A Arma do Olimpo escrita por Ane Caroline


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

*Vou tentar postar um capítulo por dia, ou três por semana no mínimo :3



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Dirigi-me depressa ao refeitório, não queria ter de lavar os pratos. Quando cheguei lá, me deparei com mesas redondas cheias de gente parecidas entre si, me senti no almoço do colégio no ensino médio. Revirei os olhos. Pude ouvir as pessoas cochichando sobre a “não reclamada”, e sobre como o time de Percy vai perder comigo nele, e um blá blá blá de adolescentes irritantes. Percy acenou pra mim, ele estava numa mesa sozinho... É por causa daquele pacto que ele havia me falado mais cedo; segui em direção a mesa de Percy, passando por Annabeth e um monte de cópias da mulher que eu havia visto na nuvem, ela me fuzilava a cada passo.

– Ei Jessie, sente-se aqui ! – convidou-me Percy.

Assenti e sentei-me em frente a ele.

– Vejo que encontrou sua bolsa.

– Ah, sim. Não foi difícil, este lugar não é exatamente um labirinto – ri da minha piada ruim.

– Não mesmo, e olha que de labirintos eu entendo – ele riu. Acho que foi da piada que ele tentou fazer e que eu não entendi.

Sorri de lado só para não ficar feio demais. Olhei e a minha frente havia um copo e um prato vazios. Franzi a testa tentando entender.

– É só pedir – sorriu Percy – O que quiser aparecerá ai.

– Sério? – disse sarcástica.

– Tenta então.

– An... Pizza com anchovas e coca-cola – disse eu incrédula.

E BOOOOOOOOOOOOOOM. Pizza com anchovas e coca-cola surgiram diante de mim. Fiquei sem reação.

Percy riu –É assim com todo mundo.

– Mas como...

– Nem queria saber – ele me interrompeu – Nem queira saber.

– Ok então.

– Agora você pega a melhor parte e joga no fogo.

– Tá brincando né? - ergui uma sobrancelha.

– Não. É uma oferenda aos deuses... Eles gostam do cheiro que tem a comida queimada.

– O.K. – disse eu com tom estranho.

– É sério Jessie – disse-me ele – Vai lá, e ofereça a algum deles.

Olhei para o meu prato, pensei um pouco. Peguei um pedaço da minha pizza e o joguei na fogueira próxima a mesa – Ao cara de camisa havaiana – disse baixinho. Uma brisa estranha surgiu, um pequeno suspiro com cheiro de mar.

– Então Jessie, tenho que ser honesto com você. Nossa bandeira ficará próxima de onde você estiver, você será meio que...

– A isca – completei.

– Isso. Eu... Eu sinto muito Jessie. É apenas uma estratégia, nós estaremos por perto.

– Sem problemas – eu tentei sorrir solidária – Desde que eu não morra. E depois eu não luto tão mal assim.

Ao fundo da sala uma espécie de trombeta tocou. Acho que era o aviso: “que comecem os jogos”, boa parte do pessoal levantou e saiu em direção à floresta.

– Eu queria falar sobre isso também – ele me olhou por cima dos olhos – Onde aprendeu a lutar daquele jeito?

– Instinto eu acho – dei de ombros enquanto comia meu pedaço de pizza.

– Não quero ser grosseiro, mas instinto não te faz lutar assim, eu... Eu... Talvez meio que pudesse ter aberto a sua mochila e visto...

– Você o quê? – o interrompi quase engasgando com a pizza.

– Eu precisava saber se você não era uma ameaça. Eu vi armas e coisas estranhas na sua mochila. Olha, eu não sou um especialista, mas com toda certeza posso dizer que você não é uma caçadora.

O sangue me subiu, ele sabia de coisas demais! Tinha que fazer alguma coisa.

Bati com força na mesa levantando e me inclinando em direção a ele – Nunca, jamais se atreva a pensar que sabe quem eu sou – disse eu ameaçadora.

Percebi que havia chamado atenção demais, algumas mesas ao nosso redor agora estavam em silêncio e nos observando. Sentei-me devagar.

– Desculpe Percy - me tranquilizei.

– Tudo bem – ele sacudiu a cabeça – Eu não deveria ter mexido na sua bolsa.

– Não, an... Sem problemas – tentei reparar – São equipamentos para uma caça especial. Um animal raro. Meu chefe o queria vivo então... Toda tentativa é válida.

– Entendi – assentiu Percy. Pude sentir o alívio em sua voz – Me desculpe mais uma vez. Então, está na hora de irmos... Pronta? – ele tentou sorrir.

– Acho que sim – engoli seco.

Ele se levantou e fez sinal para que eu o seguisse. Coloquei minha mochila nas costas e o segui até uma barraca na entrada da parte de mata fechada no campus; lá estavam Annabeth e dois meninos cópias da mulher da nuvem discutindo debruçados sobre um mapa ( do acampamento eu presumi) , eles estavam todos vestidos com armaduras gregas e espadas na cinta.

. . .

– Finalmente Percy – disse Annabeth um pouco irritada – Anda, se vista que precisamos de você.

– Jessie certo?– disse um dos meninos – Eu sou Heitor Sebastian – ele me sorriu – Filho de Atena. Prazer em conhecê-la “não reclamada”, ouvi dizer que você colocou uma faca no pescoço do Percy, é verdade?

– Sim e sim – tentei sorrir.

