A Arma do Olimpo escrita por Ane Caroline


Capítulo 10
Capítulo 10




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Levantei imediatamente procurando o dono da voz. A adrenalina percorreu-me a espinha e então me pus em posição de luta, puxei a arma da lateral da minha calça e apontei-a em direção a porta. Os joelhos levemente flexionados me davam grandes chances de escapatória se as coisas ficassem mais feias.
Uma, duas, três batidas secas. Caminhei lentamente até a porta, posicionei a arma a minha direita e a abri com a maior cautela possível.
– Jessie! - comprimentou-me Heitor sorrindo.
– Heitor - devolvi o comprimento tensa.
Devo ter empalidecido.
– Ta tudo bem? - disse ele passando a porta.
Jessie Millers - repreendi-me - Você tem uma arma apontada, GUARDE-A.
Coloquei a arma na parte de trás da calça e a cobri com a camiseta larga.
– Jessie? - ele me encarou.
– O quê? - cai na realidade - Ãn... Tá tudo bem sim. Eu só achei que tinha escutado alguma coisa, foi só... Isso.
– Você mente muito mal sabia?
I don't think so!
– Mal? Eu nem minto - ironizei.
– Isso é mentira, então já está mentindo, e mentindo muito mal - ele cruzou os braços como vitorioso.
– Todos os filhos de Atena são convencidos assim ou isso é uma peculiaridade sua? - sorri pra soar provocativo.
Ele riu descruzando os braços. Olhou para o lado como um criminoso que analisa o local antes de cometer um crime, se aproximou e escorou na parede com a mão direita. Nós estávamos tão próximos, eu pudia sentir a sua respiração próxima do meu ouvido e isso arrepiou-me a epiderme.
– Você é linda - ele disse num sussurro - Linda demais.
– E você mente muito mal - tentei imitá-lo.
Ele sorriu por último e seus lábios tocaram os meus.
Foi mágico. A sensação, o sabor... Tudo. Meu corpo explodiu em tantas emoções e pela primeira vez não as controlei, eu não queria controlar.
Sua mão se arrastou ao longo da minha cintura. Tudo tão bom, tão perfeito...
A ARMA NA PARTE DE TRÁS JESSIE, A-AR-MA!!!!!!
Segurei sua mão antes que encontrasse a surpresa na minhas costas. Desviei a cabeça para lateral e o beijo acabou.
– Eu... Eu não... - disse ele tentando se explicar.
– Você não? - perguntei.
Claro que ele não Jessie. Já deu uma olhadinha em você garota? Ele tem a filha de Afrodite, deusa do amor, da beleza... Aquelas coisas que você não tem.
– Sim, quer dizer... Sim. Mas você... - ele me olhou perplexo.
– Talvez estejamos indo rápido - tentei sorrir - Nós temos tempo, não temos?
– Claro, claro. Eu só... - ele passou a mão pela nuca tentando se concertar - Me desculpe.
– Pare de pedir desculpas - o repreendi.
Só depois percebi que fui extremamente rude.
– Certo, me desculpe.
– Heitor! - o encarei com uma das sombrancelhas levantadas.
– Tudo bem, tudo bem. Desc... - ele se interrompeu - Eu... - competou a frase respirando fundo.
Abri os braços em gesto de solidariedade (sim, bem lá no fundo eu sei ser uma pessoa gentil e amorosa). Sem hesitar Heitor me abraçou, senti seu perfume amadeirado e eu adorei!
– Eu não sei porque... Na verdade eu sei... Eu só.... Oi? Pelos deuses o que eu tô falando? - ele começou a ficar todo atrapalhado.
– Ei, tá tudo bem... Sou só eu, não precisa ficar nervoso – sorri do jeito mais doce que pude.
– Só você? É você! Eu nunca... Você me deixa num tal estado que não entendo – ele acariciou meu rosto e sorriu como uma criança –É sério, você tem que me dizer o que se passa com os seus olhos.
– Meus olhos? – respondi – o que têm eles?
– São lindos – ele sorriu e me beijou mais uma vez.
Ah seu beijo! Tão bom, tão envolvente...
Ele colocou a mão por dentro da minha blusa e acariciou-me desde a barriga até encontrar a arma nas costas.
– Você está segura, não vai precisar disso – ele sorriu segurando minha arma.
– Ninguém nunca me desarmou assim – sorri tímida.
– Espero ser o único a te desarmar assim – ele se virou pra colocar a arma em cima da mesinha ao lado do sofá.
– Acredite em mim, ninguém jamais me desarmou assim... E eu adorei – sorri maliciosa.
– Acho que podemos praticar mais vezes – ele sorriu de novo.
Esse garoto vai ser a minha morte.
– A fogueira... Vamos? – ele estendeu a mão para mim.
Eu o encarei por alguns segundos e aí me dei conta, era a vida me dando uma escolha e eu decidi aceita-la.
– Só um segundo, preciso fazer algo – sorri e fui ao meu quarto.
Guardei meu celular e adaga que estava na minha cintura no baú com o resto das minhas tralhas, tranquei-o e o escondi de novo. – Lis Millers está morta – disse a mim mesma – e jamais voltará.


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