Na manhã seguinte antes de qualquer pessoa, animal ou vegetal acordar os dois já tinham colocado a conversa em dia, rindo e gargalhando eles tentaram fingir que nada de mais tinha acontecido, isso era uma tarefa difícil...

– Então o grande James Potter sentiu minha falta? – Ela perguntou comprando outra carta do baralho de um jogo que James ainda estava tentando entender como se jogava.

– Sim Alice Longbottom, eu senti muito a sua falta, juro que não deixo mais nada acontecer com você. – Ela riu concordando.

– Só pelo fato de você estar acordado às sete da manhã de um sábado eu acredito.

– Ei assim você magoa o Jayjay, poxa eu que fiquei acordado até tarde todas as noites para te fazer companhia e você ainda me esculacha desse jeito. – E fez carinha de mau, como uma criança de cinco anos que quer algo.

– Ai Potter sua mentalidade é de uma criança de cinco anos... – Ela lamentou abaixando a cabeça e colocando as mãos no rosto.

– Sério, não era isso que você achava há três anos não é mesmo? - Ele falava de forma lenta, rouca e na opinião de Alice sexy demais, eles foram se aproximando de novo, e de novo estavam prestes a se beijar e alguém pigarreia da soleira da porta, Neville e Parvati Longbottom... Os pais de Alice.

– Bem nós pensamos em visitar a nossa filha em coma, mas parece que ela já acordou e bem... Já está acompanhada, voltamos depois. – A mãe da menina já ia dar meia volta e então para o desespero de James a garota os chama de volta, e com eles vem seu irmão, Frank, os pais de James, a diretora, a enfermeira, e os seus amigos, então a privacidade que eles tinham se foi rápido e diretamente.

Ele ficara meio incomodado com Neville lhe lançando olhares furiosos, com seus pais lhe fazendo um enorme interrogatório sobre o que acontecera em certo ponto a enfermeira colocou todos para fora para poder examinar a “criança” com mais calma, muitos ali presentes contrariados saíram.

Os pais da menina depois de se despedirem voltaram para a casa junto com Frank, logo seguidos dos seus próprios pais e a diretora, deixando James, Dana, Louis, Bernardo, Fred e Dominique sozinhos do lado de fora da enfermaria.

– Então como foi? Quando ela acordou? – Perguntou Louis preocupado com o primo e de repente todos viraram a cabeça para ele.

– Foi muito bom, eu não queria sair mais de perto dela, ainda não pude dizer tudo, tudo que queria, mas eu vou dizer.

– Eu quero muito vê-la acordada, Tiffany vai passar aqui mais tarde, ela não é mais tão amiga nossa assim, porém ficou bem mal quando ouviu sobre o acidente. – Disse Dana apressada.

– Tão amiga que vinha aqui todo dia. – Ironizou Dominique que não gostava da menina.

– Amor não precisa dizer isso, para né? - Fred deu uma bronca em Dominique que como sempre estava se segurando para não dizer poucas e boas para a antiga amiga.

Para a felicidade de Dominique Tiffany não apareceu, então assim que a enfermeira liberou todos entraram para ver Alice, que estava bem melhor do que na noite anterior, James queria gritar, espernear e chutar todos eles para fora dali, contudo uma briga logo após que a morena acorda não seria a melhor ideia.

De noite eles voltaram para o Salão, onde comeram mais felizes, refletindo sobre tudo que já passaram coisas que adolescentes de 14 geralmente não passam, a saudade de uma amiga que não vai voltar, a duvida se outras voltarão e a tristeza de ter chances de ter que dizer adeus, porque isso nunca é fácil e nunca será...

Pessoas são memórias, e Lice era a melhor memória de James, ela a base da vida dele, de um jeito a infância dele, o começo da adolescência, e uma futura vida adulta, que segundo ela nunca chegaria para ele, pois mais infantil que ele ninguém.

Após o jantar Alice Longbotton foi liberada para seu quarto, sem ninguém saber apenas Dana sua colega de quarto, ela queria fazer uma surpresa James, uma grande surpresa.

– O dia seguinte –

Aulas, aulas e aulas, a pequena havia sentido falta de tudo isso, e qual seria a primeira aula... Poções, com a Grifinória e seu parceiro o Sr. James Potter...

Animada Alice foi saltitando para a classe, se sentou em sua carteira e ficou aguardando, de tão ansiosa nem tomará café, quando o sinal tocou ela pegou um livro como se nada tivesse acontecido e fingiu folhea-lo.

Quando James entrou na sala quase teve um treco, piripaque, um AVC ou qualquer coisa que você queira chamar, ele começou a dizer que ela deveria estar na cama da Ala Hospitalar e não brincar de mestre das Poções. Ela olhou para ele e perguntou:

– Já acabou? Por que eu estou querendo aprender aqui. – E balançou o livro, mais um tempo sem ele entender nem um vírgula, ela saiu de seu lugar como um pomo de ouro em um jogo e pulou no colo dele, inalando aquele cheiro cítrico de laranjas e menta que tanto sentia falta.

James a puxou sem hesitar um segundo e a beijou com paixão, como se o mundo fosse acabar e ele fosse a perder de novo, e ele não suportava essa ideia, o cheiro de lavanda de seus cabelos, e o gosto de morango de seus lábios eram o seu paraíso, algo que não poderia acabar mesmo que algum professor entrasse e tentasse interromper.

Aquele momento foi cheio de aplausos, assovios, gritos e falatórios, porém para os dois foi um momento de silêncio que queiram que durasse para sempre, mas como manda o ditado, tudo que bom acaba, e acabou.

Seus odores misturados, como um perfume doce e eficaz, perfeitamente mesclados, seus rostos corados como pimenta, e seus olhos fixados uns nos outros, até que a audição voltou, e eles ouviram todos os barulhos que não ouviam antes, inclusive um professor presente na sala, quase os expulsando de lá...