You've got the Sunrise escrita por Mavelle, Nederland


Capítulo 7
Capítulo 7 - Emma.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas do Nyah!!
Eu resolvi postar um capítulo no meio da semana de provas porque a vida tá difícil e eu não tenho saco pra continuar só nas provas. Eu tinha que escrever alguma coisa, pelo menos.
Então veio esse capítulo, que é realmente especial para mim, pelo simples fato de eu ser apaixonada pelo número 7. Então, aproveitem bem o capítulo.
Beijos da Mabizinha ♡♥♡



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Mais uma vez, logo que cheguei em casa vi minha irmã assustada no canto do quarto. Tomara que dessa vez não seja por causa do Alex. Se for... cara, vai dar namoro nessa budega.

– O que foi, Mia?

– Alextaylortentoumeestuprarnobebedouro. - ela falou rápido, de um jeito que só eu conseguia entender.

– Alex? Tentando te estuprar? Acho que ele pediria se quisesse transar com você. Tenho certeza, na verdade.

Mia ficou mais vermelha de que um pimentão e arregalou seus olhos azuis para mim, claramente confusa.

– O que você quer dizer, Emma?

– Mia, ele gosta de você. Nunca faria algo que te machucasse. E, se ele tentasse qualquer coisa que te machucasse, ele ia ter que se contentar em ter um toco no lugar do pênis.

Mia começou a rir, o que, pelo menos, representava uma melhora. Ou deveria significar.

– Boa, Emma. Cara, foi a melhor piada que você já contou.

Agora eu não estava entendendo mais nada.

– Mia, não é piada. - falei séria.

– Claro que é. Nem em um milhão de anos Alex Taylor gostaria de mim.

Pisquei duas vezes. Porque Mia não gostava de acreditar que um cara poderia gostar dela fora o Ethan?

– Mia, ele gosta de você de verdade. Eu não estou brincando.

Ela arregalou os olhos para mim novamente.

– Ele te disse isso?

– Não.

– Então não é verdade.

– É perceptível, Mia. Ele gosta de você. Dá pra ver o brilho nos olhos quando ele olha para você. - Mia corou, mas não queria acreditar.

– Porque você mente pra aumentar minha auto estima?

– Eu não estou mentindo, Mia. - falei, olhando nos seus olhos e segurando seu antebraço. - Nunca mentiria para você sobre isso.

– Ok, Emma. Eu acredito que você não mentiria para mim sobre isso, mas me solta, por favor. Isso tá parecendo novela mexicana.

– Tudo bem. - soltei-a, porém uma dúvida ainda estava na minha cabeça. Chamei-a. - Mia.

– Hm?

– Porque você não quer aceitar que ele gosta de você?

– Emma... - ela me lançou um olhar preguiçoso digno de quem não queria discutir.

– Sério. - incitei. - Porque você acha que ele não gostaria de você?

– Eu não sou nem de longe o tipo de garota com quem ele fica, Ems. E você sabe bem disso. Não sou popular, extrovertida, burra, loira, magérrima, tetuda... sou só eu.

Ri.

– Sim, mas só você é muita coisa, Mia. Você é inteligente, linda e vai conseguir qualquer coisa que quiser. O homem que quiser. Até o Leonardo DiCaprio e o Ian Somerhalder. Capaz de fazer até o Matt Bomer virar hétero.

Mia riu escandalosamente.

– Emma, por favor, né? Me elogie mas não exagera, criatura.

– Eu não estou brincando. - ela me olhou com uma sobrancelha levantada e uma expressão que dizia "sério?" de modo irônico no rosto. - Só um pouco. Talvez a parte do Matt Bomer seja exagero.

Então ela riu de novo, mas ficou logo séria.

– Porque os caras que a gente quer nunca parecem querer a gente? Ou, se querem, não parece certo que fiquemos juntos? - pude sentir um certo toque de melancolia em sua voz enquanto seus olhos focavam só Deus sabe aonde.

– Mia? Tá tudo certo? - falei, passando a mão na frente do rosto dela. - Alô! - estalei os dedos e ela pareceu meio que acordar de um transe e piscando duas vezes.

– Sim, sim. Porque?

– Sei lá. Por três segundos você pareceu uma possuída.

– Agora eu não posso mais ir na lua por três segundos que já pareço uma possuída?

– No que você pensou?

– Eu pensei que talvez ainda exista um grupo de homens Neandertais escondidos numa floresta virgem em uma ilha por aí. - ela falou, muito séria.

– Sério? - perguntei, quase dando um tapa mental na cara dela. - Essa teoria da conspiração de novo? Já não bastou no ano passado?

Ela riu.

– Na verdade, eu imaginei como alguém como Alex Taylor pode estar gostando de mim.

Bufei. Nem a pau que eu ia repetir aquele discurso motivador.

– Você não é o normal dele. Ele quer sair da zona de conforto. E escolheu você porque é tímida e vai ser um desafio.

Dessa vez, ela assentiu com a cabeça, como se fizesse bem mais sentido. Balancei a cabeça. Ela nunca aceitaria que é linda ou que pode ter qualquer homem aos seus pés.

●●●

A manhã seguinte passou mais rápido do que de costume. Eu tinha um horário vago antes do almoço e resolvi ir para a biblioteca estudar ou algo parecido. Sentei numa mesa e passei por uma situação estranha: eu estava sozinha. Acho que essa era a primeira vez em todo o ensino médio em que eu estava sozinha na escola. Geralmente, haviam pelo menos umas duas ou três pessoas por perto. Fico sentada no meu lugar por, aproximadamente, vinte minutos. E esse é meu recorde.

