Unintentionally (HIATUS) escrita por Mika Martins
– Ka você sabe que eu não posso. - Cobra se levanta e passa de leve a mão nos cabelos loiros da menina.
– E por que não? - ela o puxa.
– Do que está falando? - ele fica confuso.
– Quero que cuide de mim. - ele arqueia as sobrancelhas.
– Eu estou cuidando, mas cuidarei até aqui. Tenho que ir agora.
– Tudo bem. - ela limpa as lágrimas.
– Tchau Ka, fica bem.
– Vou tentar.
Cobra sai do quarto de Karina e a deixa na cama sozinha olhado para o fundo dele. Ele fecha a porta e sai do apartamento dela em direção as escadas do segundo andar onde encontra Gael subindo-as. Eles apenas se cumprimentam e o amigo da garota continua descendo até chegar ao térreo. Cobrelou atravessa a rua e vai direto ao QG onde começa a espancar o saco de pancadas tentando aliviar o estresse com a amiga e eliminar aquela conversa confusa.
– Karina? - Gael bate na porta do quarto da filha.
– Entra pai. - ela senta na cama limpando as lágrimas.
– Ô filha, sinto tanto pelo que aconteceu não queria que fosse assim.
– E você acha que eu queria? - ela se levanta furiosa.
– Claro que não.
– Então, por que eles fizeram isso pai? Por que? Ainda mais...comigo. - ela volta a chorar e Gael abraça a filha.
– Não sei minha filha, mas eles vão ter de se explicar.
– Explicar? - ela se solta. - Eu quero eles bem longe de mim pai, bem longe.
– Karina, deixe pelo menos eles falarem o que aconteceu.
– Não pai, eu não quero. Já basta o que eu passei.
– Tudo bem, tudo bem. - ele abraça a filha de novo. - Descanse antes que outra coisa te aconteça.
– Tá. - ele a solta e ela deita na cama.
Karina volta a deitar na cama, mas quando o pai sai de seu quarto ela se levanta e vai até a varanda ver se Cobra ainda estava por ali, mas não estava a sua visão. Ainda ficou um tempo apreciando a brisa quando Pedro, seu ex-namorado passou em frente a sua janela. Ele a olha e a garota apenas respira fundo e bufa, com medo de fazer algo ou começar a despencar de chorar outra vez.
– Desculpa Ka, eu te amo. - ele apenas mexe a boca para que ela entendesse.
– Eu te odeio. - ela grita. - Eu te odeio. - ela entra para o quarto e bate a porta da varanda. - Eu te odeio. - ela repete e chora.
– Filha? O que foi? - Gael entra correndo no quarto da filha.
– Nada pai, era só um idiota passando. Só isso.
– Ah, sei. Tá tudo bem Karina, tudo bem.
Gael sai do quarto de novo e desce até a rua para falar com Pedro.
– Capiroto, qual é a sua? Olha o que você fez. - ele chega autoritário.
– Eu sei Gael, mas eu amo a sua filha. - ele fala nervoso. - Eu amo a Karina. - ele grita.
Karina vendo a discussão no andar de baixo resolve descer também as escadas para dar a sua opinião sobre o que estava acontecendo e Cobra que estava socando o saco de pancadas decidiu observar o que se passava de longe, mas quando viu a amiga descer prestes a fazer algo com Pedro ele corre até ela, porém Gael é mais rápido e contém a filha.
– Ama nada, você é um mentiroso. - ela grita nos braços do pai.
– Karina, eu te amo. Desculpa.
– Desculpa nada, você sabe que eu odeio mentira. Você me traiu pelas costas. - lágrimas escorrem dos olhos claros de Karina.
– Não, não foi isso.
– Ah não? E o que foi então?
– No começo foi de bobeira, mas eu me apaixonei por você. De verdade.
– De verdade? Se apaixonou? Larga de ser mentiroso Pedro, chega de mentiras. - ela se solta de Gael e avança em cima de Pedro. - Eu te odeio.
– Mas eu te amo, quer queira ou não. - Cobra e Gael tentam soltá-la de Pedro mas parecia impossível.
– Karina, solta ele. Solta. - Cobra dizia.
– Não, ele merece. - ela tentava enforcá-lo, então Cobra começou a fazer cosquinhas na menina que soltou Pedro.
