No dia seguinte, a aula foi normal como sempre. Depois da aula, marcamos de ensaiar na garagem dos Humphrey e de tanto Brian insistir, convidamos ele.
Primeiro, fizemos um cover de Lies da banda McFly. Brian gritava como se fosse fã número um da Jump. Revirei os olhos.
Depois tocamos algumas músicas que eu e Jeremy compomos.
- Acho que por hoje está bom. – Eu falei.
- UHUUUUUUUUUUUUUUU. – Gritava Brian, enquanto pulava e batia palmas.
- Não precisa de tanto escândalo, criatura. – Disse Jeremy.
- Ah, desculpe. Mas, é que vocês são realmente bons. – Ele sorriu.
- Ah, brigada. – Sue agradeceu.
- É, verdade! Vocês tocam muito bem! Pra uma banda de garagem... Nunca vi coisa igual. – Disse Brian.
- Ai, não precisa exagerar. – Criticou Joe.
- Ué? Você não gosta de receber elogios? – Perguntou Brian.
- Afe, não liga. Ele é assim mesmo. – Eu disse.

Na terça-feira, depois da aula, eu fiquei ouvindo música no meu iPod deitada na minha cama e Sue foi namorar Joe um pouco.
Depois de meia hora, Sue voltou para o quarto, irritada.
- O que foi agora? – Perguntei.
- Joe não estava no quarto e a página do MSN dele estava aberta. E nela tinha uma tal de Natalie. Ela dizia que estava com muitas saudades daquela “boca deliciosa”. Então, ele chegou. Eu me irritei e perguntei quem era ela. Ele disse que era uma ex-namorada. Mas, eu não gostei de tanta intimidade. Resumindo: A gente brigou feio. – Ela respondeu, cabisbaixa.
- Nossa. Mas, eu tenho certeza que vai ficar tudo bem entre vocês. – Eu disse, para acalmá-la.
- Se eu fosse você não teria tanta certeza assim. – Ela deitou na cama.
Eu fiquei com medo do jeito que ela falou sinistramente.
Na quinta-feira, Sue ainda estava brigada com Joe. Porém, ele nem se importou em pedir desculpas, coisa que um namorado digno devia fazer.
Eu estava conversando com Jeremy pelo laptop porque estava com preguiça de ir até a janela. Ele riu de mim. Estava com vontade de ficar ao seu lado e abraçá-lo, não sei porque. Sue havia ido passear no parque com Brian.
De repente, ela entrou correndo no quarto e se jogou na cama. Logo me assustei. Então, ouvi os soluços vindo dela.
Corri para ajudá-la.
- Meu Deus! O que houve? – Perguntei. Ela chorava sem parar.
- Foi... Horrível! – Ela gritou.
- Meu Deus, querida... – Brian lamentou, entrando do nada. Então, se justificou. – Desculpe, ela deixou a porta aberta e a mãe de vocês não está aí...
- É, ela está trabalhando. – Respondi. – Mas, da pra me contar o que aconteceu?
- Bom, estávamos caminhando... – Começou Brian, mas foi interrompido por uma Sue tão triste que cortava o coração:
- Não, deixa que eu explico. – Ela pediu e depois começou: - Estávamos andando no parque, quando vi Joe...
Ela parou para se acalmar e acabou chorando mais.
- Beijando outra garota! – Ela gritou e depois me abraçou. Acabou encharcando minha camiseta.
Como Joe pôde ter feito aquilo com a minha irmã?? Eu pensava que ele gostava dela tanto quanto ela gosta dela. Mas, pelo visto eu estava enganada. Ele era só um pequeno garoto metido a garanhão. Era impressionante a diferença entre ele e o irmão. Jeremy era um doce de pessoa, aposto que nunca faria isso com ninguém.
Eu não agüentei e a raiva tomou conta do meu corpo. Ninguém pode machucar o coração da minha irmãzinha!
- Brian, segure ela para mim. – Eu botei Sue para chorar no ombro de Brian e abri a janela.
- O que vai fazer? – Perguntou.
- Resolver umas coisas. – Disse e fui para a árvore entre nossas janelas. Como a janela deles estava fechada, bati nela com força.
- Lilly! – Jeremy me cumprimentou. Eu passei por ele correndo e fui até Joe no computador.
- Como você pôde fazer aquilo? – Dei-lhe um tapa no ombro.
- O que? Lilly, o que f... – Ele ia perguntar, mas o interrompi com um tapa na cara.
- Você acha que tem o direito de machucar o coração da minha irmã? Pois, eu vou te dizer que não tem! – Eu gritei.
- Mas... O que foi que ele fez? – Jeremy perguntou.
- Sue viu ele beijando outra garota! – Contei.
- O que? – Jeremy não acreditou.
- É isso mesmo! Seu idiota! – Dei um soco na cara de Joe, furiosa.
Jeremy me segurou pelas costas e eu comecei a chutar as pernas de Joe. Jeremy me afastou e me segurou pelos ombros.
- Calma, Lilly! – Ele gritou.
- Me acalmar? Não da para me acalmar! Não é você que tem que ver sua irmãzinha chorar desesperadamente! – Eu não parava de gritar.
Virei para Joe e disse:
- Ela só tem 14 anos! E é apaixonada por você! Como pôde fazer isso com ela?
Ele se sentou e ficou olhando para o chão. Jeremy me sentou em sua cama e ficou me acariciando, tentando me acalmar. Mesmo com toda a fúria, as carícias de Jeremy me arrepiavam.
Depois de Jeremy me dar um copo d’água e eu finalmente me acalmar, encostei minha cabeça no ombro dele e falei:
- Não quero ver minha irmã sofrer, Jeremy.
- Eu entendo. – Ele disse.
- Eu... Eu pensei que tínhamos terminado depois daquela briga! – Gritou Joe, que aparentava estar furioso. – Por isso beijei aquela garota.
- Você tem que entender que brigas não significam o fim de um namoro. – Eu disse.
- Lilly. Vá para casa, acalme sua irmã. Vai ficar tudo bem. Me deixe conversar com Joe. – Jeremy falou. Ele me deu um beijo na bochecha e um abraço.
Então, fui para meu quarto pela janela.