Diários escrita por rhavs


Capítulo 55
Capítulo 55 - Trip!


Notas iniciais do capítulo

Capi mais que grande! Tenha paciência!
Ai ai... Eu vou viajar! Não sei se você se lembra, mas eu lembro!
É para Wiltshire! Você provavelmente conheci pelo Stonehenge que vem no windows. É! Ele fica em Wilts!
Estou animada com isso, gosto de viajar e com certeza não vão faltar coisas para contar de lá



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56º Dia

Quinta-feira

Duas da manhã

 

Meus pais haviam chegado na tarde de quinta.

Felizmente tudo em casa estava arrumado e eu parecia bem alimentada. Parecia...

Eu já lhes havia informado sobre a viagem e depois de uma discussão de pros e contras entre minha mãe e meu pai resolveram deixar.

"Que bom!"

Eu gosto de viajar, me locomover e, de certa forma, fugir.

Naquela noite conversei com a Nick pelo MSN

Ryan não estava online

"Pelo menos ele não vai poder fugir de mim lá!"

Eu me despedi dela e lamentei não poder levá-la comigo, seria bom que passássemos um tempo juntas, já que faz tempo que não passamos mais de cinco em companhia na outra.

"It's no perfect, but we're come so far..."

Fiz minha mala, e minha mãe fez questão de por mais mil e uma inutilidades, dando um grande trabalho para fechá-la

Oito horas

Iríamos viajar a noite toda

Imagina a algazarra!

Meu pai me levou até o ponto de encontro marcado. As professoras já faziam a lista de chamada

Entrei e procurei meu lugar. Alguns alunos já dormiam e outros pintavam seus rostos. Outros de beijavam, outros faziam baderna no fundo

"Típico..."

Achei meu lugar.

- Oi - falei sentando do lado da janela

- Oi - Nara respondeu

- Não te vejo mais...

- É... Eu to ocupada esses dias

Estava começando a ficar desconfortável, daí decidi

"Ou é agora ou é agora!"

- Nara... Você sabia, não é?

Nara fechou a cortina que dava para o corredor

- Estava me evitando, não é?

- Eu... É... Eu sei...

- Por quê?

- Porque você estava se intrometendo em assunto meus!

- E você estava dizendo que MEU IRMÃO podia ser o pai!

- Eu não sabia que era seu irmão!

- Isso não muda nada!

- Tá, tá, mas e ai?

- E aí que o Ryan seria o pai, ou é!

- Não sei

- Como assim não sabe?

- Eu não fiz o teste

- Não fez?!

- Acha que eu viajaria grávida? Ou melhor, acha que eu estaria viva?

- Mas Nara você tem de saber... E todas as coisas que as mulheres precisam fazer enquanto grávidas

- E como você sabe?

Foi o mesmo que dizer "Você já engravidou antes?!"

- O que eu quero dizer é que você deve saber. Que vai ser dessa criança se é que ela existi?

- Tá, tá Cloe, eu faço o Teste lá!

- É bom mesmo!

Já estávamos cruzando a fronteira com a segunda cidade quando acabamos nossa conversa.

Três ônibus, com o CEFM inteiro dentro deles

"Coitado de quem pagar por isso!"

Nara abriu a cortina, encerramos o assunto, não seria prudente e nem confortável continuar com ele.

Pus o Mp4 no ouvido e colei o rosto na janela do ônibus, vendo a paisagem escura

"Vendo o mato!"

O ônibus de trás emparelhou com o nosso para ultrapassar, da janela eu vi o Lancy acenando e o Ryan ao seu lado lendo alguma coisa nas trevas, mas era ele mesmo.

Ele fez uma careta, pareceu dizer alguma coisa, mas eu não conseguia ler ser lábios

"Será que é comigo mesmo?"

Ele apontou para si mesmo, ia dizer algo, mas o ônibus ultrapassou.

Primeira Parada:

Lanchonete Millennium

Meia-noite

Lugar aconchegante, pessoas indo e vindo e alunos desesperados para poderem ir ao banheiro e se aliviar...

Outros corriam desesperadamente para o balcão, ansiosos para comer qualquer porcaria possível.

