Alice e James estavam sentados na estufa 4 na espera do professor enquanto jogavam “O melhor beijo de todos”, outro jogo para se provocarem, eles tinham que dizer em quem eles tinham dado seu melhor beijo, tinha só um problema, a cada pessoa que eles diziam o outro corava, corava de raiva e ciúme.

– Boa tarde alunos, bem hoje que tal um trabalho em duplas hein? – Uma reclamação geral com a sugestão do professor Neville. – Vamos lá estou sendo bonzinho com vocês, vão ser apenas três rolos de pergaminho para daqui um mês, mas se preferirem fazerem sozinh...

– NÃO! – A turma bradou antes mesmo de o professor terminar de falar, e com uma risada típica de professor, deu as instruções para o tal trabalho, James e Alice tinha que admitir o trabalho não era lá tão difícil era apenas longo.

Combinaram desta vez no Salão Comunal da Sonserina, já que das ultimas três vezes haviam feito no Salão da Grifinória, James não gostou da ideia, achava aquele lugar sombrio, e frio, sentiria uma infelicidade lá dentro se não fosse com Alice.

– Mas lá é tão frio e triste, me deixa cabisbaixo. – Reclamou o moreno pela décima quarta vez, ambos estavam sozinhos em um banco perdido no Jardim da escola discutindo – mais uma vez – onde eles fariam o tal trabalho.

– Ai James deixa de drama eu moro lá e você não me vê reclamando, e nem é tão ruim assim, eu gosto. – Retrucou a garota que agora estava dividindo uma varinha de alcaçuz com James, embora ele tenha ficado com a parte maior.

– Você diz isso porque esta acostumada mora lá há quatro anos, eu vou lá de vez em quando para fazer trabalhos – contrariado – e ou pedir tarefa que eu não fiz e estou com preguiça de fazer. – Disse o menino terminando seu doce, Alice já cansada da discussão revirando os olhos cada vez que James reclamava de seu dormitório.

– Se tem tanto medo leve Corvus garanto que ele lhe dará mais segurança. – Isso fez James corar até a última ponta do fio do cabelo, ele sabia que Alice, porém não gostava quando ela tocava no assunto, era humilhante demais para ele. –Me desculpe não quis dizer isso.

– Tudo bem, eu sei que é ridículo, pensa um menino de 14 anos que ainda dorme com o bichinho de pelúcia. – James debochou de si mesmo, isso era uma coisa que muitos deveriam invejar ele sabia rir de si mesmo.

– Ai eu sou muito estúpida mesmo, claro que não todos temos um segredo e o seu é ele, mas não ligue ninguém nunca vai descobrir. Quer dizer eu sou a única que sei, não? – O menino assentiu.

– Meu irmão também sabia ate eu lançar um “Obliviate” nele quando aprendemos o feitiço ano passado. – A garota riu, gostava de estar com James nessas horas eles se esqueciam das apostas ou pelo menos pensavam em desistir. – Vamos fazer assim, quando eu descobrir meu novo Corvus, eu vou dar ele para você. – Ela levantou uma sobrancelha.

– Seu novo Corvus? -A indagou confusa.

– É tipo, um dia eu não vou precisar dormir mais com ele, porque eu vou achar outro alguém para dormir comigo. – A menina exclamou entendendo o que ele havia dito.

– Então quando você arranjar uma namorada –fixa – e dormir com ela, você não precisará mais de Corvus?

– É o que eu pretendo, eu já pensei que guardar ele comigo, mas não faz sentido e eu sei que você gosta dele, então vou da-lo para você.

– Obrigada James, mas eu acho que eu vou ter que esperar bem mais não é, quer dizer que menina seria louca o suficiente para dormir com você? – Ela perguntou rindo da cara que o menino fez, entretanto ele entrou na brincadeira.

– Olha quem fala, se eu não vou ter ninguém o que te faz pensar que você terá uma fila de caras atrás de você.

– Amor você já olhou para mim? – James assentiu. – Então sabe do que estou falando. – Alice confirmou convencida, logo o moreno teve uma ideia brilhante, mas não podia demonstrar ou não daria certo.

– Vem vamos dar uma volta quero te mostrar uma coisa. – Tocou no ponto fraco da castanha, curiosidade. Ela queria saber sobre tudo, toda hora, desvendar um mistério era com ele mesmo, e James sabia disso.

