- Lilly! Lilly, acorda. – Abri um pouco os olhos e vi Jeremy dando leve tapinhas no meu rosto. E de repente, um jato d’água caiu em minha cabeça.
- AAH! O que foi isso, seu louco? – Eu perguntei.
- Você não acordava, foi a única coisa que eu pude fazer.
Então eu olhei para ele e comecei a dar um ataque de risos, ele não entendeu, mas riu junto.
- Eu desmaiei? Por que? – Eu perguntei, ainda rindo.
- Sei lá, você olhou pra mim e desmaiou.
- Ah, me lembrei agora. V-você me b-beijou. Você me beijou! – Eu disse e dei um tapa na cara dele.
- Ai! – Ele disse, esfregando o rosto. - Ué, você não gostou? Eu beijo mal?
- É... Não, você não beija mal. Mas quantas vezes eu tenho que dizer que somos só amigos?
- Lilly, foi só um beijo, fica calma.
- É verdade. Foi só um beijo. Calma, Lilly, fica tranqüila. – Eu disse para mim mesma. – Bom, acho melhor a gente voltar para casa. Você pode até fazer um lanche lá comigo.
- Sério?
- Sério. Depois do que passei, preciso da sua ajuda. – Eu disse, me levantando. Puxei Jeremy e fomos para a minha casa.
Quando cheguei lá, estranhei o silêncio na casa. Será que minha mãe ainda não tinha chegado? Já eram 14:45! E Sue, onde deveria estar? Subi para o meu quarto e ao abrir a porta, eu e Jeremy nos deparamos com uma cena nada agradável.
Sue estava só de lingerie em sua cama e Joe estava em cima dela, sem camisa.
- SUSAN NICHOLE TYLER! O que você pensa que está fazendo? – Eu gritei.
Ela se assustou, empurrando Joe que acabou caindo da cama e se levantou.
- L-Lilly? O que você ta fazendo aqui? Pensei que estava namorando com Jeremy. – Ela perguntou, mudando de roupa. Eu tapava os olhos de Jeremy com as mãos. Apesar de ele com certeza já ter visto isso, eu não queria que ele visse minha irmã assim.
- Eu não estava namorando com ninguém. Eu e Jeremy estávamos só conversando. – Menti. – Ao contrário de você e Joe, né?
Ela já havia mudado de roupa e eu destapei os olhos de Jeremy.
- Cara, Lilly. Todo mundo faz isso.
- É, todo mundo faz. Mas não a minha irmã de 14 anos! – Eu gritei.
- Cara, a culpa não é minha se você tem 16 anos e ainda é virgem. – Ela disse, me deixando boquiaberta e super corada. Joe de repente teve um ataque de risos.
- Cala a boca, Joe! Isso não é hora de rir. E, afinal... A Lilly não é mais virgem. – Jeremy disse.
- COMO É QUE É? – Eu, Lilly e Joe dissemos em uníssono.
- Bom, é uma longa história. É melhor você sentar, Lilly. – Jeremy disse. Eu o obedeci e sentei em minha cama. – Ano passado teve a festa de aniversário do Daniel Woods, não teve? Bom, havia muitas bebidas lá. Eu e Lilly acabamos ficando bastante bêbados e... Dormimos juntos. Quando eu acordei, percebendo a besteira que tinha feito, fui embora e deixei a Lilly pensando que ainda era virgem.
Após a explicação, eu estava boquiaberta. Não acreditava que havia dormido com o meu melhor amigo. Eu não conseguia dizer nada, mas Joe e Sue começaram a rir.
- Cara! Eu sabia que vocês tiveram alguma coisa! Meu Deus, a Lilly não é tão santa assim! Uhh! Vou espalhar! – Disse Joe, correndo para fora do quarto. Jeremy foi correndo atrás dele gritando para não contar para ninguém.
Depois que Jeremy o fez jurar que não ia contar, ficou um silêncio assustador dentro do quarto. Ao perceber o quanto eu estava assustada, Jeremy veio correndo.
- Lilly, você ta bem? Cara, no que você ta pensando? Fala comigo! – Ele gritava. Eu não conseguia dizer nada, só olhar para ele. – A Lilly ta ficando branca! Joe! Pega uma água pra ela!
Segundos depois, Joe já estava de volta com um copo d’água e eu mal conseguia bebê-lo de tanto que tremia.
- Cara, pra que isso tudo? Você dormiu com o meu irmão, e daí? – Perguntou Joe.
- Cala a boca, seu animal! – Pediu Jeremy, enquanto me abanava.
