The Swan Sisters Saga escrita por miaNKZW


Capítulo 2
Capítulo 1 - Nathan


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo conta a história de Nathan e explica como Angel e Bella estão ligadas.



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Meu nome é Nathan Thomas Fischer e eu estou morto. Nasci em 17 de janeiro de 1543, mas de alguma forma eu ainda aparento não ter mais de 30 anos de idade.

A história de minha breve vida começa em novembro de 1576, quando eu era apenas um jovem rebelde. Filho de aristocratas franceses, cheio de energia e sedento por aventuras, qualquer aventura que a vida poderia me proporcionar naquela época.

Em tenra idade, eu já sabia que seria um explorador. Eu queria conhecer o mundo, viajar e conhecer lugares exóticos que até então só existiam em minha mente. Hoje eu sei o quanto eu era ingênuo e cheio de crenças infantis. Quando completei dezessete anos dei inicio à minha jornada. Eu era bastante convincente e não encontrei muita resistência da parte de meus pais. Viajei por onze anos, visitei os mais longínquos países, conheci muitos povos e culturas diferentes. Eu estava deslumbrado.

Cheguei à Romênia, no inverno de 1571. O lugar tinha uma atmosfera obscura, quase amedrontadora, mas fascinante ao mesmo tempo. Eu estava na Floresta de Gotland à procura de novas espécies de aves, quando um estranho uivo reverberou no meio da noite, virei-me e não conseguia ver nada. Não ouvia nada mais. Até que das profundezas da floresta escura eu vi uma criatura enorme. Um imenso animal torneado por músculos imensos, coberto por longos pêlos castanho avermelhados, parecia furioso, mas de alguma forma ainda conseguia ser tão gracioso. Ele estava vindo em minha direção. Sem pensar duas vezes eu instintivamente comecei a correr. Mas não importava o quão rápido eu corresse, ainda podia ouvir sua respiração logo atrás de mim. De repente eu caí, segundos depois, senti um forte impacto na minha perna esquerda, uma dor aguda, sangue jorrava de minhas veias. O animal havia me mordido, havia atingido minha artéria femoral. Perdi muito sangue, a tontura tomou minha mente, a dor era insuportável. Tanto que eu só conseguia ver a escuridão. Eu estava morrendo.

Mas, por alguma razão, o animal soltou-me e começou a andar em círculos ao meu redor Parecia inquieto, com medo. Como se não pudesse decidir entre sucumbir ao instinto de me matar ou salvar sua própria vida. Como se desta vez ele fosse a presa. Então, sem nenhum anúncio, ele desapareceu. Eu não conseguia me mover, por medo ou por causa da dor lacerante que agora já havia se espalhado por todo meu corpo. Eu sabia que a morte estava próxima. Alguns segundos depois eu senti um odor estranho que jamais havia sentido antes, queimando minha garganta.

Foi então que ouvi uma voz “E quanto a este?” “Limpe depois que terminar.” E apesar do medo, aquilo soou como uma libertação, um alívio para dor. Mas então, uma outra voz estranhamente suave quase bondosa disse “Não! Esperem!” Algo duro e frio como gelo tocou meu pescoço, causando calafrios em todo meu corpo. Parecia procurar algum sinal de vida em mim, e novamente a voz suave: “Não há necessidade, ele já está morto. Eu me livrarei das evidências.” Eu senti vontade de poder gritar "não, por favor, acabe com isso agora!". Mas eu não fui capaz de mover sequer um músculo. Finalmente, a mesma voz, “Relaxe e você vai ficar bem criança”.

Eu desmaiei e tive um longo sono cheio de dor e alucinações. Quando acordei, não sabia quanto tempo havia se passado e, se tudo aquilo realmente tinha acontecido. Eu percebi que eu estava quente, muito quente. O calor parecia irradiar de meu corpo derretendo a neve. Eu estava muito quente para estar morto. Toda aquela neve, todo aquele vento, eu deveria estar congelando, mas não sentia nada. E foi assim que eu percebi que eu era diferente. Algo em mim havia mudado. Eu ainda não sabia, mas havia me tornado o que hoje é conhecido como lobisomem.

E assim minha vida teve seu fim e minha morte começou.

Muitos anos se passaram até que eu aprendesse a controlar minha força novamente. Mas apesar de todos os meus esforços, eu freqüentemente sucumbia aos instintos dessa nova forma. Eu sucumbia à dieta mais repugnante de todo o reino animal. Eu precisava de carne humana, carne e sangue humano. E por mais que eu me alimentasse nada era o suficiente para mim. Nada me satisfazia e isso sempre me deixava mal. Um dia, após ter me alimentado de uma família inteira, eu olhei para o que restava do filho mais novo e senti o desespero tomando conta de mim. Eu queria parar de matar as pessoas, mas eu precisava delas para sobreviver. O suicídio não tinha efeito algum sobre mim, já havia tentado todas as formas possíveis e todas às vezes eu levantava e caminhava. Era como se meu corpo estivesse congelado naquela forma e não havia nada nesse mundo que pudesse alterá-lo.