Eu apenas sentei numa das mesas e liguei para os meus pais, coisa de costume, avisar que estou bem, que não chegamos ainda e tal

Lancy sentou ao meu lado, o pedi que esperasse enquanto eu acabava de falar com minha mãe

Ele tirou um baralho do bolso e pôs na mesa

Desliguei

- Joga?

- O que?

- 21

- Pode ser

- Olha ali - ele apontou com um aceno de cabeça para Ryan, a uns metros de nós, enquanto me dava as cartas - você não queria falar com ele?

- Queria

Nara se aproximou do Ry

- Mas acho que não precisa, ele não precisa de um aborrecimento meu...

- Ah, Sophie me conta!

- Curioso! Mais uma! - pedi uma carta

- São dezoito - ele contou os pontos

- Mais uma

Um três de ouros

- Vinte e um - falei

- Que sorte do caralho! - ele resmungou

Eu sabia que no fundo, se ele ganhasse iria exigir que eu contasse o que era.

"Que sorte do caralho mesmo!"

Uma professora chamou

Lancy entrou no ônibus, com uma mochila, comigo e se sentou do meu lado

- Você não estava no outro ônibus? - perguntei

- Estava minha cara! Estava!

- Elementar meu caro Lancy

"Vamos dar uma de Sherlock agora, beleza. Você quer brincar, então vamos brincar"

- Mas agora estou aqui

- E por quê?

- Porque o casal de pombinhos me expulsou do meu lugar quando saímos

Ele apontou o ônibus em que estava. Vi o Ry e a Nara de mãos dadas

- Pelo menos estão se entendendo - sussurrei

Eu tinha a leve impressão que o Ry não era do tipo de querer ser pai aos dezesseis

- Que?

- Nada, Lancy. E você, como está?

"Que pergunta imbecil, nem pareci que sou eu que estou falando"

- Eu estou agindo como você quer. Como um anjinho...

- Os cachinhos você já tem...

Ele sorriu e tirou um laptop da mochila

- É seu? - perguntei bobamente

- Eu não roubei se é o que está pensando

"Bruto nem um pouco..."

- Não pensei!

Ele riu

- É meu sim, na verdade minha avó me deu, antes de nos mudarmos

- Hum... Tem Wi-fi?

- Tem, mas não vou deixar você usar o MSN aqui

- Não teria ninguém online mesmo há essa hora

- Empresta seu Mp

- E você gosta do que eu gosto?

- A pergunta não seria se você gosta do que EU gosto?

Entreguei o Mp4 e ele o pôs no laptop

Remexi minha mochila uns instantes, na verdade eu só queria me distrair, nem estava procurando nada, mas achei

A câmera fotográfica

- Hey, Lancy

- Que?

Flash

Quando ele se virou veio um flash em seu rosto

- Ah, Sophie! Quase me cega assim!

Eu ri, ele esfregava os olhos

- Vamo fazer isso direito

Ele se encostou a mim e nós dois olhamos para a câmera

Flash

- Eu vou gostar de me lembrar disso - falei

Ele pôs uma música de Ian Walsh - Casting Shadows

- Gosta?

- Gosto

Uma da manhã

Eu sussurrava baixinho a letra da música e o Lancy digitava tudo o que havia ocorrido desde que entramos no ônibus

- Para que isso? - quebrei o silencio

- As professoras pedem quando a gente viaja, sempre depois, mas quero adiantar isso logo

- É individual?

- Às vezes, poder em dupla também

- Então você é meu parceiro

- Ah, sua oportunista!

Rimos

"Sinto-me idiota, ultimamente tenho rido de tudo"

- Encosta aqui

Ele apontou a câmera do laptop para nós, mais uma fotografia

- Eu quero me lembrar disso...

