Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 25
O Homem mais odiado dos Estados Unidos


Notas iniciais do capítulo

Então amigos, perdoem a demora.
Esse capítulo tem planos que eu, de verdade, só pensei nesse momento. Acho que seria bom para o rumo da história, e pra quem sabe, dar um pouquinho mais de emoção. Relaxem que não é nada fora do comum, não. hahahaha;
Boa leitura!



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— Assim como existiu um período na história em que os Neandertais coexistiram com o Homo Sapiens até ser totalmente extinto sem causas específicas, o carvão também coexistiu com o petróleo. Explicando melhor para vocês: Houve um período de adaptação entre carvão e petróleo, quase igual ao que a China está passando agora. O carvão era utilizado como combustível, principalmente em trens, enquanto o petróleo era descoberto e utilizado somente em lamparinas a óleo, mas pouco depois passou a ser destilado para produzir carburantes como o querosene. Tem início a febre do ouro negro: a descoberta de novas jazidas faria surgir cidades em pleno deserto nos EUA. Porém o excesso de produção de petróleo se tornou um caos, cujos proprietários eram os donos da terra. Então, a Standart Oil Company foi fundada, e seu dono comprou mais de 70 jazidas nos Estados Unidos, se tornou o homem mais rico do mundo e o primeiro americano a ter mais de um bilhão de dólares. Até hoje, ele é o homem mais rico da história. Esse homem se chama John Davison Rockefeller.

Era 11 horas da manhã da terça feira e Haymitch Abernathy já estava em sua terceira turma no dia. Até o final de seu horário, tinha mais 4. A pior turma era sempre a penúltima – aqueles garotos no fim da fileira não ajudavam em nada – mas em compensação as notas daquela turma eram as melhores. Era um dia quente, daqueles horríveis, e ele pensava que mesmo assim as meninas não deveriam usar aqueles shorts na escola, especialmente as bonitinhas. Poderiam distrair a atenção dos colegas e mesmo ele não sendo um pedófilo ou um Humbert Humbert da vida, poderia distraí-lo também.

— Dizem que se Deus criou o mundo, Rockfeller o organizou. — Haymitch explicava, sentado em sua própria mesa, esperando que o diretor nunca visse tal cena. Às vezes, levantava e escrevia palavras chave no quadro negro. — Seus métodos desonestos e violentos de chegar ao poder, no entanto, o transformaram no homem mais odiado dos Estados Unidos. Hoje, nós sabemos que é o Kanye West. — Os alunos gargalharam. Haymitch sabia que Kanye West era um rapper e só. A piada foi um aluno que fez em uma aula, e ele a reproduzia nas turmas seguintes. — Tá okay, vamos voltar à matéria. Rockfeller foi o primeiro a ver que o petróleo era de fato, o futuro, mas o uso e a importância desse combustível se deram especialmente a Henry Ford. Primeiro empresário aplicar a montagem em série de forma a produzir em massa automóveis em menos tempo e a um menor custo. Foi então que o petróleo foi realmente utilizado como combustível: Em motores a gasolina. Caso não estejam reconhecendo este sobrenome, sua empresa, a Ford, existe até hoje. E sua influência foi tão grande que em 1930 o escritor Aldous Huxley escreveu um livrinho chamado “Admirável Mundo Novo”, onde Henry Ford é um “deus”, tal qual Freud. E esse livrinho será o trabalho mensal de vocês, fazendo com que eu me torne o homem mais odiado dos Estados Unidos.

Os alunos suspiraram, emitindo sons e resmungos de desaprovação coletivamente. Não era a primeira vez que Haymitch dava atividades dessa forma, nem seria a última. Geralmente, ele explicava e indicava o tema, e pedia uma redação dissertativa por email. Nada de papéis, canetas, textos enormes nas lousas e provas cansativas. Embora os suspiros – que talvez indicassem mais a preguiça de fazer uma nova redação do que um contragosto em fazer a lição – os alunos eram satisfeitos com as lições do professor Haymitch, mesmo com a coordenação e a direção do colégio que reprovavam o método de ensino como este. Qual seria o ideal, então? Slides e mais slides, duas ou três provas que obrigassem os jovens a decorar as coisas, em vez de aprendê-las? Quem é capaz de convencer Haymitch qual é o método de ensino correto? Porque ele sabia que, se perguntassem para os alunos sobre o tema, eles saberiam responder ao menos o mínimo dele. E isso já o satisfazia.