– Calma Ka, calma. - Cobra pega Karina pelos braços.
– Eu to calma Cobra, to calma. Me solta. - Gael ajuda Pedro a se levantar.
– Pedro vai embora por favor, não queira pior as coisas. - Cobra respira fundo com Karina nos braços.
– Tá eu vou, mas eu volto. - ele vira as costas, mas volta a olhá-la por alguns minutos.
– Ai meu saco viu? - Gael esbraveja.
– Gael? E a Karina? - a menina ainda chorava, mas procurava se acalmar.
– Eu to bem Cobra me solta.
– Eu levo ela, obrigada de novo Cobra. - o amigo a solta e ela entra bufando em casa.
– De nada. - tempo. - Gael?
– O que?
– A Karina me pediu uma coisa que não posso dá-la, fale com ela por favor.
– O que ela pediu?
– Ela vai te contar se você compreender, só fale com ela.
– Tudo bem. - Gael suspeita e Cobra vai andando embora.
Cobra ia atravessando a praça para ir de encontro ao QG quando Lobão o vê e o chama. Ele queria saber o que se passava e o amigo de Karina lhe conta, mas fica desconfiado de tantas perguntas de seu mestre. Gael do outro lado só observava os dois quando sua filha bateu a porta do quarto e a trancou com força que o barulho ouvia-se do andar de baixo.
– Karina? - ele grita do térreo, mas ela não responde.
Gael sobe as escadas e quando ia fechar a porta dá de cara com Bianca e Duca que queria ver como a irmã da atriz estava. Os três sobem as escadas mas o mestre já adianta que a menina não queria ver ou falar com eles. A filha mais nova ao ouvir quem estava chegando ao apartamento coloca os fones de ouvido no volume quase máximo e deita na cama.
– Karina, abre a porta. Deixa eu falar com você, por favor. - Bianca corre até a porta e bate freneticamente nela.
– Bianca, ela não quer falar com você. - Gael grita da sala.
– Eu também acho que não Bi. - Duca concorda com seu mestre.
– Mas ela precisa me ouvir. - Bianca começa a chorar.
– Não hoje Bianca, por favor.
– Mas pai, eu preciso explicar para ela o que aconteceu.
– Bianca por favor, deixa ela com o tempo dela. - Gael esbraveja.
– Karina, eu só fiz isso para ajudar. Eu juro. - Bianca vai até Gael. Karina que tirara os fones e escutou a frase da irmã, sai transtornada.
– Me ajudar? Se tá louca Bianca? - Karina empurra a irmã.
– Não Ka.
– Ka? Pra você eu sou apenas Karina.
– Karina, me ouve. - Bianca funga. - Me desculpa, eu nunca quis te machucar.
– Mas machucou.
– Desculpa, por favor. - Bianca chora acompanhando a irmã.
– Desculpa nada Bianca, eu quero que você suma da minha vida. Suma.
– Ka, me perdoa por favor.
– Perdão? Você vem me pedir perdão? Me poupe Bianca.
– Ka, calma. - Duca tenta chegar perto de Karina.
– Calma Duca, calma? - ela se vira rapidamente e Duca se afasta.
– Filha, por favor. - Gael fica mais perto das duas com medo de algo acontecer.
– Fica tranquilo pai, não vou bater nela. Sabe por que? Porque o machucado de fora cura e do de dentro não.
– O que? - Gael se surpreende com a frase da filha.
– É isso mesmo pai, não vou colocar um dedo nela. - Karina sai da sala e volta ao quarto transtornada.
– Mestre? Quer que eu fale com ela?
– Não Duca, não precisa. Deixa ela lá.
– Tudo bem.
– Cuida da Bianca. - Gael vai até o quarto das filhas e empurra Bianca para Duca. - Fiquem aí ou saiam.
– Tudo bem mestre.
– Pai, por favor. Me deixa falar com ela.
– Bianca chega. - Gael grita e a menina chora. - Karinaaaaaaa? - o mestre abre a porta mas não vê a filha mais nova.
– Mestre? - Duca e Bianca vão até ele.
– A Karina fugiu. - mestre esfrega o rosto nas mãos.
– De novo?
– Sim, mas eu sei onde ela está.
– Onde mestre?
– No QG. - Gael vira para Duca e os três se calam.
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