- Essa fala é minha - protestei

- Ah é? Cadê os direitos autorais? Não estou vendo

Conversamos bastante, sobre o mundo, as pessoas, as coisas idiotas que poderíamos fazer na viagem

Segunda parada

Joe's Lanches

Seis da manhã de quinta-feira

Desta vez fiz tudo, fui ao banheiro, comi e voltei para o ônibus

Eu me senti cansada por não ter dormido nada, mas não consigo dormir em ônibus

Liguei para Nick, caixa de mensagens

"Ela não deve estar acordada"

Lancy dava sinais de sono e bocejava

Eu encostei a cabeça no vidro frio, começava a nevar

Ele dormiu, fechei o laptop e o guardei na sua mochila, depois fiquei olhando os flocos caírem do lado de fora

O ônibus começou a andar, repus o Mp4 no ouvido

“Dreaming of Love – Lights Resolve”

Lancy se mexeu e acabou apoiando a cabeça no meu ombro de um jeito que eu não conseguia tirá-la de cima de mim

Deixei, puxei a cortina do corredor.

E fui ler se é que isso possível pelos solavancos do ônibus.

Terceira e ultima parada

Rinelli Restaurant

Nove da manhã

Finalmente consegui tirar o Lancy de cima de mim com o ônibus parado. Deixei-o dormindo e comprei umas pastilhas de menta, só para parecer que eu queria comer alguma coisa.

“Mais duas horas... Caralho que longe!”

Voltei ao ônibus

Duas horas depois...

- Chegamos! – uma professora falou

O dia estava ensolarado, bem diferente de Londres, onde nevava

Acordei o Lancy o mais delicadamente que pude

- Acorda!!!

- Que? – ele se contorceu – Já chegamos?

- Já, anda levanta

Ele limpou um pouco de baba que havia escorrido pela boa durante o sono e foi pegar suas coisas no outro ônibus.

Já devidamente instalada num quarto com a Nara, os professores passaram algumas tarefas e o cronograma aos alunos

  • Das 14h – caminhada e trilha
  • Das 20h – passeio pelo centro histórico
  • Das 8h de sexta-feira – 2ª trilha e visita ao castelo de Cronswell

 

E assim vai...

Depois de almoçar fomos preparar uma mochila para levar para a caminhada

Liguei para os meus pais avisando da chegada e do que faríamos durante o dia

 

________________________________

O guia chegou ao hotel falou um pouco de Wiltshire (Uiutichaire) e seus lugares.

Saímos para caminhar, o problema foi: entramos na floresta, Ryan me puxou pelo braço para conversar, provavelmente sobre sua paternidade adquirida, e Dominique veio atrás de intrometida, começamos a discutir, olhamos para os lados e... tudo desértico!

“Legal estamos perdidos, e o pior é que pareci que vai chover!”

E não é que choveu?!

“Praga!”

- Legal, Cloe! Tudo culpa sua!

- Culpa minha?! eu não pedi para você vir para cá

- Eu não vim por causa de você, sua idiota!

- Cala a boca!

Ryan notou que meu “animo” crescia e que eu iria agarrar o pescoço da Patty a qualquer momento, por isso ele tratou de me segurar.

- Hey, chega vocês duas! Agora a gente tem de se arranjar.

Ele me soltou, eu já sentia o cabelo pesar com tanta água

- Antes de tudo – ele continuou – um lugar para ficar, até a chuva para e até alguém achar a gente

- Que tal na montanha? – Dominique pareceu ter um acesso de inteligência (ou de sorte mesmo)

- Um lugar alto, bom isso já é um começo

- Tem uma gruta lá em cima – falei

“É! Eu prestei atenção na explicação do guia!”

Ryan olhou para cima, seu cabelo estava escorrido por causa da chuva, o que o deixava lindamente estranho

“Nunca tinha te visto assim...”

- Para lá! – ele apontou o pico de um morro

“Morro antes de chegar lá em cima!”

Começamos a andar, a lama enchia meu tênis e o cansaço o meu corpo. Ry não parecia se importar. Tinha instinto de aventura

- Que nojo! – Dominique clamou quando pisou numa poça de lama funda

Ry a ajudou e ela passou o resto do caminho até o pé da dita montanha encostada nele

Não vou negar que senti uma pontada de ciúmes, vendo meu melhor amigo praticamente a mercê da Dominique.

Chegamos, hora de subir

- Sai da frente! – Dominique gritou em meio aos trovões e me empurrando

- Passa, caralho, não estou te impedindo de nada!

- Olha aqui Cloe, você trata de me respeitar, eu sou mais velha que você!