- Não, gente. E-eu to bem. – Eu disse, devolvendo o copo d’água. – Foi só um susto.
De repente, ouvimos a porta de casa bater e nossa mãe gritar:
- Meninas? Cheguei! O que estão fazendo?
Imediatamente, eu abri a janela e os garotos começaram a sair por ela e caminhar na árvore entre nossas casas, para chegar ao seu quarto.
Sue pegou o celular, fingindo que estava vendo mensagens e eu peguei um livro e me joguei na cama, fingindo que estava lendo.
Então, nossa mãe entrou.
- Hum... Vejo que estão respeitando o castigo. Muito bem. Se continuarem assim, eu diminuo o prazo. – Ela disse. – Eu saí 12:00 de casa e vocês ainda estavam dormindo, então não quis fazer barulho.
- Ok. – Eu disse, vendo ela fechar a porta. Eu fiquei com muita pena da minha mãe. Como ela pôde acreditar que nós éramos travesseiros embaixo de edredons?
Então, tocou a campainha.
- Lilly! Tem uma... Er, um garoto querendo falar com você! – Ela gritou do primeiro andar. Com sua dúvida no sexo da pessoa imaginei logo quem seria.
Quando cheguei na sala:
- Oi Lilly. – Disse Brian, chorando.
- O que foi, criatura? – Eu perguntei.
- Posso passar o dia com você? Meus pais tão viajando e eu não quero ficar naquela mansão sozinho. – Ele disse. Eu afirmei, o levando para o quarto.
- AHH! O que essa bicha ta fazendo no meu quarto? – Gritou Sue, quando viu Brian.
- Calma, mona. Eu só preciso de um abraço. – Brian disse, me abraçando pela cintura.
- Da pra você me explicar o que aconteceu? – Eu perguntei.
- Ah, foi horrível. Primeiro, vocês me deixam sozinho naquela festa e sem ter como voltar. – Ele disse.
- Shh! Fala baixo, minha mãe não sabe que fomos nessa festa! – Disse Sue.
- Ah, claro. Então, eu acordei do lado de 2 bofes maravilhosos, mas quando eles acordaram, me bateram. E eu fiquei toda machucadinha. – Ele/ela disse, choramingando. – Aí, como eu estava sem dinheiro, tive que vir até aqui A PÉ! E essas botas estão me matando. Então, vocês me devem uma.
- Eu não vou dever nada pra esse louco, não! – Disse Sue.
- O que você quer? – Eu perguntei.
- Uma coisa muito simples, quero que vocês vão a um jantar de gala na minha mansão, para meus pais conhecerem meus novos amiguinhos. – Ele disse batendo palmas e pulando.
- Bom, conhecer a mansão deve ser legal. – Eu disse para Sue.
- Eu não sei... Vai que esse louco nos tranca em um quarto e nos tortura até a morte? – Perguntou Sue.
- Meu amoor, claro que eu não faço isso. Sou uma bicha digna. E não sujo minhas mãos com sangue. É uó! – Brian disse.
- Peraí, deixa eu ver se entendi direito. A gente vai ter que ir em um jantar de gala na mansão? – Perguntou Jeremy aparecendo em meu quarto do nada com Joe ao seu lado.
- Ah! Que perfect! Festinha no quarto das Tyler! Uhu! – Gritou a bicha, pulando.
- Cala a boca, idiota. – Disse Sue, tacando um travesseiro nele.
- Peraí, a casa de vocês é ali do lado? Ai, que MARA! Vocês são meninas de sorte, podem ficar com os bofes o tempo todo. – Ele disse e todos rimos.
No dia seguinte, todos me olhavam na escola.
Na hora do intervalo, fui correndo perguntar a Sue o porque dos olhares.
- É tão óbvio. Estão te olhando porque você ficou com Daniel. – Ela me respondeu.
Eu fui correndo atrás de Danny e, quando o encontrei, disse:
- Preciso conversar com você. – E o puxei para um canto vazio.
- O que? Não está feliz com as conseqüências? – Ele perguntou.
- Olha, Danny. Eu não quero ser que nem essas garotas que você usa e joga fora.
- E você acha que eu vou ficar com você? Ora, Lilly. Veja pelo lado bom, o povo te venera agora.
- Obrigada, mas eu prefiro ficar com meus amigos e voltar à ser a antiga Lilly. – Eu disse.
- Ok, você que decide. – Ele falou e voltou a sua mesa.
O resto da semana foi igual às outras. As pessoas pararam de me olhar, pois não gostaram da minha resposta àquela atitude.