Depois de acalmar a turma e tirar todas as dúvidas, Haymitch os deixou conversar durante o resto da aula (quase 20 minutos). Ele não se preocupava: Sabia que, quando determinasse a data de entrega dos trabalhos, todos estariam em suas mãos, ou no caso, em seu email. Foi assim que fez com os trabalhos sobre a Segunda Guerra Mundial, sobre a Primavera Árabe e sobre a Democracia Pura, – este sendo o único tema que Haymitch precisou passar um texto no quadro negro, retirado dos livros de direito de Katniss.

Katniss, tal qual o garoto sentado na última fileira da classe de Haymitch, olhava o relógio aguardando as horas. Tinha agendado com Juizado Especial Civil que, também as 11h00 da manhã, enquanto Haymitch trabalhava honestamente mexendo no seu celular, a Clínica New Hope seria processada. A culpa era de Peeta Mellark. E Katniss tinha tudo em suas mãos: Os documentos, o formulário narrando os fatos, quais eram os pedidos pretendia que fossem restabelecidos e reparados por eventuais danos, inclusive os de ordem moral. Era simples: 50 mil de indenização por danos moral causados pela quebra de ‘anonimato’. O documento em suas mãos servira como a sua petição inicial, que seria então distribuída no juizado, onde será designada uma data para a audiência de conciliação.

Menos de um mês. Por favor, menos de um mês.

Seu celular tocava pela terceira vez quando reparou que sua bolsa tremia. Johanna estava na terceira chamada perdida, xingando Katniss de todos os piores nomes possíveis. Johanna odiava a comunicação por telefone: Ela mandava mensagens no Whatsapp, Messenger, SMS até cartas, qualquer coisa que evitasse que sua voz fosse reproduzida por telefone. Mas aquela vadia da Katniss não via mensagem alguma, e o que Johanna tinha a dizer era mega importante, pelo menos em sua concepção.

Hoje é um grande, grande dia! — Ela falou, imitando sua chefa (em voz, entonação, tudo).

— Porque você ligou? Eu estou prestes a continuar o processo nesse momento. — Katniss falou, de mal humor.

Eu sei, mas se minha chefa estiver certa, lembrando que ela sempre está, hoje vai realmente ser um grande grande dia. — Johanna prosseguiu. — Principalmente depois do pisão que ela deu nos sócios na reunião que acabamos de ter. E a melhor parte é que eu ajudei ela, e ela me deu uma mãozinha, e juntas, como num sonho feminista, a gente conseguiu calar aquele velho Flickermann, graças a deus. — Johanna continuava, com sons de passos de salto ecoando pelo telefone, assim como sua respiração pesada. — E como vai o processo?

— Só estou esperando para entregar os documentos, então só vou ser comunicada sobre a data da audiência logo após a clinica receber o comunicado sobre o processo — Explicou. — O máximo a fazer é esperar que saia antes dos dois meses de vida de Haymitch.

Eles não são super ricos? Então! Esses 50 mil vão ser o troco das revistas pornô que eles compram pra incentivar as doações. Você vai ver! — Johanna suspirou pelo telefone, trazendo um som agonizante aos ouvidos de Katniss . — Ah, eu acho que eu estou feliz. Derrotei o homem mais odiado dos estados unidos hoje, e eu estou bem realizada profissionalmente, obrigada. Realmente, não vejo que merda pode nos atingir hoje.

***

— Haymitch Abernathy. Você deve desconfiar que monitoramos a sua vida. Você não é estúpido.

Sua voz saia com pequenos sussurros em palavras específicas, meado a um estranho sotaque latino. Nieves aparentava nunca, em nenhum dia de sua vida ter escovado os dentes, o que lhe trazia dentes amarelos e um estranho mal hálito de rosas. Rosas. Ele se sentava na cadeira da cozinha quando Haymitch adentrou seu apartamento em seu horário de almoço, por volta do 12h. Maldita porta aberta, pensou. As surpresas nem sempre eram agradáveis quanto Peeta.

— Snow... Que honra.

— Poupemos, Abernathy. Você sabe que monitoramos a sua vida, não sabe? — O silêncio predominou por minutos. O rosto de Haymitch não se contorcia de medo: Era ódio. Ódio de si, dos capangas, e principalmente, ódio dos jogos de Snow. — Responda, Abernathy.

