“-ah...oi –merda. Aquilo não podia estar acontecendo comigo.”

–Bom, estou aliviado por saber que você não está... trepando... com um pedaço de mau caminho? –Nick disse, rindo ligeiramente.

–Quem é? –Killian perguntou fazendo careta.

Pressionei minha mão em seus lábios e lhe lancei o olhar mais raivoso que eu conseguia.

–Olha, eu não posso falar muito agora.

–Pois é, desculpa te incomodar num domingo, mas eu não conseguia parar de pensar em você. E eu não quero trazer problemas para ninguém, mas quando eu fui embora, eu pedi para que passassem meu número e meu e-mail para você, e até agora..

–É mesmo? –Perguntei, fingindo interesse. Meus olhos estavam presos no Killian.

–Bom, parece que o Killian não te passou nada disso, não é?

POV KILLIAN

Diversas expressões passavam pelo rosto de Emma. Constrangimento, irritação e... curiosidade? Eu podia escutar vagamente a voz masculina do outro lado da linha. Quem diabos estava ligando para ela?

De repente, os olhos dela se estreitaram, e uma pequena voz na minha cabeça me disse que eu deveria ficar nervoso.

–Bom, obrigada por me contar sobre isso. Sim. Sim, pode deixar. Certo. Sim, eu te ligo quando decidir. obrigada por ligar, Nick.

Nick? O maldito Nickolas?

Ela desligou e guardou vagarosamente o celular na bolsa. Olhando para baixo, ela balançou a cabeça e soltou uma leve risada antes de um pequeno sorriso diabólico surgir no canto de sua boca.

–Você tem alguma coisa para me contar, Killian? –Ela perguntou docemente, e, por alguma razão, isso me deixou ainda mais ansioso. Quebrei a cabeça, mas não consegui pensar em nada. Do que ela estava falando?

–Acabei de ter uma conversa muito estranha. Parece que o Nick pediu para me passarem o número e o e-mail dele. Você nem imagina a quem ele pediu.

Ela deu um passo em minha direção, e eu instintivamente dei um passo para trás.não estava gostando de onde isso estava indo.

–Acontece que não fizeram isso.

Ah, merda.

–Foi você Killian.

Meeeerda. Por que diabos eu fui dizer que passava o maldito número e e-mail. Tentei pensar em algo para dizer, não ia assumir meu ciúme. Obviamente meu silencio disse tudo que ela precisava saber.

–Por que você fez isso? –Ela sorriu.

–Eu...o quê? –Fiz careta.

–É sério! Por que fez isso?

–Eu não sei, tá?

–Ciúmes. –Ela balançou a cabeça rindo.

Ela pegou o celular e começou a digitar uma mensagem para alguém.

–O que você está fazendo? –Perguntei.

–Não que seja da sua conta, mas estou dizendo para Belle continuar sem mim. Eu não vou sair daqui até que você assuma a verdade. –Ela me encarou.

Pensei em ir me explicar com Kate, mas ela me viu seguindo Emma, e com certeza já tinha percebido o que está acontecendo.

Encontrei seu olhar e soltei um suspiro. Não havia absolutamente nenhum jeito para explicar aquilo sem parecer maluco.

–Certo, eu não te entreguei o e-mail e o número de propósito. Qual é a daquele cara? Acha que eu vou bancar o cupido entre ele e a minha garota?

–Sua o quê? –Emma indagou antes que eu pudesse formar um pensamento.

–Ah, você escutou.

–Você é inacreditável.

–Olha, eu não quero que você saia com o Nick, não quero que se aproximem. Chame isso do que quiser.

–Ciúmes. Sem motivo, nem estamos namorando.

–Oh, quer dizer que preciso fazer um pedido?

Emma paralisou, podia observar o subir e descer de seu peito.

–Vem, vamos sair daqui. –Ela disse e me puxou pela mão.

Belle já não estava mais lá, e muito menos Kate. Saímos do restaurante e paramos na frente do meu carro. Não tínhamos percebido mas não soltamos as mãos desde que saímos do banheiro.

–Para onde vamos? –Perguntei.

–Você eu não sei, mas eu vou pra casa. –Ela disse arrumando o cabelo com uma das mãos.

–Sério?

–Não –Ela riu – Vamos tomar um café.

–Por um momento achei que levaria um fora.

–Por um momento pensei em te dar um fora.

Eu não era o tipo de cara que passeia na pracinha de mãos dadas com uma mulher, nem que vê comédia romântica no cinema. Mas acho que se a companhia fosse a Emma, eu não pensaria duas vezes antes de ir.

Caminhando lado a lado, pude observar o sorriso no canto da sua boca, enquanto os cabelos loiros eram embaraçados pelo vento. Atravessamos a rua e sentamos em uma cafeteria.

–Com canela. –Emma disse ao garçom antes de tirar o celular da bolsa e digitar alguma coisa.

A observei, o sorriso. As bochechas rosadas.

Será que ela podia perceber o quanto eu estava envolvido por ela? Eu tinha certeza que ela conseguia ver sempre que eu a olhava nos olhos. Eu queria beijá-la, agarrá-la.

Mas também queria vê-la dormindo, e depois vê-la acordar.

Comecei a perceber que isso não era apenas uma atração ou obsessão. Eu estava me apaixonando por ela, mais rápido e mais profundamente do que eu achava ser possível.

E eu estava ficando apavorado por causa disso.

–Fica comigo esta noite, eu preciso de você.

Ela segurou a respiração e me encarou, e só então me ocorreu que ela pudesse estar sentindo algo muito diferente do que eu estava. E se ela não gostasse de mim?

–Sinta-se livre para dizer não. Eu só... – Passei as mãos no meu cabelo e olhei para seu rosto. – Eu só queria ficar com você.