todos perguntam.

BANDO DE PERCYS!

–Mas é claro!

Vou para trás de Octavian, pego uma seringa e injeto um líquido no braço dele. Ele larga Annie e a adaga e fica saltitando e cantarolando alguma coisa. Annie saca sua pistola e olha para os garotos em cima de Henry.

–Então...quem eu mato primeiro?

Os seis saem correndo em disparada.

–Ok, agora diga que Hades você fez com Octavian-Annie ergue as sobrancelhas.

–Flor de Lótus líquida. Muito esperto, não?

–É, essa foi boa-diz Nicole.

–Muito bem-Annie começou-Agora acho melhor nós...

Annie se interrompe quando ouvimos um grito. Nos viramos a tempo de ver Henry cair inconsciente no chão. Escuto Nicole arfar e um grito, que só segundos depois percebo que saiu de minha boca. Octavian, que tinha uma seringa como a minha na mão, sai correndo, antes que alguma de nós recobre o bom senso e arranque a cabeça dele.

Annie se ajoelha ao lado de Henry e o sacode algumas vezes. Ele não acorda. Ela morde o lábio, olhando com preocupação para o garoto. Eita é hoje que o Olimpo cai. A reação de Annie tem fundamentos. Afinal, Henry está incrivelmente pálido. Annie coloca a mão na testa dele e prende a respiração.

–Ele está gelado-ela sussurra.

Nicole sai correndo para chamar um curandeiro. Parece que de repente uma luz se acende na cabeça de Annie.

–Zoé, invoque água.

–O quê?

–Vamos, invoque água!

Finalmente entendo a ideia dela e jogo água em Henry...e na Annie também...Oops.

Henry coloca a mão na cabeça e Annie o ajuda a se sentar.

–O quê...?

–Quantos dedos tem aqui?

Annie levanta três dedos e Henry franze a testa.

–Cinco?

–É, ele está bem.

–Engraçadinha.

Annie ri. Deuses! Ele fez ela rir! Corre camabada, é hoje que o Olimpo cai! Annie colocou a mão na testa dele novamente.

–Então?-pergunto.

–Está voltando ao normal.

–Eu desmaiei?-Henry pergunta.

Annie respira fundo.

–Você não só desmaiou. Estava pálido e ficou gelado. Você me preocupou. Mas acho que já está se recuperando-Annie diz.

Henry sorri.

–Uau, te preocupei. Eu devia ganhar o prêmio Nobel por isso.

–Henry, estou falando sério! Não faça mais isso, entendeu?!

Ele sorri novamente e ergue as mãos em sinal de rendição. Annie tenta fazer cara de brava, mas tem dificuldade em segurar o sorriso.

–Argh! Eu te odeio, sabia?-ela diz sorrindo e dá um tapa de leve no braço dele.

Henry ri da forma como Annie agiu e os olhos verdes do afilhado de Poseidon parecem ganhar brilho. Acho que, mesmo implicando tanto com Annie, ele gosta de vê-la sorrir.

–Fazer o quê? Sou irresistível.

Para a surpresa de todos os seres animados e inanimados de todos os universos existentes, Annie abraça Henry. Meu queixo, tipo...despenca. Vai lá em baixo. Parece até funk. Vai descendo até o chão.

Henry arregala os olhos, parecendo não saber como reagir. Então, para o meu queixo atravessar a crosta terrestre e ir parar lá no núcleo da Terra, ele retribui o abraço.

Corados, eles se afastam um tempo depois.

–Hm...er...-Annie gagueja-consegue ficar de pé?

Henry tenta se levantar, mas cambaleia. Annie o ajuda a se manter de pé. Coitada, tendo que aguentar o peso dele. Ok, parei, ele não é gordo. Mas também não é um Leo Valdez da vida.

–Quem diria, hein. Não foi você que me apagou-diz Henry.

–Seu idiota! O que aconteceu?

–Hã...er...-olha, quem diria, a cor voltou para o rosto dele rapidinho-Bem, o Octavian meio que recobrou o juízo...

–Ele não pode recobrar algo que não tem-digo e nós rimos.

–Bem, o que eu quis dizer foi que o efeito da Flor de Lótus líquida passou. Ele pegou uma seringa e...-Henry engasga-bem...ele...

–Henry!-Nicole chama.

Henry suspira, parecendo aliviado. Finalmente, entendo o que aconteceu. Octavian tentou injetar o líquido em Annie, mas, quando Henry foi tentar impedí-lo, acabou se dando mal. Sorrio para Henry. Ele me manda um olhar do tipo: cale a boca!

O curandeiro analisa o líquido (já que um pouco caíra no chão) e suspira.

–Bem, você teve sorte. É apenas o efeito de uma planta. Você vai se sentir meio mal por umas horas, mas logo passa.

–Está bem, doutor-Henry diz rindo.

–Perde a consciência mas não perde a piada-murmura Annie.

–Está dizendo que me acha engraçado?-ele sorri.

–Há uma grande diferença entre isso e o que eu disse.

–Isso quer dizer que assinamos o tratado de paz?

–Talvez.

–Você é difícil.

–Você não faz ideia.

Estou me sentindo segurando uma vela do tamanho do Empire State Building. Acho que estou entendendo o Grover e o Leo...

–Bem, Sea...-Annie fica com o rosto da cor da camisa do CJ-Talvez...apenas talvez...eu realmente precise de sua ajuda de vez em quando.

–Já é um começo-ele sorri.

Annie sorri de canto e sai andando. No meio do caminho, ela para e se volta para Henry.

–Ah...e...obrigada...herói.

Ela sorri e vai até a primeira coorte, deixando para trás um Henry ruborizado.