Sinais Apaixonados escrita por MariEntei


Capítulo 6
O Caminho para Casa


Notas iniciais do capítulo

Os diálogos em linguagem de sinais coloquei em escrita normal assim para compreender melhor as falas, espero que compreendam



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Kristoff's POV

Aconteceu muita coisa nesta noite, estudei até tarde, soquei um bêbado, fui preso por agressão por defender uma menina surda, fui liberado e finalmente consegui conversar com a Anna, bom, não tecnicamente falei com ela, mas acho que da pra entender, enfim, consegui finalmente um contato com ela.

"Que bom que agora já se conhecem, mas agora preciso ir, tenho que devolver o ônibus a garagem, já esta bem tarde e logo cedo preciso levar a copia do boletim de ocorrência para a empresa, então me despeço aqui meninos..."

Oaken dizia isso para mim e em linguagem de sinais para Anna entender também, deve ser já costumeiro dele fazer isso já que ele fazia os sinais bem rápido, mas me preocupei, eu não tenho problema nenhum em voltar a pé a noite para casa, mas e quanto a Anna? Esta hora da noite é consideravelmente perigoso afinal.

"Kristoff, poderia acompanhar Anna até em casa? é perigoso ela voltar para casa sozinha a esta hora da noite"

Esse motorista lê meus pesamentos?

"Ah, claro, acompanho se não tiver problema para a Anna é claro..."

Oaken tratou de perguntar imagino eu se havia problema de eu acompanha-la até em casa, Anna logo fez que não com a cabeça, o que ela disse eu entendi, que não acharia ruim eu acompanha-la.

"Okay, assim fico menos preocupado, até amanhã então..."

"Até"

Estávamos eu e Anna indo em direção a sua casa, Não conversamos muito, a rua estava escura o que dificultava eu ler e escrever e vice-versa, ela sempre andava olhando para baixo e parecia um pouco assustada, eu também ficaria por andar com um estranho do meu lado, queria que ela soubesse que não precisa se preocupar, nunca faria mal a ela, fui percebendo que o caminho da casa dela era semelhante ao caminho da minha casa, depois de uma considerável caminhada, ela finalmente começou a desacelerar os paços e colocar a mão em um corrimão, vi que ela não estava mais do meu lado, ela apontou para a casa e puxou o caderninho, coloquei a mão sobre a mão do caderno e o abaixei, fiz sinal de "casa", ela sorriu, e concordou com a cabeça, fez "obrigada" com as mãos e subiu as escadas, tirou a chave de um bolsinho na lateral da sua mochila, assim abriu a porta e entrou, mas antes de fechar a porta, olhou para mim e fez "boa noite", repeti o gesto e assim ela fechou a porta e a trancou, até o seguinte momento eu estava pensando se tinha sido um sonho mesmo ou se aconteceu de verdade, finalmente eu pude conhece-la, falar com ela e acompanha-la até em casa tudo no mesmo dia, fiquei mais feliz por perceber que ela mora apenas 3 quadras para baixo da minha casa, agora penso, porque ela pega o ônibus tão longe? Isso é algo que um dia posso tomar coragem para perguntar, ou talvez não, talvez ela só tenha falado comigo ou me deixado acompanhar por pura educação, talvez amanhã tudo volte ao normal, ela volte a sentar longe e eu apenas volto a observa-la, infelizmente a resposta para isso eu só tenha amanhã, mas agora preciso ir para casa.

Anna's POV

Assim quando entrei em casa, fiz "boa noite" e fechei a porta, encostei as costas na porta e escorreguei, eu estava tão nervosa, finalmente pude falar, bom, não tecnicamente falar mas acho que da para entender, espero que ele não me ache uma esquisita por não ter falado nada o caminho inteiro, estava escuro e não dava para ler ou escrever nada, agora que notei que eu fiz ele ver que escrevo errado, que vergonha, como estou constrangida, finalmente acho um cara legal e que me compreende e eu faço isso, ele deve estar pensando que sou patética, uma carente por atenção! mas vou recompensa-lo por isso! não pude me concentrar muito nos meus devaneios, minha irmã desceu as escadas.

"Anna, o que aconteceu que chegou tão tar..."

Não a deixei terminar de falar, logo comecei a correr pelas escadas, a peguei pela mão quase tropeçando a guiei até meu quarto e fechei a porta, acho que fez um barulho muito alto, meu gato estava dormindo na minha cama e eu o acordei, Elsa me olhava confusa, eu tentava recuperar o meu fôlego, aquilo que aconteceu foi demais para apenas um dia, eu o conheci, conversei e o deixei me acompanhar até em casa, por acaso enlouqueci?

"O que aconteceu? Porque tanta afobação"

"Aquele cara loiro me salvou!"

Elsa pareceu preocupada, como assim me salvou? eu estava tão feliz e nervosa ao mesmo tempo!

"Okay, vou tentar explicar, um bêbado me assediou no ônibus, infelizmente ninguém estava vendo que eu precisava de ajuda, fiz sinal de "socorro" mas ninguém entendei, mas ele sim..."

Contei a Elsa toda a historia, inclusive de que tive que fazer um boletim de ocorrência, mas que principalmente não contar aos nossos pais, eles iriam se preocupar e vão querer me levar para a faculdade, sinceramente não quero isso, não quero que pensem que sou dependente de todos por ser deficiente auditiva, consigo me virar muitíssimo bem, mas estava preocupada, acho que ele não iria querer mais falar comigo, afinal, ele deve estar aprendendo linguagem de sinais por outros motivos, não é como se ele estivesse aprendendo só para conversar comigo, isso não existe, ninguém faria algo só pra conversar com um surdo, talvez ele realmente tenha me achado esquisita, afinal, quem quer ter um estorvo como eu de amiga ou de namorada? Sinceramente acho que ninguém, o romantismo só existe nos livros e filmes, na vida real já não existe, bom, mas infelizmente só poderei saber a resposta amanhã, preciso realmente dormir, Elsa me sugeriu realmente recompensa-lo por me salvar, achei engraçado, ela encasquetou que ele gosta de mim, pois não é qualquer um que iria preso por mim, Elsa é maluca, finalmente pude deitar a cabeça no travesseiro com Olaf no meu colo, amanhã novamente será um longo dia, mas sinto que algo vai começar.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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