Nurarihyon no Mago: After Story escrita por kagomechan


Capítulo 18
Nos céus de Tokyo


Notas iniciais do capítulo

e estamos aqui de volta, graças à comentários kkk
quem estiver aí ainda, aproveite o cap novo. :)



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O vento circulava entre os prédios de Tokyo fazendo os pelos dos braços de todos se arrepiarem de frio, apesar do calor da batalha iminente lentamente aumentar em seus corpos. A Tokyo Sky Tree marcava o horizonte se estendendo até o céu. O maior edifício do Japão, e o segundo maior do mundo, era garantia de torcicolo para quem tentava ver seu topo estando tão perto de sua base.

Os turistas deixavam o edifício para trás conforme a noite engolia Tokyo, mas para Rikuo e seus companheiros, a noite prometia uma boa luta. O enorme konoha-tengu que sobrevoava os céus ao redor da Tokyo Sky Tree soltou um grito estridente que doeu os ouvidos dos presentes e, repentinamente, começou um voo rasante em direção à Rikuo e aos demais.

— Shoei-kun, leve a Tsurara de volta pra casa! - gritou Rikuo apressadamente preparando-se para o ataque.

— O quê?! E deixar você aqui sozinho?! - perguntou Tsurara.

— Não estou sozinho e sabe bem disso. - disse Rikuo - E nem você, por isso, vá! 

— Será que dá tempo de eu ir e voltar para ajudar? - perguntou Shoei.

— Provavelmente não. Já peça aqui mesmo para a Kejoro vir ficar no seu lugar. - sugeriu Rikuo.

O Konoha-tengu tinha braços pelancudos e intensamente roxos, enquanto as penas de suas asas e corpo eram levemente roxas ou lilás. Um hexágono amarelo amarrado à testa impedia qualquer um de confundir aquele tipo de Tengu com algum outro. 

Shoei, sem cerimônia, pegou Tsurara no colo e saiu correndo enquanto Rikuo foi de frente para seu atacante. Rikuo sentia uma necessidade desesperadora de ganhar tempo para Tsurara sair dali. 

A espada era tudo que separava Rikuo do youkai, mas, no último segundo ele invocou seu pequeno pires de sakê, seu sakazuki, e com um sopro, fogo azulado saiu deste, cercando o Konoha-tengu. O konoha-tengu gritou e avançou na direção de Rikuo bem quando Kurotabou surgia de dentro da Tokyo Sky Tree, correndo em direção à Rikuo, para ajudá-lo. Mas antes de Kurotabou conseguir ajudar Rikuo, ele teria que alcançá-lo, pois o combate de espadas e velocidade contra o konoha-tengu já havia começado.

Kurotabou só conseguiu se aproximar o suficiente de Rikuo, quando repentinamente uma linha surgiu, se agarrando ao pescoço do konoha-tengu. O ato foi seguido por Kubinashi pulando de um dos prédios baixos de poucos andares perto da Tokyo Sky Tree, forçando konoha-tengu à ser derrubado no chão.

— FINALMENTE! MAS QUE DEMORA É ESSA, KUBINASHI? - gritou Kurotabou para Kubinashi enquanto alcançava Rikuo.

— NÃO FOI CULPA MINHA! - reclamou Kubinashi, com dificuldade, tentando prender mais partes do konoha-tengu e mantê-lo fixo no lugar - DO NADA O SHOEI SAI CORRENDO PRA LONGE CARREGANDO A TSURARA!

— E O QUE ISSO TEM A VER? - reclamou Kurotabou.

— ACHEI ESTRANHO E ME DISTRAÍ, TÁ? - respondeu Kubinashi olhando por um segundo para Rikuo em busca de uma explicação para o sumiço de Tsurara e Shoei.

— Depois falamos disso. - disse Rikuo - Consegue lidar com o konoha-tengu, Kubinashi?

— Deixa comigo. - garantiu Kubinashi, puxando mais sua linha, que começou a ferir o konoha-tengu, que gritou de dor enquanto sangue começava a surgir de onde a linha o apertava.