Ela o seguiu até uma plataforma perto do Lago e James disse que tinha uma coisa lá embaixo que ele ia pedir para buscarem para ele a mostrar, ambos se debruçaram na ponta na plataforma muito pertinho do Lago, o garoto sabia que ia junto, mas por ele sem problema.

– Então o que é? – E o fitou, o menino retribuiu o olhar e abriu a boca para responder colocando a mão disfarçadamente no pulso da menina para poder empurrá-la.

– A sua humildade! – Exclamou quando a empurrou e como previsto ele foi junto e em menos de dois segundos sentiu sua roupa se encharcar, seus óculos molharem e sua capa grudar em seu corpo.

Subindo de volta a superfície não achou Alice, e começou a se preocupar a menina tinha lhe dito que era asmática e não que não sabia nadar, e naquela hora se sentiu um idiota, mas por pouquíssimo tempo, pois a menina havia pulado ao seu lado fazendo-o levar outro banho de água gelada.

Logo percebeu o que a menina havia feito, usou algum tipo de feitiço para subir mais rápido que ele e se vingar.

– Alice Parvati Longbottom, ficou louca? – A garota riu agora já estavam de volta à plataforma, ambos molhados e fungando, estava um pouco frio.

– Vingança James Sirius Potter. – E se secou com um toque de sua varinha, e logo após fez o mesmo em James que esquecera sua varinha no quarto após o termino das suas aulas, quer dizer as que ele compareceu, pois matara as últimas três aulas com Alice. – E é Longbottom, Potter.

– Um ótimo nome, mas infelizmente só depois do casamento. – O debochou para a menina que já se dirigia ao castelo, mas deu meia volta.

– Não brinque comigo Potter, você sabe o que eu quis dizer. – Ela também entrara na brincadeira.

– Ai Alice já somos amigos há bastante tempo para ficarmos nos chamando pelo sobrenome não achas? – Perguntou o menino com um tom obvio na voz, isso irritava profundamente a castanha.

– Eu não acho nada JAMES. – Frisando bem o James meio que bufou e bateu o pé.

– Mas e aquela coisa toda de “melhores amigos”? Lembra, foi você que disse na primeira semana do primeiro ano, porém, todavia, entretanto é obvio que naquela época você era... – Ele mal terminou de completar a sentença e Alice já olhava para ele como se fosse o matar.

– Era o que James?

– Linda, perfeita, cof cof, santa, cof cof. – Fingiu tossir e começou a rir na frente de uma menina irritadíssima.

– Ei eu ainda sou santa, não é porque agora eu não sou mais BV ou BVL, que deixei de ser santa, sou bem melhor que muitas por ai, por exemplo, a Tina Parkisson, sabe aquela menina, seu primeiro beijo, juro que senti nojo quando o vi a beijando.

– Só sentiu nojo porque queria estar no lugar dela, sentiu ciúmes isso sim.

– Ciúmes? De você com a putinha Parkisson? Sonha Potter. – Riu com desgosto. – Eu só achava que você tinha gosto melhor, agora pela vida inteira você vai ter que dizer que seu primeiro beijo foi com Tina Parkisson.

– Como se você fosse muito melhor não é? Bob Wood? Sério, esse sim eu senti nojo de ver você beijando, o menino era mais velho e nojento...

– Ficou com ciúmes porque dei meu primeiro beijo antes de você.

– Não claro que não de onde você tirou isso. – Ela apenas apontou para sua própria testa. – O que tem a minha testa? – Perguntou ele confuso com a situação.

– Está escrito na sua testa com tinta permanente e florescente. – Ambos riram bastante com o último comentário, quem visse de longe parecia que eles iam se matar, mas eles estavam debochando um da cara do outro mesmo, como amigos.

– Nossa olha a hora vamos voltar, vem você senta-se à mesa da Sonserina hoje. – A amiga falou o puxando da plataforma e desta vez eles passaram bem longe de lá vai que as “brincadeiras” passem do limite de novo, não é?

E de braços dados e brincando com as pernas eles seguiram caminho para o Salão Principal, que quando entraram ninguém nem ao menos se deu o trabalho de olhar para a porta já estavam acostumados com as maluquices diárias do “casal”.