Do nada, como que brotando do chão, surge um cara. Ele devia estar terminando esse ano. Se não, era um repetente, com certeza. Ou ex-aluno. Não daria menos de 18 anos para ele. Seus cabelos negros caiam um pouco sobre os olhos verdes, mas não deixavam esconder a beleza dos mesmos.

– Oi, linda. Posso sentar aqui? - ele perguntou, já sentando ao meu lado na mesa redonda.

– Hã, tudo bem. - respondi, provavelmente parecendo antissocial pela primeira vez na vida.

– Ora, vamos Emma. Todos sabem que você não é tímida assim. - ele falou passando a mão pelo meu braço. Distanciei meu braço da mão dele, logo que percebi que ele falou meu nome.

– Quem é você e como sabe meu nome?

– Ora, Emma. Você é a ruiva mais famosa desse colégio. - ele falou, olhando em meus olhos, praticamente tentando engoli-los.

– E quem é você?

– E isso importa? - ele pousou a mão sobre minha calça jeans, bem no meu joelho.

Porra. Fudeu, fudeu.

– Sim. Quem é você? - tentei tirar a mão dele de cima do meu, mas ele tinha mais força de que eu e a deixou lá. Na verdade, subiu mais a mão. Agora, ela estava parada em minha coxa.

– Eu sou o que sou.

– Ora, por favor. Pare de tentar dar uma de citador. - levantei bruscamente da cadeira, na esperança de que ele não tentasse me apalpar de novo. Infelizmente, isso não aconteceu. Ele pegou meu pulso com força.

– Aonde pensa que vai, linda? - ele deu um sorriso safado pra mim. Um sorriso que em qualquer outra ocasião provavelmente teria me derretido, mas que, agora, mais parecia o sorriso do diabo.

– Eu tenho certeza de que estou saindo daqui e indo para o lugar mais longe de você que eu encontrar. Talvez pra Marte. - tentei me soltar do aperto que ele exercia no meu pulso, mas não consegui.

– Garota aventureira... gosto de garotas assim na minha cama.

Ele deu uma risada que era, no mínimo, maligna. Enquanto isso, eu engolia em seco e sentia as lágrimas se formando no canto do olho. Não só pelo aperto, mas por tudo. Eu não queria minha primeira vez como um estupro nem com um cara que eu nem sabia quem era. Não queria num armário de zelador. E o que mais ele poderia fazer comigo? Praticamente o que quisesse. Ele era mais forte que eu e conseguiria me carregar facilmente de um lado para o outro. Comecei a pensar nas coisas horríveis que ele poderia fazer e comecei a chorar. Eu não gostava que ninguém me visse chorar, mas eu não ligava.

Ele me puxou pelos corredores da escola até chegar a uma parte que eu não conhecia. Abriu um dos armários de zelador, que já tinha alguém dentro.

– Vaza, seu escroto. - o cara apertou mais o meu pulso, como se apertando-o fizesse a pessoa sair mais rápido de lá.

Olhei por cima do ombro dele para identificar quem estava dentro do armário. Só consegui ver a cabeleira escura e bagunçada e sabia que só podia pertencer a uma pessoa.

Cole.

Não sabia se daria certo ou se Cole conseguiria me livrar do meu "sequestrador", mas solucei. Um soluço alto e nítido, como se minha vida dependesse dele. E talvez dependesse. Para a minha sorte, Cole levantou a cabeça do livro e olhou diretamente para mim. Percebi seus olhos se arregalando por trás dos óculos sem armação. Com certeza, eu estava com a cara toda vermelha.

– Emma? - ele perguntou. - Você está chorando?

– Some daqui, nerdzinho. Ou eu vou acertar contas com você.

Eu estava desesperada, pensando que, talvez, Cole fosse desistir. Que ele fosse me deixar naquela situação. Mas ninguém seria tão horrível assim. Seria? O vi discretamente colocar a mão no bolso de trás e depois de uns poucos segundos tirar. Sua expressão estava impassível.

– Se quiser machucar Emma, independentemente do jeito que for, vai ter que passar por mim.

– Por você? - ele falou debochando e rindo. - Acha que eu terei alguma dificuldade em passar por você, nerdzinho?

– Eu sei que não. - pronto. Me fudi de verdade. Meu "salvador" assumiu que vai perder. - Mas Emma é minha amiga. E se tentar machucar ela, vai ter que passar por mim de qualquer jeito.

Suspirei de alívio. Pelo menos, ele não desistiria tão de cara. Eu ainda podia estar bem no fim do dia. No exato momento em que o cara ia partir pra cima de Cole, a coordenadora chegou, junto com o inspetor e um segurança da escola. Eles fizeram o cara soltar meu pulso e eu finalmente fiquei livre.

– Obrigada por nos avisar, Cole. Esse rapaz já estava assustando as meninas há um bom tempo. - a coordenadora falou, enquanto saía com o cara e com os homens.

– Muito obrigada, Cole. - falei, praticamente me jogando nele para abraçá-lo. Não tardou para que eu sentisse seus braços envolvendo meu corpo que tremia ainda de medo.

– Sempre que precisar, eu estou aqui.

Eu quis começar a chorar em seu ombro, mas fui impedida por uma voz escandalosa que vinha do fundo do corredor.

– Ah, meu Deus do céu, Ems! - Keith chegou correndo até onde eu estava, praticamente empurrando Cole para longe de mim e me abraçando. - Eu estava tão preocupada com você.

Fingi engolir aquela falsidade enquanto um grupo de pessoas se aproximava de mim para ver se eu estava bem e observava a única pessoa que eu queria por perto sair de fininho por trás da multidão.


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Notas finais do capítulo

TCHAUU