— Vai entrar lá dentro sozinho assim? - perguntou Kurotabou - O plano não era fazer matoi com a Tsurara?

— Vamos ter que mudar essa parte. - disse Rikuo - Vamos nós dois então. O foco é conseguirmos chegar até Kana e Torii, pelo menos.

Kurotabou afirmou rapidamente com a cabeça e imediatamente, especialmente dada a urgência da situação, Kurotabou e Rikuo se juntaram num matoi. A roupa de Rikuo mudou levemente, se tornando uma mistura de sua própria roupa com a de Kurotabou. Mas, o ponto mais importante e chamativo, era que, em suas costas, dezenas de armas diferentes se aglomeravam, prontas para serem sacadas e usadas.

Rikuo então correu na direção da entrada da Tokyo Sky Tree e, ao chegar perto, notou pelas portas escancaradas do arranha-céu que Aotabo, Yura e os demais Keikain estavam envolvidos em lutas com vários onis e kage-onnas. Espadas e socos poderosos faziam uma sinfonia ansiosa com ataques de água, fogo e eletricidade de ambas as partes. Claramente a tentativa de tirar os turistas dali, havia levado tudo para um conflito. Ao menos, olhando rapidamente, Rikuo não via nenhum turista ou funcionário ainda preso ali.

— VÁ ATÉ TORII E KANA! - gritou Yura ao ver Rikuo chegando - NÓS SEGURAMOS AS COISAS POR AQUI.

— VAI ACHANDO QUE NÓS VAMOS DEIXAR! - exclamou um Oni, correndo na direção de Rikuo, pronto para impedir seu avanço.

O Oni correu na direção de Rikuo balançando seu bastão cheio de espinhos. O oni balançou o bastão, ansioso para acertar Rikuo na cabeça com ele. Rikuo, por sua vez, desviou no último segundo. Chega sentiu um dos espinhos mais na ponta roçando em sua bochecha e nariz.

Contudo, Rikuo não ia deixar aquele ataque passar batido. Tudo que ele precisou foi usar os poderes que pegava emprestado de Kurotabou. Dezenas de armas pontudas surgiram aparentemente do nada ou de dentro da manga do kimono de Rikuo, furando e perfurando o oni em diversas partes do corpo. 

Sangue pingou no chão quando o Oni foi atingido. Ele gritou e caiu para trás, mas Rikuo não parou para ficar com dó dele. O arranha-céu era grande demais, não tinha tempo a perder. Não tinha certeza se as amigas estavam mesmo no último andar. Numa tentativa mais fácil e rápida, Rikuo agarrou o Oni que tinha acabado de derrubar no chão pelo colar de contas que ele tinha pendurado no pescoço, e sussurrou o mais ameaçadoramente que conseguia, ao puxar o oni para perto de si.

— Vai querer me dizer onde estão minhas amigas? - perguntou Rikuo - Ou vai querer brigar mais um pouco?

— Como se você fosse fazer algo… - resmungou o Oni.

— Quer realmente testar essa teoria? - perguntou Rikuo - Preciso lembrar quem derrotou o Abe no Seimei alguns anos atrás?

O Oni ficou pálido e congelou diante dessa pequena memória. Então rapidamente, resmungou:

— Último andar.

Sem agradecer, Rikuo largou o Oni e correu para o conjunto de enormes elevadores, montados para levarem dezenas de turistas ao mesmo tempo e rapidamente até o último andar. Mal sabia ele, no entanto, que largado lá no chão, o Oni, mesmo com dor, se aproveitou de uma das maravilhas da tecnologia e, do bolso, pegou um celular. Um suspiro de alívio escapou pelos lábios do oni pelo celular estar intacto, mesmo que com a tela quebrada. Só alguns toques foram precisos para ele enviar uma pequena mensagem para o resto de seu grupo.

