Problemas escrita por Jolly Roger


Capítulo 27
Lembranças antigas


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ta muiiiiito Top. Leiam!!!!



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Ethan me puxa para o canto do corredor.

– Tenho uma surpresa para você. - Ele diz sorrindo.

– Se você ficou triste por ter me ignorado esses últimos dias, não esquenta.

– Zoe, eu estava preparando a surpresa.

Uma surpresa que demorava dias pra ser preparada... Agora eu estava curiosa.

– Fala o que é.

– Eu acho que quando é surpresa, você não pode falar.

– Tudo bem, aonde a gente tem que ir?

– Primeiro a gente precisa sair da escola.

– Matar aula?

– É...

– Ah, não. Já estou de castigo e se meu pai descobrir...

– Ele não vai saber. Depois de deixar a gente na escola, ele vai direto pro trabalho e só volta na hora de buscar a gente.

– Uau! Você sabe melhor o horário de trabalho do meu pai do que eu.

– Eu disse que tava preparando as coisas.

– Se eu aceitar matar aula com você, como planeja fugir da escola?

– Da escola da pra entrar na floresta, daí é só seguir pela esquerda que a gente chega na cidade rapidinho.

– O que a gente vai fazer na cidade?

– Eu já disse que é surpresa.

– Certo, eu vou com você.

Chegar até o lado de fora da escola foi fácil, quando se podia ouvir os passos das pessoas há metros de distância não era difícil passar despercebido.

– Como será que os humanos conseguem fugir sem a audição tão aguçada como a nossa? - Ethan pergunta passando pela grade.

– Sorte, talvez. - Respondo e passo pela grade.

– Siga-me se puder. - Ethan diz e sai correndo sumindo entre as árvores.

Corro atrás dele. Wolfbloods podem ser tão previsíveis quanto humanos. Como Ethan havia dito dava para voltar para a cidade seguindo pelo lado esquerdo e quando chegamos todas as pessoas parecem olhar para nós, como se soubessem que estávamos matando aula. É claro que sabiam, estávamos de uniforme e cansados, era óbvio que fugimos da escola. Mas talvez todos já tivessem feito isso pelo menos uma vez.

– Vem, por aqui. - Fala Ethan me puxando para o outro lado.

– Agora você pode me dizer aonde vamos? - Pergunto.

– Posso te dar uma dica: você conhece.

– O Bernie's?

– Não.

– Eu nunca fui junto com você.

– Não ajudou muito...

Quando viramos a rua percebo que estamos perto da casa do Allan.

– Se estiver pensando em ir na casa do Allan, esquece ele esta viajando.

– Eu sei e é por isso que vamos lá.

– Você vai arrombar a porta dele?

– Claro que não, ele me deu a chave.

– Por quê?

– Porque eu pedi, oras. Cada pergunta boba você ta fazendo hoje.

Soco o braço de Ethan.

Paramos em frente a casa do Allan. Ethan pega a chave e abre como se tivesse feito isso dezenas romântico A primeira coisa que percebo de diferente é um pedaço preto de tecido no chão.

– Uma venda?

Ethan concorda e com sua ajuda coloco a venda, sem a visão um cheiro de rosas chama minha atenção.

– Cuidado com o degrau.

Devagar subo as escadas até um dos quartos.

– Posso tirar a venda agora? - Pergunto ansiosa.

– Pode.

Eu nunca pensei que Ethan fosse tão romântico. O chão estava cheio de pétalas de rosas e em cima da cama tinha uma caixa enorme de chocolate com um bilhete.

Você sabe pra que tudo isso? Acho que não, mas hoje faz 6 meses desde que somos oficialmente namorados.

PS: Não são 6 meses de namoro porque ficamos brigados por quase dois meses.

– Nossa! Eu tinha esquecido. - Digo envergonhada com toda a surpresa que Ethan me fez como também por ter esquecido completamente.