- Dane-se! Eu respeito quem eu quiser!

FATO: todo mundo é mais altos e mais velhos que eu! No nosso grupo (eu, Ry, Lancy e Nick) todos são mais velhos que eu, nem que seja por alguns dias, e a Dominique também!

“Merda!”

Depois de uns empurrões finalmente chegamos ao topo e a gruta. Entramos

Estava frio, úmido e seco (era o que importava!)

Seco

- Legal, agora a gente tem de tirar a roupa – Ry alertou

Dominique olhou espantada

Eu entendi a mensagem: trocar de roupa ou ficar doente

Ryan brincou

- Você vai tirar, não vai, Cloe?

Fiz que sim com a cabeça, ele piscou para mim para continuar a brincadeira

Dominique fez aquela cara de  “Você é tarado, né?!”

- E vai tirar tudo, né?

Balancei a cabeça de novo e comecei a rir

“Domi, se você visse a sua cara...”

- Na minha frente, não é?

Ele se aproximou tirando a própria camisa, depois de voltou para Dominique

- E você também!

- Eu?! Não! Não vou fazer isso!

- Vai sim – falei esboçando um sorriso de ironia

- Não vou!

- Vai! A não ser que queira se resfriar ou pior!

Ela entendeu

- Se vocês puderem fazer as honras... – Ryan começou

- E quem garante que você não vai olhar – Dominique protestou

- E quem garante que as duas taradinhas não vão olhar quando for minha vez

- Eu não vou olhar – Esclareci

- Nem eu – mas a voz de Dominique soou meio falsa

- Ok. Vamos revezar! – Falei – Dominique vai primeiro e eu não vou deixar o Ry ver. Ok, Ry?!

- Tá bom! – ele se virou um tanto insatisfeito – Afi!

Tapei seus olhos azuis

Depois foi minha vez de me trocar, fiz o mais rápido que pude. depois a vez do Ry, confesso que tive vontade de olhar, mas... A religião não permite...

“Mentira!!!”

Oito horas da noite

“Putz, já tá tarde assim...”

Ficamos ali parados olhando a chuva um tempo, depois Ry pegou um cobertor em sua mochila

- Você trouxe um cobertor para uma trilha? – perguntei

- Ele tava com preguiça de arrumar e peguei do jeito que tava lá

- Eu não quero dormir com ela! – Dominique apontou para mim

- Acha que eu quero dormir com você, é?

Ela mostrou a língua para mim

Tive vontade de mostrar o dedo do meio para ela, mas me contive

Observei eles se ajeitarem num canto da caverna, enquanto eu estava sentada olhando para fora, com a leve esperança de achar um resquício de uma parada, mas NADA.

Dominique deitou em cima do cobertor e logo dormiu, Ryan sentou ao lado dela, abriu a boca para me dizer algo, mas não disse.

Do outro estremo eu observava tudo

Atchin!

Ele veio até mim

- Está ficando doente

- Minhas pernas doem – confessei

- Vem cá – ele me pegou no colo – lembra da festa?

- Que vexame, eu bêbada com Aal

Ele riu

- É... Fica entre nós dois, por favor – ele me depositou no cobertor do lado de Dominique

- Por quê?

- Ela passou a mão na minha bunda!

Eu ri

- Não quero isso de novo – ele confessou, enquanto deitava ao meu lado – eu fiz uma besteira, Cloe... Eu queria mudar... E você sabe, não é?

- Não precisava ter fugido de mim, eu não ia te matar ou te dedurar

- Eu sou um idiota e você vai jogar isso na minha cara

- Não vou... Não sou disso e você sabe

- Eu sei, mas mesmo assim... – Ele olhava o teto da gruta – Não importa mais, já era... Melhor dormirmos, amanhã a gente acha um jeito de voltar

Confirmei com a cabeça, fiquei olhando os olhos dele se fecharem

Olhos de pesar, culpa e remorso.

E adormeci.

 


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Notas finais do capítulo

Continuo na caverna, chove forte e tive calafrios durante toda a noite, o que quase não me deixou dormir, mas dormir e tive pesadelos horríveis, mas isso já é para amanhã



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