Enquanto isso, a porta do elevador se fechou após Rikuo apertar o botão do último andar e rapidamente o elevador começou a subir. A velocidade era tamanha que Rikuo até sentia seu estômago se retrair e ser puxado para baixo. Era até bom que a velocidade fosse aquela, pois estava equivalente à sua ansiedade de resolver aquilo logo. Considerando o que o grupo de Takeo Ootakemaru aparentemente fez com Nurarihyon, o que ele faria com Kana e Torii então?

E no meio de toda essa ansiedade com as meninas, Rikuo se forçava a não pensar muito na outra ansiedade cuja fonte ele havia pedido para Shoei levar para longe. Estaria Tsurara realmente grávida? Com certeza a casa toda ficaria feliz e aliviada, e ele também estava feliz, mas também estava previamente assustado já. Afinal ainda estava no último ano da escola. Será que não era demais para ele? Parecia um trabalho tão mais complicado e importante do que liderar um clã youkai yakuza. Dezenas de perguntas surgiam em sua cabeça, mas não podia focar nelas agora. Uma coisa de cada vez.

O que não combinava com a ansiedade de Rikuo era a musiquinha tranquila de elevador que tocava irritantemente ali dentro. Mas, foi com alívio que notou o elevador desacelerando e então logo ouviu o “plim!” quando as portas lentamente se abriram.

A Tokyo Sky Tree era uma atração famosa e extremamente turística. Geralmente cheia de casais, estrangeiros e amigos visitando e tirando fotos da cidade de Tóquio e até tentando ver o Monte Fuji no horizonte. Mas, o que recebeu Rikuo foi algo totalmente diferente. Tudo que havia ali era névoa, e nada mais. Ele mal conseguia ver um palmo além da porta do elevador.

Mesmo sem saber o que lhe esperava, Rikuo avançou cautelosamente, deixando a névoa o envolver. Cada passo foi dado com cautela e tensão. Rikuo tentava aprimorar os ouvidos, mas nada ouvia, nem mesmo uma respiração. Ainda assim, ele continuou a andar segurando firmemente sua espada e firmando o matoi com Kurotabou. Todavia, estava tão ruim enxergar qualquer coisa que fosse, que eventualmente Rikuo deu de cara no vidro que separava os turistas da vista à incrível altura da cidade de Tóquio.

— Tudo bem? - perguntou Kurotabou em meio ao matoi.

— Tudo… - resmungou Rikuo massageando o nariz - Ninguém viu isso né?

— Espero que só eu. - disse Kurotabou.

— Não conte para ninguém então… - disse Rikuo.

Só em pensar na cena se espalhando para outros, a mente de Rikuo lembrou que Tsurara era uma das pessoas que a cena poderia chegar. Logo ele estava pensando no bebê novamente, apesar de tentar intensamente não perder seu pensamento no assunto no momento.

Foi nesse momento, quando Rikuo tentava lidar com a pequena vergonha de se sentir derrotado por uma barreira de segurança de vidro, que sombras estranhas e intensas apareceram no chão bem aos seus pés. As sombras se moldaram e o agarraram pelos pés, começando a puxá-lo para dentro da sombra.

Ele imediatamente reconheceu o ataque das Kage-onnas, mas ele já sabia como lidar com eles. Testou repetir o ataque que fez contra o konoha-tengu, usando seu sakazuki e queimando elas com fogo azulado. Ele tentou pular para longe, para também não ser muito atingido pelo próprio fogo, mas não tinha suporte suficiente para  seus pés nas sombras das kage-onnas então, enquanto elas gritavam de dor, Rikuo caiu de mau jeito para trás.

Seu cotovelo, tentando salvá-lo desesperadamente da queda, doeu com uma forte pontada. Mas o que mais doía era o orgulho de Rikuo por tal presepada seguida de bater a cara no vidro. Estaria ele distraído? Foi só se questionar sobre isso que pensou de novo no bebê.

— Merda… - xingou ele.

— Está tudo bem, Rikuo-sama? - perguntou Kurotabou enquanto Rikuo chutava a sombra da kage-onna queimando para longe de seus pés - Parece distraído ou algo do tipo.

— Tudo bem. Tudo bem. - respondeu Rikuo rapidamente.