Beijo Ethan com todo o meu amor, aqueles beijos que nos derruba e que deixaria todos que olhassem constrangidos. Ethan me derruba na cama e sobe por cima de mim.

– Eu estava pensando em comer o chocolate.

Eu sabia o que Ethan pretendia e também queria tentar, mas estava tão nervosa que arrumei a pior desculpa possível. Sinto os lábios de Ethan formarem um sorriso.

– Tudo bem. - Ele senta no meu lado, pega a caixa e põe do nosso lado. - Eu só conheço quatro tipos de chocolate, mas isso aqui tem dez. Que tal me mostrar qual é o melhor?

Vamos comendo os chocolates, conversando e rindo. Quando a caixa está vazia, fico tensa. Ethan percebe.

– Podemos ir embora se você...

– Não! Eu só quero ir mais devagar.

Ethan faz um gesto de concordância com a cabeça. Tiro a camiseta dele e ele faz o mesmo com a minha.

– Tem certeza que esta tudo bem para você?

Com o nervosismo não consigo falar por isso como resposta o beijo.

***

Toda vez que me lembro do que aconteceu na casa do Allan, tento me lembrar que um dia eu vou rir de tudo, mas esse pensamento não ajuda muito agora. Queria poder dizer que Ethan não colocou o preservativo errado na primeira vez, que a gente não errou nenhuma posição e que eu não ri por causa disso deixando Ethan muito sem graça. Mas não vou mentir, tudo isso realmente aconteceu.

Enquanto desço as escadas vejo que Ethan colocou 180 motivos para me amar: Você me faz ser uma pessoa melhor, Cada dia eu aprendo algo novo, Você me ensinar a amar mesmo quem eu não conheço, Você é linda, etc...

Será que eu conseguiria achar 180 motivos para amar Ethan, alguma vez eu já disse que o amava? Não, tenho certeza que não. Sinto uma vontade imensa de dizer isso a Ethan, mas eu tenho medo. Sim, medo de dizer apenas três palavras.

– Pronta para ir agora? - Ele pergunta.

– Eu... estou pronta. - Eu pensei em dizer, mas não acho que seja o momento certo, se é que existe um momento certo. - Me desculpa por ter rido de você.

– Me desculpe por, você sabe, machucar você...

Sinto meu rosto ficar vermelho de vergonha.

– Vamos mudar de assunto, por favor.

Ethan ri nervoso.

– Certo.

Fecho a porta e vamos andando devagar até a floresta, ainda restavam algumas horas até a hora de ir embora. Sinto alguém puxando meu braço, era Matthew.

– Já te falaram que você é uma péssima mentirosa?

– Sempre falam ao contrario...

– Zoe, quem é ele? - Pergunta Ethan olhando Matthew.

– Sabia que você era ela, é tão parecida com sua mãe.

Matthew tira outra foto do bolso, mas dessa vez é da minha mãe, ela parecia ter uns dezesseis anos. Quase a idade que tenho agora e realmente era impossível não ver a semelhança, o mesmo nariz e a mesma boca.

Tiro a foto da mão dele com força, eu não tinha nenhuma foto da minha mãe, as únicas que eu tinha estavam no IPod, mas agora ele quebrou. Eu tinha mais direito de ficar com a foto do que ele.

– Eu quero essa foto.

– Tudo bem, meu pai tinha dezenas iguais a essa.

– Eu quero todas. Eu preciso delas. - Digo olhando diretamente nos olhos de Matthew. Ele deveria ter a mesma idade que Noah.

Sinto a mão de Ethan segurando a minha.

– Você não respondeu a minha pergunta. - Ele fala.

– O meu pai matou a mãe dela. - Diz Matthew e parece perceber pela primeira vez que estamos de uniforme. - Não deveriam estar na escola?

Concordamos com a cabeça.

– Passa em casa, lá a gente conversa melhor. - Digo.

– Ok.

Me viro e vou correndo pra floresta, ouço Ethan vindo atrás de mim. Quando as arvores me escondem sento no chão e olho a foto da minha mãe de novo.


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