Werewolf Fever escrita por Petr0va


Capítulo 39
38 - Cão do Inferno


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo e bem curtinho, já que é narrado em terceira pessoa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603254/chapter/39

Thomas havia matado sua própria irmã e não se arrependia disso. Viu ela caindo sobre Miriana e só conseguia pensar em sua filha.

Com tudo passando em câmera lenta, enquanto o corpo morto­­ de Anne caia sobre a garota, Derek entrava em sua antiga casa.

E tudo voltou ao normal, Anne não estava mais caindo lentamente, já estava com seu corpo morto sobre sua filha.

— Vamos, Derek, me ajude!

O lobo imediatamente entendeu o que tinha de fazer, partindo diretamente para cima de Anne para tirá-la de cima de sua irmã.

Thomas teve uma visão total de sua menina com o corpo longe dela, suas roupas rasgadas, cobertas de sangue. O que mais chamava atenção era o buraco em sua barriga, que deveria estar se curando.

Olhou para as mãos de Anne e entendera.

— Não, Miriana, acorde...

Derek olhou para Thomas pedindo silenciosamente se poderia se aproximar, ganhando um leve assentir de cabeça em troca.

Ele ajoelhou-se próximo a Miriana e pegou uma de suas mãos finas e delicadas, mesmo contendo sangue nelas. Não sabia se era dela ou de Anne. Se concentrou o suficiente para tentar tirar ao menos um pingo de dor que sabia que sua irmã sentia, olhou para ambas as mãos unidas, mas a dor, que deveria estar sendo levada através de suas veias, não saia.

— Não há dor. — sussurrou com dor, não como a que Miriana deveria estar sentido, mas sim inteiramente sua, dor emocional.

Aproximou-se do nariz da garota, com a última gota de esperança. Ele não queria usar sua audição poderosa para ouvir de longe, ele queria se aproximar de sua irmã.

Não sentia respiração.

— E não há vida. — seus olhos lacrimejaram ao olhar Thomas.

Thomas franziu o cenho e dirigiu seu olhar perdido para sua filha.

— Por favor, Ana, acorde... Anne não pode ter ganhado! Você é tão forte... — sussurrou primeiramente, e quando sua ficha definitivamente caiu, quando viu que sua filha não acordaria, seu desespero fora ativado. — Por favor, Miriana, por favor! Eu sinto muito, eu sinto tanto. — ele fungava.

Derek olhava a cena com tristeza e, pela primeira vez em anos, desde a morte de sua família, começou a chorar. Ele queria ver ela treinando consigo, o chamando de “maninho” e que os dias em seu loft se repetissem.

— Acorde, acorde agora e eu prometo que não terá mais segredos, eu te contarei tudo!

Derek ouviu um crepitar do lado de fora e, quando se deu conta, Parrish estava do lado de fora. “Parrish” era uma palavra muito simples para anunciar o que ele estava vendo, já que em sua volta só se via fogo, e seus olhos resplandeciam as chamas mais avermelhadas que já vira. Ele estava nu e deixava pegadas negras atrás de si e, mesmo ele não estando muito perto no momento, Derek conseguia ver a determinação em suas órbitas. O nariz de Parrish se mexeu como se estivesse sentindo um cheiro peculiar e, sem pressa, caminhou até onde jazia o corpo de Miriana.

Thomas só se deu conta do que estava acontecendo quando o cheiro de cinzas atingiu seu nariz e o calor preencheu o espaço ao seu lado. Ainda sem tirar as mãos de sua filha, ele levantou seu rosto até se deparar com seu antigo amigo envolto em chamas e olhando para Miriana como se ela fosse tudo que importava.

— Parrish, o que você está fazendo aqui? — Rosnou como se a culpa fosse realmente dele. — Você chegou tarde demais.

Jordan, mesmo não estando racional, estendeu as mãos pacificamente, um sinal para Thomas entregar Miriana para ele. Thomas franziu a testa com raiva, não entendia porque logo agora, quando era tarde demais, Parrish estava ali.

— Deixe, Thomas. — Ordenou Derek.

E Thomas fez exatamente ao contrário, firmando ainda mais os braços ao redor da sua filha, com o maior cuidado possível, como se ela ainda estivesse viva. E, por consequência, o ser que agora era representado por Parrish, agarrou as mãos do homem e tirou-as da garota, provocando um odor de pele queimada e cicatrizes que provavelmente seriam duradouras. Jogou Thomas longe do corpo e pegou o corpo leve de Miriana.

Thomas sobressaltou-se assim que Parrish colocou as mãos nela, pensando que seu corpo iria se desfazer em cinzas imediatamente, contudo seu corpo continuou intacto, como se pertencesse aos braços dele. E, assim que o corpo dela estivesse seguro em seus braços, Parrish partiu sem se dar conta que estava carregando sua amada morta, encontrada em seu peito.

Em choque, Thomas não conseguia sequer chorar, e então olhou para Derek, como se a resposta de tudo estivesse com ele.

— Ele é um cão do inferno, Thomas, é um guardião do mundo sobrenatural. Aquilo não era o Jordan Parrish.

Thomas fechou seus olhos com pesar e sussurrou:

— Eu não quero saber de mais nada, Derek, eu estou vazio. Quero sair daqui e nunca mais voltar.

Derek seguiu para onde Thomas estava, sentado no chão exatamente no lugar onde foi parar quando o Cão do Inferno o atirou, estendeu seus braços e puxou o homem para cima.

— Vamos embora, os outros devem estar esperando.

Foram a pé até o loft de Derek e, antes mesmo de se darem conta, já estava amanhecendo. O sol subia lindamente no horizonte, compartilhando tons laranja junto com o céu, que permanecia perfeito, sem nenhuma nuvem para o atrapalhar. Parecia que aquela visão linda zombava da morte de Miriana, como se não se importasse que a vida de Thomas tinha acabado de ter sentido no momento do último suspiro da filha.

Derek abriu a porta de correr, e todos estavam lá esperando pelos dois. Não passou despercebido a forma com que Kira inclinou a cabeça, como se procurasse por Miriana atrás deles. Também foi perceptível a forma como Liam mordeu seus lábios com força, como se ansiasse ver Miriana passando por eles.

Thomas seguiu adiante, atirando-se na cadeira desconfortável de madeira que estava jogada pela sala de Derek. Ignorou todos os ruídos, as perguntas desconfortáveis e os chamados pelo seu nome. Apenas fechou os olhos e respirou fundo.

Sua dor no peito era tão dilacerante que não havia mais forças nem mesmo para emitir alguma fala.

Inclinou-se e depositou seus cotovelos no joelho, ficando curvado sobre a cadeira. Passou as mãos sobre seu rosto e depois olhou para a sua roupa clara coberta por aquele líquido escarlate que agora parecia nojento, justamente por relembrar a pior noite da sua vida.

Olhou para cada um que se encontrava ali. Estavam Scott, Stiles, Kira, Lydia, Malia e Isaac. Deu o suspiro mais alto que podia e falou:

— Miriana está morta.

E todos desabaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Werewolf Fever" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.