Rikuo se levantava quando, repentinamente, uma maça cheia de espinhos surgiu da névoa acertou-lhe fortemente na sua cabeça Rikuo sentiu o gosto de sangue na boca e os espinhos entrando dolorosamente em sua bochecha, e talvez um grito de Kurotabou, e então desmaiou, mas por alguns segundos apenas. 

Ele se forçou a ficar acordado, mesmo com o olho do lado atingido pela maça ter ficado com a visão turva e ensanguentada. Ele ergueu-se com dificuldade, e foi só aí que notou que Kurotabou tinha desfeito o matoi e agora lutava contra o atacante.

Com o movimento da luta, a névoa se mexia e Rikuo conseguiu ver, mesmo que com dificuldade, que Kurotabou lutava contra alguém com pele vermelha. O primeiro pensamento de Rikuo, foi que era um oni, e o tamanho e o tanto de músculos confirmava a teoria, mas a falta de presas e chifres chamativos fez ele chegar a conclusão que era Takeo Ootakemaru, o neto meio-youkai do Ootakemaru original.

Isso fez Rikuo levantar-se o mais rapidamente possível, mesmo com o rosto latejando, a visão parcialmente escurecida e o sangue pingando. Ele então prontamente juntou-se com Kurotabou à luta, intercalando os golpes do youkai com seus próprios golpes com sua espada. Sabendo que Takeo era metade humano, talvez Nenekirimaru não fosse sequer cortá-lo. Era só um bastão bonito.

— Acordou até rápido. - zombou Takeo.

— Não vai me derrubar tão fácil assim. - garantiu Rikuo - Pode já ir falando onde estão a Kana e a Torii.

— Ah, as duas meninas? - perguntou Takeo, dando uma pequena risada - Porquê? Eu falei para você esperar mais.

— Não me deu nenhum bom motivo para esperar tanto tempo assim para resgatar elas. - respondeu Rikuo.

As espadas dos três se digladiavam como uma dança prateada, enquanto as kage-onnas, recuperadas, tentavam se agarrar aos dois. Rikuo, que não estava afim de deixar aquilo acontecer, novamente atacou-as com seu fogo azulado, tentando deixá-lo acesso pela maior quantidade de tempo possível.

As kage-onnas novamente gritaram de dor, e Takeo fechou a cara, claramente irritado, atacando com menos cuidado do que antes. Rikuo deixou um pequeno sorriso aparecer no canto de sua boca ao notar isso.

— Irritadinho? - perguntou Rikuo.

— Impressão sua. - disse Takeo, dando um grande salto para trás, fazendo a névoa engoli-lo de novo - Vou atacar com você tal como acabei com seu avô.

Foi a vez de Rikuo de sentir a raiva queimando-lhe no peito. Mas ele não iria deixar a raiva lhe tomar, não mesmo. Já tinha muito para se preocupar e proteger, e agora a lista havia aumentado em mais um. 

— Rikuo-sama, se proteja! - alertou Kurotabou.

Kurotabou, com a cabeça mais leve e vazia, já estava entrando em ação. Com um ótimo senso de orientação, ele pegou uma lança extremamente pontuda e, com toda a força que tinha no braço, lançou-a na direção que lembrava estar o vidro. O vidro se quebrou com um estalo.

Rikuo se protegeu com as próprias roupas quando cacos de vidro voaram para todo lado, sem machucar ninguém, mas dando uma boa abertura para o poderoso vento, que entrou sem dó no lugar, tomando o lugar da névoa mais perto do vidro, que escapava para os céus de Tóquio.

Prontamente Rikuo e Kurotabou refizeram o matoi e voltaram ao combate contra Takeo e as kage-onnas aliviados por as kage-onnas estarem mais cautelosas e não haver mais ninguém ali naquele andar para lutarem. Ao menos até onde eles sabiam.

 


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Notas finais do capítulo

o cap foi mais simples pq eu to pegando o tranco da história de novo, relembrando e tal, mas n queria demorar tanto assim kkk vamos ver se consigo chegar até o final. ao menos estamos quase lá.



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