– Estou apaixonado – ele sorriu brincalhão.

Eu ri e acho que fiquei vermelha.

– A armadura Heitor – gritou o outro menino de cabelo cor de areia – Não temos muito tempo.

– Ah sim! Jessie, presumimos que você não teria uma armadura então Annabeth pegou uma emprestada pra você, esta no...

– Não precisa – o interrompi – Mal consigo lutar sem armadura, quem dirá com todo esse peso em mim.

– Jessie, você é novata por aqui, mas mesmo assim ninguém vai pegar leve com você.

– Eu não pedi pra pegarem leve comigo – respondi – Só ganharei mais agilidade sem armadura.

– Deixem ela – disse Annabeth– Ela sabe lutar.

– Annabeth, o chalé de Ares vai acabar com essa pobre garota – suplicou Heitor.

– Então acho melhor você estar por perto para me proteger – disse eu num tom engraçado passando por detrás dele para olhar o mapa.

– Ártemis – disse o outro garoto.

– Foi o que nós dissemos – respondeu Percy (a esta altura já devidamente vestido com sua armadura) rindo.

– Jessie, você vai ficar aqui, próxima ao lago, a bandeira estará a 100 metros de você protegida por Heitor e Athos , eles também estarão de olho em você. Os nossos arqueiros já estão posicionados. Temos os melhores corredores do nosso lado que estarão prontos para a investida. Percy e eu estaremos cumprindo o plano 43A. Entendido?

Todos assentiram. Eu não fazia ideia do que era o plano 43A mas tudo bem; em minha opinião? Nossos adversários pegariam nossa bandeira antes ou ao mesmo tempo em que nós. Eu não abriria a boca pra dizer nada, eles tinham “um plano”, o grande 43A.

Trinta segundos e todos já estavam devidamente posicionados. Nossa bandeira e os irmãos de Annabeth quase desapareceram entre a mata, Annabeth e Percy sumiram do outro lado do lago e eu fiquei ali parada as margens do riacho.

Uma hora se passou e nada de extraordinário aconteceu. 2 horas e tudo o que eu ouvia eram alguns passos distantes. Só pra você entender, o riacho onde eu estava era o ponto de chegada, quem chegasse com a bandeira adversária até aquele ponto ganharia. 3 horas e nada de... Retiro o que eu disse. A menina dos olhos de fogo estava correndo em direção à linha de chegada com a nossa bandeira, as minhas costas Annabeth corria com a bandeira adversária. Empate.

O que foi mesmo que eu falei?

As duas chegaram ao mesmo tempo, eu estava de mãos atadas. Quíron... Quer dizer, do tronco pra cima era Quíron e do tronco para baixo um cavalo ( aquela altura do campeonato nada me surpreenderia naquele acampamento) Quíron/meio/cavalo surgiu por detrás das árvores acima do rochedo.

– Temos um empate – disse ele – Agora, cada time escolha o adversário para a morte súbita.

– Escolha a Clarisse Percy – cochichou Annabeth – Ela é vingativa, vai te escolher de volta e você ganhará dela.

– O time azul escolhe Clarisse – gritou Percy.

Todo o time azul ovacionou.

– Ah Jackson perdedor você não sabe o que fez – disse Clarisse furiosa. Era a menina dos olhos de fogo –Venha aqui e me encare. O time vermelho escolhe...

Um menino de cabelos como o de Annabeth a interrompeu e sussurrou algo a ela. Clarisse sorriu tão malignamente que me fez lembrar dos demônios que eu caçara há poucos dias.

– O time vermelho escolhe Jessie, a não reclamada.

O silêncio invadiu o lugar. Como assim? Uma corrente gelada atravessou meu corpo desde o coração até a ponta dos dedos.

– Você não pode fazer isso – gritou Annabeth – Quíron!

– Eles estão no direito querida – respondeu Quíron.

– É melhor desistirmos – disse Heitor limpando o sangue que escorria de sua testa.

– Clarisse vai massacrar Jessie. Melhor desistirmos com dignidade- completou Athos.

– Eu lutarei – finalmente disse.

– Você... NÃO! – disse Heitor.

– Eu quero! Ei, qual o problema? O que de mais grave pode acontecer?

– Ela é filha de Ares – disse Annabeth – o deus da guerra. Acho que não da pra competir.

– Não precisa me ensinar sobre mitologia filha de Atena – disse eu ríspida – Esta batalha já esta certa de perda, então... Que diferença faz se eu lutar ou não?

– A diferença é que você vai ficar menos machucada se não lutar – replicou ela.

– O time azul aceita o desafio – gritei.

Fui ovacionada, o time azul abriu espaço para que eu passasse até a frente, para encarar Clarisse.

– Prepare-se para morrer novata – disse Clarisse passando a língua nos lábios.

– É o que vamos ver – respondi sagaz puxando minha faca da cintura.

– Eu sou Clarisse, filha de Ares! Deus da Guerra menina tola – um sorriso maléfico apareceu no canto dos seus lábios.

– Guerra não quer dizer vitória – retruquei – Eu não tenho medo de você, seu pai não faz sua luta.

– Vai se arrepender de cada palavra – disse ela levantando sua lança – Vou fazer você engolir suas palavras junto com a sua língua.

– Escudos e espadas as nossas gladiadoras – gritou Quíron – Quero uma luta justa!


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