Sinais Apaixonados escrita por MariEntei


Capítulo 4
Estranho primeiro contato




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/601602/chapter/4

Kristoff's POV

Depois que o Oaken me deu o livro comecei a ler em todos os lugares, inclusive no ônibus, mas não queria que ela me achasse estranho por estar lendo um livro de linguagem de sinais, então eu evitada, mas era tão envolvente, uma manhã eu estava bastante envolvido com a leitura, tanto que pude perceber Anna me observando de canto de olho, nem tinha a visto entrar, imediatamente guardei o livro, mas quando olhei de volta ela pareceu desviar o olhar, será que ela realmente estava me observando? Ela nesta manhã estava adorável, não como os outros dias, parecia mais, vestia um vestido que ia até depois dos joelhos meio cor terra, um casaco de lã com abertura na frente que podia ser fechado com botões (estava realmente bem frio) meia calça preta, botas que pareciam ser bastante confortáveis, cachecol rosa queimado e protetores de ouvido, a composição da roupa parecia bastante confortável, mas ela estava com as bochechas levemente avermelhadas pelo vento frio do lado de fora, isso lhe dava um certo ar de inoscencia que eu gostava nela, preferia estar confortável do que parecer bonita ou de certa forma apresentável, não são que nem algumas garotas que tem no meu curso que precisa mostrar para todos as suas pernas, não entendo pra que isto se elas vão usar um jaleco que vai cobrir tudo o que elas querem mostrar, além de que parecia que o tecido apertava tudo, oh, hora de descer, se perder o ponto novamente é capaz do meu supervisor me dar um ralo por chegar tarde, era uma certa caminhada do ponto de ônibus até a área de veterinária afinal. Hoje resolvi almoçar de verdade, os estudos de Linguagem de Sinais estão tomando o meu tempo, ando pegando o horário de almoço para estudar um pouco, resolvi hoje ir até o refeitório da universidade, e hoje como está frio eles servem caldos e comida de fácil digestão, e hoje é meu favorito! Sopa de cenoura! Algumas pessoas acham que sou esquisito por gostar tanto de cenoura, dizem que cenoura combina mais com coisas doces, eu discordo, mas fiquei de certa forma feliz com o cardápio, estava indo pra mesa do pessoal do meu curso quando passo por uma mesa vazia, e em uma ponta, la estava ela, estava lendo um livro e anotando algumas coisas enquanto comia a outra opção que havia no refeitório, caldo de galinha com milho, não é uma escolha ruim, mas pelo jeito ela estava como eu, tão concentrada nos estudos que mal conseguia comer uma refeição descente, ela estava com umas olheiras fundas e com a pele pálida, não deve estar dormindo direito, fui acordado dos meus devaneios quando um colega de classe tocou meu ombro, senti um cubo de gelo escorrer pela minha coluna, fui descoberto!

"Kristoff, estamos esperando por você e você aí, no mundo da lua?"

"Oh, perdão, estou realmente bem cansado"

"Relaxa, você pode descansar depois do almoço, a próxima aula foi cancelada, mas a noite temos grupo de estudos"

Que ótimo, teria um tempo para tirar um cochilo, eu tinha a habilidade de conseguir dormir em qualquer lugar, me distrai um pouco mas quando voltei os olhos, ela já não estava mais la, tentei encontra-la com os olhos mas sem sucesso.

Saí bem tarde hoje da faculdade, estou cansado, tivemos que ficar a noite inteira estudando sobre aminoácidos (como odeio estudar aminoácidos), já estava relativamente tarde, e sinceramente, não estava prestando atenção nos estudos, tava relembrando o que aprendi sobre Linguagem de Sinais, entrei no ônibus, só queria chegar em casa e dormir, passei a catraca e fiquei surpreso com o que vi, era Anna, estava sentada nos bancos laterais lendo um livro, "Comunicação Social", então é isto que ela cursa! A cada dia ela me surpreende cada dia mais! ela deve querer mais espaço para pessoas deficientes auditivas, seu cachecol cobria sua boca e ela estava usando um gorro roxo com um pom pom encima, ela esta uma graça como sempre, provável que ela estava estudando até tarde assim como eu.

Quando vejo um cara aparentemente bastante alterado sentar ao seu lado, ela se assustou com a presença de tal pessoa, o ônibus estava parcialmente cheio, mas a maioria das pessoas la estavam bem cansadas então não prestavam atenção na cena que acontecia, o homem sentou muito perto dela, parecia não conseguir se equilibrar nos próprios pés.

"Mas que gracinha de menina, qual o seu nome?"

"..."

Obviamente ela não respondeu, eu estava apreensivo sobre ela.

"Que gracinha pessoal, ela é a mulher perfeita, calada, e sabem como dizem, quem cala consente!...Se não vai me dizer seu nome, eu te darei um. Você vai se chamar Marlene, e será minha esposa!..."

Neste momento ele derramou um pouco de sua bebida em seu livro e em seu casaco, fazendo ela se cobrir um pouco fechar o livro, as pessoas que estavam prestando atenção na cena começaram a rir, achando engraçado, pude ouvir algumas pessoas falando "porque ela não reage?" ou pior "ela esta quieta, deve estar gostando da atenção que esta recebendo" "uma menina sem sal como esta deveria estar agradecendo"

"...Me desculpe Marlene, sinto muito ter sujado todo o seu vestido! mas eu vou te recompensar, vou te levar para nosso ninho de amor, e vou saborear seu corpo inteirinho!"

Neste momento o cara começou a alisar seus joelhos e suas pernas e a colocou no colo dele, foi neste momento que o Oaken finalmente viu pelo retrovisor, pensei que ela não reagiria, estava com os olhos cheios de lagrimas e então vi que ela fez um sinal, as duas mãos com o indicador e o médio fechados fazendo movimentos para fora abrindo repetidas vezes, as outras pessoas do onibus estão imitando o gesto rindo, pensaram que ela estava adorando a situação, mas eu e o Oaken sabíamos, era linguagem de sinal para "AJUDA".

Oaken havia freado o ônibus e estava prestes a pular a catraca, consegui ir mais rápido e meter um soco bem dado na cara desse sujeito, desta vez ele passou dos limites, Anna gemeu assustada se levantando do colo dele, Oaken havia pulado a catraca, consegui entender o que ela disse, mas infelizmente outras pessoas não acharam minha ação tão merecedora de méritos assim, não me lembro muito bem quando fui pro chão:

"O senhor vai comigo para a delegacia, não devia agredir os outros de graça"

Meu rosto estava no chão do ônibus, estava sendo algemado.

"Mas porque está me prendendo? ele estava a assediando sexualmente"

"Se a senhorita estivesse se sentindo incomodada, ela teria pedido ajuda"

"Mas ela ped..."

"CALADO, tudo o que o disser vai ser usado contra o senhor, então sugiro permanecer calado"

Estou em uma cela, preso por agressão, o delegado não olha na minha cara, o bêbado esta preso também, aí devem estar me perguntando se estou arrependido, sinceramente? Não, não estou, sei que ela esta a salvo e segura, ela agora entende que não esta sozinha, eu a entendo, e que ela sempre pode contar comigo, não estava planejando que nosso primeiro contato fosse assim, mas, não é que deu certo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!