— Sim, senhor. Eu desconfio que vocês me monit....

— Não desconfie! — Snow interrompeu. — Nós monitoramos você. Então... Você ganhou um filho recentemente? Meus parabéns! Sabemos, no entanto, que ao contrário do tradicional, ele já é um rapaz feito. Eu costumo poupar e ser misericordioso com homens com crianças recém-nascidas, exceto o maldito que engravidou minha filha. Não restou nada dele. Ainda estou pensando em como contar essa história para minha netinha... talvez ela jamais saberá. Tal qual seu filho sobre sua dívida. Peeta Shrader Trinket Mellark, correto? Talvez nem você soubesse o nome do meio do garoto.

Não, Haymitch não sabia. Embora a adrenalina tenha feito ignorar totalmente essa informação.

— Peeta não tem nada, absolutamente nada haver com isso, Snow. Você sabe disso.

— Ora Haymitch, você sabe que os filhos herdam as coisas dos seus progenitores, não sabe? Até porque, o que é herdar uma dívida de 36 mil dólares próxima a uma empresa avaliada em 10 bilhões?

Haymitch prendeu a respiração. Decidir o que seu cérebro processaria primeiro e o que responder em diante era um caos: Primeiro, o sobrenome Trinket Mellark o arrebatou, e ele finalmente o reconheceu: Trinket&Flickermann Associates. Effie Trinket, herdeira da empresa de telefonia depois da morte de um milionário capitalista do qual ele vivia mandando a merda nos tempos de rebeldia. Depois dessa, lentamente, seu cérebro girou em roleta: O sobrenome do filho. O aumento da dívida. A empresa de 10 bilhões de dólares. E o veneno saindo da boca de Nieves a cada palavra.

— Peeta não tem nada a herdar de mim. Nada. Ele não tem meu sobrenome, nem meu senso de irresponsabilidade, e não será o responsável por pagar os 16 mil dólares que eu te devo.

— 16 mil dólares? — Snow se levantou da confortável cadeira. — Você acha mesmo que depois da notícia de que você é pai do herdeiro da fortuna de Abraham Mellark eu iria deixar você pagar 16 mil dólares como se fosse um pobre coitado?

— Você me prometeu 16 mil, Snow!! — Haymitch avançou sobre o velho, pronto para colocar as mãos sobre seu pescoço, quando foi parado pela voz de cobra do homem.

— Se eu fosse você, não tentaria me tocar. Eu sou um homem prevenido, Haymitch... Tenha cuidado.

Haymitch suspirou pesadamente, sentindo seu corpo quente e sua raiva fresca cada vez mais presentes a cada passo que ele dava próximo ao Nieves. Sua pose superior, seus olhos cheios de razão e seu tom de ameaça o provocavam cada vez mais a pegar uma faca e acabar com tudo ali. Felizmente, dentre o idiota e criminoso presente naquela sala, Haymitch era o idiota.

— Você me prometeu 16 mil, Snow. — Haymitch gritou, ainda com ódio, se distanciando do velho de cabelos brancos. — Seja um homem de palavra e cumpra essa merda de acordo!!

— Um homem de palavra de mataria nesse exato mês, como prometido! — Cuspiu Snow. — Você teve sorte. Faça jus á essa sorte... Portanto, eu digo: Você me deve 36 mil... Posso até deixar você pagar os 16, como eu dei em minha palavra, mas aqueles vinte mil que você me deve, eu deixo seu filho rico pagar. Ou, quem sabe, a queridíssima Katniss Everdeen irá pagar, já que eu sei exatamente onde ela está nesse momento.

Snow mirou Haymitch e seu apartamento mofado pela última vez antes de bater sua bengala no chão e se dirigir a única porta de entrada/saída do apartamento, que permanecia aberta, 24 horas por dia. Maldita porta.

— Não é pessoal. Em outra ocasião, seria contra meus principios mexer na vida pessoal dos que me devem, mas eu preciso de mais dinheiro, Abernathy. Matei muita gente que me deve e não vi a cor do dinheiro deles...

Snow sorriu, com o lado esquerdo de sua boca ferida escorrendo sangue, deixando uma imagem aterrorizante daquele velho maldito. Antes de sair, contudo, ressaltou.

— E lembre-se: Nem você, ou Rockfeller. Eu sou o homem mais odiado dos Estados Unidos.


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