Atormentado pelos horríveis crimes que havia cometido e acreditando que de alguma forma Deus ainda olhava por mim, eu decidi procurar pela redenção. No inicio, eu caçava vilões, estupradores, assassinos e todos os tipos de crápulas que encontrasse mundo afora. Mas mesmo isso não parecia trazer paz à minha consciência. Então eu passei a me alimentar de animais. Não posso dizer que era a mesma coisa, mas me saciava o suficiente, tentava não matar além do necessário. Durante meus quase 350 anos eu encontrei outros como eu. A maioria deles selvagens, furiosos e solitários, vivendo uma vida arredia.

Eu estava de volta à França, quando conheci uma enorme família de lobisomens, os Loup Garou. Ao contrário dos outros, eles eram organizados, quase civilizados. Os seres humanos ainda eram suas presas, mas para o Loup Garou estes eram apenas de alimentos. Eles evitavam a exposição, sempre se mantinham discretos. Eles sabiam por experiência que o ser humano não deve ser subestimado e que manter residência perto de um grande rebanho era mais fácil do que ter de caçar. Mas o principal objetivo do disfarce era o sigilo, manter-se incógnito era a lei universal. Eu não entendia muito bem, mas isso já era suficiente para mim. Eles me aceitaram, apesar do meu estilo de vida diferente e de minha dieta inusitada, adquirida com o tempo e muito autocontrole.

O líder dos Loup Garou se chamava Jean Vicent Baptista, um visionário jovem lobisomem. Jean Vicent aparentava ter vinte e tantos anos, mas sua postura deixava claro que era o mais antigo da família. Sempre foi muito calmo e frio, mesmo durante as caçadas. Jean Vicent havia criado a maioria dos membros dos Loup Garous. Ele podia ver através das pessoas, era como se ele pudesse ver através de suas almas e assim podia determinar quem tinha potencial para ser seu filho e quem seria o jantar. Ele nunca teve uma companheira e também não via vantagens nisso, mas Jean Vicent nunca estava sozinho. Não que eles quisessem ou pudessem se reproduzir - nossos corpos foram congelados no tempo, perfeitamente saudáveis, mas imutáveis. Segundo Jean Vicent, sua família era uma das poucas que ainda existiam. Certamente um grupo grande como os Loup Garou realmente era algo raro.

A fim de manter a paz, Jean Vicent era quase um ditador. Ele impôs muitas regras e punições severas para aqueles que ousassem desafiá-lo. Mas foi assim que ele conseguiu manter viva uma família tão grande ao longo de séculos. Ele era respeitado e tinha a lealdade de todos. Havia muitas famílias, múltiplos subgrupos nos Loup Garous, organizados em posições e funções. Havia os caçadores, os fornecedores, as sentinelas e também haviam alguns que eram infiltrados - aqueles que se misturam aos humanos para atraí-los e também por motivos de segurança. Eles mantinham residência em uma pequena aldeia perto de Lyon, chamada Leaf, mas faziam visitas freqüentes à cidade grande. Lyon era uma prospera cidade francesa que atraia muitos turistas, conhecida por suas antigas lendas de Lobisomens ou Crianças da Lua, como também éramos conhecidos.

Eu vivi com os Loup por 42 anos e aprendi muito com eles. Havia um médico entre os lobos, Theodore Leaf, ele era um infiltrado. Theodore e eu nos tornamos grandes amigos. A convivência com os humanos havia instigado a curiosidade de Theodore - que era um homem iluminado, sempre procurando aprender e melhorar a si próprio. Ele era gentil e tinha compaixão por todas as formas de vida, acreditava que a medicina lhe daria a chance de conhecer a anatomia humana e assim a si próprio. Foi ele quem me ensinou sobre nossa espécie, todas as lendas sobre a nossa origem, um possível ancestral, como nosso veneno invade e destrói as bases frágeis do corpo humano, transformando os em nós. Secretamente Theodore procurava por um antídoto, uma espécie de soro antiofídico que pudesse reverter o processo de transformação.

Theodore também me contou sobre nossos inimigos naturais, os vampiros. As diversas e eternas guerras entre nossas espécies e a última grande batalha que quase nos extinguiu. Depois desta batalha os lobisomens foram caçados pelo mundo e os poucos que restaram sobreviviam escondidos e incógnitos, como os Loup Garou. Os vampiros, segundo Theodore, eram mais experientes e podiam socializar com os humanos de tantas maneiras que nós só podíamos imaginar. Eles normalmente se reuniam em grupos e aparentemente estavam aqui muito antes de nós, por isso eles tiveram tempo para se aperfeiçoar.

Depois de algum tempo, minha sede por aventuras voltou. Eu já era capaz de me concentrar melhor e tinha aprendido a controlar a transformação. Então eu decidi que estava pronto para continuar minha jornada. Era hora de conhecer o Novo Mundo. E foi assim que cheguei à América.

No inicio morei em Toronto, ensinava biologia em uma escola secundária, camuflado entre os seres humanos. Durante esse período, alguns Loup Garou seguiram meu caminho, obviamente a contragosto de Jean Vicent - que prometeu visitas constantes a fim de se assegurar que mesmo distantes todos nós ainda viveríamos sob suas leis. Alguns lobisomens ficaram aqui no Canadá, alguns escolheram os Estados Unidos, outros foram para a Argentina, Chile e para o Brasil. Senti-me estranhamente bem sabendo que estavam por perto.


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Notas finais do capítulo

  CAPÍTULO BETADO POR PROJECT TEAM BETA!! PTB,
THANKS!
YOU GUYS ARE AWESOME!



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